Em busca de uma agenda positiva, que remova o Congresso Nacional do atoleiro em que se encontra, o tema Reforma Política ressurgiu entre os parlamentares, sem qualquer link com a sociedade ou com as suas entidades representativas. Recentemente uma pesquisa divulgada pela Folha indicava o desprezo da juventude pela vida partidária e um dos ítens mais festejados pelos partidos da base lulopetista é o voto em lista, que apenas serve para legitimar a força dos burocratas partidários, que aceitam filiações em massa e podem conduzir os partidos como balcões de negócios ou como meras siglas de aluguel, não se importando com esse descrédito. Acho inaceitável essa manobra, produzida logo após as confissões de Fernando Gabeira, Eduardo Suplicy e do presidente Lula da Silva, sobre o uso dos seus bilhetes de aviação por terceiros, a exemplo da grande maioria parlamentar em Brasília.
Vale repetir aquele chavão de que nunca antes na história deste país houve tanta oportunidade de pautar temas mais importantes no Congresso Nacional. Reforma Política, sim, mas sem prato pronto. Nos últimos meses há uma paralisia entre os seus movimentos políticos, ora pelo volume de medidas provisórias do governo federal, ora pelas denúncias comprovadas e capilarizadas sobre a aplicação e comprovação das verbas indenizatórias dos deputados e senadores. Caberia uma campanha nacional para justificar a necessidade e a importância do Parlamento num estado democrático como o quê vivemos. Afinal, no ano que vem haverá eleições e será muito difícil se apresentar para os cidadãos com a informação de que precisa do seu voto para ser deputado estadual, deputado federal ou senador, sob o guarda-chuvas de regras ultrapassadas e vulneráveis.
Preocupa o fato de que, ao invés de um processo educativo, comprometido com a cidadania plena, o Congresso ensaia aprovar uma Reforma Política sem refletir o interesse da maioria da sociedade, que já não confia mais nessa possibilidade. Acho fundamental entender uma reforma do gênero, como uma resposta desejada pela própria sociedade, que pode mudar a sua visão sobre os parlamentares, aproximando eleitos dos eleitores, resolver a questão do financiamento das campanhas, reordenando o sistema eleitoral brasileiro. Nos últimos anos o Supremo Tribunal Federal vem baixando normas para regular esse sistema e garantir o máximo de lisura nos seus procedimentos. Mas pouco tem sido feito para dar mais importância aos partidos políticos e despertar o interesse em participar das suas bandeiras e lutas.
Lamentavelmente as regras eleitorais são modificadas e/ou interpretadas de maneira diferente a cada ano. Isso favorece a insegurança institucional, principalmente quando observamos a movimentação dos parlamentares tentando a Reforma Política sob a ótica de considerar os seus próprios interesses em primeiro lugar, para depois qualificar esse debate com temas que a meu ver deveriam merecer destaque: o parlamentarismo, o voto distrital, o fim das coligações proporcionais (de candidatos ao Poder Legislativo – senadores, deputados e vereadores), o financiamento transparente das campanhas, a liberação do uso da Internet e uma Reforma Partidária.
Fora isso, resta-nos também refletir se é possível perdoar erros, porque eles foram praticados por figuras que se conduziam pela ética na política ou que mantém elevados índices de popularidade e aprovação, e aceitar que os escândalos prossigam "escondidos" sob os tapetes do poder – o lixo de uma boa parte da história política recente do nosso país.
Raul,
Sempre a mesma historia. Surgem os escândalos, vem as reformas. Que reformas ?? É preciso reformar o Congresso, tirar de lá as velhas figuras já bastante manjadas. O que o Congresso precisa é de renovação. A próxima eleição está aí … tomara o eleitorado entenda isso !! RENOVAR PARA MUDAR !!!
