Quando o governo Lula resolve privatizar, ele não fica restrito à ampliação e melhoria de um serviço público, faz como nunca foi feito antes na história do Brasil, autenticamente entreguista, e a sua primeira vítima é a floresta amazônica. No começo da tarde de hoje ouvi de passagem, no Telejornal Hoje da Globo, uma chamada intrigante: "o governo começa a privatização das reservas florestais na Amazonia. Pelo edital de licitação, que acaba de ser divulgado, três empresas vão explorar a madeira e todos os recursos naturais de uma floresta nacional de Rondônia, durante 40 anos!" Ninguém mais falou sobre isso no resto do dia.
Comecei a buscar informações sobre o assunto nos principais portais de notícias, e nada; apenas encontrei matérias de um ano atrás, com exceção da própria Globo e do ministério do Meio Ambiente. A primeira delas, datada de 27 de outubro de 2006, quando tucanos acusavam Lula de querer privatizar a Amazônia e a resposta da coligação "A Força do Povo", que apoiava a reeleição de Lula, informando que entrara com recurso na Justiça Eleitoral contra o candidato Geraldo Alckmin por veicular no programa eleitoral "informações falsas sobre a política do governo Lula para a Amazônia".
Segundo documento daquela coligação lulo-petista, a afirmação era "uma mentira deslavada. Na verdade, a lei 11.284, criada pela União, possui um conjunto de instrumentos que vão possibilitar a gestão das florestas públicas. Ao contrário do que afirma o candidato tucano, ela foi criada para combater a privatização e o desmatamento da Amazônia e de todas as florestas públicas do Brasil".
Pois é, o jeito lulo-petista de governar trata as suas privatizações como concessões. Há vários anos foi assim em Ribeirão Preto, quando o então prefeito Antônio Palocci foi pioneiro em "conceder" telefônicas (ele "abriu o capital" da local Ceterp). Ou quando o Ministério da Educação (Mec) decidiu pela compra de vagas nas faculdades e universidades particulares (250 mil vagas pagas diretamente às instituições de ensino para garantir o ProUni). E, faz pouco mais de um mês, quando governo Lula lançou um pacote de "concessões" de rodovias federais. Mas ninguém imaginava que a idéia de "conceder" a Amazônia estivesse no seu bolso do colete, guardada desde a aprovação do seu projeto com direito a rolo-compressor no Congresso Nacional, acho até que Chico Mendes está se revirando onde quer que esteja.
Continuei a minha pesquisa pela Internet e trago os dois links, dos sites que trouxeram a notícia hoje, para que o leitor deste blog possa ler mais sobre a decisão do governo federal, que publicou ontem (14.11), na véspera do feriadão da Proclamação da República, o primeiro edital de licitação para privatização florestal na Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia – http://www.mma.gov.br/ascom/ultimas/index.cfm?id=3751 (site do ministério do Meio Ambiente, notícia intitulada "Sai primeiro edital para concessões na Amazônia") e http://jornalhoje.globo.com/JHoje/0,19125,VJS0-3076-20071115-310084,00.html (site da TV Globo / Telejornal Hoje, notícia intitulada "Privatização da Amazônia).
Curioso é o silêncio da mídia sobre o assunto, neste feriado. Curioso é o governo sempre rebater acusações de que age na prática para privatizar as florestas, enquanto o seu diretor geral do serviço florestal brasileiro, Tasso Azevedo, justifica que "víamos na Amazônia um processo de privatização à força, por meio da grilagem de terras, e que a decisão do governo Lula assegura que as florestas públicas no país vão continuar bens públicos, "não importa quem esteja explorando".
Creio que não houve, desta vez, qualquer cuidado com a reputação e à própria biografia da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), que se vê "impotente" ou incompetente para reforçar o Ibama, cujo papel é fiscalizar e vistoriar com eficiência o território ambiental brasileiro.
Quero ver a oposição e os aguerridos combatentes das privatizações de empresas públicas, não estratégicas, opinando sobre essa iniciativa verdadeiramente entreguista do nosso país.
Raul
Também assisti essa notíca-speed como uma pílula na Tv. Um drops e confesso que achei que estava viajando na maionese, que não era possível mais essa jogada de privar o povo brasileiro que pensa dos seus bens de raiz e de estimação. O lumpesinato aceita tudo o que vem do paizão.
