A partir de 1988, as leis ambientais ficaram mais rigorosas e os cuidados com os impactos ao meio ambiente foram extremados. Comemorei esse novo contexto, porque testemunhei a situação de Cubatão e ajudei a combater a vinda de usinas nucleares para Peruíbe e Iguape. No entanto, a dificuldade de conciliar a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico, valorizando políticas de sustentabilidade, criou um verdadeiro cabo de guerra entre os defensores radicais do não pode fazer e os empreendedores que se comprometem fazer da forma correta. Nesse cenário sobrevivia a senadora Marina Silva, até não resistir mais às pressões e avisar que estava deixando o ministério do Meio Ambiente, entregando o bastão a um sucessor com fama de antenado com os prazos das obras e as vantagens do crescimento econômico.
Essa fama de burocrata político que desburocratizou os órgãos de licenciamento ambiental no Rio de Janeiro, transforma o novo ministro Carlos Minc na grande esperança para a execução das obras previstas pelo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento do governo Lula, principalmente porque ele conhece o assunto e tem idéias consolidadas a respeito. Acontece que o mérito de não analisar com pressa os projetos de novos empreendimentos e obras, não é exclusivo de Marina Silva, que, por sua história de dedicação à causa ecológica ao lado de Chico Mendes, aumentava os graus de cuidados quando os objetivos tinham a ver com desmatamentos ou construções em áreas de preservação como os manguezais: os orgãos de análise e decisão sobre o meio ambiente não contam com uma infra-estrutura capaz de responder às suas demandas.
Quando se falava que um empreendimento daria um novo impulso à economia regional, como é o caso do anunciado Porto Brasil, em Peruíbe, por exemplo, logo surgiam dúvidas sobre o tempo que levaria para a sociedade conhecer os estudos e relatórios de impacto ambiental (EIA-RIMA). Marina e os seus correligionários evitavam decidir sobre esses temas mais polêmicos, às vezes precipitando nãos. Com esse andar lento da carruagem, que faz ninguém acreditar mais em obras no meio do ambiente, qual será o futuro do Brasil com um ministro conservacionista menos radical ?
Realmente não tenho idéia, se ele optar por uma gestão centralizada e não atender às carências dos sistemas ambientais nos estados e municípios. No Rio de Janeiro, Minc teve parte da estrutura, que permitiu a agilidade na emissão de licenças, financiada por empresários associados à Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), importando R$ 22 milhões na contratação de funcionários temporários, aquisição de materiais e reformas na sede da sua ex-secretaria. Com a nova estrutura e metodologia, acelerou a emissão de licenças, somando, desde fevereiro de 2007, cerca de 2.068, número aproximado da quantidade de licenças emitidas nos três anos anteriores.
No Brasil, a questão ambiental foi tratada com respeito a partir da aplicação das leis, havendo um conflito permanente em relação à interpretação das mesmas, principalmente quando os atores que mais pressionam são aqueles detentores de influência governamental e de poderio econômico. Por essa razão ainda existem denúncias sobre a complacência das autoridades, quando insurge a defesa do desenvolvimento econômico a qualquer preço.
A saída de Marina Silva representa uma perda para o Brasil alinhado com o desenvolvimento sustentado. Mas também o que adianta para o país uma gestão consciente da importância da Amazônia e dos nossos recursos naturais, se as ferramentas para a fiscalização, autuação e cumprimento das leis são deficientes, quase nulos ? A questão ambiental precisa constar da agenda de quem planeja em nosso país, em todos os níveis, com as ressalvas e o respeito necessário !
Amigo Raul
Realmente a saída da Marina Silva que deverá se entrosar com o PSOL é perda inestimável!
Já o que o novo Ministro Carlos Minc anuncia que fará…solicitar ao Exército tomar conta das áreas, bem que poderia se ampliar à uma nova Operação Rondon, revigorada por convênios
com todas Universidades e com o envolvimento
de todas Forças Armadas.
A questão ambiental justifica MPs.e agilidades
Ivan Alvim
Caro Raul,
Veja a entrevista feita com Eike Batista no Globo News. Creio que você também vai deixar de pensar que um dia houve real intenção de investimento na região. fica claro os óque os métodos utilizados pelo empresário não privilegiam as questões sociais e ambientais.
