Um passo firme foi dado para melhorar a qualidade do ensino público estadual com o anúncio do Programa Valorização pelo Mérito, pelo governador José Serra e pelo secretário Paulo Renato Souza (Educação). O crescimento na carreira e os reajustes salariais do magistério paulista ficarão atrelados a avaliações aplicadas pelo governo. É óbvio que todas as mídias vão destacar a multiplicação do salário inicial da carreira dos professores por quase quatro vezes, ao invés de chamar atenção para os esforços em vencer o desafio pela qualidade da escola pública. Acredito que com essa iniciativa caminharemos para acabar de vez com a realidade do convívio desconfortável das escolas públicas boas com as escolas públicas ruíns.
Ninguém consegue entender como é possível essa convivência de qualidade sob a mesma direção governamental, se não há diferença em infra-estrutura, recursos humanos e salários. O primeiro desafio foi vencido no governo FHC, quando houve a criação do FUNDEF – Fundo de Desenvolvimento da Educação e de Valorização do Magistério (agora transformado em Fundeb). O ensino fundamental recebeu mais recursos, muitos professores nordestinos deixaram de receber salários de R$ 18,00 e R$ 25,00 para ter uma remuneração digna e a universalização do acesso das crianças de 6 a 14 anos (letra morta na Constituição de 1988 até 1998) aconteceu. FHC, com Paulo Renato a frente do ministério da Educação, passou o bastão do governo para Lula com 97% das crianças nas escolas.
Desde então, educadores e pais de escolares brasileiros sempre renovam expectativas pela melhoria do ensino. Em quase sete anos do governo Lula, não há uma resposta para esse anseio. Mas, se com o FUNDEF as escolas foram melhoradas em sua infra-estrutura, os salários aumentaram e o Ministério da Educação ainda promoveu a avaliação do livro didático, fazendo com que ele chegasse às escolas antes do início do ano letivo; os professores conquistaram os PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais, a TV Escola, bibliotecas específicas e cursos continuados de formação, porque as melhorias efetivas não acontecem ? O quê está faltando ?
Acredito que a vontade política dos governos e de algumas lideranças sindicais nessa mesma direção faria diferença. Por isso o Programa Valorização pelo Mérito anunciado nesta quinta-feira (6) toca no ponto crucial da engrenagem educacional, passa a integrar com destaque o Programa + Qualidade na Escola, lançado em maio pelo Governo do Estado. Os educadores paulistas começam a contar com melhores condições de ensinar melhor.
Em sua primeira fase, o programa criou a Escola de Formação de Professores de São Paulo, mudou a forma de ingresso dos profissionais do magistério (instituindo o curso de formação como última etapa do processo seletivo), criou duas novas jornadas de trabalho (de 12 e 40 horas semanais), abriu 80 mil novas vagas para cargos efetivos do magistério e regulamentou a situação dos professores temporários, instituindo o exame como requisito para sua atuação nas aulas.
Mas, o sindicato dos professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) havia se manifestado, antes do anúncio oficial da valorização pelo mérito, que o secretário não dialogou com os professores antes de elaborar o projeto. A sua presidente, Maria Izabel Noronha, disse ao jornal Folha de São Paulo que "não adianta criar novas propostas em cima de uma coisa que não está boa, o que precisamos é que o salário seja elevado, para depois outras medidas serem implementadas".
Discordo da professora Izabel Noronha. As expectativas dos educadores e profissionais da educação são públicas e amplamente conhecidas. Não ví, desde o FUNDEF, qualquer iniciativa governamental que não projetasse antes das medidas a valorização salarial. Também discordo da visão de muitos comentaristas, que desejam crucificar os professores de escolas públicas, pela sua parte responsável com os resultados das escolas.
Como destacou Paulo Renato, no anúncio dessa medida exemplar para a qualidade da educação, São Paulo "dá um passo gigantesco para mudar a história das remunerações de professores no Brasil". A meu ver, São Paulo faz a escola das escolas, contribuindo para a mobilização de todos pela Educação!
