Blog do Raul

Presidente da República

Quer salvar o seu país?

Política fora das nuvens. Foto: Jornal da Orla.

Primeiro precisamos parar de ver as coisas como se houvesse uma dicotomia na disputa eleitoral de 2022. Não há apenas dois candidatos, um da direita e outro da esquerda. O Brasil que já teve 20 candidatos, quando reconquistou o direito de votar para presidente da República, em 1989, agora conta com diversos nomes e propostas e histórias para suceder o atual ocupante do Palácio do Planalto.

Quando escrevia este artigo, o prazo para a realização das convenções partidárias para a aprovação das candidaturas às eleições de 2 de outubro de 2022 estava terminando. Todas as pesquisas, desde o início do ano passado, revelam uma polarização entre Bolsonaro (PL) e Lula (PT), porque o país já se acostumou com esse tipo de pressão. Só que não, na medida em que os partidos, federações e coligações definiram os seus nomes para a disputa eleitoral do cargo maior, fica claro que é possível escolher o que achamos melhor para o futuro do Brasil.

Conforme os números projetados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira está em torno de 215 milhões de pessoas. De acordo com o último relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), medindo o estado de insegurança alimentar no Mundo, o Brasil tem pelo menos 61 milhões de pessoas com insegurança alimentar, grave ou moderada. O levantamento considera o período entre 2019 e 2021.

E tem mais números preocupantes, mais importantes do que ficar discutindo a polarização política: 33,1 milhões de pessoas passam fome (insegurança alimentar grave) no Brasil, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), a partir de dados coletados em cerca de 13 mil domicílios, de novembro de 2021 a abril deste ano.

O número de desempregados chega a 10,6 milhões de pessoas e o número de jovens até 29 anos, que nem estuda nem trabalha, até o segundo trimestre de 2021, ostentava 12,3 milhões de brasileiros. Em tese, todo esse fracasso recai sobre os governos federal, estaduais e municipais, para deixar bem claro que é uma questão de Estado, e todas as ações devem mobilizar a cooperação entre todos os entes da federação.

Não se trata fazer um mix sobre as estatísticas negativas, mas o momento eleitoral é a ocasião ideal de serem consideradas, avançando para solucionar os problemas, ao invés de ficar remoendo intolerâncias advindas das radicalizações e intolerâncias. Pense que o Brasil tem perdido investimentos nessas áreas, que podem ser por conta da ineficiência dos atuais governantes.

O debate sobre questões concretas, envolvendo inflação, carestia das cestas de alimentos, gás de cozinha, compensações financeiras em forma de bolsas sociais, retomada do desenvolvimento, educação, saúde, deve ser posto na agenda de todos, mas, salvo algumas “sabatinas” em entrevistas às emissoras de rádio, TV e plataformas de internet, está evidente que não haverá um olho no olho das candidaturas postas. Porque, de pronto, seria o melhor para a cidadania brasileira enxergar com transparência a forma com que pretendem atuar para minimizar essas agruras, generalizadas hoje para praticamente todas as classes sociais, e, principalmente, para os mais pobres.

Publicado na Plataforma do “Jornal da Orla”, em 04/08/2022.

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Porque voto em João Doria

SP priorizou a vacina.

As opções políticas de cada um podem ser expressadas livremente nas redes sociais graças à internet e aos pressupostos da Democracia. Então é importante lembrar as características da democracia moderna, que significa a garantia da liberdade individual, a liberdade de opinião e expressão, a liberdade de eleger seus representantes e a igualdade de condições, direitos políticos e oportunidades favoráveis entre as pessoas.

A revelação do meu voto, como fundador e militante histórico do PSDB, na candidatura do governador de São Paulo, João Doria, na disputa de prévias internas do partido para a escolha do nome que disputará a presidência da República em 2022, está causando reações desproporcionais. Curioso é que, majoritariamente, essas reações partem de pessoas que não compõem esse processo, mas que se aproveitam para evidenciar suas críticas ao nome de Doria por conta de interesses próprios ou de grupos sociais, trabalhistas ou políticos onde estariam inseridos.

Para responder ao debate, que a essa altura eleva o número de acessos ao meu perfil pessoal no Facebook, em tom crítico e também de revelações de decepções com o meu comportamento político, tento tratar o tema com a velha civilidade que sempre norteou a minha vida, em todas as suas faces.

De pronto, vou ignorar os adversários políticos externos do PSDB ao João Doria e ao próprio partido. Porque essa comparação sobre o melhor nome para comandar o Brasil a partir de janeiro de 2023 vamos fazer e debater democraticamente na campanha eleitoral de 2022. Assim, os simpatizantes do atual presidente da República terão os seus comentários preservados, mas sem importância, como se não estivessem publicados.

Antes de mais nada é necessário esclarecer que as prévias do PSDB para a escolha entre os três nomes inscritos – João Doria, Eduardo Leite e Arthur Virgílio Neto – vão acontecer no dia 21 de novembro e apenas participam e votam os seus filiados, dirigentes, vereadores, prefeitos, deputados e senadores, de todo o país. Esta não é a primeira vez que o partido se utiliza desse instrumento para a escolha dos seus candidatos e reafirmo que já escolhi e anunciei o meu voto e apoio ao João Doria.

