Blog do Raul

Tremor acorda fantasma de “tsunami”

Não percebi a terra tremer na terça-feira à noite, mesmo trabalhando próximo da rua Sumidouro, em Pinheiros. Colegas de trabalho, em outras dependências do prédio da Sabesp, não ficaram isentos dessa sensação, que para mim, se tivesse sentido, minimizaria o ocorrido interpretando como se fosse a passagem de um veículo mais pesado nas redondezas. Mas, se estivesse em Santos, com certeza me dedicaria a acalmar aqueles que chegaram a temer por grandes ondas, das catástrofes anunciadas por Nostradamus e outros profetas.

O Brasil é um país privilegiado em relação às suas condições naturais, embora o homem daqui também contribua para não cuidar de maneira adequada do meio ambiente. Parece que estamos sempre pagando para ver e um susto desses nos desperta para o nosso tamanho diante das leis do universo. A vida não imita a arte cinematográfica, como naqueles filmes-catástrofe. Não há missão momentânea que nos faça sentir mais precavidos e com menos risco.

Imagino, lí e vi depoimentos de pessoas que não voltaram para as suas casas, por causa do abalo de 5,2 graus na escala Richter. Segundo o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, Lucas Vieira de Barros, em termos mundiais, os 5,2 graus são apenas uma magnitude moderada, mas em termos de Brasil são expressivos. Um grande susto, daqueles de acordar fantasmas da nossa imaginação.

Como praiano, não me cansei, no dia de hoje, de tranquilizar conterrâneos com as declarações da professora Tereza Yamabe, da cadeira de geofísica da Unesp, que o Brasil não é um local propício a grandes terremotos em razão de estar no meio de uma grande placa, região mais estável que as bordas. Portanto, não há risco de maremotos ou tsunamis.

Enfim, o medo é provocado pela ignorância das coisas, enquanto o respeito é pelo conhecimento. Duro mesmo é o intangível, aquilo que povoa a nossa imaginação diante de tantas previsões por magos, alquimistas, profetas e videntes, relembrados em vão com esse susto?

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6 comentários em “Tremor acorda fantasma de “tsunami””

  1. Julio Penin

    Raul,
    Também nada sentí, e estava acordadérrimo. Concluo que a nossa sensibilidade está em baixa. Ainda bem que é para as coisas do físico. Os iluminados lulo-petistas perderam a sensibilidade para a vergonha, para a ética e para a moral. Isso que é pior.

  2. Ernesto Donizete da Silva

    Como bem apontado no seu texto Raul, a ignorância é a mãe de todos os males. Notadamente as impressões descritas por algumas pessoas foram surrealistas. O abalo sísmico durou aproximadamente 5 segundos, ocorreu a 215 km de São Vicente e a uma profundidade de cerca de 10 km e alcançou a magnitude de 5, 2 pontos na escala Richter (que lembrando apesar de aberta), tem como parâmetro o índice 9. Para se ter uma idéia o maior terremoto ocorrido no mundo deu-se no Chile e alcançou a magnitude de 9,5 pontos.

    Os 5,2 pontos são considerados na escala como um sismo moderado (5,0 a 5,9) nesta escala logarítmica. Alguns dados: foi o tremor mias forte nos últimos 100 anos (no estado de São Paulo), foi o 6º maior no país deste o ano de 1922 e o 36º ocorrido na América Latina e sentido em nosso estado paulista.

    Desta maneira TSUNAMIS, não ocorrerão no nosso território. O que pode ocorrer e sofrermos as conseqüências de algum acidente natural em outra parte do mundo (de grandes proporções) e que venha a se alastrar pelo oceano até atingir a costa brasileira.

    Bem lembrada as suas colocações sobre a arte da adivinhação, tão inserido no contexto das culturas mais remotas e que batem à nossa porta nestes momentos. Particularmente gostaria que algum deles me fornecesse os futuros números da mega-sena (rsrsrs). No âmbito religioso, o ser humano carece de Deus, esquece que o maior profeta foi e é – um “tal” de JESUS.