É por aí mesmo. Uma capacitação que capacite de verdade e um plano de carreira que leve em conta o empenho pessoal de cada profissional da educação. Na medida em que o Estado permite que as direções das escolas funcionem com um padrão de autonomia que falta a quase todas as Secretarias Municipais de Educação do Estado de São Paulo, o passo seguinte tem que ser esse mesmo. Eu, como professor, bato palmas para essa iniciativa. Chega de capacitações ideologizadas e de planos de carreira negociados por sindicalistas demagogos e carreiristas.
Outra coisa: os professores precisam de formação tecnológica na área de Pedagogia para poder dar o próximo grande passo, que é a tecnologia educacional aplicada. Poucos professores sabem do que se trata, e a imensa maioria tem apenas uma idéia vaga do que seja isso. Apesar disso, o Governo Federal segue estimulando a prática indiscriminada das paulofeirices de sempre, e vendem a idéia patética de que informática nas escolas serve para promover consultas na Wikipedia e montar aquelas apresentações powerpoint insuportáveis, o resto do mundo trabalha num patamar totalmente diferente. Já estamos perdendo mais esse bonde da história em nível nacional. Mas o Estado de São Paulo ainda pode fazer a diferença. Desculpe o desabafo, Raul, mas nunca tinha escrito coisa alguma em seu blog, e resolvi começar já exagerando na dose. Um abraço, Chico
Parabéns ao Serra e ao Paulo Renato pela implementação do Programa Valorização pelo Mérito. Uma medida sensata e digna de elogios, pois somente por meio da educação de qualidade é que poderemos formar mentes com senso crítico, com autonomia, com capacitação para a adaptação e resoluções de problemas diversos, etc.
A solução dos piores problemas enfrentados em nosso país, sem dúvida alguma passa pela formação educacional dos indivíduos que compõem a nossa sociedade. A verdadeira cidadania, somente se dá, em um chamado “estado democrático de direito”, se é somente se, a massa social estiver capacitada para exercer seus direitos e entender suas obrigações.
Espero que este seja um grande passo, diante de tantos outros que podem ser realizados junto ao meio acadêmico do Estado de São Paulo. E que tal exemplo possa ser seguido pelos outros entes da federação.
Parabéns pela iniciativa!
Acorda Povo Brasileiro!!!
Ernesto Donizete da Silva
Finalmente uma medida com envergadura suficiente para tentar romper o longo período de relação conflituosa entre a gestão tucana de educação e o sistema estadual de educação.
Não tenho a ilusão de que a APEOESP, por razões corporativas, e alguns colegas professores, por convicção mesmo, venham a derir de imediato e aplaudir tal medida. Todos temos razões de sobra para desconfiar de sistemas de avaliação vinculados a premiações e/ou castigos baseados exclusivamente em exames.
Entretanto, se o processo de avaliação for combinado com medidas de apoio ao docente que permita aqueles que efetivamente se interessem em superar suas deficiências, encontrar os meios necessários ao seu processo de formação, tem chance de obter êxito.
Ressalto, que todo processo de avaliação precisa ser legítimo e que esta legitimação é fundamental como elemento de credibilidade para a aceitação pacífica dos implicados, para isso seria fundamental que o sistema incorporasse instrumentos de autoavaliaçà o que possibilitem o aparecimentos de ganhos que por ventura os exames e a verificaçà o externa de indicadores não evidenciem.
A par disto quero aproveitar a oportunidade para fazer um alerta de que os diagnósticos tradicionais que centram na ausência de infraestrutura das escolas e na falta de capacitação e/ou interesse do docente as causas da má qualidade do ensino já não respondem as questões de nosso tempo.
Hoje, mas do que nunca, a variável do interesse do aluno deve ser posta em evidência, ela está na raiz dos problemas de evasão, de indisciplina e de violência que tumultuam a dinâmica do processo ensino-aprendizagem em muitas de nossas escolas.
