A indefinição sobre a candidatura própria do PSDB para a prefeitura de São Paulo ajuda, mas não é fundamental para o partido perder musculatura eleitoral. Com a notícia do apoio do PMDB à reeleição de Gilberto Kassab (DEM), inclusive com o oferecimento de um vice na sua chapa, é importante e já foi desdenhada pelo PSDB, que em São Paulo faz uma associação imediata de uma aliança com o Orestes Quércia, em litígio com o tucanato há 22 anos. De que adianta querer um projeto nacional, com a reconquista da presidência da República, se há um quê provinciano nessa perspectiva de aliança ?
O PMDB é maior do que o Quércia. Quem não se recorda da sua posição eleitoral em 2002, quando o partido, pela sua direção nacional, compunha com o PSDB na vice de José Serra, e ele apoiou isoladamente a candidatura de Lula ? (Ele também alimenta dificuldades de relacionamento com os tucanos). E quem já esqueceu 2006, quando o próprio Quércia concorreu ao governo do Estado, porque setores do PSDB rejeitavam uma aliança regional, com a oferta de uma vaga ao peemedebista para o Senado ?
Poucos recordam, contudo, que em 1990 o então senador Mário Covas liderava com folga as pesquisas eleitorais para o governo do Estado, mas ficou em terceiro, atrás de Paulo Maluf (PDS) e Luiz Antonio Fleury (candidato de Quércia, no PMDB). Muitos vão se lembrar do movimento "Maluf nunca mais" e do apoio do PSDB ao candidato de Quércia, naquele segundo turno das eleições.
Não há nada de complexo nesse cenário. O PMDB não serve para uma aliança na Capital, mas em Santos não tem problema ? Para quem enxerga a política com a perspectiva de um sistema parlamentarista, a estrutura partidária deve ser considerada mais importante que os seus personagens e líderes. Há apenas um PMDB no Brasil, embora o privilégio de correntes políticas divergentes não seja apenas desse partido.
O movimento do PMDB para junto de um partido aliado do PSDB, o DEM, deve ser encarado como uma vitória contra os seus principais adversários, o PT e o governo Lula, que não foram capazes de mantê-los no projeto de tentar resgatar a prefeitura de São Paulo da coligação PSDB-DEM. Esse lado fica reforçado, independente de candidaturas solteiras. Vale comemorar que a candidatura de Marta Suplicy, líder atual na corrida de 2008, teve o seu primeiro tropeço.
Antes de produzirem milhares de correntes reacionárias à essa aliança importante por São Paulo, penso que o melhor é manter o espírito de unidade, para caminhar num mesmo sentido, sem precipitações e sem verbalizar coisas impensadas para não se arrepender depois !
Raul,
Este espírito de unidade é o que falta ao nosso partido! Não verbalizarei o que penso (conforme conselho seu)! Mas peço atenção aos nossos dirigentes sobre o que está acontecendo na Capital, porque irá com certeza refletir nos demais municípios do Estado.
Abraços.
M.Emilia
Lendo seu comentário, uma fraze me chama a atenção.” Vale comemorar que a candidatura de Marta Sulicy, teve seu primeiro tropeço”.É isto que restou ao PSDB paulistano, comemorar a perda do apoio do Quércia a candidatura da Marta? Meu Deus, entregar de mão beijada a maior cidade da AL p/ o ex-secretário do Pitta e a corja do Quércia, e ficar esperando apoio p/ o Serra em 2010, é coisa de partido de aluguel. Que saudades do Dr. Ulisses e do grande Covas. Bruno Covas ainda tenho esperança que vc não se venda como os líderes tucanos de nossa cidade, e seja candidato em Santos.
Caro Raul,
Gostei do seu texto sobretudo quando escreves sobre a “perspectiva parlamentarista” da política.
Muitos batem no peito que são parlamentaristas. Poucos são de fato.
Na perspectiva parlamentarista a união entre partidos e bancadas é fundamental para se obter maioria no palrlamento ou para obter a maioria de suas cadeiras.