    Já em relação ao instinto de sobrevivência existente em todos os animais (e somos animais – alguns de nós racionais), realmente faz com que tenhamos as reações mais diversas e possibilita as mais bizarras sensações – reais apenas para quem as está sentindo; todas permeadas pela possibilidade inexorável do fenômeno morte.

    No entanto, Raul, fica uma questão: E se fosse uma catástrofe na qual muitos viessem a morrer? Será que neste mundo capitalista o dinheiro iria nos salvar? Será que neste momento está mera expectativa não nos remete ao que não fizemos? Será que não pensamos em todas as pessoas queridas e amadas, somente lembradas em datas comemorativas?

    A vida é o nosso maior bem e o tempo nosso maior tesouro. Saibamos aproveita-la enquanto podemos – façamos o melhor de nos todos os dias, por nos mesmos e pelos outros e assim com certeza viveremos uma vida com maior e melhor qualidade. “Alguém” um dia disse: Ama a Deus sobre todas as coisas e a teu próximo como a ti mesmo…

    É foi um susto para muitos – ótima oportunidade para uma reflexão e posterior ação renovadora.

    Ernesto Donizete da Silva
    PSDB/SANTOS

  3. Raul,os companheiros precisam ajustar seus sismógrafos, se não estão sentindo nem terremotos como vai ser com as oscilaçõs mais sutis no terreno da política.Abraço

  4. Como diz o senador Mão Santa, a ignorância é cruel e é a mãe de todas as desgraças.
    Imagino o que deve sentir um cidadão brilhante, preparado, atuante e cheio de idéias, vendo alguém que “não sabe de nada” governar o país nesses anos de prosperidade mundial que, se fosse bem administrado, poderia alcançar o nível de desenvolvimento das grandes potências.
    Imagino o que sente José Serra assistindo esse momento chegar ao fim e verificar que o povo brasileiro continua se comportando como um bando de indigentes rastejando por esmolas.
    Os projetos sociais do governo Fernando Henrique, como o Bolsa-Escola, que o Lula chamava de bolsa-esmola, representavam o primeiro passo rumo à melhoria de padrão da população, que acompanharia o desenvolvimento econômico do país. Infelizmente, tudo foi desvirtuado para servir ao que estamos assistindo passivamente e covardemente, sem reação.
    Imagino o que seria do Brasil se José Serra tivesse governado o país até então. Infelizmente, a escolha da maioria é isso que está aí. Parece até que o povo gosta de sofrer, de ser dependente, de viver endividado. Sinceramente, eu não consigo entender.
    Quanto ao “terremoto”, eu sugiro que se investigue melhor essa pretensão de um indivíduo se tornar o “sheik” do petróleo e exigir uma exploração desesperada e urgente, como tem sido publicado.

  5. O excelente trabalho desenvolvido pelo governador José Serra para a preservação da Serra do Mar coloca a preocupação ecológica como uma bandeira que deve ser enaltecida.
    Isso é um contraponto as operações desastradas na Amazônia e as explosões e perfurações no fundo do oceano, numa busca desesperada por poços de petróleo, colocando as preocupações capitalistas acima da segurança da população. Isso é desumano.

  6. Raul, também~nada senti, mais fiquei sentido com algumas colocações como: um tal de JESUS, comparações com o ocorrido feitas com a atual situação política que sobrevivemos, alguém sitou desumanidade, mais desumano é trabalhar 30 dias no mês para ganhar um salário mínimo e se não bastasse, ainda vem com descontos.
    Enquanto isso os Deputados aumentam seus salários para os mais ALTOS PATAMARES , e os aposentados e trabalhadores da ativa recebem apenas o correspondente a inflação do ano anterior que já chegam aos salários, inflacionados.
    Desculpe-me, mais é tanta insatisfação e indignação com os políticos e talvez seje com todos que não tenho motivação para opnar, como deveria de fato.
    Abraço do amigo de sempre,Machado!

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