Toninho
Caro Raul,
Por que a sociedade civil organizada não lota as galerias do Congresso enquanto se debate a reforma política? De que adianta reclamar se nos omitimos em participar? De que adianta reforma política se a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (06/05) voto favorável do relator, senador César Borges (PR-BA), à proposta de emenda à Constituição (PEC 20/08)que aumenta em cerca de 7.500, o número de vereadores nas câmaras municipais de todo o país…
É impressionante o despreparo de parte siginificativa de nossa população em relação à politica partidária. Os parlamentos, à partir dos municipios, estados e federais, reforçam a democracia que precisamos.É comum ouvir que “não gosto de politica”. Mas vota ou deixa de votar. E os eleitos deitam e rolam.Alguns segmentos economicos distribuem dinheiro para cobrir campanhas eleitorais de seus candidatos. Dos quais cobram posteriormente o encaminhamento de leis de seus interesses. Enquanto isto, a maioria da população limita-se a reclamar pel.os cantos, de vez em quando fazendo carta para os jornais,mandando e-mails para o Congresso.
as não tem disposição para assistir uma sessão da camara de vereadores de sua cidade. Nem agora, quan do está sendo discutido um Plano Diretor. Tem de fazer reforma politica sim. Temos de votar nos partidos, de acordo com nossa ideologia. E ser filiados, influindo na elaboração da lista de candidatos. E mais, tem de ter limite para as contribuições de ajuda as campanhas, cujos valores devem ser destinados aos partidos e não aos candidatos. Por fim, o tema exige amplo debate, sem imposição.
RAUL CHRISTIANO
NÃO ADENTREI MUITO NESTE ASSUNTO , MAS PELO POUCO QUE DEDIQUEI DE LEITURA , SOU TOTALMENTE CONTRA . É UMA REFORMA PARA FIRMAR UMA CLASSE POLÃTICA VICIADA . NÃO PERMITINDO O DINAMISMO E A MOBILIDADE DA RENOVAÇÃO . O POVO DEVE FICAR ATENTO . ISTO TUDO ACONTECENDO , COMO O BENEPLÃCITO LULISTA ,E GRANDE PARTE DO TUCANATO . E LÓGICO O CLIENTELISMO .LAMENTÃVEL !!!
MANOEL PERES ESTEVES
Imagine Raul, nossos militantes querendo pautar o Parlamentarismo no PSDB hoje, virgem, o que diria o Serra, logo agora que é minha/nossa vez? É como está bem analisado em seu texto, um corporativismo descarado no parlamento desacreditado, com toda razao, pelos eleitores. Aí v. abre o jornal e ve frase hoje do relator defendendo aquele crápula mineiro do castelo :estou me lixando prá opiniao pública: ou vê preparo de aprovacao dos 7 mil novos vereadores, ah, tenha paciência, isso já é motivo pra pensarmos numa revolucao. Os cretinos do parlamento já ultrapassaram todos os limites.
Caros Amigos,
Está aí uma grande oportunidade para fazermos aquilo que é preciso: reformular o processo eleitoral brasileiro de forma que democratize, no limite, o processo, privilegie a renovação, estabeleça regras de desempenho e responsabilidades, e fortaleça a atividade partidária. Só assim teremos a qualidade tão necessária aos nossos parlamentos. Vamos discutir como fazer isso? Estou à disposição. Agora, reforma política é outra coisa. Também podemos discutí-la. Abraços, Ale.
Sem pressão da sociedade, nada sai. Será que alguém sabe, qual a reforma política que o nosso PSDB defende? Que se dirá, então dos outros partidos, heim?
Raul, os jovens, como todo cidadão de bem, sente repúdio dos políticos, devido aos demandos corriqueiros que assistimos dia a dia, seje na Câmara dos Deputados, Senado , Camaras Municipais e ou nas Assembléias Legislativas.
E existes pensamentos de que o culpado é quem vota ou seja, o povo.
Tenham santa paciência, o povo é o que menos tem culpa, agora esses Raposões que frenquentam as casas de leis, esses sim precisam ser exorcizados, não por que estão com o diabo no corpo,mas por serem os própios Demônios.