Nesse sentido o DEM está sendo mais hábil em agregar varios outros partidos que, gostemos ou não, representam parcela da sociedade.
União faz a força, não é? O PSDB não pode pensar que ganhará tudo sozinho sempre… Aliás…sempre que pensamos assim a derrota é certa.
União faz a força!
http://www.tucanojovem.wordpress.com
JOSE RUBENS DOMINGUES FILHO
Presidente Municipal da JPSDB de SP
Eu vejo os ventos favoráveis ao Dr. Geraldo. Quércia ao lado do Kassab, que bom se o Maluf fechar com a Marta. Vai ser melzinho na chupeta.
Raul,
Sua análise, retratada no texto, demonstra a necessidade de enxergarmos os partidos acima das pessoas. Não podemos repudiar o PMDB por causa de Orestes Quércia. Temos um bom exemplo em Santos, onde o prefeito Papa (PMDB) vem realizando um grande governo, sendo cortejado por inúmeros partidos que pretendem fazer parte de sua coligação.
Entretanto, no caso da capital, a aliança foi realizada diretamente por Orestes Quércia. Não consigo imaginar PSDB e Quércia governando juntos a maior cidade do Brasil. Para o bem de São Paulo o PSDB deve lançar imediatamente o nome do Dr. Geraldo Alckmin a prefeitura.
Se a candidata Marta perdeu uma batalha com a aliança DEM-PMDB, tenho certeza que PT, DEM, PMDB e outros partidos irão perder a guerra no momento em que o PSDB, resgatando suas origens, lançar a candidatura do futuro prefeito de São Paulo.
Raul.
Quem não se lembra da aliança PFL e PT na eleição da mesa da Assembléia Legislativa, ali tinha fumaça, o resultado
nos sabemos.
Agora mais do nunca o PSDB, precisa lançar candidatura
própria a Prefeitura de São Paulo, vamos vencer.Temos o melhor candidato Geraldo Alckmin.
Chesco
Alô Raul. Forte abraço. Quer dizer que o PMDB é um só? Desculpe, mas não concordo. Aliás penso que o apoio de Quercia a Kassab só tem reflexo quanto ao tempo de tv. A disputa será mesmo entre Marta e Alckmin. A menos que “forças ocultas” boicotem a candidatura do ex-governador.
Uma aliança pode ser um perigo e uma pedra de tropeço para um partido como o psdb. O ideal é sair sozinho, ainda que com mais dificuldade para chegar lá.
Vestir a camisa do PSDB. Respeitar a brilhante entidade política chamada PSDB. Respeitar os grandes nomes que fizeram e fazem parte do PSDB. Respeitar o passado histórico do PSDB e suas consequências benéficas ao Brasil. Respeitar as lutas, conquistas e vitórias do PSDB.
Não esquecer NUNCA que o PSDB nasceu da coragem de romper com a mesmice da política brasileira. Não esquecer que nossas lutas sempre foram a favor do povo e ao povo devemos sempre respeito.
Para os militantes de partidos é compreensível uma certa dose de fanatismo a ideais que nem sempre funcionam.
O que está acontecendo na capital paulista, seja lá quem for o protagonista, deve-se ter a humildade e a grandeza para reconhecer que se trata de uma jogada de mestre. Seu autor é simplesmente um gênio, e somente um conseguiria desmontar as armadilhas que já estão preparadas contra o estado de São Paulo, com a visível conivência de políticos paulistas.
Desculpem-me, mas o povo brasileiro que não se respeita e delira com qualquer discurso medíocre, não entende nada de honra e princípios. Quem chega ao poder é que determina o padrão de comportamento que servirá de exemplo para esse povo. E, no momento, não é dos melhores.
Somente quem chega lá pode tentar contribuir para a mundança de mentalidade de nossa população.
Por isso, se alguém tem alguma chance de vitória nas próximas eleições, nada mais coerente do que apoiar aquele que demonstra mais habilidade nas negociações com os políticos que, como disse José Rubens, gostemos ou não, são legítimos representantes da sociedade.
