Está virando moda a determinação do toque de recolher para as crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade. Três cidades do Interior de São Paulo já adotaram essa medida, que é interpretada como um gesto de proteção, dado o risco e o envolvimento deles em casos de furtos, consumo de álcool e drogas, prostituição e lesões por violência de toda ordem. Mas essa questão divide opiniões, num momento em que é fundamental às três esferas de governo pautar logo a necessidade de reverter o passivo da falta de políticas públicas para a infância e a juventude. O debate ensejará duas instituições essenciais para se obter as melhores respostas e soluções – a família e a educação.
Quando era adolescente, nos anos sessenta, em Brotas, por volta das 21h00, havia o temor de ser abordado pelo juiz de menores, que circulava pelas ruas da cidade com seu carro pessoal. Nem todos contávamos com aparelhos de televisão em casa e nos sujeitávamos ao expediente dos botequins que os mantinham como chamariz. O risco nessa época era o de falar alto demais e ser expulso do recinto pelos donos dos bares ou então habituar com aquele ambiente de álcool e jogatina. Nem bem assistia à telenovela das oito e logo corríamos para casa com medo de ser pego e até preso.
Sem dúvida os riscos eram bem menores, incomparáveis com os dias de hoje. Não havia o Estatuto da Criança e do Adolescente, que nas suas primeiras linhas decreta que a família, a sociedade e o poder público devem garantir uma infância e juventude sadias. Em Fernandópolis, por exemplo, uma das primeiras cidades a adotar o toque de recolher (em agosto de 2005), houve uma redução de 80% nos atos infracionais e 82% das reclamações do Conselho Tutelar.
Na mesma direção de Fernandópolis, os municípios de Ilha Solteira e de Itapura também praticam essa política e se tornaram alvo de interesse de outros lugares, que buscam o mesmo atalho ao invés de gerar um movimento educativo com debates sobre as carências de oportunidades para os filhos menores. A autoridade exercida apenas pela ação policial, sem uma motivação da família para acompanhar os passos dos filhos nos momentos das suas principais movimentações, não educa e portanto não muda comportamentos.
É possível que nesse debate surjam propostas de regras mais rígidas, à exemplo das leis seca e antifumo. Nenhuma, contudo, pode determinar que a juventude fique ilhada nos quartos e submissas ao contato virtual com a realidade – computadores, internet, jogos. A própria adequação dos curriculuns escolares à compreensão do mundo e da convivência harmônica numa sociedade tão competitiva servirá para construir cidadãos que não repetirão os mesmos erros de nossas gerações de dirigentes.
Vamos refletir sobre o tema, antes que vire uma regra geral e o principal – a garantia de uma qualidade de vida melhor para todos – continue esquecido para ver tudo como caso de polícia … O primeiro impulso é saber qual a sensação de cada um, imaginando que o filho está desacompanhado de um diálogo mais frequente, uma orientação para a vida !
sera que resolve???????????????????
Caro Raul!
