Blog do Raul

Ninguém imagina Alckmin não-candidato !

Quando o PSDB aprovou resolução para provocar candidaturas próprias em todo o Estado de São Paulo, a partir de 2004, a medida foi encarada como corajosa para o partido sair da condição de linha auxiliar de muitos partidos e/ou governantes. Ouvi muitas histórias de que os prefeitos adoram ter vice-prefeitos tucanos, porque agregam valor e voto às chapas majoritárias, são sérios, leais, competentes e muito bem articulados. Entretanto, com a decisão de enfrentar eleições, perdeu várias, ganhou muitas e consolidou bastante o partido no Estado, que lhe garantiu a organização e representação política em todos os 645 municípios paulistas. Mas há exceções à regra, desde que ela não considere Geraldo Alckmin não candidato a prefeito da Capital, num cenário em que há sinalização da sua vitória, se as eleições fossem hoje.

Em todo os estado são verificadas movimentações importantes, para a definição do arco de alianças do PSDB, transpondo naturalmente a atual formação partidária da bancada governista na Assembléia Legislativa. Assim, incluem-se no planejamento eleitoral o DEM, PMDB, PTB, PPS, PV e PDT, por exemplo. Acontece que uma articulação dessa envergadura defronta-se com algumas complicações políticas regionais. Muitas vezes, lideranças partidárias mais próximas nas questões macro do Estado, no município são adversárias e não há um meio de juntá-las no mesmo barco.

Nessas regiões são raras as possibilidades de exceções à resolução pela candidatura própria. A apresentação de candidaturas é inegociável, justamente pela oportunidade que a participação eleitoral dá personalidade à legenda, ora elegendo novas lideranças, ora compondo uma representação de vereadores. Independentemente dos resultados, o partido ganha muita força nas eleições intermediárias entre a municipal deste ano e a de 2012, porque pode testar seus nomes no pleito estadual para deputado também.

O tabuleiro está na mesa, com essas reflexões genéricas. Sei que há muitos tucanos e aliados aguardando o desenlace dos principais municípios, porque ainda vigora a decisão de cúpula em muitos desses lugares. Como seria bom um processo mais democrático, inspirado nas primárias americanas; logo saberíamos a densidade dos pretensos candidatos e a sua capacidade de agregar mais apoios dentro e fora do partido para o projeto de poder local.

Em Santos, o caminho é na direção de uma aliança no primeiro turno com o candidato a prefeito do PMDB, João Paulo Papa, que buscará a reeleição. Fora de Santos, há tucanos de todas as plumagens que torcem o nariz com a perspectiva do PSDB não lançar candidatura própria. Mas nunca, nos 20 anos de existência do partido, alguém foi capaz de unificar o PSDB como o Papa, uma unanimidade. Pela minha vivência partidária creio que, se ele fosse filiado ao PSDB, fracassaria o seu objetivo, a exemplo do filme que já assisti sobre as candidaturas tucanas anteriores a 2008.

Agora, em relação ao Geraldo Alckmin, para São Paulo, cuja situação desperta tanta curiosidade em todos os cantos deste país, não há uma viva alma que arrisque um fio de cabelo sequer na possibilidade dele não disputar a maior prefeitura do Brasil. Tenho dito!  

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14 comentários em “Ninguém imagina Alckmin não-candidato !”

  1. O Sol nasceu para todos e também para você vote QUERCIA vote QUERCIA PMDB. PMDB é 15

  2. uriel villas boas

    Camarada Raul
    Algumas expressões precisam ser usadas com o devido cuidado. Eu “nunca” votarei no seu candidato. E “sempre” vou trabalhar contra ele. “Todo mundo” pensa como eu? Ou só o “pessoal” mais esclarecido? Creio que você quiz dizer que “ninguém” dos tucanos vai ser contra o Alckimin,certo?
    Um abraço
    Uriel