Se o povo tem muito que aprender, a campanha não é o melhor momento para esse aprendizado. Os exemplos e ensinamentos serão transmitidos somente pelo vencedor.
Quem perde, infelizmente, cai no esquecimento.
Caro Raul, sinceramente não consigo encontar diferenças entre o PMDB de Santos com o de São Paulo e até mesmo os lobos que estão nessa legenda lá em Brasília. Não podemos esquecer que o Quércia não é um peso morto desta legenda, e que seu apoio ajudou o Lula ganhar as eleições, mesmo sendo o seu apoio isolado como voce mesmo descreve. O PSDB na minha opinião amarelou em Santos, e está prestes a amarelar em São Paulo. Fico imaginando o que ocorrerá para 2010. Será que teremos Aécio Neves com coligação PT-Lula-lá. Será dose para uma manada de elefantes!
Com todo o respeito e procurando manter o bom debate ao nível que este blog merece, é justamente a candidatura própria, correndo o risco de derrota, que pode favorecer a coligação Aécio – Lulalá em 2010.
Ceder como estratégia não é o mesmo que amarelar, como o partido deixou acontecer com José Serra e que desiludiu o “povo” do Brasil inteiro que contava com Serra como candidato em 2006. Isso sim favoreceu Lulalá, aqui e em todo lugar.
O PMDB se mantém como o “maior” partido do país, apoiando vencedores. E esse apoio do Quércia é um sinal que vai além dos interesses óbvios. Afinal, Deus escreve certo por linhas tortas.
Que bom que alguém do PSDB oferece este espaço para que as “Marias” e os “Josés” participem, sem a preocupação de seguir as determinações (ou teimosia) dos caciques, como falam.
Somente os tucanos acham que conseguiram romper com a mesmice da política brasileira. O povo não pensa assim quando acompanha os comentários sobre as armações de Aécio Neves ou sobre o puxa-saquismo de Arthur Virgílio, entre outros.
Unidade de um partido significa que todos se posicionem “contra” ou “a favor” aos fatos, sem conteporizações. Isso não é radicalismo, isso é o que as pessoas comuns têm como expectativa, algo que lhes garanta o mínimo de segurança de não estar trocando gato por lebre.
Amigo Raul; Aqui em Campinas, terra do novo "parceiro", ou melhor, onde o novo parceiro iniciou sua carreira politica como vereador e depois prefeito, ficamos todos estarrecidos com a noticia que dão conta de "companheiros" nossos foram buscar esse tipo de gente. O nosso querido Grama numa situação dessa diria que é o fim do mundo!
Raul, sem querer polemizar e polemizando, em 2006 o candidato Geraldo Alckimin era a bola da vez, como também em 2002 foi o José Serra, ambos não tiverão o apoio merecido dentro do Partido e portanto perderam para o PT-Lula-lá. Alguns esquecem que eleição é como nuvem, com tendências constantes. Pior do que não ganhar, é amarelar e não colocar o time em campo, nunca esse time terá uma torcida de fato. No campo da política, o partido que tem condições de desputar eleições como cabeça e opta pelo rabo, nunca terá militância e portanto cada vez mais terá menos votos nas urnas. Claro que eu não sei tudo, mais procuro conviver com as minhas convicções, com direito a erros e acertos. ]Me desculpem aos que são contrarios sobre minha opinião.Mais que o PSDB esta amarelando, isso está, se continuar assim o azul desaparecerá, deixando de fazer parte de suas cores. Abraços do seu sempre amigo, Machado
Esse momento é muito importante para a definição política municipal e suas consequências.
Parabéns a todos pelo nível do debate e pela qualidade das idéias.
Todos os questionamentos devem ser considerados, porém, a minha opinião é de alguém que está do lado de fora.
Por isso, eu gostaria de entender, se alguém puder me explicar eu agradeço, porquê esta estratégia conta-gotas do PSDB.
Para cada eleição, um candidato diferente, sempre começando na posição de largada, enquanto outros partidos lançam candidatos que já deram muitas voltas na pista.
A tendência dos demais é que uma liderança forte seja projetada até ser vitoriosa e ter sua importância reconhecida pela população.