Agora você vem a confirmar mais essa. Caracas! Pra que serve essa Ministra cara de formiga? Ela até que trouxe alguma esperança as ONGs histéricas e coniventes, ou pra lavagem ou pra esquentar a grana dos capitalistas pátrios e Associados extrangeiros. Não todas, é claro, mas como
me tiraram da área e você sabe, desconheço as atuais, que
levam com dignidade, ações claras a questão ambiental no
Brasil. PQP, que fazer? Esperar não é saber…o rei Midas
et caterva está/ão no poder autocrático. Já venderam até o futebol…Esta Terra brasylis está no balcão do business
global em ritmo de “relaxa e goza”, o funk… do Minstério
da Privatização das belezas naturais…leia-se a Nova Hong
Kong ou os turistas vem pra cá por causa das praias? Isso
é mais barato pra eles,noutros países,os quais também são abundantes e desbundantes em exotismos & afins,mais perto.
Quando “nos” unimos à Argentina e ao Uruguai, sob o mando do Royal Bank of London SA.pra liqüidar o povo paraguaio, que à época nada devia ao capitalismo global e era um exemplo perigoso de Autonomia Econômica para a América do Sul. Será que los indios (que sobraram) não rogaram praga?
“Yo no creo en las brujas, pero en los brujos y Cias. si!”
Hoje é ponto facultativo, logo…dia de reflexão: Para onde estamos indo? Ou, porque paramos para ver passar o trem da História ou o avião da esquadrilha da fumaça-fogo?
Ivan Alvim
Em minha humilde opinião, a primeira coisa a fazer seria entrar na justiça (com j minúsculo, mesmo) pedindo reparação por perdas e danos contra a coligação que tentou processar o Alckmin, rs.
O que Lula muitas vezes faz é continuar a política entreguista do FFHH, Alckmin ( vide privatização da transmissão de energia elétrica paulista para um empresa da Colômbia, país famoso por exportar café e derivados de coca…), e outros tucanos de alta plumagem. Não vamos nos esquecer, e isso serve para históricos e neo-tucanos, que foi FFHH quem entregou a base de Alcântara no Maranhão, p/ os Eua qdo. o mesmo era presidente. Na época de FFHH generais já reclamavam que a Amazônia estava invadida por grupos estrangeiros travestidos de envangelizadores que simplesmente ocupavam espaços territoriais imensos na nossa amada Amazônia. Patch Adams, famoso médico norte-americano que questiona inclusive a “democracia” do seu país, já falou sobre isso. Eu sou crítico das privatizações tucanas com embasamento, assim como os demais críticos que sabem ter sido entregue gratuitamente nosso patrimônio público com a desculpa da “Modernidade”. Quem quiser pesquisar, verá uma nota no jornal O Estado de São Paulo, primeira página, logo no início do governo FFHH, onde a mesma afirma que p/ o Banco Mundial renovar o empréstimo ao Brasil, o então presidente eleito teria que privatizar estatais e aumentar as tarifas públicas. Está lá no jornal, é só procurar. E o sr. FFHH concordou com isso. É óbvio que se essa notícia sobre a privatização da Amazônia proceder, deverá ser criticada com fervor e acredito que todos os críticos das privatizações desastrosas de FFHH farão isso. Mas como disse no início, Lula repete o que os tucanos fizeram, infelizmente, pois a Amazônia há tempos está invadida por estrangeiros ávidos por lucros, como bem disse um general ainda no governo FFHH e também por empresas nacionais e muitos políticos daqui que têm negócios na região norte do País. Vamos combater sempre todo o tipo de enterguismo, seja lá qual partido esteja no poder. Infelizmente Lula segue a mesma cartilha. É isso! Abs.
PS: parabéns por este espaço de debates democráticos, Raul. A discussão sobre políticas nacionais e geopolíticas, só enriquecem as consciências e provocam as necessárias ponderações sobre a vida neste planeta, neste País. Abs.
PS 2: Energia elétrica, águas e esgotos, são áreas estratégicas e básicas p/ a permanência humana neste planeta, caro Raul. Sei que vc. sabe disso. Abs.
Raul, acho que é maledicência. O projeto é a exploração sustentável, com aproveitamento máximo em uma área restrita do todo de cada empresa – uma maneira de preservar. Vamos e venhamos, não é bem assim. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Ao se falar de privatizações, o amigo precisa pedir licença, pois acompanhou os pródigos em todo seu explendor privatizante a troco de banana. Inclusive da telefonia, que multiplicou seus custos e serviu ao projeto neoliberal de salvação do capitalismo global com a maximização dos lucros nos países dependentes e condenados a enxugarem seus custos para sustentar a farra.