Blog do Raul

Lula

O PT mente como sempre !

Nesta semana o PT exercitou um velho hábito durante os comerciais políticos no horário nobre das programações de rádio e TV. Mentiu sem vergonha que o governo Lula investirá R$ 100 bilhões no Estado de São Paulo até 2010.  Sua retrospectiva revela uma intenção permanente de "trabalhar o imaginário da população", como justificou um conhecido marqueteiro (João Santana). Na mentira dessas últimas inserções da sua propaganda política, o PT "omite" que os referidos bilhões de reais totalizam o dinheiro repassado pela União, incluindo despesas de empresas públicas federais e estaduais, empréstimos de bancos federais e investimentos vultosos do Governo do Estado e dos próprios municípios.

Isso faz lembrar que o PT, nos seus 30 anos de existência, dos quais 22 na oposição aos governos federais, mente bastante. Nunca na história deste país na oposição ou para tentar se manter na situação houve um partido mais mentiroso que o PT. O escritor Mark Twain costumava dizer que há três espécies de mentiras: as mentiras, as mentiras sagradas e as estatísticas. Pesquisando fatos históricos correlacionados com o comportamento petista, diante das adversidades e enfrentamentos políticos, é possível observar que o PT, de tão acostumado com a mentira, não só acredita nas suas mentiras, como passa a mentir para si mesmo, com uma criativa profusão de argumentos para todas as ocasiões.

Alguém já esqueceu as mentiras elaboradas durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2006, quando o PT tentou e conseguiu colar no PSDB a falsa imagem de que o partido privatizaria a Petrobrás e o Banco do Brasil ? E dos números apresentados durante os programas eleitorais da então candidata Marta Suplicy na disputa da prefeitura de São Paulo ? O quê dizer dos discursos do presidente Lula quando sugerem dúvidas quanto à continuidade dos programas sociais como o Bolsa Família e de iniciativas que iludem a população como Minha Casa, Minha Vida ?

O PT não tem escrúpulos em massificar as informações na versão e no formato que mais interessam aos seus objetivos políticos. O PT, como escreveu Reynaldo Azevedo, transforma a burla "num método, numa visão de mundo, numa escolha, numa, enfim, teoria política".

A percepção dos resultados desse trabalho maquiavélico foi assinalada em pesquisa analisada pela cientista social Lourdes Sola, que constatou a capacidade dos governos petistas se apoderarem de realizações como a estabilização da economia (Plano Real), programa de aceleração do crescimento (Avança Brasil), fundo de desenvolvimento da educação e valorização do magistério – Fundeb (FUNDEF) e a rede de proteção social Bolsa Família (que unificou Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Vale Gás e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI).

Mentira é isso, como foi repetida agora na tentativa de se apropriar das obras do Metrô paulistano, realizadas com recursos que vêm do tesouro do governo do Estado e de empréstimo contraído do BNDES, que será pago por São Paulo nos próximos 15 anos. Mentira também é o PT dizer que o Rodoanel é uma obra do PAC federal, prevendo investimentos de R$ 3,6 bilhões, ao omitir que o governo federal entra com R$ 1,2 bilhão e o governo do Estado é responsável pela maior parte, R$ 2,4 bilhões.

Enfim, seguindo ainda a reflexão de Mark Twain, nas espécies da mentira, vale dizer que a candidata do PT, ministra Dilma Roussef, tem afirmado que haverá comparações estatísticas entre os governos FHC e Lula em 2010. Ora, pois, Dilma sabe que nesse terreno o PT tem notória especialização, já que estatística pode ser considerada a arte de nunca ter que dizer que você está errado.

Em novembro e 2006, João Santana, marqueteiro que cuidou da campanha para a reeleição de Lula, desnudou o gen petista e pode ser considerada uma excelente oportunidade para refletir como essa turma manipula as informações e usa a imprensa como ferramenta para seus objetivos eleitorais. Ele desconversou quando o repórter da Folha de São Paulo perguntou se houve "certa desonestidade intelectual" dos lulopetistas ou a criação de uma "mentirobrás", como expressou Geraldo Alckmin naquela ocasião:

"Não é bem assim. O presidente não foi reeleito por causa da polêmica sobre privatização. O fato é que o adversário teve a chance de responder, mas não o fez. Tivesse ele uma resposta pronta, objetiva, o impacto teria sido reduzido. Alckmin poderia mostrar objetivamente o uso de telefones, de computadores, de internet."

