Esse título lhe cai bem? Pois é, para mim em termos, apesar dos números da economia brasileira continuarem muito bons, dos programas sociais atenderem às parcelas de mais pobres em grande escala, dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC’s continuarem lentos, dos bancos duplicarem lucros e do Congresso Nacional… Bom, o Congresso Nacional cumpre o seu papel em busca do esclarecimento do que não é transparente, ora com a CPI dos R$ 32 bilhões de verbas públicas para as ONG’s (estagnadíssima!!!!), ora com os ensaios (chantagens!!!!) para uma investigação do mau uso dos cartões corporativos dos funcionários de todos os escalões do governo Lula.
Refleti um pouco mais neste final de semana, se a constatação dos números favoráveis dos principais índices para a sobrevivência do povo não deveriam decidir uma agenda política mais propositiva para o país. Desde 2004, quando estourou o escândalo do mensalão e os seus limitados esclarecimentos à sociedade (de onde veio o dinheiro para o Banco Rural, para a cueca, para as malas de comprar dossiês contra tucanos????), há uma casta social que parece ignorar os discursos inflamados e que silenciosamente decide os rumos do Brasil por meio do voto nas eleições. Em 2006, por exemplo, apesar dos pesares, Lula foi reeleito juntamente com muitos dos seus aliados que haviam renunciado no meio das turbulências políticas. Será que isso, por si só, significou uma anistia e um alerta para buscar uma outra agenda, porque essa não tem importância?
O povo brasileiro não é amoral e tampouco aético, por isso mesmo desacredito naqueles que forçam a interpretação que a sem-vergonhice é tamanha (político é farinha do mesmo saco????) que todos acham normais esses comportamentos e ações de corrupção, roubalheira e usufruto do dinheiro público. Realmente, nunca antes na história deste país a Polícia Federal agiu tanto, porque se me recordo nunca antes houve tantos desvios de conduta para lhe dar esse trabalho de hoje. No entanto, o outro lado deste Brasil que mancha a imagem interna e externa, no rol dos mais corruptos, concentra esperança de dias cada vez melhores. Há urgências que não querem calar, na educação, para consolidar a formação das nossas crianças e jovens para se ter uma geração futura aproveitando todas as oportunidades; na saúde, com os recursos e atendimento de Primeiro Mundo no SUS; na segurança, com maiores investimentos na infra-estrutura urbana e no emprego, que diminuem o estímulo e o próprio medo à violência.
2008 finalmente começou logo após o Carnaval, com um rol de expectativas, renovadas inclusive. Fará bem à saúde moral esclarecer as maracutaias (de qualquer origem e tempo na história, se for o caso!!!!), mas, paralelamente é preciso ter governo e rumo, se consigo me fazer entender!
Discordo Raul. O Brasil, não vai bem. Prova disto são as situações vexatórias tão amplamente divulgadas nos últimos tempos. Realmente “nunca antes na história deste país” vimos esta doença chamada DESONESTIDADE campear tanto o seio da nossa sociedade.
Prova disto é que culturalmente somos todos espertos, aprendemos a levar vantagem, bem antes da propaganda do Gerson. Nossas raízes dão prova disto em diferentes momentos históricos. Acredito que atualmente o maior mal encontrado no mundo político é o FORO PRIVILEGIADO, previsto na Constituição Federal. Estabelece que agentes políticos sejam processados diretamente perante um Tribunal e não perante os juízos de primeiro grau – como todo mortal brasileiro.
O Presidente da República, o Procurador-Geral da República, os Senadores e os Deputados Federais devem ser processados perante o Supremo Tribunal Federal; os Governadores perante o Superior Tribunal de Justiça e finalmente os Deputados Estaduais, Secretários de Estado, Prefeitos e outras autoridades processadas perante o Tribunal de Justiça do estado onde exercem suas funções.