É preciso um esforço de reformulação curricular em duas direções. Primeiro para que se incorpore as novas tecnologias de informação e comunicação à sala de aula informatizando-se efetivamente as escolas e não apenas computadorizando-as.
Segundo, os conteúdos acadêmicos prescritos nos parâmetros curriculares nacionais precisam ser apresentados a partir e/ou utilizando fatos de nossa realidade cotidiana. O noticios e o factual complementado por análise e interpretação precisam estar presentes na sala de aula diuturnamente. Não é mais possível conviver com a realidade de aulas preparadas e repetidas seguidamente por anos a fio totalmente desvinculadas da realidade cotidiana do aluno.
Somente assim será possível dar significado ao conhecimento oferecido aproximando-o da vida prática do educando e permitindo que a aula possa ser tema de discussão com a família e o grupo social extra-escola.
Desta forma poderemos efetivamente constituir uma rede que incorpore o Estado, a sociedade, as famílias e os indivíduos em prol de uma melhor qualidade da educação.
Bom parece que a necessidade faz o momento, e a experiência se torna uma conquista com o tempo
Por isso quem tem tempo pode fazer a diferença no lugar de quem não tem, para outros movimentos que faz parte da cultura
O movimento da liberação de tudo na clandestinidade ou tudo oficializado os dois lados juntos não vão caminhar sonegado
Por que: os dois lados dentro de um vão dar tilt
Exemplo: a mentira e a verdade se não unir para zerar tudo e começar de novo vai dar tilt indo pro empate técnico
Isso e como todos os produtos que gera lucro alto fora do foco e do confisco
O movimento do resumo do futuro no Projeto Felicidade para todos e mais que um movimento a favor da humanidade no presente precisando de um sistema operacional com atualização avançada
Que saiu do projeto Educação da Barriga da Mãe ate o dourado passa, pela base forte da infância ate o colegial
Se ate ai tudo for continuar como ta indo, só o lado capitalizado com ensino de qualidade e o descapitalizado sem qualidade os problemas nunca vão acabar
Transformar todos benéficos em um só em vida nasce vai para o fundo da educação termina a faculdade começa receber 20% termina a especialização mais 30% fez doutorado completa 100% morre acaba o beneficio
Exemplo: quem paga pensão não vai pagar mais porque todos os seus entes queridos vão receber igual e quando trabalhar vão ter duas rendas ai adeus aposentadoria que enterra mais por desgosto vendo o valor sendo reduzido a cada ano, e ao contrario só engordando
Esse projeto vai dar o direito dos filhos de todos poderem estudar no mesmo nível, forte como poucos podem com o projeto todos vão poder, a diferença vai ser a disposição de cada um
Quem estuda vai poder estudar e aprender como todos que tem as famílias capitalizadas
Os empresários vão ter a carga dos custos reduzidos, usando parte para um fundo de reserva coletivo
Caro Raul,
Toda a medida que venha realmente a melhorar o ensino público é bem vinda. Há de chegar o dia em que os pais não terão que passar mais privações para pagar escolas particulares p/ os seus filhos, um absurdo! É obrigação do Estado dar saúde e educação pública de qualidade p/ todos, até porque foram estes os motivos que levaram os tucanos a privatizarem tudo, pois se disse que sobraria dinheiro p/ os setores sociais da população brasileira. Agora, além de melhores salários e qualificações constantes para os professores, é fundamental que haja maior rigor da lei sobre os “menores” que depredam escolas, agridem professores, muitas vezes ferindo-os com gravidade, não assistem as aulas, etc. É bom lembrar que na Europa desenvolvida, o ensino é totalmente provido pelo Estado e aqueles estudantes que cometem alguma infração são punidos com rigor, nada de se amparar o menor sobre o falso pretexto que ele tudo pode fazer sem responder pela gravidade do erro que venha a cometer. Abs.