Concluo estas reflexões citando o livro "A Mentira Sagrada", escrito há milênios, por criaturas primitivas, que inventaram histórias para explicar os fenômenos da natureza que não conseguiam explicar. Por serem primitivos e ignorantes, todos acreditaram na mentira e a passaram adiante através dos séculos. Atualmente, mesmo com a ciência explicando muitos dos fenômenos inexplicáveis, o povo continua acreditando naquelas histórias.

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Elogio ao Lula !

Diferenças políticas e partidárias à parte, honesta e civilizadamente me vejo obrigado a reconhecer que Barack Obama tinha razão em dizer que o presidente Lula é o "Cara". Resolvi revelar esse sentimento porque não adianta atribuir a Lula todas trapalhadas do seu governo. Outro dia comentei que ninguém da política tinha mais sorte que Lula, porque os ventos que sopraram difíceis no início da sua própria vida, agora são favoráveis para ele. Esses ventos não melhoram o governo, mas intensificam cada vez mais o brilho da sua trajetória. As suas respostas nos jornais de hoje, mesmo que tardias sobre a ação do MST, o confisco do IR a mais e a taxação da poupança expõem as contradições entre o homem sensível e a sua equipe de aloprados.

Lula parece que está permanentemente em campanha. Não faltam avaliações irônicas e negativas sobre o seu estilo palanqueiro, fustigador, descomprometido com antecessores, apesar deles (Itamar Franco e FHC) terem deixado as melhores referências e diretrizes para a sua atual receita de sucesso. Lula é vaidoso da sua condição histórica pessoal e fala como ninguém da sua vivência sofrida para relembrar e comparar reações dele mesmo no tempo em que era um dos milhares de excluídos deste país.

Não esqueço daquele debate, no segundo turno das eleições presidenciais em 2006, quando foi questionado sobre as políticas públicas que implementaria para resolver o problema das enchentes nas áreas urbanas. Antes de responder, ele olhou fixamente para as câmeras e para o seu adversário de então (Geraldo Alckmin) e disparou: "Você não tem idéia do que é viver com a água tomando o seu peito…" e continuou explicando soluções que já não importavam mais para ninguém. Todo mundo ficou sabendo que ele apoiaria as vítimas das enchentes, porque viveu isso na pele.

Acho que ele abusa do feeling, da sensibilidade pessoal. Por isso deixa a impressão de que está sempre no palanque, porque cabe aos políticos prometer e deixar a sensação de que vai realizar as mudanças esperadas. Mas as mudanças necessárias têm ficado aquém, justamente porque elas exigem gestores, que no caso do governo Lula somente ocorrem quando há iniciativas anteriores para continuar e mudar a marca.

Vejam os últimos acontecimentos do seu governo em relação ao MST, Imposto de Renda e poupança. Enquanto a sua equipe do INCRA e do ministério do desenvolvimento agrário botavam panos quentes na ação dos companheiros sem-terra, que destruíram pés de laranja, máquinas agrícolas e outras instalações de uma fazenda do grupo Cutrale, Lula condenou essa atitude, batizando-a de "vandalismo", longe da sua sintonia em defesa das lutas sociais.

Sobre o adiamento das restituições do Imposto de Renda da Pessoa Física, que atingiu trabalhadores da classe média, Lula demonstrou insatisfação com a decisão do ministério da Fazenda, embora sem justificar que a economia gerada com esse confisco momentâneo não compensaria o desgaste à imagem do governo lulopetista. Agora o governo cogita acelerar a devolução do IR, ao mesmo tempo em que aproveita o ministério na berlinda para anunciar que pretende desistir da cobrança de Imposto de Renda sobre a caderneta de poupança, conforme Guido Mantega vinha cogitando.

