Santos fica muito silenciosa no carnaval. Percebi isso este ano, quando optei por ficar na cidade e caminhar pelas praias do Gonzaga e Boqueirão, sem ouvir uma marchinha ou batucada nas barracas dos clubes e associações instaladas na areia. Na televisão, por exemplo, ví que até em São Luiz do Paraitinga, vítima quase fatal nas últimas enchentes, havia bloco de foliões nas ruas. Por aqui, nas semanas que antecederam o feriadão prolongado, exceto no centro da Cidade, onde a prefeitura promove o “Carnabonde”, isolada e de maneira contida as tradicionais “Segura no Bagre” e “Raparigas do Último Gole” ainda respiram sem qualquer apoio, como mero ensaio para desfilar apenas na nossa imaginação. Acho que Santos está perdendo terreno com esse silêncio forçado por um acontecimento violento ocorrido em 1997, ao contrário do Rio de Janeiro, Recife e Salvador, por exemplo, que reúnem milhares de pessoas sem maiores problemas com a segurança dos seus participantes.
Restou relembrar nas esquinas e nos bares, a saudade da alegria de todas as idades nas principais ruas e avenidas de Santos até 1997. Naquela ocasião, uma atitude isolada caracterizada mais tarde como uma briga de gangues, no meio de cerca de 35 mil foliões que seguiam a Banda da Serra (promovida pela emissora Serra do Mar FM) no Gonzaga, resultou na morte de dois adolescentes e em ferimentos em outros dois baleados. Houve pressão da imprensa regional e dos órgãos de segurança e o prefeito da época (Beto Mansur) resolveu proibir os desfiles e a apresentação de trios elétricos na cidade, a pretexto de “defender a família santista”.
Depois de várias negociações com os organizadores do carnaval santista, a Prefeitura definiu critérios rígidos, inclusive obrigando-os a contratar serviços de segurança particular em número proporcional ao número de participantes limitado a 5 mil pessoas, quando tradicionalmente atraíam 40 mil pessoas de todos os lugares da cidade, da região e turistas. Não bastasse isso para tentar inibir novas ações de violência, uma nova onda de pressões realizadas por moradores da orla da praia passaram a reclamar também do som altíssimo dos desfiles e dos deslocamentos do trânsito da região.
Recentemente, esse mesmo tipo de pressão quase que suspendeu a apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, que nos últimos três anos brindou a todos, no primeiro dia do verão em dezembro, com um espetáculo clássico maravilhoso a beira mar, por causa do “barulho” sinfônico. Uma atitude absurda, mas que conta com o amparo da legislação e dos poderes constituídos (Prefeitura, Judiciário, Ministério Público e Polícia) e que não deixa de ser um contrasenso para uma cidade que hesita na sua definição e/ou opção entre a vocação pelo turismo ativo ou pelo condomínio do repouso e dormitório.
Sem dúvida Santos têm muitos outros atrativos além das suas praias. Há uma diversificação de atrações para satisfazer diversos públicos, desde a contemplação dos jardins considerados os maiores e mais bonitos do mundo, passando pela riqueza do seu patrimônio histórico e cultural no Centro, eventos esportivos, restaurantes e a Vila Belmiro. Mas Santos pouco oferece de atrações ativas para a juventude e para os passageiros das centenas de cruzeiros marítimos que embarcam e desembarcam do seu Porto. Santos não tem hotelaria a altura de uma cidade capaz de abrigar esse contingente de turistas e se contenta com o título de ponto de passagem e sossego.
Urge reagir a aceitação desse estado atual e avançar para sacudir as suas estruturas, justamente porque haverá movimentação econômica e a cidade não ficará submetida ao sofrimento de tantos avós aflitos com o desemprego de seus filhos e netos. Relembrem as suas participações na “Banda Mole”, para aqueles que sempre foram do “remelexo e do “bole bole”, ou no “Banho da Dona Dorotéia”, quando homens emprestavam e rasgavam os vestidos femininos e em desuso na família. Mirem-se na paparicação dos blocos, corsos e bandas do Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Brasília, São Luiz do Paraitinga, Itu, Iguape…
Tomo como base de uma proposta o alerta feito pela dissertação de Fernando Burgos Pimentel dos Santos, sobre o tema “Estado, política cultural e manifestações populares: A influência dos governos locais no formato dos carnavais brasileiros”, apresentada a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, em fevereiro de 2007 – http://www.gv.br/scripts_inst/catalogo_titulados/SHOWPDF.ASP?ALUNO=62060100792 que descobri no google ao pesquisar sobre a natureza da opção de Santos, forçada ou não, pelo silêncio e pela tristeza em pleno carnaval. O autor destaca que embora “sejam sempre afirmadas como muito importantes, as políticas culturais ainda não recebem, na prática, a mesma atenção que outras políticas sociais”.
São muito bem-vindos ao debate, o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa; o vice-prefeito de Santos, Cacá Teixeira; o secretário da Cultura, Carlos Pinto; a secretária de turismo, Wania Seixas; o diretor-executivo da Agência Metropolitana da Baixada Santista, Edmur Mesquita; o Santos e Região Convention Bureau; a Associação Comercial de Santos, o Sindicato do Comércio Varejista, a Liga das Escolas de Samba e todos quantos se interessarem pelo tema e por uma cidade segura, alegre, mas para todos!
