Blog do Raul

Eleições 2012

SP no melhor caminho

Duas siglas. Duas histórias.
A seis dias do segundo turno para a escolha do próximo prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB) aparece nas pesquisas eleitorais em desvantagem do candidato do PT, Fernando Haddad. Minha opção é evidente pela vitória do Serra, não só pelos meus vínculos políticos e partidários com ele, mas com a responsabilidade que tenho com a coisa pública.
Nos últimos dias tenho lido manifestações de voto em ambos os candidatos, assim como venho acompanhando o desenrolar do julgamento do Mensalão para pagamento de parlamentares da base aliada do governo do ex-presidente Lula da Silva (PT). Convivo com pessoas interessadas no desfecho das eleições na Capital paulista, que se mostram preocupadas com a possibilidade real de vitória do candidato do PT, pelo que ele representa em relação às experiências do seu partido na Prefeitura paulistana.
Luiza Erundina (1988-1992) e Marta Suplicy (2001-2004) desgovernaram a maior cidade do país. Agora, a perspectiva Fernando Haddad, também aflige em função das suas relações com esses governos e da sua passagem pelo MEC – Ministério da Educação, com o caos na gestão do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, que atingiu negativamente milhares de estudantes brasileiros, quase desmoralizando por completo esse importante instrumento de avaliação criado durante o governo FHC.
Não bastasse isso, é evidente que a escolha do seu nome, a pretexto de renovar quadros políticos nas disputas eleitorais, significa apenas uma cunha para o PT alcançar o poder em São Paulo e uma tentativa de prevalecer o discurso populista de Lula sobre a repercussão internacional das condenações do Mensalão. E o próprio Lula, discursando em Diadema, contradisse a sua estratégia para tentar eleger Haddad, o novo, argumentando que é importante que o povo não entre em uma aventura.
Pesam contra José Serra dúvidas se ele permanecerá durante os quatro anos do mandato de prefeito. Esse fator tem sobressaído mais do que as suas virtudes, de gestor sério e impecável nas soluções administrativas e de gestão pública. Se pesasse contra o Serra dúvidas sobre o seu caráter ou sua idoneidade, com razão seria um dos primeiros, mesmo entre os seus partidários, a questionar essa posição internamente no PSDB.
Afora esses pontos, ainda busco entender qual o motivo para os índices elevados da sua rejeição eleitoral, se não paira sobre José Serra qualquer acusação que nos envergonhe. Penso que a sua retidão e intolerância à partidocracia, elementos da agenda atual da sociedade, também seriam suficientes para uma revisão de posições nessa disputa eleitoral. Por isso espero que nessa reta final o eleitor paulistano reflita melhor sobre a sua escolha para os próximos quatro anos.
Politicamente, gostei muito da ideia de se programar e realizar uma caminhada do José Serra juntamente com o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves, candidatos naturais à reeleição ao Governo do Estado e a Presidência da República, respectivamente, em 2014. Estou confiante na virada dos resultados pré-definidos pelas pesquisas de opinião. Dia 28 de outubro, São Paulo não estará se definindo entre o PT e o PSDB, mas vai se comprometer com o caminho melhor para São Paulo.

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O jeito Obama nas redes sociais

Interatividade conquista mais.
Todo candidato a um cargo político mira nos princípios de marketing que Barack Obama usou em sua campanha presidencial em 2008. Para aprofundar o conhecimento na área, ele busca a assessoria de especialistas, quando não encontra um conhecido seu mais familiarizado com as novas ferramentas de relacionamento público pela Internet.