Além desses últimos três casos, que ainda sustentam o noticiário em todas as mídias, mesmo parecendo que Lula não esconde a sua insatisfação por causa dos reflexos políticos e eleitorais negativos em todo o seu governo e nele próprio, há de se considerar que Lula é uma coisa e a sua equipe é outra. Talvez essa separação seja orientada, mas duvido que alguém consiga dirigir o instinto de Lula. Ele pode dizer que não sabia das coisas, mas ninguém neste país é mais capaz que Lula para dizer o que o povo está pensando. Suas antenas estão muito ligadas nessa afinidade.

Ele é mesmo o "Cara". Não creio que ele consiga transferir essa estrela para o PT ou para as suas sublegendas. Há dois brasis em vigência. Um que se propaga na figura de Lula e outro do desgoverno da sua equipe insensível e incapaz. Quem já esqueceu de Ricardo Berzoíni, presidente do PT, quando ministro da Previdência e fez aposentados madrugarem em intermináveis filas para dizer que ainda estavam vivos ? E dos escândalos do mensalão, da incompetência de planejamento e gerenciamento de projetos e obras para o PAC ? O quê dizer agora da incompetência do ministro da Educação com o ENEM ?

O governador José Serra tem razão quando diz que a disputa em 2010 não será entre Lula e FHC. Os legados de ambos vão interferir no próximo governo do Brasil, porque essas bases estão muito sólidas. Porém, vencerá quem tiver a maestria de Lula para convencer o eleitor brasileiro de que é mais capaz de vencer carências estruturais e fazer o que o país necessita e precisa. Na minha opinião, o próximo "Cara" é o Serra !

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Lula segura restituições do IR.

Os últimos acontecimentos positivos, no que diz respeito à imagem do Brasil lá fora, contaminaram internamente também. Mas não poderia deixar de comentar que tenho muitos amigos lulopetistas e que eles lotam minha caixa de e-mails contando mensagens ufanistas do novo "país que eles descobriram" e da "canonização" do Santo Cara Lula da Silva. Logo eu que sempre relembro do Brasil assim, porque houve um trabalho anterior para tornar a economia estável, criar as condições de implementar uma rede de proteção social e mostrar que a qualidade da educação pode melhorar muito mais para garantir um futuro para nossas crianças e jovens. No entanto, acho que nunca é demais avisar aos lulopetistas que a soberba mata aos poucos, justamente porque gera decepções. Por exemplo, o quê eles têm a dizer agora do governo federal começando a atrasar o pagamento das restituições do Imposto de Renda para a maioria de trabalhadores da classe média ?

Pois é, o Brasil que a propaganda governista ufana a conquista da auto-suficiência em petróleo, que passou a ser emprestador do Fundo Monetário Internacional, que trouxe 20 milhões de pessoas da miséria para a pobreza e 18 milhões de pobres subiram à classe média, que será palco do maior evento futebolístico do mundo – a Copa de 2014, além de ser escolhido para sediar as primeiras Olimpíadas da América do Sul, segundo o lulopetismo, esnobou a crise econômica.

Aproveitando os mesmos argumentos das mensagens que recebo, de que "na maior crise econômica mundial pós-1929 ele encarou os desafios, esnobou a velha ordem econômica esclerosada – e em vertiginosa queda – com a alcunha de ‘marolinha’ e foi o primeiro país a retomar o crescimento econômico", são auspiciosos os seus prognósticos futuros sobre a posição de hoje no cenário econômico como 10.ª potência econômica mundial, para, conforme "previsão de peso-pesado do Banco Mundial", se tornar a 5.ª maior economia do mundo.

Ora, se banalizamos a crise, com todos os exemplos do "cara" para o Mundo, como ficar indiferente à decisão do Ministério da Fazenda, que decidiu segurar as restituições do Imposto de Renda das pessoas físicas, para compensar parte da queda de arrecadação de tributos neste ano ? Se a crise foi realmente uma "marolinha", qual a razão da queda de arrecadação de tributos ? Qual a razão, ainda, do Brasil, após 31 anos, voltar a liderar exportações de matéria-prima, em detrimento dos empregos com maior conteúdo tecnológico, que pagam maiores salários e acelera o desenvolvimento econômico ?