O João Doria é uma figura bastante conhecida e sempre foi bem aclamada, em todas as atividades públicas que exerceu, na comunicação, com programa de entrevistas sempre de alto nível; nos empreendimentos empresariais em São Paulo e fora do Estado; na vitória histórica para a Prefeitura de São Paulo, tendo Bruno Covas como vice-prefeito, em 2016; na convocação do PSDB para disputar o governo do Estado em 2018, porque o partido sempre teve candidatos próprios nas eleições para governador e presidente da República.

Acho necessário, nesse debate, considerarmos a situação do Estado de São Paulo hoje, que é bem diferente de outros Estados e do Governo Federal, trazendo de forma transparente as ações governamentais que são concretas e em nenhum momento deu ênfase ao populismo, que satisfaz alguns do povo de imediato, mas retarda o que é estruturante e proporciona maior segurança para a maioria do povo paulista.

João Doria dispõe de um rol de feitos, além da reconhecida obstinação pela vacinação em massa contra a Covid-19, que o colocam numa agenda de exemplos que o país precisa para enfrentar novamente questões que já estiveram melhor resolvidas, como a estabilização da economia, a execução contínua de uma rede de proteção social com base na Educação e na Cultura, a geração de empregos e renda.

Vamos tratar dos temas que desgostaram individualmente ou categorias de trabalhadores ou aposentados no Estado? Vamos esclarecer a posição de São Paulo em relação aos privilégios de muitos ainda no Estado e no país? João Doria no Governo paulista teve duas alternativas, frente à Lei de Responsabilidade Fiscal e a situação geral do Brasil: fazer ou fazer.

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Dinheiro é tudo na eleição?

Quem paga a conta das campanhas eleitorais? (Foto: web)

A política não descansou na folia de Carnaval. O protesto com ou sem humor, foi às ruas nos enredos e fantasias de escolas de samba, bandas e blocos, ausente temporariamente das redes sociais. E a falta de assunto transformou o diletantismo em matérias estratégicas do cenário eleitoral de 2018.

Mantive o hábito de ler três jornais diários, além dos sites de notícias. Evito o “clipping” dos amigos nas redes sociais, cético demais e precavido com o compartilhamento das “fake news”. Adotei o pensamento de José Serra, que dia desses relatou que “se alguém disser que está compreendendo alguma coisa, é porque está inteiramente por fora”, quanto às eleições deste ano.

Indo direto ao assunto, pinço sobre o financiamento das campanhas eleitorais diante do artigo 29 da Resolução 23.553 do TSE, que estabelece aos candidatos a deputado federal o autofinanciamento em até R$ 2,5 milhões, e aos estaduais a R$ 1 milhão. Quem pode mais terá mais chances de se eleger deputado. Para o Senado, Governadores e Presidência da República, candidaturas majoritárias, estão reservadas a maior parte dos R$ 1,716 bilhão, de recursos públicos do Fundo Eleitoral.

O TSE garantiu ainda que candidatos ao Planalto podem gastar até R$ 70 milhões de recursos próprios, e quem concorre para governador, dependendo do Estado, pode usar até R$ 21 milhões dos “próprios bolsos”. Um contrassenso diante da sociedade cobrando “vida modesta” dos seus representantes, indignada contra o pagamento de salários e benesses dos cargos – moradia funcional, alimentação, assessorias etc., e foro privilegiado.

Vejo dificuldades na renovação política. Ouço e leio falas de rompimento, negação da classe política vigente. Mas como mudar? Separando o joio do trigo, pesquisando a biografia dos candidatos, não reelegendo. Voto facultativo, reafirmação da lei do “ficha limpa” (?).

O barateamento das campanhas mira as redes sociais, e estima-se, pelo número crescente de perfis e impulsão de postagens, hoje, que será quase impossível achar outros temas nas timelines, senão a enxurrada de santinhos digitais.

O sistema político e eleitoral brasileiro continua sendo um dos grandes problemas de nossa democracia.

O voto distrital, que diminuiria a necessidade de um candidato a deputado visitar os 645 municípios do Estado de São Paulo, ficou para 2020. Com as campanhas durando 45 dias, em tese, teria de percorrer cerca de 14 cidades por dia, incluindo sábados, domingos e feriados, impossível, encarecendo as campanhas, a multiplicar custos em carro, combustível, assessores, eventos, impressos etc. Como e quem banca isso?

Até 2014 eram as empresas, que doavam aos partidos ou diretamente aos candidatos. Opção enterrada pelos desvios do “mensalão” e “Lava Jato”, com a revelação da origem pública dos recursos,via superfaturamento de obras, faturamento de serviços não realizados, “Caixa 2”, faz de conta.

A esperança dos candidatos volta-se para o Fundo Eleitoral, cuja divisão proporcional será escassa. Fora isso, o mencionado autofinanciamento e doações de pessoas físicas, no limite de 10% das receitas pessoais declaradas no Imposto de Renda no ano anterior ao pleito.

As renovações podem se restringir a esses novos elementos da política. Pelas projeções atuais, as chances privilegiam os mais ricos, os interesses individuais, corporativos e religiosos. Os parlamentares em exercício podem ter porções melhores do Fundo, se compararmos aos marinheiros de primeira viagem ou aos despossuídos de esquemas eleitorais.

Perguntar não ofende: __ Quem pode nos representar?

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