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM828300-7823-AS+CONTROVERSIAS+DAS+EMPRESAS+DE+EIKE+BATISTA,00.html
Veja a gagueira dos diretores da LLX quando questionados sobre questões ambientais. E saiba que esta entrevista foi feita durante a exposição do projeto Porto Brasil ao CONDEMA de Itanhaém.
http://www.criasite.net/condemaitanhaem.wmv
Um discurso vazio e sem sustentação é capaz de deixar as autoridades locais, inclusive meu ex-idolo Samuel Moreira, completamente apaixonado por um projeto inexistente.
A saída da ministra Marina da Silva, preocupa não apenas os brasileiros que tratam do assunto meio ambiente, mas também todas as agências internacionais. Carlos Minc, (que jurou de pés juntos que não aceitaria o convite), assume já CEDENDO a pressão do Governador do Rio de Janeiro e do próprio Sr. “Inácio” – esta atitude já nos diz o que esperar dele.
Isto não quer dizer que não seja uma pessoa de méritos, mas que não é a pessoa adequada para esta assumindo questões tão relevantes, principalmente a questão da Amazônia. Cabe inclusive destacar Raul, que quando se fala em Amazônia, queremos dizer a AMAZÔNIA LEGAL, a qual compreende parte do território de nove países e de mais 9 estados brasileiros – correspondendo a 81% desta em território nacional. Isto perfaz 61% do território do Brasil.
A questão é por demais ampla. Minc, mais “liberal”, terá de ter pulso forte e não ceder as pressões que irá sofrer de todos os lados, inclusive do Governo Petista para facilitar e afrouxar a política ambiental. Veja no Rio de Janeiro, MINC, votou contra uma própria lei criada por ele, em relação a defesa da Mata Atlântica onde somente poderiam explorar a terra com preservação de 30% desta. A alteração reduz para 20% a área de preservação – CEDEU AO CAPITALISTO SELVAGEM.
Não se apressa o processo de exploração ambiental. Os estudos que devem ser feitos são demorados, devido à complexidade que os envolve. E importante destacar, da necessidade disto, pois estamos falando da preservação nossa e do resto do mundo. Lógico que os demais países, em especial EUA e China, devem fazer sua parte também.
O Brasil DEVE prosperar, deve ter uma economia alavancada, empregos e situação social da melhor qualidade para toda a sociedade. Mas deve-se verificar qual o preço que iremos pagar. Equilibrar a equação desenvolvimento econômico e preservação ambiental não é coisa do outro mundo, basta termos políticas sérias a respeito e uma legislação forte para cuidar do tema.
Minc, já chega tendo que explicar a DENÚNCIA feita por seis entidades de defesa ao meio ambiente, feita na 4º Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena, em Bonn, na Alemanha (ONU), em relação a questão da comercialização do MILHO TRANSGENICO plantado no Brasil – questão extremamente negativa para o país e para a saúde do povo brasileiro que serve de cobaia.
Sob outro foco, a sua observação sobre a fiscalização é bem apropriada. Minc deveria começar mostrando sua competência, não colocando o exército para isto, pois sua missão constitucional é o de garantir a soberania – deve cuidar sim das nossas fronteiras por onde tudo acontece e “ninguém vê”.
Ele que abre concursos públicos para fiscais e agentes para tal intuito. Afinal, o Governo Federal gasta muito comprando “tapiocas”, “alugando carros”, “reformando as casas dos reitores”, “não tendo um tribunal de contas adequado”, deixando o dinheiro do povo ir para a latrina com as inúmeras fraudes, etc. – recursos há!
Vamos aguardar, torcendo para que MINC nos surpreenda positivamente.
ERNESTO DONIZETE DA SILVA
PSDB/SANTOS
Alô Raul. Forte abraço. Preservar o meio ambiente é preservar a vida. Porém, engessar determinadas regiões, como o Litoral Norte de São Paulo, é impedir o desenvolvimento e condenar aquela população à pobreza eterna. É preciso dar estrutura aos órgãos competentes como DEPRN e Ibama. Mas também é cobrar desses órgãos mais rapidez e presteza na avaliação de projetos.
Caro Raul: Nós evoluimos na legislação, mas precisamos dotar os órgãos ambientais de técnicos competentes para licenciar quando for possível ou para negar rapidamente quando não for possível, para não causar falsas expectativas.
Pois é Raul.