A notícia de hoje, da Folha, sobre a retenção do imposto pago a mais pelo contribuinte, se sustenta na informação de que depois de quatro meses seguidos de queda na arrecadação de impostos, provocada principalmente pela crise global, "o Tesouro brasileiro percebeu que as contas do governo não fechariam neste ano se nada fosse feito". Então, o governo Lula resolveu "diminuir o consumo" dos trabalhadores da classe média, desde o próximo Natal …

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MST no cravo e na ferradura !

Os discursos triunfalistas de Lula e do PT podem configurar um perigo nacional. Se nos últimos tempos batemos na tecla da incompetência do atual governo federal em executar as centenas de obras anunciadas nos palanques do PAC, pelo comportamento de integrantes do MST – Movimento dos "Trabalhadores Rurais" Sem Terra no interior de São Paulo, destruindo pés de laranja em protesto pela reforma agrária na região, é possível concluir que nem tudo na história deste país vai bem como a propaganda oficial alardeia e massifica. O MST é um braço ativo do PT, assim como a UNE e a maioria das centrais sindicais. Se o MST está no jogo e ainda demonstra a sua insatisfação, mesmo com o tratamento dócil recebido do governo e do Congresso Nacional, que recentemente arquivou CPI que investigaria os seus repasses financeiros do lulopetismo, parece que os setores produtivos deste país continuam premiados com o fio da navalha.

Mas como isso poderia acontecer, se "nunca antes na história deste país" isso e aquilo ? O lulopetismo quando segue o planejamento e desfruta das bases sólidas na economia, desde Itamar Franco e FHC, obtém resultados favoráveis e desfruta dos melhores índices em muitos setores governamentais que não exigem gestores mais competentes que o básico e necessário. Veja, por exemplo a incapacidade de gestão do PAC, dado o número elevado de contratações irregulares, conforme atestado do TCU. Ou então a incompetência do atual ministro da Educação em gerir um dos programas mais bem sucedidos da história recente, o ENEM.

Conforme dados oficiais do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o governo FHC, de 1995 a 2002, assentou 1.219.690 famílias de trabalhadores rurais sem-terra, o maior número já registrado na história do Brasil. Em contraposição a esses números, utilizo depoimento da principal liderança do MST, João Pedro Stédile, em entrevista ao UOL, onde afirma que o governo Lula está em dívida: "O número de desapropriações de fazendas, em especial na região Nordeste e nas regiões Sudeste e Sul, que são regiões mais agrícolas, foram menores do que no governo FHC."

Stédile afirma que para manter as estatísticas, o atual governo fez projetos de colonização na Amazônia, pegou terras públicas e distribuiu, enquanto na verdade, "o que vem acontecendo no Brasl nos últimos 10 anos é que há um violento processo de concentração da propriedade da terra. Em vez de nós estarmos democratizando a propriedade da terra, dando acesso a mais gente e criando mais oportunidade de trabalho para que as pessoas não venham para a cidade, nesses últimos anos nós sofremos um processo de concentração, jutamente por essa ineficácia do governo Lula em desapropriar fazendas nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul."

O número de invasões de terras, durante o governo FHC, seguiu uma tendência de queda a partir de 1999, com os assentamentos e a execução de programas de agricultura familiar, até para ensinar o "sem terra" a viver e sobreviver da atividade agrícola. Mas os números começaram a inverter logo em 2003, no primeiro ano de Lula, com ocupações de propriedades privadas. Nos oito primeiros meses do lulopetismo, ocorreram 171 novas ocupações.

O coordenador nacional do MST, João Batista Oliveira, disse que o seu movimento se sente injustiçado pela maneira como a questão foi tratada durante os anos em que o PT está no poder: "O governo Lula não teve a coragem de mudar a política agrária e implementar um novo modelo de produção no campo, baseado na reforma agrária e no fortalecimento da pequena e média propriedade".

