O governo Lula está recrutando profissionais de peso da imprensa nacional e com eles vem tomando todas as providências para criar a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Com a mesma eficiência que se apodera de conquistas do governo Fernando Henrique (estabilidade econômica, resultados do crédito agrícola, reformas educacionais, rede de proteção social, sistema único de saúde, privatização da telefonia, universalização do uso dos celulares, habitar Brasil e por aí afora), agora avança jeitosamente com a unificação do patrimônio e das equipes da Radiobrás e da extinta Fundação Roquette Pinto. Essa movimentação às claras mostra a competência do atual governo com o planejamento e a perspectiva de domínio de longo prazo.
Vale lembrar que faz quase 10 anos da morte de Sérgio Motta, o grande mentor da privatização das teles. Ele era o tucano que tinha horror de se apequenar e fazia acreditar que a social-democracia brasileira tinha um alcance de pelo menos 20 anos no poder. Chego a pensar que as suas previsões estão se confirmando, graças ao oportunismo do governo Lula com a apropriação e manutenção das principais políticas de governo, desde Itamar Franco no final de 1992.
Parecemos anestesiados. Será que alguém está percebendo a sequência de fatos e falas e discursos improvisados ? Evidencia a massificação da informação (de tanto bater na mesma tecla vira uma verdade) ou até a propaganda enganosa. E o quê nos anestesia ?
O Congresso Nacional ainda nada sobre o rescaldo Renan. A CPMF sem aprovação resulta em ameaças lulo-petistas de suspensão do Bolsa Família e das ações do PAC (Programas de Aceleração do Crescimento), por culpa da oposição. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados fracassa outra vez e "inocenta" outro dos seus 513 membros. E Mangabeira Unger ganha ministério por decreto de 1967.
Um verdadeiro circo de horrores. Mas entre "mortos" e "feridos", o governo avança com sua costumeira competência na comunicação, criando uma estrutura, de saída, com cinco emissoras de rádio, três de televisão e duas agências de notícias da Radiobrás; mais três emissoras de televisão, inclusive a TV Escola do MEC e duas emissoras de rádio, da Roquette Pinto. E a oposição ? Exceto pelas crônicas semanais de Diogo Mainardi na Veja, até agora pude ler algumas manifestações reacionárias e superficiais na blogsfera, como se houvesse um código de respeito aos porta-estandartes lulistas, Franklin Martins, Tereza Cruvinel e Helena Chagas, jornalistas que passaram pela Globo, Bandeirantes, Estadão (cooptados?), mas que são responsáveis pela formatação dessa máquina de cristalizar opiniões.
Chego a pensar que a névoa que se abate sobre as nossas instituições esconde mesmo a idéia gigante da TV Pública. No momento em que o mercado expõe o crescimento da Record, diante da Globo, é pífio ver que as únicas manifestações oposicionistas resumem até agora na tímida acusação de que o governo tenta criar uma rede simpática ao PT. Os dados estão postos, desta vez apenas para a nossa reflexão.
Ao Raul Christiano
O Brazil que não conhece o Brasil, repete a História, não aprendida com as modernidades midiáticas globais neste Governo & Aliados, causando “realidades” apreensivas
O neo-getulismo, desse sindicalismo de ações e resultados fascistas (José Saramago, generalizando esse fato, na Folha de São Paulo, sobre o corporativissmo “cultural” fascistóide, na atualidade brazileira não ideológica), a criar factóides para as mídias, régiamente alimentadas,que
deslancham com um baita vigor nas mentes, corações e almas da maioria brasileira. A ditadura sem farda é mais forte e insidiosa do que a fardada (de triste memória-história)como afirma cientificamente o Mestre “Roberto da Matta” sobre a contradição axiológica dos brasileiros e valores.
A versão publicitária, inserida no jornalismo a favor dos lucros “da Indústria cultural”, a todo vapor, torna qualquer fato político-social falaciosamente maior do que o fato real agregando um discurso do atual “Salvador da Pátria”
Realmente, Raul, é preocupante o momento e o fato.
Ivan Alvim
Raul, não st fácil votar na enquete de hoje, não existe democracia sem pressão dos diferentes “grupos ou setores” que compõem a sociedade.Imparcialidade em relação a quem?A o que?Fico com”tenho outra opinião”.Abraço
RAUL E AMIGOS,
o que dizer? mainardi e olhe lá!
enquanto isso, no lustre do castelo, as fadas brincam com nossa inteligência.
votei na propaganda enganosa! e não digo nada se não nos enfiarem uma subliminar.
Raul. A Globo é acusada de monópolio. A Record agora é apresentada como sendo do Bispo Edir Macedo (e aquela apuração sobre o dinheiro usado para comprar essa emissora que fim levou?). A BAND não decola. o SBT anda para trás. a TV MIx não se sabe de quem é. A CULTURA, sim, evolui (ainda que a duras penas) e cresce, agora na tv paga. Ou seja, não sobrou espaço para o Governo anunciar seus feitos heróicos; daí, surge a TV dita pública. Aliás, criada por MP, que nada tem de urgente como lhé é necessário (sob pena de rejeição) pelo Congresso. Com certeza se outro partido ganhar a eleição, o PT dirá que a TV pública não merece continuar. Que jogo, hem! abraços.
Assim como o “Café com Presidente” e também a “Voz do Brasil”, será um canal para assessores de políticos e jornalistas.
A “TV Cultura” mesmo com uma linha mais democrática tem uma audiência baixíssima.
O povo quer assistir na TV o que é inócuo, como novelas, filmes e o futebol.
Até imagino as charges: Lula na “TV Lula” vestido de general, para fazer alusão ao Hugo Chávez.