Quase todos professores de comunicação exemplificam aos seus aprendizes que existe uma máxima no jornalismo que diz: "se um cachorro morde um homem, não é notícia, mas se um homem morde um cachorro, é notícia". Quando ouvia isso achava meio sem graça, mas faço o registro da notícia que lí hoje na Folha de São Paulo sobre o Gabriel Alexandre da Silva, um menino de 11 anos de idade, que mordeu um cão pitbull e se livrou do ataque animal em Sabará (região metropolitana de Belo Horizonte). Os professores sempre têm razão, mas acho que a mordida em um pitbull, de perder um dente, mereceria uma página inteira, pela proeza !
Faz 10 anos presenteei meus filhos com uma cachorrinha poodle-mini, que eles batizaram de Xuxa. Hoje ela está completamente cega e sobrevive no meu apartamento em Santos, porque desde a sua chegada foi uma alegria para a minha família e nunca se atreveu morder alguém, além de latir quando ouve rojões no meu bairro.
Tenho amigas e amigos que participam ativamente de entidades amantes e protetoras de animais, principalmente de animais abandonados. Mas nunca ví, na banquinha montada por eles no comércio do Gonzaga, um pitbull com cara de cachorro caído de caminhão de mudança. Pitbull para mim é um estado de espírito, que faço questão de me manter à distância.
A família do menino mineiro mantinha o seu cachorro de cara esquisita entre as crianças. Era, segundo a avó de Gabriel, um cão "manso e meigo", que nunca havia atacado ninguém. Mas pitbull tem cara de traíra e um dia mostrou a sua personalidade, revelada sempre graças ao número de vítimas fatais. O pitbull é um dos cachorros noticiados quando morde alguém, pela violência da sua atitude, quase sempre envolvendo crianças, idosos e mulheres.
Ele contradiz a máxima do jornalismo, mas com o Gabriel ele garantiu a verdade dos meus professores, numa mordida salvadora da própria vida. Imagino que com este post tenha respondido porque não gosto do tipo pitbull, animal violento que não revela as suas intenções e que não respeita o próximo ! Acho apenas que o Gabriel poderia ganhar muitas primeiras páginas, porque ele é uma notícia sobrevivente.
Xô, pitbull !
Raul,
Concordo plenamente com você.
Tenho uma filha pequena e, costumo levá-la aos brinquedos da praia, que são freqüentados por diversas crianças.
É comum ver pessoas passeando com seus cachorros na calçada da praia, mas, as vezes, vemos alguns energúmenos parados exatamente à nossas costas as vezes até com dois pitbulls, e o pior, quando olhamos para o sujeito ele faz cara feia (como a do cachorro).
Fico sempre esperando para dar um chutão no bicho caso avance em alguém.
Acredito que a guarda municipal deveria ser mais operante nesses casos, sempre que isto ocorre não localizamos nenhum deles para nos socorrer dessas pessoas sem o mínimo de noção de sociedade; de que cachorros desse porte não combinam com ambiente de crianças.
Vale pedir a todos um pouco de sensatez.
Abraços
Raul, concordo com v. que os jornais e colunistas perderam a oportunidade de um reforço sobre o que é notícia e o que não é.
De fato, os jornalistas reclamam que os políticos, empresários e celebridades só querem notícias sobre eles e suas excelências, ou seja, aquilo que eles chamam com a maior cara de pau de “jornalismo positivo”.
O caso dessa notícia do menino mordendo o pitbull ajudava os papas do jornalismo e eles perderam a oportunidade de mostrar para os leitores o que realmente é noticia. Sinval
Caro Raul
Concordo plenamente com você. Entretanto, conheço casos de pitbulls mansos. São cães criados soltos, não na corrente, e sempre bem alimentados. Seus donos não são pitmen, mas pessoas doces. Talvez, o que faça um pitbull ser tão mau seja seu dono, que o trata na base da fôrça, da fome, da prisão e dos maus-tratos.
Vemos o caso, por outro lado, do fila brasileiro, que se revela um cão traiçoeiro, contra seu próprio dono, como já soube ocorrer mais de uma vez. E do rotweiller, outra fera indomável. Além de uma ou outra raça, aqui e ali, das quais ouvimos histórias de ambos os lados.ó
Bom, quanto ao poodle só ouço belos relatos e só tenho bons exemplos, inclusive um que tivemos em nossa casa.
Esse é um assunto que dá muita discussão…
Pois é amigo Raul, notícia de primeira linha, para o momento atual, onde impera a violência cotidiana, diuturnamente, e a imprensa não deu a devida ênfase. Esse pitbull se deu mau, pois não era o dia do caçador e sim o da caça.Menos mau! Também já possui dois amigos, um inclusive era filho da primeira cria. No próximo dia dos pais completarão três anos que perdi meu amigão Leleco, e 15dias depois, sua mãe, a qual, com a perda do filho começou a ter convulsões, levei-a em uma clínica veterinária e no momento da consulta, diante do veterinário, deu uma convulsão seguida de parada cardíaca, e fiquei sem minha amiga Lessy. Eram dois vira-latas, mais eram meus melhores amigos. Todos da família ficamos sentidos e choramos muito com o falecimento de ambos. Como diz um velho ditado:mais vale um cachorro amigo, do que, um amigo cachorro. Um grande abraço, meu velho amigo Raul.