Então, se o atual governo não consegue se entender com os seus, a quem compete regular esses acontecimentos, com a definição e execução de políticas públicas mais claras para o setor agrário, e garantir a paz e a segurança no campo ? O MST não é inimputável. Se ele recebe recursos do Estado para manter as suas manobras e atividades de cunho político, a imagem do Brasil ficará mais transparente com uma nova CPI, sob a vigilância da sociedade brasileira, para investigar patrocínios sem contrapartidas.

Preocupa cada vez mais a impunidade dos radicalismos. Nada poderia justificar as cenas dos últimos dias, daquele trator derrubando cinco hectares de plantação de laranjas. Se há um governo que se diz comprometido com a emancipação social no Brasil, qual a razão para tamanho fogo-amigo ? Esse não é um processo educativo para a cidadania de um país que propagandeia viver num outro estágio perante o mundo mais desenvolvido. Cansa essa condição de pagar compulsoriamente essas contas ! Chega !

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O preço dos Jogos no Rio !

Cobrar a transparência dos investimentos previstos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, não é um argumento para diminuir o papel do Brasil, como disse o presidente Lula. Muito menos uma reação dos opositores ao sucesso dessa conquista histórica, que pertence a todos nós. Lula e o PT, que sempre foram acostumados a vaiar até o hino nacional em solenidades de governos que não faziam parte, chegam a pensar que somos iguais a eles e que num momento como esse nos consumiríamos como "invejosos" e "apostadores do quanto pior melhor".

Da mesma forma que o Brasil foi espetacular na apresentação técnica da candidatura do Rio e que o presidente Lula foi impecável em sua defesa treinada e contida, chegou a hora do país também oferecer um exemplo educativo desde o início dos trabalhos necessários para que a Cidade Maravilhosa esteja pronta para sediar os Jogos, sem a mínima suspeita de corrupção.

O governador José Serra escreveu que a tarefa não será trivial: "Exigirá formar um comitê organizador ampliado e de grande competência e recorrer ao que existe de melhor em matéria de planejamento urbano, no Brasil e no mundo. Fazer projetos sensatos, longe da megalomania, do desperdício e dos sobrepreços." E em relação aos recursos, que o governo Lula está "garantindo" que não faltarão para as Olimpíadas, Serra sugere a formação de um fundo baseado em nossas exportações de petróleo, em especial do pré-sal, se até lá já for extraído: "Esse fundo temporário seria constituído em moeda estrangeira, para financiar despesas realizadas nessa moeda. É uma idéia a ser discutida para além de interesses partidários, eleitorais ou regionalistas".

Muitos analistas comentaram que os Jogos Olímpicos são um compromisso internacional irrevogável. A partir de agora os esforços para que dêem certo não pertencem unicamente ao Rio de Janeiro, porque esse evento mobilizará o Brasil inteiro na formação de novos atletas, para torná-lo competitivo e, quem sabe, num horizonte de 10 anos, transformá-lo numa verdadeira potência olímpica. Jamais podemos esquecer que o esporte é também um dos fatores essenciais para a inclusão social e manutenção de crianças e adolescentes nas escolas.

Esse processo, a meu ver, deve multiplicar os esforços pela educação, pois quase a totalidade dos novos atletas sairá das escolas brasileiras. Mais do que nunca, as escolas vão precisar de motivação e apoio dos governos em todas as esferas e Estados, para formar uma grande rede pelo esporte e com solidariedade. Aliás, esse objetivo reforça a necessidade de emprestarmos aquele mesmo conceito mobilizador de Obama nas eleições americanas: "Sim, nós podemos!"

Num momento como esse é importante refletir sobre a descontinuidade de políticas públicas bem sucedidas, como o Programa Esporte Solidário, criado durante o governo FHC. Naquela ocasião, o presidente da República determinou o cumprimento do artigo 217 da Constituição Federal, que dispõe o dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um. Assim, país afora, o ministério dos Esportes passou a executar ações para melhorar a infra-estrutura e os equipamentos para a prática esportiva, incentivando a construção de ginásios e quadras poliesportivas em áreas carentes, bem como nas escolas públicas em parceria com o MEC – Ministério da Educação.

