A insegurança pública é uma das maiores preocupações da comunidade. E a população está assustada com a onda de assassinatos. Sabe-se que muitos desses crimes têm conexão com a eficiência policial de São Paulo contra o crime organizado e o tráfico de drogas. Policiais ativos e inativos também são alvo de atentados, como uma resposta marginal, e o governo do Estado promete que ampliará cada vez mais a sua presença para controlar e por fim a essa situação de conflito.
A Secretaria da Segurança Pública tenta tranquilizar os cidadãos atormentados com os boatos de toque de recolher, informando a elevação do número de policiais mais próximos das suas casas, bem como do aparelhamento das condições da Polícia para esse combate. Percebo que as pessoas estão com medo e mudando as suas rotinas. Ficam com o coração nas mãos enquanto os seus familiares e mais próximos não retornam do trabalho, da escola, do lazer etc.
O estado de violência é estimulado quando há desigualdade social e carência de recursos públicos em todas as partes das áreas urbanas dos municípios. Tomo como exemplo Cubatão, onde áreas caracterizadamente urbanas ressentem da urbanização de fato, como nos bairros da Vila Esperança e na Vila dos Pescadores.
Foi-se o tempo em que emprego, saúde e educação pontuavam nessa ordem, as maiores preocupações das famílias. Pesquisas de opinião, recentes, elevam a falta de segurança como a prioridade. Eleitores da Capital de São Paulo são quase unânimes na opinião de que um dos principais problemas da cidade é a necessidade de investir em iluminação e espaços públicos bem cuidados para ajudar a inibir a violência.
Em Nova York, a política de “tolerância zero”, bastante propalada desde a época em que Rudolph Giuliani foi seu prefeito, de 1994 a 2002, valeu-se da eliminação da desordem para conseguir reduzir a violência e a criminalidade. O ex-secretário Nacional de Segurança Pública do governo Fernando Henrique Cardoso, José Vicente, aplaude e comenta sobre essa iniciativa nova-iorquina, argumentando que “com a desordem urbana, os infratores se sentem muito confortáveis para praticar pequenos, médios e grandes delitos. Quando o ambiente fica confortável para o cidadão, se torna desconfortável para o criminoso”.
Não faltam políticas públicas de caráter compensatório, como a Bolsa Família Federal e outras iniciativas, inclusive do Estado e do Município. Elas satisfazem por um lado, mas são insuficientes ainda para garantir a diminuição da vulnerabilidade de jovens na periferia, considerado o grupo mais exposto à violência, que necessitam de projetos educacionais, de recreação, qualificação ou requalificação para o emprego, sem contar uma atenção melhor nas necessidades com a saúde e com a educação básica de qualidade.
Cubatão precisa de um choque de gestão em sua infraestrutura. Os números são alarmantes, sempre que buscamos identificar as deficiências na mobilidade das pessoas, quer com os acessos às suas moradias, como com as condições de drenagem das ruas, saneamento, iluminação, endereço certo, fundamentais para dar ao povo a sensação de segurança que tanto precisa. Seus jovens não contam com esses tipos de projetos emancipatórios.
O Poder Público deve mostrar mais a sua presença, com a própria presença, executando políticas públicas que identifiquem e valorizem o caráter emancipatório dos beneficiados, e também estimulem o controle social das suas ações continuadas.
Estou convicto de que a iluminação até a última moradia de uma rua tranquiliza mais. Da mesma forma não tenho dúvida da preocupação do governador Geraldo Alckmin em interagir mais com os atuais e com os próximos prefeitos e prefeitas, para determinar estratégias e presença constante e eficaz do aparato público de proteção à integridade dos cidadãos.
Há muitos exemplos da Baixada Santista afora, de municípios que firmam convênios com as polícias civil e militar, em busca de ações integradas e eficientes com as suas estratégias municipais de segurança pública. Essas parcerias são conhecidas como ‘Operação Delegada’, que permitem aos policiais, especialmente treinados pelo Estado, atuar nos municípios nos seus períodos de folga e com melhorias salariais substantivas.
O Estado deve cumprir o seu papel. E a população precisa sentir essa presença. Assim começaremos a reduzir o estado de violência, fazendo com que as oportunidades sejam conquistadas onde cada um vive e cria as suas pontes com o futuro.
Raul
Muito bem colocado a importância do poder público em interagir com mais eficacia com as classes sociais menos favorecidas
São elas que precisam nesse momento ter um olhar de misericórdia e atenção por que são eles os bons cidadãos que irão fazer toda a diferença a médio prazo na história do desenvolvimento do nosso país
você é um desses cidadãos ,mas você tem feito a história e a diferença hoje.
Parabéns
MARISA MARIÁH
Caro Raul
Concordo em grande parte…porém o caso já passou dos limites. Torna-se necessária uma verdadeira estratégia de INCLUSÃO SOCIAL dessa densidade de excluídos…agora, embora já tarde para se tentar alguma ação de elevada eficiência, só nos resta buscar paliativos…como tirar das ruas, principalmente aqui em Santos, esse número cada vez mais crescente de mendigos?
E, principalmente, impedir qualquer possibilidade de que nossos JOVENS trilhem pelo caminho da marginalidade, pois sem capacitação mínima não haverá emprego decente, e sem emprego, o ócio torna-se carrasco do futuro! Sei que o desafio é grande, mas tenho confiança que algo de “novo” temos a obrigação de buscar…estamos à disposição para ajudar naquilo que for necessário, pois os amigos de nossos filhos podem acabar atingidos se não fizermos nada…1 abraço e boa sorte a todos nós…que Deus nos ajude a trabalhar nesse sentido.
Caro Raul, velho colega e amigo, além do que sugere, permito-me lembrar também que os governos precisam valorizar mais o policial, civil e militar, dando-lhes salário digno e atribuições mais definidas.
O problema da segurança pública está saindo do contrôle e não se vê nenhuma providência excepcional para criar instrumentos urgentes de combate ao crime organizado. Já vislumbro qualquer momento a necessidade de uma intervenção federal no Estado com Forças Armadas e Guarda Nacional para colaborar numa solução emergencial.
Abraço cordial do
Antonio Claudio