O PT ainda tinha alguem conciente, competente e séria, a ex. Ministra Marina Silva, que sempre lutou em pról da sustentabilidade do meio ambiente e que lamentavelmente não aguentou a pressão dos latifundiários e usineiros e
por outro lado sem o devido apoio do Presidente Lula que nessa área demonstra ao aceitar sua saída do ministério, total desconhecimento da questão ambiental. Também!
E mostrando seu desconhecimento ou desinteresse pela questão ambiental, convida uma pessoa da área ambiental,mas que o própio se diz incapaz de Ministra nesta pasta, pelo fato de desconhever o Brasil. Só conhece seu quintal, que é o Rio de Janeiro. ê lamentável!
Abraços.
Planeta que chora
Luiz Domingos de Luna
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Reflito sobre a vida
sobre o mundo rotativo
do universo exuberante
da beleza do ser pensante
do mundo mágico criativo
É o solo, é a existência roída
de um planeta que chora, exaurido.
De uma fumaça de gás cumprimido
De um berço que faz sentido.
De uma paisagem destruida
que teimo em desfrutar
a reta um ponto vai ficar
o fim, o começo a externar
O espaço a gritar
O ambiente somente?
A água ?
A selva?
O mar ?
E nós humanos ?
O planeta chora
A inteligência ignora?
Onde iremos morar?
sem terra, sem piso, sem ar
sem fogo, sem água, sem mar?
por que a poluição ?
o farelo da destruição
O lixo cultural ?
O rio é um esgoto
O mar está morto
O ar é aborto
de quem quer abortar,
assim, volto ao pó
não tem reciclagem
é uma viagem,
mas viajo só?
Alma de Cupim
Luiz Domingos de Luna
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Adora a existência
Contempla o natural
O espaço sideral
Inteligência da potência
Muda a paisagem
Destrói a natureza
Maltrata a beleza
Em qualquer passagem
Dialética humana
Constrói o artificial
Dizima o natural
Da fumaça que emana
A construção de desertos
Na alma impregnada
Não pode sobrar nada
Em campos abertos
Qualquer jardim
Deve ser venerado
Aplaudido e aclamado
Querendo o seu fim
Luta demente
Não tem beleza
Não tem natureza
Não tem jasmim
Jardim da humanidade
Todos têm direito
Qual foi o defeito
Todos defendiam
Todos aplaudiam
Não tem mais jardim
Não tem mais culpado
O tempo rolado
Num mundo sem fim
Corpo humano
Alma de cupim.
Quem sabe? Se cada ser humano tivesse a oportunidade de passear pelo os confins do universo gelado, os homens não poderiam se tornar humanos de verdade.
Passeio Cósmico
Luiz Domingos de Luna
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Entre galáxias quentes
Quasares gigantes
Tudo tão distante
É tão diferente
Não tem gravidade
É uma queda de gênio
Não tem oxigênio
Estranha suavidade
O terror da matéria
Viva atrevida
Não tem vida
Do humano a miséria
Não tem cultura
Luz escuridão
Alma em aflição
É somente tortura
O medo grita
O silêncio calado
No mundo gelado
Sem terra e guarita
Há anos, ativo.
Vejo um ponto
Pare uma foto.
E ali que vivo
Um traço obscuro
Não parece uma bola
A câmera giratória
A terra procuro
Perdido no infinito
Leva-me de volta
De tanta viravolta
Sinto-me perdido
Que tal existência
Aonde vai me levar
Onde queres chegar
Só vejo a ausência
Nos confins um grito
Não sei decifrar
Mas vou escutar
E assim repito
Um barulho estranho
Parece um cano
A água derramar
Cadê gravidade
A tua humanidade
Para poder parar
Vejo-me girando
Eu mesmo falando
Onde vamos chegar
Tudo é mistério
Grande interrogação
È poder da matéria
Ou da criação?
Universo Paralelo
Luiz Domingos de Luna
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No palco da existência
Bilhões de combinações
Infinitas proporções
Da matéria a essência
O Universo unificado
Longe da imaginação
Entrar numa prisão
Por tempo determinado
Matéria não adaptada
A um tempo a correr
Na dependência sofrer
Corpo, a vida deixada.
É uma ida, uma volta.
É o estar, é o ser.
É o Poder, é o ter.
É uma reviravolta?
Entra numa dimensão
Do tudo – do nada nasce
É apenas um disfarce
Do nada, a terra, o chão.