Por isso reafirmo que as Olimpíadas no Rio demandas ações em todo o território nacional, não se restringindo à infra-estrutura da própria Cidade-Sede dos jogos. Mas não vamos deixar que esse acontecimento, nunca antes realizado na história da América do Sul, se apequene como na exposta incompetência do atual governo em executar o seu PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, de obras, com tantos contratos e execuções irregulares, segundo relatórios do TCU – Tribunal de Contas da União, que já desaprovou condutas à época dos Jogos Panamericanos.

Sim, nós podemos preservar a imagem do país, planejando todas as etapas executivas para as Olimpíadas, para evitar aditamentos de contratos, revisões orçamentárias, verbas extraordinárias e emergenciais, superfaturamentos, desperdícios, furtos, corrupção. A felicidade geral da Nação tem um preço que não se paga assim !

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MEC, fala sério sobre o ENEM !

Quando o Ministério da Educação – MEC anunciou neste ano, mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, para este ano, elevaram-se as expectativas de mais de 4 milhões de adolescentes e jovens em todo o país, em obter o passaporte para as melhores universidades públicas e privadas brasileiras. Com esse foco, o ministro da Educação minimizou a preocupação trazida por uma legião de especialistas, sobre os riscos operacionais da logística e da segurança. Deu no que deu: vazamento da prova e frustração dos principais interessados – estudantes e pais – que tentam, a todo custo, acreditar nos governantes e apostar na continuidade dos programas bem sucedidos em Educação.

O cenário para realizar as mudanças, tanto no mês da aplicação (sempre aconteceu em agosto para fugir dos vestibulares do segundo semestre), quantidade de municípios e de dias (agora num final de semana inteiro, sábado e domingo) para a aplicação das provas, escolha dos lugares das provas em bairros distantes e outros municípios distantes dos seus, recesso escolar por causa da gripe suína etc, recomendavam planejamento e competência de gestão.

Não consigo entender as razões que levaram o ministro confiar na própria sorte, quando o único sortudo no seu governo é o atual presidente da República. Ele pode até justificar que o acolhimento dos resultados dos exames por um número maior de universidades públicas, para cursos sempre disputadíssimos e sonhados pelos estudantes, movia a sua mais pura intenção, mas parece que não deu importância ao risco iminente, quando o tempo reduzido para organizar o exame afastou de saída a Fundação Cesgranrio, que foi a vencedora das concorrências anteriores e que sempre realizou o ENEM com sucesso, cedendo essa responsabilidade ao Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção – Connasel, sem experiência e tradição para cuidar de todos os detalhes nas 1.829 cidades em que seria aplicado.

Já ouvi dizer que lulopetistas alegam que houve sabotagem política, para prejudicar o governo federal e para sacrificar o projeto de candidatura ao governo de São Paulo pelo ministro Fernando Haddad. Mas ouvi muito pouco sobre as entidades dos estudantes, como a UNE, que pegou leve sobre esse novo fracasso do governo no MEC, defendendo o óbvio: a apuração rápida do vazamento das questões da prova, para afastar a sensação de desconfiança em relação ao ENEM.

Reflito com meus leitores daqui e que me seguem no twitter (www.twitter.com/raulchristiano) , longe de qualquer teoria conspiratória, se o MEC não teria inventado essa história para abortar o reconhecimento nacional dos seus  erros ? Não parece ingênuo tentar vender uma prova a um jornal como O Estado de São Paulo ? E a suspeita inicial à gráfica, com todo esquema de segurança de uma Casa da Moeda, se os pacotes com as provas impressas, que seriam aplicadas neste final de semana, estavam nas salas, cozinhas ou quartos dos coordenadores de aplicação do ENEM desde segunda-feira passada ?

Ou, quem sabe, toda a culpa recaia sobre judeus e adventistas do sétimo dia, pelos resguardos nos finais de semanas ? Fala sério, Brasil !