Voce lembrou bem o tempo de sua infância, os medos e exposições, que não foi muito diferente da minha, exceto que eu estava aqui na região metropolitana, mais precisamente na cidade de Cubatão. Naquele tempo nós tínhamos também este “toque de recolhher”, a diferença é que era dado pela própria família constituída e sedimentada e que tinha olhos postos nas suas crias. Na cidade de Cubatão, eu creio que nas demais da região também tinham os juizados de menores que hoje são representados pelos Conselheiros Tutelares (remuerados) e havia também uma prerrogativa que favorecia o então “menor de idade” por estar fora de casa após as 22 horas, que era o fato de estar vindo de uma sala de aula, regular ou extra curricular, ou seja, estar envolvido em algo que além de capacitá-lo, informá-lo, trazia embutido em seu bojo a educação. Era normal também que a criança e adoslecente encontrada na rua fora de hora fosse acompanhada pelo juizado até a sua residência e entregue aos pais ou resposáveis, que recebia esta ação com gratidão e alívio por um de sua prole estar acompanhado de autoridade responsável e respeitada, logo, em segurança. É fato também, que a família tinha um papel muito importante junto à comunidade e a sociedade e fazia jus a isto, no entanto hoje o que vemos é quando uma criança ou adolescente é apanhado em algum ato infracional por mais leve que seja, se for levado aos pais ou rsponsáveis, pela autoridade, é capaz que estes o agridam por entender que tem “posse” sobre sua prole e que a autoridade por mais que esteja imbuída de boa fé não pode e nem deve interferir em sua “família”, procurando descaracterizar o erro do filho(a) e a frizar a “inoperância” da autoridade. É também de se considerar, que temos “autoridades” que não são nem cidadãos, menos ainda pais e que portando, não deveriam estar investido de qualquer autoridade, mas estão porque de forma democrática foram eleitos pelo povo que choram suas perdas. Entendo que este tipo de ações não deveriam estar se tornando normais, naturais, mas na vida privada, assim como na política, quando há uma lacuna deixada por algo ou alguém ou qualquer segmento, esta é ocupada de alguma forma, e é assim que estão agindo os órgãos repressores de nosso estado. Gostaria que não fose desta forma, mas como bem o dissestes a família e a educação é quem deve assumir este papel, e estão sendo omissas, até porque é comum a família entender que a escola é quem deve fazer o papel de educar e a escola por sua vez, que não em esta obrigatoridade, devolve com propiedade, esta função a quem de direito, e então, pergunto: Via de regra, a família tem de fato exercido seu papel?
Um abraço companheiro,
Edson Paixão.
Caro Raul,
…É uma discussão para mais de metro, como se diz popularmente. É óbvio que há a questão da desigualdade social que faz com que jovens na idade de trabalhar não tenham emprego, ensino público decente, acesso a cultura e lazer, etc. Somos do tempo que não era vergonha trabalhar durante o dia e estudar à noite, ninguém se sentia inferior por isso. Mesmo nas famílias de classe média os jovens começavam a trabalhar desde cedo, ainda na adolescência e nas mais baixas era absolutamente normal trabalhar, ir à escola à noite e durmir cedo. Hoje infelizmente os pais preferem passar privações do que colocar os filhos p/ trabalhar, ainda que apenas por meio período. Soma-se a isto o fato da mídia capitalista consumista incutir nos jovens a “necessidade” de ter I Pod, celular da última geração, tênis da moda ( e caríssimo…), etc., etc., etc. Diante deste quadro, do acesso nos dias de hoje hiper facilitado as drogas de todo o tipo, é fundamental sim que os juízes instituem horários para que os menores de idade se recolham aos seus lares sob os olhos dos seus familiares, até que que todo o contexto social seja equacionado, algo que infelizmente levará décadas, pelo andar da carruagem.
Regras são fundamentais em todas as áreas e cabe ao poder público muitas vezes criá-las, já que as famílias têm falhado neste quesito. Ao contrário do que se diz, medidas disciplinares não ferem o direito individual das pessoas, vide países europeus desenvolvidos. É isso, abs.
Certo ou não, resolvendo ou não, o fato é que o estado de coisas que está levando as autoridades a adotarem o toque de recolher, em minha opinião, é consequência direta da falta de educação dentro de casa. E as coisas só tendem a piorar.
Ai é que mora o perigo, proibir dos jovens adolecentes de terem uma vida ativa não importa se de dia ou de noite.
Esse tipo de atitude de alguns governantes, não contribui para diminuir a violência, pelo menos na cidade de Santos, onde resido a 43 anos não funcionará,até porque vemos constantemente jovens usando drogas em plena luz do dia, na praia, no centro e na periferia, sendo assim, os mesmos teriam que viver em cárcere privado.
O que falta realmente, são os pais deixarem de ser ultra prá frente e educar com responsabilidade pois, não bastam serem pais, mas terem a obrigação de orientar seus filhos,
a se levantar do assento de um coletivo para dar o assento aos mais velhos, e isso era praxe na minha infância. Um pequeno ato de demostrar que tem educação.
