Blog do Raul

Porto de Santos

Educação em questão …

Santos inova e desperta
Santos inova e desperta
Releio texto ‘A cara do Brasil’, de J.R. Guzzo, na revista ‘Veja’ de 25/12, destacando os números de Campinas, como “pista segura para mostrar a sombria realidade de uma turma que não tem futuro”. Dentre outras coisas, ele enaltece a cidade e a região como “santuário da indústria brasileira, polo irradiador de tecnologia e centro nervoso da região produtiva mais avançada do país, com duas das mais prestigiadas universidades do Brasil, institutos de pesquisa de primeira linha, uma orquestra sinfônica” … e por aí vai.
Vivemos em Santos, cidade-polo da Baixada Santista, berço da independência do Brasil, sede do maior porto da América Latina, centro da prosperidade anunciada com as descobertas de gás e petróleo no Pré-Sal.
O que há de comum entre essas duas cidades brasileiras? Tudo! Mas vou focar apenas no comentário que importa sobre o papel da universidade pública que somente chegou a Santos em meados dos anos 1980. Sei que ela não veio junto com o porto, o comércio do café e a industrialização de Cubatão, porque estrategicamente não interessava reunir aqui cabeças acadêmicas pensantes, pesquisa etc.
Vejo luz com as Fatecs, Unesp, USP e a estruturação do Parque Tecnológico. Penso que o tempo perdido por questões políticas que atrasaram Santos nos anos 50, principalmente, servirá de exemplo agora para cuidar, inovar e avançar rumo ao lugar que a cidade sempre mereceu estar, por sua história e destino.
Li artigo de Samuel Pessôa, doutor em economia e pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, no jornal ‘Folha de São Paulo’, com um título provocador: ‘Educação não é tudo’. Ele ressalta que trata com insistência sobre o tema ‘Educação’, nos seus artigos, e que isso pode sugerir que ele pensa que “a educação é o único fator determinante dos elevados diferenciais de produtividade do trabalho entre o Brasil e as economias desenvolvidas”.
Com efeito, Pessôa compara experiências de trabalhadores brasileiros com russos e norte-americanos, cuja produtividade do trabalho é muito maior por conta da qualidade educacional, da quantidade de capital físico (trabalhadores de países desenvolvidos têm a seu dispor maior quantidade de máquinas e equipamentos, e infraestrutura física mais ampla) e da eficiência do marco institucional e legal onde as economias ricas operam.
O Brasil perde-se no atraso em infraestrutura de logística – estradas, portos, aeroportos, ferrovias etc – e em infraestrutura urbana, como transporte coletivo e saneamento básico, entre outros, enfatiza Samuel Pessôa.
Acredito que com uma Educação melhor as respostas a essas necessidades seriam dadas desde a metade do século passado, porque o planejamento seria considerado na agenda de Santos e da região da Baixada Santista. São perceptíveis as intenções atuais para resgatar e pagar essa dívida, investindo na infraestrutura mais essencial à produtividade e à perspectiva de renda melhor, juntamente com apostas concretas na formação e desenvolvimento de novas cabeças pensantes.

Educação em questão … Read More »

Nova abertura dos Portos.

Porto de Santos. Porta para globalização.

Acredito que muitos não leram a notícia de que o Porto de Santos, o maior da América Latina, perderá movimentação de grãos produzidos pelo Norte do país, porque grandes investimentos públicos e privados nos portos de Santarém e Belém (PA) e Itaqui (MA) podem contribuir para isso nas safras de milho e soja de 2012 e 2013, principalmente. Daí por diante não significa que Santos perderá a sua importância estratégica para a economia nacional. Outros produtos de exportação, por essa via, vão exigir investimentos significativos em modernização nas suas operações, em lugar da espetacularização permanente do atual governo federal lulodilmapetista.

Toda perda é lamentada, mas qual a justificativa de um País com as dimensões continentais do Brasil, para viver esse atraso econômico com os custos na competitividade do mercado do agronegócio? A resposta está na ponta da língua: falta de planejamento para desafogar as demandas e incapacidade de cumprir o que embalou publicitariamente com a marca de um Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, muito aquém das anunciadas execuções de obras de infraestrutura.

São Paulo perderá em parte com a redução dessas movimentações portuárias em Santos, de um tipo de comoditie que serve para exigir a contínua manutenção das estradas que cortam o Estado, mas é óbvio que o Brasil poderia ter acelerado essa alternativa de investir no Norte, quando a região se tornou uma zona produtora e deparou com a ausência de infraestrutura de transporte. O quê acontece com países “distraídos” com os movimentos econômicos? Desenvolvimento desigual, desperdício e fracasso.O desenvolvimento tupiniquim vive à base do improviso. E de pensar que a abertura dos Portos às Nações Amigas foi assinada pelo então príncipe regente dom João VI em 1808, representando o primeiro passo do Brasil rumo à globalização. Não radicalizarei a ponto de dizer que desde então pouco se fez, mas posso afirmar que o momento econômico seria melhor capitalizado se os investimentos acontecessem no ritmo da evolução do nosso país.

Lendo a matéria, deste domingo (16) no jornal “Folha de São Paulo”, com o título “Saída pelo Norte vira nova opção ao porto de Santos”, é impossível não reconhecer o atraso da visão nacional para a solução dos problemas e alternativas econômicas. Recentemente, o ex-governador José Serra escreveu que, “no que diz respeito aos interesses do país, o problema principal é a incapacidade do governo federal de fazer as coisas direito e com rapidez em qualquer modelo”. No ritmo atual é possível que os portos do Norte não estejam devidamente preparados para as safras cotejadas.

A falta de infraestrutura é a responsável pelo custo de transporte do Brasil entre a lavoura e o porto, considerado um dos mais altos do mundo, sem falar na ineficiência. Com essa nova direção de projetos do chamado “arco Norte”, que prevêem a criação de corredores de exportação, construção e ampliação de terminais portuários, os custos logísticos do pais logo se aproximarão dos seus dois principais concorrentes, Argentina e EUA, em relação ao mercado europeu.

Concluo, convicto de que o Brasil precisa ter um governo que pense e execute políticas de crescimento econômico que beneficiem o país por inteiro, com maior pressa e precisão.

Nova abertura dos Portos. Read More »