No Brasil o uso da internet nas campanhas eleitorais vinha sendo limitado por resoluções da Justiça Eleitoral, motivadas pelo desconhecimento da profundidade e do alcance do seu controle e da influência que poderia causar no eleitorado. Analistas de mídia e defensores da liberdade de expressão encontraram nessa ignorância a única explicação para tantas tentativas de limitação do uso.
Desde 2010 o cenário do marco legal é outro, tão livre quanto nos países democráticos em que essa opção é usada e bem sucedida. Mas neste ano, a partir do momento em que a liberdade de expressão pelos meios digitais foi considerada no calendário das eleições municipais, as primeiras manifestações demonstram a falta de estratégia de marketing e criatividade, em busca de votos e da vitória.
Acho importante lembrar que em 2008, Barack Obama era um senador pouco conhecido e de apenas um mandato de Illinois, contra a expressão e a máquina da ex-Primeira Dama dos EUA e senadora Hilary Clinton. A exemplo de muitos candidatos brasileiros, hoje, Obama entendia que usando as mesmas regras de receptividade de Hilary estaria colocado no mesmo campo de batalha, que naquela altura era totalmente favorável a ela.

A desvantagem de Obama também era muito grande no que diz respeito aos fundos financeiros para realizar a sua campanha. Com isso, como ele poderia superar Hilary e os seus e-mails em massa, telemarketing, mala direta e os comerciais de TV e rádio?

Encontrei a resposta por meio de Chris Hughes, cofundador do Facebook e estrategista de internet de Obama, que ao invés de jogar com as regras usuais, na época, o caminho foi identificar formas diferentes de marketing receptivo, por meio da inovação e valorização de conteúdos, formas e canais diferentes de abordagem.

Hughes conta que adotou a estratégia de ajudar os indivíduos a entender os valores de Barack Obama e da sua campanha, tornando mais fácil possível a eles que se engajasse com o trabalho da campanha. Desse modo abriu a maior quantidade de canais diretos de comunicação – usando e-mails, mensagens de texto, redes online – equipando-os com ferramentas para divulgar a mensagem da campanha no blog (my.BarackObama.com) e no Facebook.

A partir daí os americanos puderam conectar-se com Obama através do blog, da página do Facebook (5,8 milhões de contatos), do Twitter (450 mil seguidores), LinkedIn (13 mil membros) e Youtube (21 milhões de visualizações), entre outras redes sociais e websites.

Erich Frenchman, consultor online de John McCain e chefe de estratégia na internet da agência política online Connel Donatelli, destacou a habilidade de Obama em usar o Facebook com eficácia. Citando a criação de funções como o “registro de voto”, Frenchman lembra que essa disposição de Obama ajudou-o a reunir mais de três milhões de seguidores no Facebook contra 610 mil de McCain.
Outro ponto destacado por Frenchman, que funciona como uma dica importante e eficaz para o uso das mídias sociais, diz respeito ao Twitter apenas para conversar com as pessoas. McCain usou-o como “veículo de comunicação direcional”. Para bom entendedor isso quer dizer que ele não estava ouvindo seus eleitores e sim apenas falando “para” eles.

Diante dos desafios para conquistar a vitória nas eleições municipais de 2012, ou em qualquer outra oportunidade para cargos políticos ou de representação classista, comunitária e social, o uso estratégico do marketing de atrair pessoas para o seu campo de ideias e ações é fundamental. Dessa forma, e organizadamente, um candidato pode competir e vencer os seus concorrentes com pouco dinheiro.

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Prévias, no partido dos outros ?

Prévias ou primárias são temas recorrentes nos partidos políticos, quando se aproximam as escolhas de candidatos para o Legislativo e Executivo. O poder de decidir é restrito à comissão diretora executiva da máquina partidária, que quase sempre contempla fatores como a força de grupos majoritários, fila de lideranças e desempenho em pesquisas internas ou exposição na mídia. O historiador Marco Antonio Villa publicou artigo sobre o assunto no Caderno Aliás, do jornal “O Estado de São Paulo”, enfatizando uma crença minha também, de que “as prévias podem oxigenar o debate político extrapartidário. Com a cobertura da imprensa e o interesse das lideranças de ganhar espaço, os grandes temas estarão presentes muito antes do início da campanha” (http://bit.ly/pBWbQ0). Ora, apesar de defender como militante a abertura de canais de participação e decisão dos rumos e projetos do PSDB, no meu caso, é evidente, historicamente, confrontar que só não apóia o instituto de prévias partidárias quem já ganhou nas convenções, com a participação de todos os filiados aptos a votar, a direção do processo político e o poder de decisão.

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