Todas as mídias estampam cenas de homens saqueando os escombros dos prédios que desabaram no Rio de Janeiro. Pouco antes, a preocupação das agências de viagens estava circunscrita à competência da engenharia nacional, em relação às obras dos estádios em construção para a Copa do Mundo de 2014 e também para os Jogos Olímpicos de 2016.
Nada a ver esse acidente atual com o futuro da infraestrutura nacional. Aliás, nem vejo os conselhos profissionais de engenheiros e arquitetos, exigindo mais respeito com eles. E os setores responsáveis estão se posicionando com culpa, porque não respondem também com uma postura mais firme em relação à segurança das nossas opções e resultados técnicos. O Brasil precisa logo dizer que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra…
Vou me ater ao “garimpo” informal e desorientado sobre a responsabilidade da guarda de lembranças e valores mimetizados com corpos. Os números do IBGE e as pesquisas do IPEA revelam um país em pleno resgate da sua dívida social, mas essas cenas reproduzem miséria de caráter e de responsabilidade do Estado.
Aonde vamos parar, se o rei não responde a esse Brasil corrupto em muitas faces?
Essas cenas simbolizam a luta pela sobrevivência ou apenas o retrato de um país acostumado em não ter limites mínimos de dignidade? Chega de jeitinho brasileiro e de interpretar os acontecimentos como coisas naturais do nosso país.
Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima? Vista-se, Brasil, de mais dignidade e de respeito!