Blog do Raul

Militante

Porque voto em João Doria

SP priorizou a vacina.

As opções políticas de cada um podem ser expressadas livremente nas redes sociais graças à internet e aos pressupostos da Democracia. Então é importante lembrar as características da democracia moderna, que significa a garantia da liberdade individual, a liberdade de opinião e expressão, a liberdade de eleger seus representantes e a igualdade de condições, direitos políticos e oportunidades favoráveis entre as pessoas.

A revelação do meu voto, como fundador e militante histórico do PSDB, na candidatura do governador de São Paulo, João Doria, na disputa de prévias internas do partido para a escolha do nome que disputará a presidência da República em 2022, está causando reações desproporcionais. Curioso é que, majoritariamente, essas reações partem de pessoas que não compõem esse processo, mas que se aproveitam para evidenciar suas críticas ao nome de Doria por conta de interesses próprios ou de grupos sociais, trabalhistas ou políticos onde estariam inseridos.

Para responder ao debate, que a essa altura eleva o número de acessos ao meu perfil pessoal no Facebook, em tom crítico e também de revelações de decepções com o meu comportamento político, tento tratar o tema com a velha civilidade que sempre norteou a minha vida, em todas as suas faces.

De pronto, vou ignorar os adversários políticos externos do PSDB ao João Doria e ao próprio partido. Porque essa comparação sobre o melhor nome para comandar o Brasil a partir de janeiro de 2023 vamos fazer e debater democraticamente na campanha eleitoral de 2022. Assim, os simpatizantes do atual presidente da República terão os seus comentários preservados, mas sem importância, como se não estivessem publicados.

Antes de mais nada é necessário esclarecer que as prévias do PSDB para a escolha entre os três nomes inscritos – João Doria, Eduardo Leite e Arthur Virgílio Neto – vão acontecer no dia 21 de novembro e apenas participam e votam os seus filiados, dirigentes, vereadores, prefeitos, deputados e senadores, de todo o país. Esta não é a primeira vez que o partido se utiliza desse instrumento para a escolha dos seus candidatos e reafirmo que já escolhi e anunciei o meu voto e apoio ao João Doria.

O João Doria é uma figura bastante conhecida e sempre foi bem aclamada, em todas as atividades públicas que exerceu, na comunicação, com programa de entrevistas sempre de alto nível; nos empreendimentos empresariais em São Paulo e fora do Estado; na vitória histórica para a Prefeitura de São Paulo, tendo Bruno Covas como vice-prefeito, em 2016; na convocação do PSDB para disputar o governo do Estado em 2018, porque o partido sempre teve candidatos próprios nas eleições para governador e presidente da República.

Acho necessário, nesse debate, considerarmos a situação do Estado de São Paulo hoje, que é bem diferente de outros Estados e do Governo Federal, trazendo de forma transparente as ações governamentais que são concretas e em nenhum momento deu ênfase ao populismo, que satisfaz alguns do povo de imediato, mas retarda o que é estruturante e proporciona maior segurança para a maioria do povo paulista.

João Doria dispõe de um rol de feitos, além da reconhecida obstinação pela vacinação em massa contra a Covid-19, que o colocam numa agenda de exemplos que o país precisa para enfrentar novamente questões que já estiveram melhor resolvidas, como a estabilização da economia, a execução contínua de uma rede de proteção social com base na Educação e na Cultura, a geração de empregos e renda.

Vamos tratar dos temas que desgostaram individualmente ou categorias de trabalhadores ou aposentados no Estado? Vamos esclarecer a posição de São Paulo em relação aos privilégios de muitos ainda no Estado e no país? João Doria no Governo paulista teve duas alternativas, frente à Lei de Responsabilidade Fiscal e a situação geral do Brasil: fazer ou fazer.

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Primavera do futuro

Militância virtual em rede (ilustração via Google).

Este ano para nunca mais esquecer, terá eleições políticas no Brasil e nos EUA. Ambas seguem o protocolo da comunidade científica internacional e de autoridades locais, convivendo com o distanciamento social nessa pandemia que só imaginamos nas telas do cinema catástrofe. O clima de festa nas ruas e nos centros de eventos foram para as calendas. Militância agora, só virtual.

Quem se importa com isso? Eu, também, como militante à moda antiga, diante da preocupação de um velho amigo idealista, daqueles que acompanhei em passeatas e panfletagens, desde há, pelos menos, quarenta e cinco anos. Desperto de um sonho que pareceu atrapalhado, contou-me que andava angustiado com o rumo das coisas no mundo. Lamentou que bandeiras defendidas com convicção estavam largadas, como ações menos importantes.

