Impossível alguém querer desafiar a contaminação pelo COVID-19 e não fazer a sua parte, como recomendam os responsáveis pela saúde – pública e privada – e governos em todas as suas esferas. O cidadão fica mercê de se infectar e se torna hospedeiro e propagador da doença para os seus próximos. Ninguém pode ter autonomia, se há um protocolo sendo cumprido.
Há mais de 270 mil mortos só no Brasil, e a cada flexibilizada reclamada por setores que estão prejudicados e atendida por governantes populistas, uma nova onda de mortes acontece; assim foi durante as eleições municipais do ano passado, pós-festas de fim de ano, feriados (especialmente os prolongados), carnaval, volta presencial às escolas e torcidas nas portas de estádios de futebol. Sem contar as festas clandestinas, pancadões etc.
Hoje a questão não está mais associada ao estrangulamento de vagas em UTIs, mas principalmente pela demora na oferta e aplicação das vacinas e pelo número insuficiente de equipes médicas. Somos sobreviventes, apesar da omissão ou da falta de ação de quem tem autoridade com o assunto.
O mundo está falindo economicamente, porque a estratégia mais correta é salvar vidas, para depois ter movimento no mercado que hoje está na penúria. Quem não morreu ou não perdeu vidas nessa pandemia está em vantagem. Embora essa vitória da vida não seja comemorada pelos vivos.
Defender os protocolos, com a higiene pessoal, uso de máscaras e evitar sair de casa ou se aglomerar com outras pessoas, não é demagogia. Mas qualquer outra atitude, sim! E a demagogia mata há muito mais tempo que nesse último ano de sujeição ao coronavírus. Governos demagogos, populistas, negacionistas ou que se norteiam pela disseminação de fake news, vem sendo chamados assertivamente de genocidas.
Todo dia há a necessidade de uma correção de rotas sobre os protocolos, porque se não bastasse a atuação silenciosa e cruel desse novo coronavírus na saúde das pessoas, percebe-se uma rebelação de algumas próprias autoridades. O que é inconcebível.
Aos governos, que regulam as fases e controles do direito de ir e vir, cabem mesmo definir compensações aos mais pobres e desempregados, não só com ajudas financeiras do orçamento público, mas criando condições essenciais para a sua autonomia, com os setores produtivos, do empreendedorismo e do comércio em geral, pela manutenção dos empregos.
Não aceito o argumento fácil de que os defensores da vida não se importam com a morte da economia. Como já ressaltei aqui, como pensar no mercado se não houver vidas para consumir os produtos e serviços? Ora, a radicalização das medidas sanitárias, constituem no mínimo que se espera para a vitória final. O sistema de saúde no Brasil e no mundo exauriu.
Sem dicotomia entre economia e saúde. Mas há setores que precisam urgentemente de um freio de arrumação. Refiro-me aos lucros bancários, um dos setores que posam de santos, com discursos bonitos e beneméritos de migalhas, e continuam cobrando mais taxas e juros nas contas, cheques especiais, cartões de crédito, ao invés de oferecerem linhas de crédito aos bons pagadores, financiarem folhas de pagamentos das empresas.
Não é possível, em estado de guerra, ver agirem como sempre e como se houvesse amanhã só para eles! Somos todos por todos contra o COVID-19.
Muito bom artigo.
Uma guerra difícil . Precisamos mudar o jogo rápido e deixar todos do mesmo lado contra o inimigo comum.
Seu artigo destrincha bem o momento. A ciência já mostrou as armas, mas vencer as batalhas diárias depende do bom senso e empatia. É por conta disso que a guerra fica mais difícil e muitos tombam antes mesmo de alcançar as trincheiras.
Há ações que dependem de nós, e outras não. No que depender de nós: não baixe a guarda! Sua dica é valiosa.
Gostei. Muito bom.
Perfeita análise Raul Christiano . Tá na hora do setor bancário parar de pensar apenas nos seus lucros astronômicos.
Voto com o relator ???
Assino embaixo!
Excelente. As restrições estão, infelizmente, ligadas a rapidez do contagio que desembocam na necessidade de leitos especializados de UTI e que estão às vésperas do esgotamento pela falta de pessoal especializado para mante-los em funcionamento, e como vc bem frisou em decorrência da falta de estratégia na logística de compra das vacinas. Os noticiários de hoje mostram que o Brasil curvou-se às ordens de Trump de não comprar a Sputinik. Cada vez mais fica claro a inépcia e incuria desse governo central.
Perfeito!