Os governantes tomarem vergonha na cara e deixar de lezar o herário público, e aplica-los em benefício da população.
Agora, um País que na sua maioria os polítiocos são corruptos, sem falar de outras desqualidades desses salafrálios.
E os jovens é que vão ter que ficar com o ônus das mazelas por esse brasil afora, e por pai-aços que só sabem gerar filhos sem nenhuma competência nem mesmo de ter cido um filho educado.
Sim porque educação vem de casa, e quem não a tem é porque:
ou mora na rua ou são órfãos de pais vivos.
Raulzito, meu amigo, vc está mexendo em um (oportuno) vespeiro. Faltam políticas públicas para o jovem? Certamente! Isso é indiscutível! Mas acredito que de muito pouco vai adiantar que iniciativas nesse sentido sejam colocadas em prática se, antes de qualquer providência, nao repensarmos a família, que hoje se apoia em valores equivocados e se apresenta omissa em situações que só a ela competem. POdemos ter as melhores políticas públicas, equipamentos que atraiam os jovens para um lazer saudável e debates pertinentes. Mas quanto será que os nossos jovens estão preparados para lidar com esse tipo de proposta? Quais modelos eles têm em casa? Quais valores estão sendo passados? Que espaço de diálogo e de reconhecimento de autoridade essa moçada tem dentro do lar? Com que profundidade e amor pais e filhos tem-se encontrado para olharem juntos o amanhã, por mais diversos que sejam os caminhos da juventude e da maturidade deos pais? Se esta base for sólida e genuína, o jovem não precisará do toque de recolher pois saberá fazer a sua hora de lazer e de sociabilidade, afastando-se naturalmente das confusões de todo tipo, das más companhias e dos nefastos caminhos sem volta.
Não tô entendendo!?…, para escolherem líderes políticos(votar), os adolescentes c/ 16 anos poooooooodem… mas p/ outras são apenas crianças e incapazes, portanto… não poooooodem!?… Quanta hipocresia heim…
Só podia ser tucano,tão gentalha como os petralhas.Que leve os ‘dimenores’ pra farra na sua rua.Hipócrita!
Depois das 22h só fica na rua ou aberto
vigilante noturno,polícia e farmácia de plantão.
Quem fez os filhos que os aguente em casa,seja ela palacete ou mansão.Botam os filhos na rua porque não os querem perto,porque enchem o saco, então mandam encher dos outros…
Até condomínio tem horário de silêncio.Cada vez mais difícil de ser cobrado,graças aos manés que ficam vendo futebol,BBB, novelas e não suportam os filhos por perto.
Quem foi o idota que inventou que balada tem de ser á noite?são vampiros?
Que se divirtam durante o dia!quer beber e ouvir som? que faça em casa,sem pertubar quem trabalha,estuda,descansa pelo dia de trabalho.
Por causa de rafuagem assim que bairros familiares como a Vila Madalena, em Sampa, virou aquele bodel, aquela filial do inferno de Dante.
Hummmmm.Não seria má ideia…mandar as bagaças noturnas todas pra sua rua.Protegidos pelo ECA nem vai poder chamar a polícia.
A ver.
Lógico que concordo com o toque de recolher, hoje em dia com tanta informação, tanta flexibilidade social, os pais se vêem de braços atados frente a educação que a cada dia se torna muito difícil, se punir um filho com autoridade, proibindo isso ou aquilo e na ocasião manter uma linha educacional moderada é impossível, já que a sociedade “”” amigos dos seus filhos””” tem peso na formação do caráter dos nossos filhos
Americo
http://www.proterra.com.br
Infelizmente o consumo desenfreado de bebidas alcoólicas começa em muitas famílias antes dos 18 anos dos filhos.A formação de nossos filhos começam em casa.A falta de crer em algo maior e a liberdade excessiva nos leva a essa situação caótica.Não existem regras e nem limites.Existem lares q teriam q ter uma placa na entrada:”Proibida a entrada de menores de 18 anos”…