Isso me preocupou, no divã mutante que o celular se tornou. Teclei logo nas redes sociais, para descobrir o paradeiro, o estado físico e o que cada um de outros pares vêm pensando recentemente. Tudo para comparar se a memória política do meu amigo não era paranoia. Foi assim que nasceu o reencontro de comuns do meu tempo, entre analógicos, digitais funcionais e conectados.

Os preparativos para o dia da reunião em plataforma virtual foram um bom exercício, sendo difícil contornar a ansiedade de alguns convidados, querendo saber se estava tudo combinado mesmo. Independente da falta de contato normal de antes dessa pandemia, a reunião despertou o que dizer.

Não fossem as motivações que nos uniram no passado, lembranças fortes ainda hoje, não teria sentido esse revival. Nos sentimos e nos gabamos como legítimos filhos da luta, em cujas mentes, em algum lugar do passado, houve o temor da globalização, da comunicação de massa, do capitalismo selvagem.

Enfim, chegamos à primavera do futuro que ajudamos a construir. Relembramos que antepassados mais recentes viveram outras moléstias e epidemias, como a febre amarela, peste bubônica, varíola, AIDS, enquanto temíamos a 3.ª Grande Guerra Mundial, o fim do mundo, a bomba atômica, as armas químicas, o bug do milênio, mas não previmos o Covid19.

Vale recorrer ao que escreveu Stéphane Hessel, em “Indignai-vos!”, em 2010, aos 93 anos de idade. Um manifesto contra a indiferença à conjuntura presente, favorável à Democracia, ao Estado de Direito e à liberdade de imprensa: “Os motivos para se indignar atualmente podem parecer menos nítidos, ou o mundo pode parecer complexo demais. Quem comanda, quem decide? Nem sempre é fácil distinguir entre todas as correntes que nos governam. […] Vivemos em uma interconectividade que nunca existiu antes…”

Era mais simples um reporte em outros tempos. Mas, longe das praças, ruas, portas de fábricas, paredes da estiva, partidos, palanques, parlamentos, essa tarefa foi a mais difícil a que me impus. Estamos exilados em casa.

(*) Artigo publicado no jornal “A Tribuna de Santos”, em 20/09/2020.

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Sobrevivi

Desenho expectativas positivas

Felizmente 2018 chega ao fim. Posso afirmar categoricamente que dele nenhum rebotalho guardei para ter lembranças boas. Resisti bastante em escrever estas linhas, porque conheço bem a imaginação dos que me leem e podem interpretar com preocupação um estado de espírito que jamais expus. De pronto repilo que esteja deprimido nessas horas finais, porque estou reacionário e a esperança sobre 2019 já inunda meu coração, minha mente e alma, com um feixe de planos que desejo realizar nele.

Tive a oportunidade de comentar logo em janeiro passado que a minha travessia de 2017 não havia sido das melhores, justamente porque brindava real e feliz, mas não conseguia àquela altura imaginar o que estava por vir. Tive muitas decepções em 2017. Sou um ser dominado pelo altruísmo e frustrei expectativas com pessoas que colaborei tanto para formar e estruturar para que tivessem voos e caminhos autônomos.

Relembro que é do conhecimento geral a minha condição de um ser idealista na política e no convívio com os partidos que as regras estabeleceram suas existências. Certa vez um amigo mais experiente me sacudia contra essa visão romântica da política, me alertando que deveria ser mais profissional do que militante nessas horas, porque as mudanças sujeitavam-se a acordos que nem sempre preservam as boas práticas.

Ora, vejam a coleção de desapontamentos com figuras que sempre segui e defendi, pelo menos nos últimos 35 anos. O mar de lama veio como um tsunami sobre as instituições partidárias, inclusive a minha, o PSDB, e instantaneamente perdi o meu discurso ético e moral, diante do nivelamento normal da condição anormal de uma república de malfeitos. Pelos meus antecedentes, não adotei bandidos de estimação entre os companheiros de minha turma.

Não tinha planos para 2018, mas tinha a compreensão da necessidade de liquidar esse cenário e ajudar a reconstruir uma sociedade com princípios e ideais. Pelo histórico em validação, não aceitava e não aceitei outra alternativa que pudesse representar essas mudanças de cenário que não fossem nós conosco, optando pelo voo mais cego de toda a minha vida tão planejada antes.

Pressenti as derrotas eleitorais, mas não contava que estava perdendo parte de mim mesmo quando descobrimos uma doença feroz na minha própria família, ferindo de morte a minha companheira desde o século passado. Se 2017 havia sido o ano da decepção, 2018 foi o da dizimação. Incrédulo, tentei uma candidatura pessoal para fazer parte por dentro do processo político, já que fracassei com as minhas crenças na medicina e na superação dos cânceres corriqueiros na vida de familiares de todos os sobrenomes e nacionalidades.