É uma magia encantadora
Toda carne é morredoura
Sem ela, a imortal
Alma sonhadora
Na vida a vagar.
Uma compreensão
Uma explicação
Ninguém quer falar
Quem pode entender esta seta
Que a história inquieta
Teima em voltar
FONTE:http://oglobo.globo.com/servicos/blog/comentarios.asp?busca=&cboRegPorPag=10&cod_Post=108198&pagAtual=3
Aos Seres Humanos
Luiz Domingos de Luna
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Quebrando correntes
No tempo a passar
Mistérios a desvendar
A todo o momento
Se tudo fosse diferente
Teria o ser humano
O pensar, um plano.
Da existência presente
Que show arriscado
De um palco sem fim
O infinito vem a mim
Ou já foi programado
Tanta existência
Quem vai usufruir
O tempo destruir
Ou há consistência
A Vida acompanha
As etapas da curva
Existe uma luva
De potência tamanha
Controlar o processo
De toda imensidão
É plenitude da razão
Ou pensamento, ao inverso.
É do ser humano obrigação
Conhecer todo o infinito
Ou existe um conflito
Buscando interrogação?
Já não é chegado
A hora de saber
Do universo o porquê ?
Na existência – postado
FONTE:http://oglobo.globo.com/servicos/blog/comentarios.asp?busca=&cboRegPorPag=10&cod_Post=108198&pagAtual=3
A Fábrica de Universos
Luiz Domingos de Luna
Os bósons são inteligentes
Escondidos em outra dimensão.
Por que tanta precaução
É um ato consciente?
A ciência está na cola
Graças à matéria escura
Que dificulta a procura
Confunde o eixo da mola
Choque de matéria e luz
Curvado no infinito
São partículas de granito
Ou mistério da órbita conduz?
Esta imantação é problema
Dependência de uma ditadura
Da energia e da matéria escura
Um cárcere privado com algema
Iluminados – O que fará
Com o bóson aprisionado
Um mistério bem guardado
Ou ao humano entregará?
A Quem interessa?
Uma fábrica de universo
Os paralelos diversos
Para que tanta pressa
Um universo precisa
De um planejamento
Senão o novo engole a gente
Seja humano ou não
Tudo vai para o ralo do nada
Cadê a inteligência em projeção
A Consciência e a razão
Virou tudo fragmento
Não basta o pensamento
No túnel do tempo
Numa vida a bailar
FONTE: http://oglobo.globo.com/servicos/blog/comentarios.asp?busca=&cboRegPorPag=10&cod_Post=108198&pagAtual=1
Entre Colunas
Luiz Domingos de Luna
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Entre nascimento e morte
Pego o meu passaporte
Numa vida a bailar
Dos dois pontos faço linha
Numa estrada que caminha
Na sorte ou no azar
Entre colunas eu fico
Sempre a caminhar
Não pode ter acidente
Senão quebra a corrente
Já não posso respirar
Uma reta esticada
Cada passo, uma pisada
Tenho que controlar
Não posso sair do prumo
Ou então um tombo
Para me derrubar
Do útero para cova
Uma vida se renova
Cheirando interrogação
No meio das ampulhetas
Viro pó, sombra e chão.
Ou larva de borboleta
Uma vida nova nasce
É uma transformação ?
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A Tela de Compostela
Luiz Domingos de Luna
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Matéria no corpo diluída
O Espírito a chama clarear
Contorno de tudo a acentuar
O Equilíbrio da alma indefinida
A estrada da poeira percorrida
O Peso da história a carregar
Andarilhos pelo mundo a vagar
Corpo dilacerado, carne dolorida.
Busca da grande interrogação
Indagação ao humano, toda hora.
Pergunta sem resposta, que aflora.
Na caminhada, da caminhada – a imensidão
A fadiga corrói o corpo fraco
Na tela do ferro a rasgar
O corpo humano a sangrar
Na busca da infinitude do aço
Em pedaços a matéria a chorar
Clamando o grande encontro
É o homem, é o outro, é o espanto
Que no final tem que juntar
Carregando em um só corpo o mistério
Destes fragmentos em um só “eu” aglutinar
Palco Iluminado
Luiz Domingos de Luna
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Em cada sonho uma fantasia
Que percorre o pensar
No momento a gritar
Força que extasia
Girando no encanto da vida
Um gesto nobre propicia
Na luz que irradia
O instante eterno se fia
O cenário todo florido
Uma paisagem a contemplar
Um universo a pensar
No tempo um fluido
Que teima em derramar
Gotas de um sereno
Um incenso ameno
A existência contagiar
Interação perfeita
Arquitetura social
Beleza natural
Obra prima feita
Cada ser é arquiteto
Que a história aniquila
É o sonho da vida
Inacabado um projeto
Um projeto inacabado
Que falta ser decifrado
Ou um palco iluminado
Explicação buscando?
