Quando o poeta e escritor Mário de Andrade escreveu o livro "Macunaíma, o Herói sem nenhum caráter", buscou relacionar a palavra caráter ao fato do brasileiro não possuir nem civilização própria e nem consciência tradicional. Passou longe da intenção de vincular as origens e/ou destinos do povo apenas a uma realidade moral. Então peço licença e desculpas ao meu ídolo da Semana de Arte Moderna, pelo desvirtuamento das suas intenções originais, ao colar na moral o comportamento do ministro Guido Mantega, que traduziu descaradamente o presidente Lula da Silva, ao afirmar que a sua promessa era de não promover alta de impostos em 2007 (ironizando a falta de palavra praticada na segunda quinzena de dezembro passado).
"Estamos fazendo em 2008, o quê está dentro do programado", afirmou sem nenhuma vergonha o ministro Mantega, ao anunciar o aumento de 0,38% em todas as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), incidentes nas operações de crédito e de câmbio. Nas operações de crédito das pessoas físicas o IOF será duplicado; a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro será aumentada de 9% para 15%.
Qual a moral dessa história? A desfaçatez do governo Lula. Porque o governo ao perder os R$ 40 bilhões anuais da CPMF alegava que o Sistema Único de Saúde (SUS) seria o maior prejudicado por culpa da oposição, que o impediu cândidamente de repassar mais R$ 24 bilhões para o setor e que, "entre outras coisas, todas as crianças das escolas públicas passariam a ter consultas médicas regulares". Agora, com a estimativa de receitas com o IOF e o CSLL, da ordem de R$ 10 bilhões, curiosamente não há a previsão de um vintém para a saúde.
Com essa nova conduta da equipe econômica, além da saúde, perdem também os funcionários públicos federais com a suspensão de aumentos salariais; os novos concursos públicos para carreiras funcionais; os "investimentos dos três Poderes", como se Lula pudesse intervir na autonomia de gestão financeira do Legislativo e do Judiciário; e os cidadãos que, na maré de "prosperidade", tomaram dinheiro emprestado dos bancos e mergulharam confiantes nos crediários e no consumo, agora pagam mais caro por eles.
Esse governo pratica o confisco, na medida em que o maior ônus ficou mesmo por conta da pessoa física. Com a CPMF, o cidadão pagava a alíquota de 0,38% sobre as suas movimentações através de cheques. O IOF radicaliza a cobrança do cidadão, tomando-lhe diariamente 0,0082%, além dos 0,38% de incidência única.
Falta sinceridade do governo ao não explicar a sua explosão de caixa, que indicou no ano passado um excesso de arrecadação superior a R$ 60 bilhões, portanto bem superior aos R$ 38 bilhões que alega necessidade de recompor com o fim da CPMF. Seus olhares estão desviados da lição de casa, apontada por unanimidade no parlamento, da necessidade de realizar cortes de gastos do Executivo.
Em 2006, a chantagem lulo-petista não esgotava a tentativa de colar na oposição a responsabilidade pelo risco às suas três principais ações, que coincidentemente foram renomeadas do governo FHC: a estabilização econômica e o controle da inflação (Plano Real); a Bolsa Família para as camadas sociais situadas abaixo da linha da pobreza (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Vale Gás e PET – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil); e o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC que pretende transformar o Brasil num canteiro de obras (Avança Brasil).
Em minha opinião, o IOF faz a alegria da Federação Brasileira de Bancos – Febraban e dos banqueiros, que já esfregam as mãos esperando pelos novos custos cobrados dos seus correntistas de todas as origens sociais.
A bola e a palavra estão com os parlamentares – deputados federais e senadores – e reforçam o debate político. O parlamento e os partidos de oposição, pelo visto, cumprem o papel de ir às últimas consequências para tentar barrar essa falta de rumo. É impossível que uma questão nacional continue tratada como uma mera atitude de revanche por um mau perdedor. Está chegando à hora de construir um projeto consistente para negar frontalmente os arremedos de governo, porque o Brasil tem caráter!
Prezado Companheiro Raul,
A história é sempre a mesma, somos um povo que culturalmente é descendente dos degredados portugueses, o Brasil em todos os aspectos sempre foi colônia e não mudou muito desde então.
Realmente a “cara-de-pau” do Presidente Inácio (Lula) é total e a do seu cúmplice (Ministro Mantega) também! ZOMBAM do povo ao afirmarem que realmente cumpriram o prometido pois somente aumentaram os impostos no ano de 2008 – diga-se de passagem no primeiro dia útil. Feliz Ano Novo é o recado do Governo Federal, começou bem!
Em contrapartida, o Presidente Inácio também deu um “jeitinho” para que as ONGS continuassem a fazer a festa com o dinheiro público que tem sido desviado contundentemente para os bolsos de verdadeiro crápulas existentes no sistema.
Pode ter certeza Raul e demais missivistas que o “Lulinha” não irá parar por aí…teremos sim aumentos de outros índices é só esperar pra ver! É como dizia Carl Marx, existem duas classes a dos DOMINADORES e a dos DOMINADOS, em qual delas será que você (o povo) está?
Ernesto Donizete da Silva
Caro Raul:
Mais uma vez você sintetizou e ilustrou o quadro proporcionado pelos protagonistas do episódio IOF/Não vai haver aumento de impostos.
Apenas faço um pequeno reparo ao comentário acima, debitando na nossa descendência de degredados portugueses as mazelas de comportamento desses ilustres “caras de pau”.