A tragédia foi anunciada por um anjo torto na virada de 2017 e achei que o meu otimismo sempre agiria como um antídoto. 2018 foi implacável contra o meu otimismo, a minha vida pessoal e em relação às melhores partes do que ajudei a construir na política. Quero deixar claro que a derrota da minha candidatura a deputado estadual nas eleições deste ano não me abalou um milímetro. Mas as caminhadas para a derrocada do PSDB e de Geraldo Alckmin agiram em mim como um tipo desconhecido de câncer, que não hesitarei alcançar a cura e a ressurreição.

Portanto, não me venham falar em adversidades. 2019 é uma grande promessa de vida nova, em todos os sentidos. Como dizia Mário Covas, a vida o ensinou que diante da adversidade, só há três atitudes possíveis: enfrentar, combater e vencer. Aviso aos navegantes que teclo o último período deste texto reagindo fortemente. Sou um sobrevivente e me orgulho de nunca perder a esperança.

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Militância polí­tica virtual em 2010

Chegamos ao futuro com a Internet. Orkut, Facebook, LinkedIn, MySpace, Windows Live, Twitter, Blogs, Flickr e muitas outras ferramentas foram criadas e formam as chamadas redes sociais, que ampliaram a comunicação humana e são responsáveis pela integração global, com as suas formas de produção, distribuição e consumo do conhecimento. O Brasil registra número crescente de internautas e acessos, e neste ano a Internet vai experimentar essas ferramentas com maior liberdade nas eleições. Os exemplos e resultados positivos com a vitória de Barack Obama na campanha americana animam especialistas brasileiros em marketing eleitoral, partidos e candidatos em todos os níveis.

Essa experimentação ocorre com atraso, porque as regras em nosso país sempre foram muito rigorosas, dado que legisladores e o Judiciário não dispunham de referências de segurança para o uso político e eleitoral. O debate no Congresso Nacional revelou a preocupação com limites que são praticamente impossíveis de identificar no mundo virtual global. Houve quem defendesse uma isonomia dessas novas regras com os limites dos meios de comunicação tradicional. Esse paradigma mudou quando houve interatividade dos parlamentares com os eleitores, convictos pelo seu uso livre.

Os candidatos potenciais em 2010 se movimentam e tentam aproximar as suas ideias dos eleitores e os eleitores para as suas próprias campanhas. Contudo, a experiência eleitoral de Barack Obama ainda não serve totalmente ao Brasil, porque os americanos têm hábitos muito diferentes na Internet. No caso de Obama, os seus simpatizantes produziram vídeos manifestando apoio ao candidato, independentemente do partido ou da sua campanha. No Brasil, embora cerca de 37 milhões de usuários estejam conectados, em casa ou no trabalho, que somam 64,8 milhões quando consideramos os acessos em lan houses, bibliotecas, escolas e telecentros, os conteúdos políticos ainda têm interesse restrito.

A audiência na Internet configura hoje numa das maiores em comparação com os demais meios de comunicação, somando todos os tipos de veículos. Isso aumenta a relevância desse instrumento pela classe política, que necessitará muita criatividade para mobilizar o eleitorado na Internet no seu dia a dia. Internautas e eleitores não restringem o exercício da interatividade crítica somente no período de quase 90 dias das campanhas. Os conteúdos farão a diferença na percepção desses eleitores, que rejeitam as obviedades dos contatos pelos mecanismos tradicionais de comunicação.

O eleitor virtual vai ser atingido pelo político e pelas suas redes de militância virtual, desde que o uso da Internet observe uma comunicação em via de mão dupla e, ao mesmo tempo, convençam que as suas mensagens são também individuais, pessoais e abertas à troca de informações, ideias, propostas. Não acredito na massificação das mensagens eleitorais, justamente porque hoje há uma verdadeira repugnância às toneladas de lixo eletrônico e propagandas intrometidas. O sentido da propaganda eleitoral virtual, do emissor ao receptor, como a “entrega” de um panfleto eletrônico, sem interatividade e chance de contribuir para os conteúdos é um indicativo do fracasso nesse meio.

A Internet fará diferença nos custos das campanhas, que reduzirá materiais e agregará valor aos que compreendem a força de instrumentos virtuais. O seu uso adequado e inteligente mesclará eleitores que acreditam na política como meio de transformação da sociedade e a comunidade que busca conscientemente, credibilidade, confiança e envolvimento para mudar.

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