No caso do PSDB, ninguém é valorizado como merece, vejam o caso do Fernando Henrique, que é aclamado no mundo inteiro e, no Brasil, o próprio partido aceita que qualquer um lhe desrespeite, principalmente os invejosos.
Parabéns ao grande intelectual Fernando Henrique!!!!!!!!
Interessante a discussão que se trava hoje no PSDB paulista e paulistano: apoiar o DEM ou lançar candidato próprio? Discutem como se o problema tivesse surgido agora. Bobagem. O problema surgiu quando o PSDB aceitou a imposição do PFL para ter o Kassab como candidato a vice-prefeito sabendo que, possivelmente, o Serra deixaria a Prefeitura nas eleições de 2006, fosse como candidato a presidente ou, como de fato foi, candidato a governador.
O PFL sempre foi um partido oportunista. Aliou-se ao PSDB somente quando sabia que venceríamos a eleição. Em 94 esteve com Mário Covas, assim como esteve em 98 e em 2002, dessa vez, com Geraldo Alckmin. Na capital, apoiou o Pitta em 96, contra o Serra que não era favorito. Em 2000, lançou candidato próprio porque o Geraldo também não apresentava, naquela época, possibilidade real de vitória. Em 2004, claro, esteve com o Serra, franco favorito na capital.
Enfim, o pior aconteceu. Embora o PSDB, com a popularidade recorde do Geraldo como governador e com um candidato recém saído de uma disputa nacional, em que venceu o Lula na capital, despontasse como grande favorito, cedeu à pressão do PFL. E pior: como muita gente argumentou na época, entregou de bandeja a Prefeitura pro Kassab criando um novo adversário potencial. O PFL nunca foi nada em SP. Deram “asas à cobra”. Agora, não adianta lamentar.
O mais impressionante é que o novo adversário, criado pelo próprio PSDB, tem o poder de dividir os tucanos de forma antes nunca vista. O partido tem, na capital, um candidato forte, favorito, tucano histórico, vice e sucessor do grande Mário Covas, e ainda tem gente defendendo as cores de “neo-malufistas” travestidos de DEMOCRATAS e apoiados, pasmem, pela grande mola propulsora do nascimento do PSDB: Orestes Quércia. Mesmo correndo o risco de parecer óbvio, tenho que dizer: é, no mínimo, cômico, pra não dizer trágico.
O paradoxo tucano é fantástico. Enquanto a Executiva Estadual força candidaturas débeis em vários municípios de São Paulo onde, talvez, uma composição fosse o melhor caminho, na capital vemos vereadores, deputados e outras lideranças defendendo essa composição esdrúxula com o DEM. Vendo tudo isso, uma pergunta não quer calar: qual é a motivação dessas condutas? São projetos pessoais ou partidários que estão em jogo?
Abraço a todos, e seja o que Deus quiser!
Parabéns Ernesto Vivona pelo seu comentário. Um detalhe a única mola propulsora da candidatura Kassab não é só o Quercia é tb., e principalmente o Sr. José Serra. Uma vergonha. ACORDA PSDB.
Que honra!
Essa é a expressão correta à brilhante atuação de José Serra. Brilhante profissionalmente, politicamente e, com certeza, como ser humano.
Tanto é que reconhece a lealdade de Kassab.
Com todo respeito e admiração a Geraldo Alckmin, foi ele próprio que empurrou José Serra para essa situação, que, conhecido e reconhecido no Brasil inteiro, certamente, nesse momento, deveria ser o presidente da república.
Raul,
É a primeira vez que estou escrevendo em seu blog, você está de parabéns, pois é um espaço onde toda a sociedade pode opinar democraticamente. Meu comentário é a respeito do PSDB ficar criticando o PMDB-SP, pois nós temos em Santos, uma pessoa humana e um gestor público maravilhoso que é o Prefeito João Paulo Tavares Papa – PMDB-Santos, por esse motivo, temos que tomar todo o cuidado possível antes de nivelar as pessoas tanto no meio político como no pessoal.
Um grande abraço