Blog do Raul

Eficiente jeito Rolando Lero de comunicar

Impressionante a fala do ministro Guido Mantega em cadeia nacional de rádio e tv, sexta-feira (21) à noite. Pediu a atenção de todos para um recado ao povo brasileiro e ocupou o seu tempo apenas para exaltar genéricamente os "grandes feitos do governo Lula na economia", que nunca antes na história deste país foram vistos. Comemorou os números do IBGE e falou que muito mais e melhor vai acontecer, sem especificar o quê e como. Proselitismo puro. O quê vimos e ouvimos foi um plágio daquele personagem da turma de Chico Anísio, o Rolando Lero.

Com essa aparição e os improvisos do presidente Lula, parece que o Brasil é um outro país. A comunicação tem uma grande influência e eles sabem utilizar os seus recursos. Quantas vezes paramos para refletir sobre a inibição de políticos e governantes importantes, que realizaram "obras" essenciais para a recuperação econômica e financeira dos cofres públicos, sobrando para si a marca dos cortes de verbas e de pessoal, ao invés do gestor austero, responsável, estancador dos abusos e do desperdício nas contas públicas.

A cientista social Lourdes Sola, em recente entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo" disse que são visíveis as largas diferenças entre o uso da comunicação pelos governos petistas e tucanos, por exemplo. Sem entrar no mérito dos gastos com publicidade oficial, mas fundamentando este comentário no planejamento estratégico para uma política de comunicação eficiente e eficaz, Sola destaca que o PSDB é tímido ao assumir e propagar os seus resultados, porque fica pensando a comunicação como fator secundário e às vezes porque tem medo de ser comparado a governos conservadores, de direita.

Nessa mesma entrevista, Lourdes Sola destaca que os governos petistas tem uma capacidade enorme para a comunicação, inclusive para a apropriação de feitos positivos que não foram de sua iniciativa. Ela tem razão. Veja os resultados da última pesquisa Estadão/Ipsos, divulgados na semana passada:

Conforme esse levantamento, o governo Lula fez três coisas boas: o Programa Bolsa Família, a estabilidade econômica e a ajuda aos pobres. Dentre as coisas ruins, o eleitorado nacional cita como "obras" do PT e de Lula, a corrupção, o apagão aéreo e a pouca atenção à saúde.

Na própria análise do jornal "O Estado de São Paulo", sobre a pesquisa, explicita a afirmação que Lula se apropriou quase que por inteiro da estabilidade da economia. Para 67% dos entrevistados, o presidente Lula é o responsável por ela; o ex-presidente Fernando Henrique, cujo governo implantou o Plano Real e sustentou os primeiros oito anos estáveis, foi mencionado como responsável por apenas 7%.

Para Alberto Carlos Almeida, diretor da Ipsos, a resposta do eleitorado é coerente com o discurso do governo: "O governo Lula reitera em seu discurso que está trabalhando todo o tempo para os pobres. O eleitorado brasileiro padece de ‘presentismo’, ou seja, tende a atribuir as coisas boas ao governo presente, mesmo que ele não tenha sido o autor delas – desde que esse governo seja bem avaliado, tenha a simpatia da maioria da população e, naturamente, possua um bom mecanismo comunicador".

Reynaldo Azevedo, em seu blog na revista Veja – http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/ , comenta a fala de Rolando Lero, digo, Guido Mantega: "É obviamente, uma provocação. Foi à TV prometer mais e novos benefícios, deixando claro que tudo é uma questão de vontade do presidente Lula. Se está tudo certo, que aprove sozinho a CPMF. Por que digo isso ? Ora, já vimos que os benefícios da contribuição estão sendo privatizados pelo PT antes da sua aprovação. Por que dividir com as oposições o ônus de uma contribuição impopular ?" 

Rolando Lero era do tipo esperto, não fazia feio na frente de ninguém, mesmo sem saber as respostas. O personagem foi "imortalizado" pelo ator Rogério Cardoso, falecido em julho de 2003, justamente no ano em que iniciou o primeiro governo de Lula da Silva.

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2 comentários em “Eficiente jeito Rolando Lero de comunicar”

  1. fafi pontes

    olha a colher torta do pt de novo, aí, gente!!!!
    números que não existem, o bolsa -família, o maior cabo eleitoral do brasil e pago por nós ‘contribuintes’.
    não passemos mais cheques! vanos voltar ao escambo!
    quem quer trocar minhas figurinhas de jogadores do santos, anos 60, por 5 kilos de arroz integral?
    é o jeito honesto do toma lá, dá cá.

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