Espaço sem luz!
Luiz Domingos de Luna
Uma idéia nasceu
Percorreu o espaço
Sinto o que faço
Já não sou eu
A obra que rola
Na esfera social
No arremate final
Parece uma bola
Cada chute uma pancada
-O Público já analisou
Pois, ele é sempre o senhor.
Da obra que foi criada.
Estrada corrente de dor
Cada letra uma pisada
Toda linha esmagada
Na lógica do leitor
O Conjunto é uma esfera
De vértice quebrado
Ou tem giro acelerado
Ou o motor emperra
Passar no crivo social
Num filtro bem condensado
Na página, tela, lixo ou lado.
O Poema tem seu final.
A Miragem
Luiz Domingos de Luna
É muito fácil observar
A presilha dos seres humanos
Sentidos, prazeres, desenganos.
Uma paisagem a embelezar
Tudo parece um sonho
Emoções sentimentos
Um corpo lançado ao vento
Na busca de um mundo risonho
Cada um num carrossel a girar
O filme da vida pontuando
O Futuro ao presente ocupando
O Passado a história registrar
A maquina humana em movimento
Os líquidos internos em plena ação
Uma desordem que vai parar-Pena
Deixar a cadeira, para outro ocupar.
É um show com tempo determinado
É Viver plenamente a emoção?
É A razão e emoção conjuntamente
Ou o grande parque da Ilusão ?
A Busca
Luiz Domingos de Luna
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A Alma humana a buscar
A todo e qualquer momento
É uma força ou um sentimento
Que nunca pode parar
É incrível o aprimoramento
Que precisa aprimorar
O pensamento a vagar
Em um novo firmamento
Seja qual for à maneira
Tem que modificar
Pois está no DNA
É uma seqüência inteira
Tudo a repensar
Nada está concluído
É como um fluido
Em constante derramar
Talvez o eixo da dúvida
Esta procura, enfim.
Nada tem um fim
É o sentido da vida
Parar um instante
Isso nem pensar
A busca sempre a buscar
É uma corrente andante.
Aonde vamos chegar?
A Construção do Eu
Luiz Domingos de Luna
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A cada dose um contentamento
De uma vida a apreciar
Numa escala a determinar
O tipo de comportamento
Uns a forma o juramento
Outros a matéria a clamar
E os da alma a cantar
A voz do ego o pensamento
São corpos dobrados ao vento
Na dimensão do espaço
O intelecto de aço
A fazer questionamento
Um mundo a semente
Sem depender da paisagem
É sempre uma passagem
Do corpo, alma e mente.
Qual vetor determinante
Dos três fragmentos
Uma vida de argumentos
Na matéria, o mundo dominante.
São vidas alinhamentos
Em linhas determinadas
Cada qual em sua estrada
O Viver a cada momento
Ou tem que somar tudo
Provar a dose em separado
De um mundo agrupado
A cada gosto um fel dobrado
Ou o brilho do mel achado
De um novo ser em movimento.
O Vazio
Luiz Domingos de Luna
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O Vazio não pode ter nada
Se tiver algo, ele está ausente.
Na plena ausência está presente
Antes do ponto ou depois da disparada?
O Vazio não pode ser conceituado
A Noção que se tem é dogmatizada
A ausência é a presença do não chegado
O Vazio não tem uma lógica estruturada
O Vazio não pode ser preenchido
Preencheu o vazio, ele sumiu.
Sumiu-se, ele nunca existiu.
O Vazio está escondido?
O Vazio quebra a existência
Quebra a matéria e o tempo
Não pode ter momento
Existe no cosmo? Ou na inteligência?
Como encontrar o vazio?
A existência toma seu espaço
Ou ela está em pedaços
A ausência de tudo. Quem já viu?
O Nada absoluto. Plena Garantia
Sem buraco negro, sem quasares.
