O PSDB decidiu orientar os seus dirigentes, para que apresentassem candidaturas próprias em todos os municípios do país. Essa não é uma tarefa simples, porque quando bate a lucidez política, para não dizer racionalidade, há dirigentes buscando candidatos apropriados para resolver os problemas da maioria da população. Acontece que nem sempre o momento favorece às candidaturas próprias, porque há uma predileção ou reconhecimento local pela capacidade de figuras que não integram a legenda.
Trocando em miúdos, no PSDB ou em qualquer partido é fundamental que não se perca de vista o interesse público. Sei que estas considerações levarão tucanos a pensar que sou contra o lançamento de nomes próprios. Muito pelo contrário, sou favorável que o partido esteja mais sintonizado com a sociedade, contabilizando alguns sacrifícios de militantes ou lideranças locais, obrigados a concorrer, às vezes sem nenhuma condição, apenas para marcar uma posição política, mas consciente de que precisa considerar a hipótese de alianças fortes de curto, médio e longo prazos.
Veja o caso de Santos. O PSDB dispõe de dois deputados estaduais eleitos em 2006, depois de um jejum de oito anos sem eleger um. Conta com dois vereadores fortes na Câmara Municipal. Participa de um governo bem sucedido e aprovado pela população. Teve um nome próprio colocado à disputa (deputado Bruno Covas), para cumprir a orientação partidária, mas retirou a sua disposição quando houve uma decisão pela preservação da aliança local com o PMDB do prefeito João Paulo Papa.
Bruno errou ? Sim e não ao mesmo tempo. Como pode isso ? Reforça a tese do encimadomurismo do PSDB ? O PSDB sempre teve candidatos próprios em Santos, desde 1988 quando foi fundado, e chegou mais perto da Prefeitura em 1996, com uma excelente votação de Edmur Mesquita. Bruno poderia repetir o feito de Edmur ou de Papa em 2004, que se elegeu. Nada garantiria o seu sucesso, senão o partido convicto de uma vitória e unido de fato para conquistá-la.
Mas Bruno acertou em seguir a decisão da maioria do seu diretório santista, que agora aguarda o consentimento da direção estadual do PSDB. Acho cedo, porém, que se verifique nos bastidores uma disputa para o cargo de vice-prefeito de Papa, quando ainda depende de decisão de uma instância superior, que age sensível aos movimentos locais, desde que não se pretenda uma solução de continuidade, por falta de liderança ou de capacidade de se tornar uma alternativa viável numa próxima disputa direta da Prefeitura.
O PSDB não vive dilema em Santos, de candidatos próprios ou apropriados. Em São Paulo, por exemplo, a discussão está num outro patamar. O PSDB dispõe de nome viável eleitoralmente, contudo está dividido porque ainda não consegue separar os seus projetos presentes e futuros. A última pesquisa do IBOPE preocupa pela incidência de novos fatores na disputa (Maluf, por exemplo) e a projeção da petista Marta, que nesta quinta-feira apareceu na primeira página da Folha de São Paulo, fazendo campanha com crianças num parque de diversões, a pretexto do Dia Nacional da Alegria.
Sem contar que ainda há no PSDB e em outros partidos, ex-prefeitos que não puderam se re-reeleger, mas que fizeram os seus sucessores e agora não desejam que as suas criaturas se reelejam, mesmo com gestões municipais aprovadíssimas! Enfim, cada um é cada um, enquanto não se tem uma agenda clara e promissora para o futuro!
Bom dia Raul.
São oportunas suas considerações a respeito da
próxima eleição municipal de Santos, uma vez que o PT, se é que não estou equivocado, já se decidiu por candidatura propria, a Maria Lucia Prandi, e se o PMDB é aliado do Partido
do Lula, como é que o PSDB – ferrenho partido oposicionista-através de reunião do Diretorio
se decide pela candidatura Vice, do Prefeito atual?
Tenho de reconhecer que socialmente, e logo por esse motivo, políticamente, a cidade de Santos é uma das mais avançadas do Brasil.
Há mais esclarecimento no todo social, fato esse que desde o saudoso Oswaldo Justo, todos prefeitos têm seguido a pauta administrativa de acordo com as necessidades e desafios do Município. Sem exceção, foram boas para o povo
as sucessivas administrações, e suas versões, independentemente dos programas partidários e conflitos inerentes aos caminhos democraticos.
É uma batata quente essa questão sucessória em Santos, apenas nos bastidores, para os eleitores, não existem maiores problemas não?
Um abraço
Ivan Alvim
Caro Raul,
Em Santos a questão é dificil, hein? Tanto o Bruno (e até mesmo vc) teriam condições de ser o nome do Partido.