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Toffoli, o “péssimo aluno” !

Ouvi agora à noite, comentário da jornalista Lúcia Hippolito na CBN, que os senadores estão cautelosos com a indicação do advogado José Antonio Dias Toffoli porque parecem temer a sua juventude aliada à perspectiva de permanecer 30 anos no cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Medo das suas condutas passadas e presentes dependerem da decisão de Toffoli no futuro, porque não acreditam na mínima hipótese do Senado deixar de aprovar o seu nome para o STF na próxima semana. Com isso, simplesmente dão de ombros para o curriculum fraco e comprometido do afilhado do presidente Lula, assinando embaixo da sua fala ao justificar Toffoli das críticas, sob o argumento de que se tratavam de "pura bobagem", pois "alguns dos maiores cientistas foram péssimos alunos".

Confesso que ando desanimado com o comportamento vigente na política. Mesmo com o consenso na opinião de especialistas em Direito e de raros opositores no Congresso Nacional, sobre as características de formação do futuro ministro do STF, do desprestígio da instituição em abrigar um membro sem notório saber jurídico, que não possui mestrado ou doutorado, que tomou bomba por duas vezes nos exames para juiz estadual, que responde a duas condenações e que pode participar do julgamento do mais escandaloso caso da era Lula, o "Mensalão", nos papéis de réu e juiz ao mesmo tempo, Toffoli será homologado.

Não consigo entender sempre que esse tipo de coisa acontece porque já houve um precedente. Aprendi a vida inteira que um erro não deve justificar outro, nem mesmo na melhor das hipóteses. Por isso engulo seco as palavras do presidente do STF, Gilmar Mendes, quando diz que exercia também o cargo de advogado-geral da União ao ser indicado para o órgão pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, minimizando as críticas que recebeu do PT à época no meio de uma disputa eleitoral e que hoje esse partido não é mais o mesmo.

Arthur Virgílio, líder do PSDB, por sua vez, não esconde a sua pregação de cautela, alegando que não faria uma avaliação pública antes da sabatina do dia 30 de setembro, para esperar a repercussão no mundo jurídico e ouvir "compromissos" que mostrem também que "aquela coisa de advogado do PT ficou para trás". Senador, é claro que a advocacia do PT ficará para trás, porque no STF ele terá uma estabilidade de mais ou menos 30 anos no novo emprego, a não ser que no futuro próximo ele se sinta "convocado pela Nação" para cuidar de um ministério da Defesa, como fez Nelson Jobim, indicado por FHC para o STF.

Há uma inversão de valores e uma acomodação nunca antes vista na história do Brasil. Ou estou equivocado?

O que leva um presidente da República a minimizar a importância da educação formal na construção do cidadão? Só mesmo o afã de validar a sua própria biografia e isso Freud explica.

Desde cedo aprendi que o exemplo vem de cima, que o cidadão é um produto do seu meio; sendo assim pais são exemplos para seus filhos e presidentes para suas nações. Batalho em casa com meus filhos sobre a importância de seus estudos para uma vida futura plena, independente de qualquer jeitinho ou golpe de sorte para alcançar o sucesso profissional.

Como cidadão, político e militante desses ideais e crenças busco respostas. Outro dia assisti a matéria na televisão, mostrando pessoas em países diferentes e de diversas nacionalidades, respondendo __ Educação à mesma pergunta: __ O quê faz um país crescer?

Negar a importância da educação na formação do cidadão é o mesmo que avalizar o vale-tudo, a impunidade, o desrespeito aos pais, professores, sociedade. Pobre país, com medo do futuro incerto e do julgamento que pode ter em razão dos seus erros. Na democracia a busca do consenso é uma decorrência natural da luta política e das adversidades. Por tudo isso não entendi o defensivo título do post do Reinaldo Azevedo no seu blog – "É o currículo que diz quem é Toffoli, não eu" – dia 6 de setembro de 2009 – http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/e-o-curriculo-que-diz-quem-e-toffoli-nao-eu/ 

Fala mais, Brasil! Seja franco, mude!

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