Os protagonistas Mantega e LIS*, nada têm a ver com os degradados portugueses dos tempos coloniais, nem tampouco com os honestos e laboriosos imigrantes que para cá vieram nos séculos seguintes. O primeiro é italiano nato e o segundo é oriundo do belo estado de Pernambuco, cuja colonização predominante foi a holandesa, capitaneada pelo grande Mauricio de Nassau.
Portanto, “inclua fora dessa”, nossos queridos e honestos patrícios portugueses.
Sérgio Martins Guerreiro, brasileiro, porém filho de pai e mãe portugueses (risos)
*Proponho, de agora em diante, a propósito do que falou Dom Cappio sobre a morte do governo Lula, de apenas utilizarmos as iniciais do nome original do presidente. É o que ele ainda merece antes de começarmos a esquecê-lo.
CAro Raul,
O Brasil é o país dos banqueiros. Os bancos bateram recordes e mais recordes no atual governo no que se refere à lucros.
Quem sofre é o povo. A classe média. Esses sofreem esmagados pelos altos juros, iof, etc.
E o curioso é que, apesar dos lucros, as agências bancárias cada vez manos empregam mão de obra.
Na fila dos caixas ocorre algo lamentável: normalmente existem mais de 20 caixas mas, destes, sempre 10% estão funcionando com caixas e operadores.
Trata-se de uma exploração ao povo brasileiro.
JOSE RUBENS DOMINGUES FILHO
Presidente Municipal da JPSDB de SP
http://www.tucanojovem.com.br
Raul
É o governo dos pacotes. Hoje li a manchete no jornal que diz “Governo criará pacote para conter acidentes”.
Falta planejamento, que foi feito pelo FHC. Lula nestá colhendo frutos plantados por ele e o crescimento da economia mundial.
Mais um remendo este aumento do IOF.
Além da tremenda cara de pau do ministro. Quanto cinismo.
Abraços
Moncorvo
O Brasil não é o país do banqueiros.
É o país de quem rouba votos aos pobres para, depois de eleito, governar para os ricos que lhes financiam as campanhas.
Este 2008, já nasce pior que o ano passado.
melhor: é o país de quem rouba votos aos pobres para, depois de eleito, “governar em favor dos ricos”.
Caro Raul,
Como bem lembrou o excelente jornalista, Reali Jr., o sujeito quando chega ao poder, muda. Aconteceu com FFHH e agora com Lula. Citando ainda Reali Jr.: Depois que saem do poder, voltam a ser o que eram. Pois é, já FFHH com o discurso da época que era de esquerda! E assim vai, se fosse os tucanos no poder, a oposição teria lutado para acabar com a CPMF, como fez os tucanos por estarem na oposição. e la nave va….Abs.
raul, curiosamente, uma senhora idosa, precisou de dinheiro, com urgência para pagar o advogado e custas de um processo.
recorreu ao empréstimo vinculado e o banco ligou dizendo que o dinheiro fôra bloqueado e não sabiam o motivo.
ela encaminhou-se ao posto do inss, onde nada constava.
o fato ocorreu em meados de dezembro.
ela voltou ao banco com os papéis do inss de ‘nada consta’.
negado pela 2a. vez.
ao voltar para casa, ligou no 135 e então, 27 de dezembro, soube que seu cpf estava com número errado, patati,patatá…
bem, resumo da ópera… o caso aconteceu com vários aposentados, segundo a funcionária do banco.
ONTEM, depois do pacote que virou imbroglio, seu pedido de empréstimo foi encaminhado.
2 hs no inss, para regularizar o que, repito, em meados de dezembro, nada constava, assim como nos últimos anos, quando sequer seu benefício foi bloqueado.
e o ‘nada obsta’? ela diz ter o papel em mãos…o que não duvido!
curioso, não?
ou mais uma coincidência à la j.i.?
com certeza, ela pagará, de seus parcos proventos, tarifas
maiores para gáudio do sr. presidente e seus projetos esmoleres.
by the way, como descendente luza, o sr. lá de cima, no blog, precisa urgente de aulas de história e de uma lei
afonso arinos na cabeça!!!!
e ainda posta semehantes conclusões…
como dizem meus ex-alunos: ‘tiozinho sem-noção!’
sempre,
fafi
raul.
ESQUECI!!!
Feliz Dia de Reis, amanhã!!!!
Neta de portuqueses e filha de italiana, com marido luzo,ítalo,tupi, comemoramos a data, como manda a tradição, e enviamos votos a tds os amigos.
(viu sr. do alto do blog?)
Olá Raul!
Estou passando por aqui apenas dizer que todos estão certos, inclusive o sr. do alto do blog, segundo a FAFI,(Ernesto Donizete da Silva). Só estarão errados se em algum momento acreditaram no Lula da Silva, pois ele nunca cumpriu sua palavra ele é do tipo que acerta com o companheiro na sala e, se ele for até a cozinha já volta dizendo que não falou nada, não combinou nada e não sabe de nada. Vocês hão de lembra que ele disse não ser comunista nem de esquerda tampouco socialista. Portanto, não cabe espanto com o procedimento do Lula da Silva e do Mantega e, muito menos do Bispo, ele já tem idade suficiente para saber com quem está lidando, aposto que ele fez campanha para o Lula da Silva.
Quanto ao Donizete, peço que ele reveja seu comentário porque em toda parte, em toda organização, em toda etnia, tem gente boa também.
Um abraço Raul!
BRITO.
Amigo Raul,
Estou chegando à conclusão que o bom mesmo é ser um sujeito alienado, completamente à mercê dos fatos. Só assim para não sofrer com qualquer crise de gastrite por conta dos nossos governantes.
Passarei a ver a novela das 8, o Big Brother, o Faustão…