Ao mesmo temo, uma aliança com o Papa seria boa para Santos e boa para o PSDB que, em tese, prepararia um nome para ser titular na próxima…
Já em Sp a questão é mais dificil ainda…
O querido amigo Geraldo está muito bem nas pesquisas mas, ao mesmo tempo, o PSDB é gestão com Kassab que faz um grande Governo…
Temps que encontrar saídas que não gerem fissuras internas e que nos levem à vitória.
Abraço!
JOSE RUBENS DOMINGUES FILHO
Presidente Municipal da JPSDB de Sp
http://www.tucanojovem.wordpress.com
Prezado Raul…
Como sempre, ler a sua coluna já se tornou um hábito, tanto pela colocação de alguns temas, quanto pela qualidade da redação.
Sem duvida nenhuma, todo o partido policitico gostaria de ter um representando no cargo majoritário do municipio, mas infelizmente, ventos sopram para outros lados, e nesta situação, temos que colocar nosso barco a favor do mesmo.
Será que o Bruno errou ? Acho que não, sua postura foi digna de um COVAS… e afinal de contas ele desempenha um otimo papel como Deputado, representando nossa região.
Infelizmente a situação do nosso PSDB aqui em Santos, ficou um pouco delicada, com o falecimento do Prof. Lara, mas tenho a plena certeza, que para a continuação de um trabalho e seguindo a mesma linha de pensamento um dos nomes a ficar ao lado do prefeito Papa, seria voce…
Brincando um pouquinho….
Afinal de contas, com o melhor parceiro para um PAPA do que um CHRISTIano ???
Abraços sinceros.
Carlão.Biomédico
[email protected]
Alô Raul.Forte abraço. Apesar de reconhecer a boa gestão de Papa em Santos, continuo cobrando dos tucanos uma candidatura própia. Acho que o PSDB santista se enrola mais ainda com essa aliança precipitada. E mais, Papa não depende dos tucanos para nada. Na verdade não depende rigorosamente de ninguém. Os tucanos deveriam apresentar um projeto alternativo para a cidade. Quem sabe com o próprio Bruno Covas. Mudando de cenário, acho que essa história de não poder se re-reeleger, fazer o sucessor e agora querer voltar a todo custo tem o endereço do Litoral Norte. Ou não?
Raul,
Quem sou eu para palpitar em uma decisão bastante importante mas, ao mesmo tempo, tão particular.A decisão de candidatura própria em todos os municipios é válida como orientação mas não pode ser impeditiva de que outras alternativas sejam adotadas quando a regra geral não se mostrar adequada. Seja com candidato próprio ou com o candidato a vice estaremos avançando para disputar com mais sucesso na próxima vez. Temos lideranças jovens e consistentes em Santos o que nos favorece muito!
Como o Serra disse na sua posse como prefeito de São Paulo, não se pode perder tempo olhando para o retrovisor e ,acrescento eu, menos ainda para a casa do vizinho ainda que seja nosso parente.
Vocês saberão construir a melhor proposta para o PSDB de Santos e com vocês fortalecidos quem ganha somos todos nós.
milton flávio
Estou meio ácido hoje! Então vou fazer um comentário: o que importa ao PSDB municipios com São Paulo e Santos?
Abraços.
Mano Raul,
Apesar de ter sido voto vencido na executiva, neste instante (onde se sublinha, neste instante, no blog?), pragmaticamente pensando, não resta dúvida que a coligação desemboca numa maior possibilidade de melhorar-se a organização e qualificação partidária (nosso objetivo maior).
Por que? A real perpectiva de poder, possibilita que as demandas socio-ideológicas sejam melhor trabalhadas, fazendo-se um planejamento a médio prazo para em 2012, sem “choro nem vela” termos nosso candidato (não podemos abrir mão dessa proposta).
Também é verdade que o candidato a vice é fundamental nesse “crescimento/organização” partidária. Porém, se deixarmos as forças obscurantistas que se deitam sobre as glórias do passado e que hoje nada contribuem para o partido, tomar conta dessa candidatura (falsos históricos), um retrocesso fatal ocorrerá nessa organização. Por isso, meu irmão/companheiro, temos que estar alertas para que as forças retrogadas, não tomem conta dessa posição. É o nosso papel. Com certeza alguns neo-tucanos estão respondendo adequadamente as aspirações populares, melhor do que algumas múmias do passado.
Fraternais saudações sociais democráticas
Julio Penin
Caro Raul,
Um Partido que não almeja o Poder não é Partido é um clube de amigos ou outra coisa qualquer. Continuo a defender candidatura própria em Santos, pois não vejo sentindo em uma cidade com 2 Turnos o PSDB não disputar com candidato próprio o primeiro turno, é uma questão estratégica, a população deve conhecer as propostas do PSDB para o Município e o PSDB deve saber que apoio tem para elas e, a partir disso, construir uma estratégia para alcançar o Poder e colocá-las em prática.