No cenário das grandes empresas públicas brasileiras é comum dizer que a Sabesp está para São Paulo, assim como a Petrobrás está para o Brasil. Ambas de capital aberto e importantes nas suas atividades específicas no país e no mundo, o dia de hoje foi ruim para a Petrobrás, excluída do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que reúne empresas que se destacam pelos seus compromissos com a responsabilidade social e a sustentabilidade. Nesse quesito a Sabesp renovou a sua participação, pelo segundo ano consecutivo, fortalecendo a sua imagem como empresa de soluções ambientais.
A Petrobrás foi excluída por descumprir a resolução 315/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que determina a redução do teror do enxofre no diesel comercializado no Brasil a partir de janeiro de 2009. Essa infração é negativa para a imagem da empresa, porque denuncia a sua postura protelatória de uma medida que garantiria o uso exemplar de diesel mais limpo em nosso país. Ninguém comemora esse resultado.
Podemos afirmar que essa é uma das piores notícias dos últimos tempos, porque a Petrobrás é motivo de orgulho de todos nós por sua excelência tecnológica e compromissos com o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Atrasar esse cronograma, contribuindo para a preservação e o aumento da quantidade de partículas de enxofre no diesel brasileiro, torna a Petrobrás a grande culpada por graves doenças respiratórias na população (em sua maioria crianças e idosos), além da responsabilidade pela morte prematura de pelo menos 10 mil pessoas por ano.
A nova carteira do ISE reúne 38 ativos de 30 companhias que totalizam R$ 384,7 bilhões em valor de mercado, o que corresponde a 31,8% da capitalização total das 394 empresas com ações negociadas na Bovespa. As empresas participantes do ISE foram selecionadas entre 51 empresas que responderam a um questionário enviado às 137 companhias emissoras das 150 ações mais líquidas da Bolsa paulista.
A decisão foi tomada pelo Conselho do ISE, formado por Bovespa, International Finance Corporation (IFC), Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (APIMEC), Associação Nacional de Bancos de Investimentos (ANBID), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Ministério do Meio Ambiente e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Instituto Brasil PNUMA). Exceto a representação do Ministério do Meio Ambiente, que se absteve da votação, porque o Governo Federal é o maior acionista da Petrobrás, todos os outros membros votaram pela exclusão da Petrobrás. Deixam também essa carteira: Aracruz, CCR Rodovias, Copel, Iochpe-Maxion e Weg.
Por outro lado vale comemorar a posição da Sabesp, responsável pela execução das políticas de saneamento básico do Governo do Estado de São Paulo, que permaneceu nesse grupo seleto de empresas em dia com o respeito ao meio ambiente e às vidas humanas. Para os investidores que sempre valorizam as ações de empresas que compõem a carteira do ISE, selecionadas justamente por causa das suas políticas corporativas práticas de gestão, desempenho e cumprimento legal das obrigações no que diz respeito à eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social, natureza do produto e governança corporativa, em que pese o passo em falso da Petrobrás, há que se observar também as ações de: AES Tietê, Banco do Brasil, Bradesco, Braskem, Celesc, Cemig, Cesp, Coelce, CPFL Energia, Dasa, Duratex, Eletrobrás, Eletropaulo, Embraer, Energias do Brasil, Gerdau, Gerdau Metalúrgica, ItaúBanco, Light, Natura, Odontoprev, Perdigão, Sadia, Suzano Papel e Celulose, Telemar, TIM Participações, Tractebel, Unibanco e VCP, além da Sabesp.
Raul Christiano, muito boa sua colocação neste artigo. Temos que valorizar o que é de interesse público. Acredito que com pessoas competentes como você, as empresas estatais teriam mais chance de sobrevivência em nosso país.
Então, a SABESP tem a comemorar, no entanto, tenho um vazamento de rua em frente a minha casa há três meses, e venho insistentemente ligando pedindo o conserto, e eles alegam que só tem 6 (seis) funcionários na cidade (Itanhaém) para fazer este tipo de serviço, pois não estão terceirizando mais. E como fica esta água toda despediçada? Qual o respeito pelo meio ambiente?
Acredito que comemorar é muito prematuro pois na Praia grande a SABESP demonstrou no final 2007 a sua ineficiência quanto a falta de água que levou milhões de turistas de volta para casa ocasionando grandes perdas para o comércio.
É verdade! Vamos adotar o Diesel 50ppm. Ah, claro, como não temos instalações para processar e obter o Diesel nesta especificação, vamos importá-lo do exterior e ai é só o consumidor brasileiro pagar a conta!
Ou será que alguém já se perguntou do porque a Petrobras está demorando para construir as unidades de refino que atenderão a especificação? Deve ser realmente fácil construir essas unidades em um país cuja indústria nascional foi no últimos 20 anos!
Dar uma canetada é fácil. Garantir que ela possa ser cumprida é uma coisa completamente diferente. A própria Petrobras publicou , em seu site de relações públicas, que pediu esclarecimentos a Bovespa sobre o ISE. Também afirma não ter desobedecido a resolução do CONAMA.
Veremos as cenas do próximo capítulo em breve.
???…
Não entendo… se os combustíveis tipo biodiesel, alcool, milho… são menos poluentes e renováveis, porque ficam batendo nesta tecla de GASOLINA?, enquanto a cana de açucar ou milho leva pouco tempo crescer e virar combustível, o petróleo…, além da cana(bagaço) e milho virarem rações, nada se perde!!! Mas o melhor deles todos mesmo seria movido a bateria(elétrico), nada de poluição e o Brasil não correria o risco de virar plantações de cana e milho, principalmente a Amazonia!!!
Parabéns Raul, porque tenho a certeza da sua efetiva participação pessoal na conquista dos conteúdos essenciais das informações, sobre a atuação da SABESP no âmbito das áreas sob essa
participação ambientalista na realidade urbana
e rural.
Um abraço
Ivan Alvim
Caro Raul,
Realmente é contraditório a Petrobras ser considerada uma empresa de responsábilidade ambiental, não obstante a sua importância e orgulho para todos os brasileiros.
A Petrobrás vem gastando furtunas em divulgações, tentando mostrar-se como uma empresa de responsábilidade ambiental. Enquanto que a Sabesp, uma empresa realmente voltada a questão de saúde pública e meio ambiente, só agora, nesta administração, tem focado com mais enfase a sua vocação e o compromisso com o meio ambiente. Na questão ambiental não tem dúvida 10 a zero para a Sabesp.