Basta executarmos uma pesquisa para constatar que inúmeros políticos nas mais variadas esferas do poder respondem e se ESCONDEM atrás deste verdadeiro manto. Deveriam responder pelos seus atos (muitos deles verdadeiros crimes), como todo o resto do povo – inclusive para fazer jus ao princípio da isonomia. As exceções devem existir, mas somente, em casos realmente extraordinários e não com a abrangência de hoje.
Lamentavelmente, a aprovação da Lei nº 10.628 de 24 de dezembro de 2002 e a revogação da súmula 394, parágrafo lº do STF, vieram a colaborar com o aumento desta proteção e ocorreram no apagar das luzes do Governo FHC. Esta situação exige uma reavaliação da postura jurídica com rápida alteração para que a situação seja contida e não venha a crescer com o passar dos anos.
Por falar em crianças, me lembrei que quando era uma delas, nas palestras dadas na escola e nas aulas de educação moral e cívica vivia ouvindo a frase: “Vocês, crianças são o futuro deste país” (qual de nos não ouviu esta frase). Pois bem, será que todos nos estamos fazendo a nossa parte? Será que realmente estamos agindo? Será que não estamos fugindo da nossa responsabilidade?
Ernesto Donizete da Silva
PSDB/SANTOS
Caro Raul.
Analisando seus comentários, me chama atenção a frase onde você discorre sobre a eleição de 2006 como talves ter significado uma anistia e um alerta para buscarmos nova agenda.
Anistia acredito que não houve, pois mesmo que se tenha uma parte do povo que goste de levar vantagem, há também uma outra parte que gosta da coisa da forma correta e esta parte acredito ser maior. Nossos representantes eleitos em 2006 foram 1 Presidente, 27 Governadores, 27 Senadores, 513 Deputados Federais, Centenas de Deputados Estaduais e Alguns Distritais de forma que deste total creio que apenas uma parte está envolvida em escandalos e indícios de irregularidades, sendo a maior parte pessoas que buscam fazer o melhor para a sociedade.
Quanto a buscarmos nova agenda, isto sim creio ser necessário.
Temos que mudar o discurso e partirmos para uma agenda mais propositiva sim.
Sairmos da retaguarda e da defensiva e mesmo quando partirmos para o ataque trilharmos caminhos diferentes do simples ataque a falta de ética, honestidade e verdade do lulopetismo, mas mostrarmos sim que eles não são o baluarte da ética e que nós somos diferentes, que político não é tudo farinha do mesmo saco e que precisamos de governos (federal, estaduais e municipais) e rumos, pois, caso contrário o futuro estará altamente comprometido.
Saudações Tucanas
É verdade, também quando criança, na escola os professores diziam para nós que eramos o futuro do Brasil, e infelismente é difícil acreditar que esse País venha a ter um futuro algum dia.
Com relação aos senadores e deputados federais (em letra minúscula foi proposital), ficam discutindo quem nasceu primeiro: se o ôvo ou a galinha. é CPI prá láó, é CPI prá cá e nada fazem em benefício da Nação.
Criticam o governo, mais não apresentam alternativas e nem projetos. É só balela e discursos e mais discursos vazios.
Não foi a criação de algumas leis que favoreceram os corruptos e sim a falta de punição, fizeram que cada vez mais esses mau feitores se aperfeiçoassem na criminalidade. Sim porque corrupição é crime ediondo e nada acontece com esses pilantras.
No caso da Polícia Federal, há muito jogo de cena e holofotes, porque prendem num dia e soltam no outro, na maioria dos casos.
Acho que a oposição seria mais útil ao povo brasileiro, se apresentasssem projetos e votassem, ao invés de só atacar o governo, mesmo porque a mais de cinco anos que nada acontece de fato. Nem de um lado e nem do outro.
Raul, eu gostaria que você comentasse sobre as grosserias do presidente, suas características violentas que estão contaminando o povo e, também, sobre a pesquisa do Instituto Gallup.