Sem o avesso da matéria
Sem o avesso da energia
Sem átomos, sem moléculas.
Sem luz, sem escuridão.
Um vazio perfeito
A ausência da existência
A Luz da criação!
Paraíso
Luiz Domingos de Luna
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Conversei com Eva
Lá no paraíso
Não tinha sorriso
Parecia tristonha
Não tinha vergonha
Buscava liberdade
Não tinha saudade
Então lhe indaguei
Qual a dor do seu grito?
Viver em conflito
Passar ou não?
Para a próxima geração.
O Gênio da Gravidade
Luiz Domingos de Luna
Cada tombo uma queda
O Ser vivo a equilibrar
Não pode escorregar
Uma altura que esfarela
Quem anda de avião
Já fica preocupado
Numa pane é jogado
Corpo sem vida no chão
Gravidade impiedosa
Sempre a puxar das alturas
Até as vezes, dá tonturas.
De queda assombrosa
Lá da montanha, um condor.
Voava tranquilamente
Num instante somente
Pensei que estivesse parado
Parado nas alturas
Está tudo errado
Cadê tua força, puxador?
Eu estava enganado
Não era um condor
Não era um planador
Era um simples beija-flor
Enganando a gravidade.
Travessia
Luiz Domingos de Luna
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A Parede da mente
Está quebrada
No conflito da estrada
É reviravolta somente
à águia está lá
A asa ferida
Sem guarida
Sempre a voar
A água agitada
Tem que passar
Furacão no ar
Força anulada
Na superfície a pisar
O mergulho da morte
É o único suporte
Que espera chegar
Tremulante momento
Uma chuva de vento
A águia a carregar
Rasteja na onda
Como uma lona
O espaço ganhar
A asa dobrada
Tão fatigada
A praia chegar
Transformação
Luiz Domingo de Luna
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Reguei uma planta
No meu jardim
Era um Jasmim
Beleza que encanta
Entre espim
Uma lagarta
Como uma carta
Vinha a mim
Toda enrolada
Comia clorofila
Plumagem colorida
De fogo chamada
Numa manhã florida
A lagarta sumiu
A borboleta me viu
Nos caminhos da Vida
Contemplando o chão
A asa em giro agitava
A Paisagem deixava
Na linha da imensidão
Passos
Luiz Domingos de Luna
Procurar na web
Passos que passo
Passos que vem
Passos do além
Não sei o que faço
É como um compasso
De um tempo passado
Já foi um chamado
Na imensidão do espaço
Ouvi um grito
Parecia um trovão
Na escuridão
Estava aflito
Pulei noutro astro
Deixei a pisada
Ta lá registrada
Como um mastro
Luz em ebulição
Fiquei assustado
Parece ter entrado
Noutra dimensão
Tudo tão diferente
Um carrossel giratório
Um som vibratório
No meu consciente
Sonho ou realidade
Não sei precisar
É um vôo a voar
Não tem gravidade
Uma mão me puxou
Numa frieza gelada
Não sei mais de nada
Num novo mundo estou
Onda que chora
Luiz Domingos de Luna
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História dos papéis
O mouse a demarcar
Palavras que somem
Mas que vão voltar
A tela da história
Um trabalho a postar
Um instante eterno
Que não vai durar
Tudo a voar
Sempre escrevendo
De um tempo correndo
Não pode parar
Vida sumida
Na abstração
Vida já vivida
Em outra ilusão
No útero da terra
Vai transformar
Onda que passa
A outro repassa
Sempre a chorar
Pingo da vida?
Luiz Domingos de Luna
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Era um pingo
Começou a girar
Fiquei a olhar
O Seu caminho
Desceu a ladeira
Parou um segundo
Estava imundo
Cheio de poeira
Bolinha consistente
Ganhou conteúdo
Da parte o tudo
Sempre à frente
Rolou num tinteiro
Ficou colorido
Bicho sabido
Fugiu bem ligeiro
Atravessou uma vala
Passou na ferida
A Bactéria Lambida
A Vida levava
Pingo complicado
Todo disformado
É a vida da ferida
Ou o pingo da vida?
Gostaria de Parabenizar a atitude generosa do Jornalista Raul Cristiano, por ter gentilmente, cedido este espaço para a publicação de minhas poesias.
Atenciosamente,
Luiz Domingos de Luna.
Aurora – Ceará