  3. Milton Flávio

    Raul

    Ninguém melhor do que vocês para apontar o melhor caminho para o PSDB na baixada. Seus compromissos e história partidária lhe conferem autoridade para opinar neste momento importante para todos nós. Se majoritariamente o PSDB de Santos optar pela coligação que possamos oferecer nomes que apontem para um avanço em nossas pretensões partidárias.
    Sucesso.Voces merecem…

  4. Caro Raul,
    A primemira resolução do PSDB para o lançamento obrigatório de candidatos a Prefeitos em todos os 645 municípios de SP foi em 1994, quando Geraldo era o presidente e eu o secretário geral.
    Um abraço do seu leitor assiduo.
    Goro Hama

  5. carlos laureano

    Muito bom o comentário do Uriel. Maduro. Goro hama relembra bem 1994 (também relembrei,graças ao Goro, a FGV e tempos de Bolsa de Valores e respectiva quebra). Espero que não vire blog de saudosismo. Quanto à análise, perfeita para Papa pró PSDB em Santos. Essa foi fácil querido Raul. Na Baixada gostaria de uma análise sobre Cubatão. E, mais importante, sobre São Bernardo, berço do sindicalismo atual e berço político do Lula. Um abraço.

  6. Rafael Valdivia

    Muito bom reunir os companheiros nos comentários, Milton Flavio, Goro Hama e demais. Discussão dos rumos é absolutamente necessária, arejar o espírito para novos tempos e desafios. Parabens pelas análises.
    Abraço
    Rafael

  7. Querido Sanchez (Raul) Suas analises são sempre muito boas e nos remetem aos nossos compromissos partidários, vocês em Santos tem história e autoridade para mostrar o melhor caminho, temos bons nomes para compor a chapa do PAPA. Mas o que me deixa mais feliz é que a um dia dos Sete anos da morte do Governador Covas encontro aqui pessoas especiais como o Goro e nosso sempre deputado Milton Flavio. Forte Abraço a todos

  8. Claudio Alves de Amorim

    Caro Uriel, não fique tão incomodado com o nome de Alckmin a prefeito de São Paulo. Creio que este artigo que Raul escreveu com tanta inteligência e discernimento, esta mais para enfatizar a “unidade” tucana no município de Santos. Leia:”Mas nunca, nos 20 anos de existência do partido, alguém foi capaz de unificar o PSDB como o Papa, uma unanimidade. Pela minha vivência partidária creio que, se ele fosse filiado ao PSDB, fracassaria o seu objetivo,”

  9. Raul, como asssim, que em Santos o caminho é de aliança já no primeiro turno? Vamos ficar na inércia por mais quatro anos? E acreditar que o Quércia ou Michel temer aceitará que o Papa venha a apoiar o candidato do PSDB para disputar as eleições em 2012, isso claro se nessa eleição fossemos de vice Prefeito. Infelismente sinto com essa sua posição, que na reunião do Diretório, no próximo dia oito, o bolo ja venha em fatias, e dessa forma não sei como pensar em novas lideranças, se as tradicionais se omitem da disputa eleitoral. Como acontecerá o milagre do crescimento da legend?. Espero que não seja como o espetáculo do crescimento, discursado pelo atual presidente da República, que nada mais é: Falácias falácias e falácias!

  10. Caro Raul,
    parabéns pela frequência e pelo leitores de alto nível que seu blog tem.

    sempre respeitei o Uriel. Inclusive elogiando publicamente em algumas ocasiões. Porém, tem demosntrado ultimamente que eu estava errado. escreveu e mandou uma carta que foi publicada no jornal a tribuna, metendo o pau no Bruno sem ter conhecimento do assunto. Agora esse comentário, que semanticamente e filosoficamente pode fazer sentido para um comunista esquecendo que o blog é de um tucano e trata das coisas da perspectiva tucana.

    tem gente que ainda vive na berlin oriental…

    como diria um amigo: faz favor…!

  11. Edgar Boturão

    Alô Raul. Forte abraço. Jogar contra Alckmin seria absurdo, especialmente após as últimas pesquisas. Já em Santos, só mesmo o Papa para unir os tucanos. Que todos digam amém!

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