Outro dia escrevi no Facebook sobre a minha felicidade em ter testemunhado, no futebol, em Santos, das arquibancadas do estádio na Vila Belmiro, as jogadas maravilhosas de Pelé, Ademir da Guia, Dudu, Ronaldo Fenômeno, Robinho e, ultimamente, Neymar. Em minha opinião, esses são os melhores jogadores de futebol do mundo, mas Neymar vem impressionando, como nunca!
O seu futebol é alegre e contagia a formação de novos torcedores para o Santos Futebol Clube e para o esporte que sempre foi a maior paixão nacional. Eu mesmo nasci torcendo pelo Palmeiras, motivado pelo meu saudoso pai, e hoje não tenho constrangimento de revelar a minha opção como Palmeirense-Santista. Creio que essa é uma tendência de todos quantos admiram a melhor prática do futebol, além da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
No caso do Neymar, a satisfação é dupla, na medida em que ele está nas duas principais frentes do esporte: no Santos e na Seleção, com um voto ainda mais a seu favor, quando decidiu permanecer no país até a Copa do Mundo em 2014.
A diretoria atual do clube, presidida pelo Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, figura como avalista dessa decisão acertada para os próximos dois anos. Neymar não pertence ao Brasil, mas ao futebol do Mundo, e longe de entrar no mérito dos custos dessa opção para o clube, é inegável que o Santos ganhará bastante com a sua permanência talentosa e física no seu time principal.
Vale muito a pena observar também a forma com que o Rei Pelé se manifesta sobre Neymar. Rei diz que não existe nenhum jogador brasileiro no patamar do atacante santista e afirma que votaria nele para melhor do mundo. Opiniões referendadas, do ponto de vista do marketing esportivo, por José Carlos Brunoro, para quem Neymar é um fenômeno “um pouco diferente, em função das redes sociais. Virou global sem ter de ir para a Europa. Seus gols e dribles rodam o mundo pelo Youtube”.
Assim são os novos ídolos, muitos deles produzidos como uma marca e às vezes com existência efêmera. A diferença entre o Neymar e os outros ídolos nessa condição, é que a sua carreira é pautada pelo planejamento estratégico, afinado com os novos tempos em rede, mas Neymar alia à nova marca que nos proporciona na história do futebol brasileiro, a habilidade de um craque do século 21. Paulo Wolff comenta que o sucesso publicitário de Neymar é ampliado pela escassez de ídolos esportivos no Brasil, que preencham os requisitos necessários para ter a imagem explorada: “Os números que rodeiam o garoto eram impensáveis tempos atrás. Deste jeito, o céu é o limite”.
Enfim, para não dizer que não falei de futebol neste espaço de ideias políticas, econômicas e sociais, escrever sobre Neymar é valorizar este espaço para o comportamento humano, de uma alegria que não pertence apenas aos torcedores santistas, apesar de o “fico” de Neymar se sustentar no que ele próprio chamou de “escolhas que se fazem na vida”.