Blog do Raul

Muitos carros no dia mundial sem eles

Dia 22 de setembro este ano caiu num sábado e é a data escolhida para se comemorar o Dia Mundial Sem Carro, todos os anos. Na Capital paulista houve um grande esforço para comemorar essa data, com o envolvimento da prefeitura e de mais de 200 entidades da sociedade civil, e os mais conscientes preferiram ficar em casa, a esperar um tempão pelos transportes coletivos. Um amigo resolver sair do Butantã e se deslocar para a Cidade Universitária, em companhia da sua mulher. Seguiram ladeira abaixo, a pé, como mandava o figurino da "comemoração". Sofreram para voltar: a espera de um ônibus durou 50 minutos.

Algumas das principais vias paulistanas estiveram fechadas para os carros. Isso provocou o congestionamento das que sobraram, porque o sistema público de transportes ainda é largamente deficiente. Esse fato por si só já serve de alerta para os entusiastas dessa iniciativa. Oded Grajew, do Movimento Nossa São Paulo (organizador do evento), comemora a reflexão sobre o excesso de veículos para a sociedade.

No jornal "Folha de São Paulo" deste domingo, Grajew confirma as dificuldades vividas pelo casal de amigos meus: "A idéia é provocar uma pressão para ter outras alternativas de transporte, mostrar as deficiências do transporte público e, agora, sugerir ao governo aumento de ciclovias e fechamento de ruas aos domingos".

Pois é, as mudanças climáticas mostram bem os efeitos da deterioração da qualidade de vida das pessoas, nas grandes cidades. A quantidade de veículos e o uso individual dos mesmos, a ocupação descontrolada dos solos e as consequências da poluição gerada pela própria população nos córregos e rios, os cortes de árvores e o desperdício no uso da água, dentre tantas outras aberrações, precisam de urgentes medidas corretivas.

O Dia Mundial Sem Carro serve para mudar a cultura das pessoas. Uma comunidade saudável fica chocada quando as doenças cardiovasculares e infecciosas, como por exemplo a leptospirose e a dengue, rondam os seus lares. Temos que fazer alguma coisa e São Paulo fez o seu alerta. Foi mínimo ? A adesão foi reduzida ? Não importa. Importante mesmo é que o assunto já faz parte das nossas reflexões.

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