Ilustração/foto do “Carnabonde” no Centro histórico de Santos.
NÃO VEM DANDO IDÉIAS, NÃO, RAUL. OS FOLIÕES DO PASSADO ADORARAM ESSE CARNAVAL. PELO QUE ENTENDI, ATÉ VOCE GOSTOU.
ABRAÇOS
Quando eu era criança, Raul, a long time ago,passava as férias sempre em Guarujá, mas íamos até Santos em um dos dias de Carnaval, que na av.da praia(que não sei o nome) tinha corso, em carros abertos e todo mundo com fantasia. Lembro que as pessoas, além dos confetes,das serpentinas e das lanças-perfume,levavam também bisnaguinhas de água e acho que farinha ou talco e a gente voltava para casa, depois de todo o corso(com marchinhas tocando, não sei bem onde), imundos, mas felizes. Em geral os carros eram conversíveis.Era muito legal!!!
Raul, uma sugestão: dividir seu grupo de leitores (e certamente tb eleitores) em dois grupos. Um deles é o dos fanáticos, como eu, pelos seus artigos. Este grupo receberia os artigos na íntrega sem precisar clicar mais nada. O outro grupo continuaria como está.
Um grande abraço
Thame
corrigindo: lança-perfumes.Não reli, sorry.
Só mais um “adendo”: não estou falando dos anos’20, ’30…rs, mas dos ’60 e talvez dos ’70 também.
Oi, Raul, se vc tivesse passado próximo de onde vc mora, onde acontece a concentração de uma tradicional banda carnavalesca, vc teria visto um carnaval bem menos silencioso. Como sempre, duas ruas próximas ao canal 3 ficam tomadas desde a madrugada por ambulantes que vendem cervejas e churrasquinhos outros tipos de bebidas alcoolicas, que “guardam” seus lugares com carrinhos, geladeiras de isopor, bicicletas, carrinhos. O evento também é um ótimo momento para os comércios ilícitos. O evento certamente atrai lucro para os donos dos bares, restaurantes e botecos do pedaço. Azar de quem mora nos predios dessas duas ruas, que não podem sair nem entrar com seus carros, nem mesmo a pé, sem o risco de esbarrar em gente suada, fedida e bêbada, aguenta um barulho insuportavel de músicas bregas, cheiro de urina e cerveja jogada no meio fio, nos muros e portões. A bagunça vai até de noite, já que mesmo depois que a banda vai embora, ficam os bêbados isistentes zanzando de um lado a outro, ou parados nas esquinas gritando ou observando o “nada”. O mau cheiro insuportável continua até o dia seguinte, quando os funcionários dos prédios ficam horas com as mangueiras abertas numa tentativa preguiçosa de lavar o lugar e empurrar o lixo abandonado nas calçadas, jogado para dentro dos prédios, largado sobre os bueiros. A diversidade é grande: camisinhas, carteiras de cigarro, embalagens plásticas das latinhas, restos de isopor, garrafas plásticas e latas de cerveja, entre outros. Azar do meio ambiente pelo excesso de lixo e desperdício de água.De brincadeira saudável não se vê nada. ninguém dança, nem canta uma ou outra marcha de carnaval.É um monte de gente alcoolizada, amontada no meio da rua, nas calçadas, encostadas nos portões alheios,jogando conversa fora. Entre uma conversinha e outra, dá-lhe xixi. Nem mesmo as mulheres parecem ter pudor em descarregar ao ar livre o excesso de alcool: abaixam as calcinhas e pronto. Isso é carnaval? Diante dessa incapacidade de brincar dos tempos modernos, dou meu total apoio a Prefeitura em limitar o carnaval nas tendas montadas na praia. Se uma única banda incomoda, imagino o inferno que seria com a liberação total. _Para o próximo ano, já decidi. Vou me preparar com uma boa câmera para filmar todos os mijões e mijonas com as partes de fora, compradores e vendedores de todas as coisitas comercializadas e velhuscos com meninas (seriam menores???) em quentes manifestações de paixão e jogar no youtube.
Querido Raul,
Lembro o carnaval na praia, as famílias com suas cadeirinhas de praia aguardando o desfile das escolas, dos blocos, das bandas e dos banhos. Adorava! Dançava, brincava, sambava, me divertia com os amigos. Sinto pela juventude de hoje, que sem opção enche a cara no estacionamento de algum supermercado 24 horas e que tem a plena certeza de que isso é o máximo. Porém, é mais fácil proibir do que organizar, educar e participar, e o pouco que se tenta fazer enquanto carnaval é feito nos fundos de casa, bem longe da praia. Acontece tanta coisa errada na praia, começar pela ciclovia! E tantas outras coisas! Ah! Não faz barulho! Vale lembra que “a vida tens sons que pra gente ouvir é preciso entender um amor de verdade.” Talvez seja esse o problema!
Olá Raul.
De fato a querida e tão amada Santos, não pode ser perfeita em tudo. Aliás nossa Baixada é a que passou a ser o “túmulo do Samba” mas as outras virtudes compensam
abraço carinhoso
João Carrasco
Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz!!!
O provincianismo dorme e faz dormir, caro Raul
Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz…
Raul, depois de muito tempo tbm fiquei por aqui mesmo. até nos vimos no domingo e acabamos juntos, numa foto, no twitter. mas não concordo com vc em tudo o q escreveu. acho sim q santos é, e muitos fazem questão disso, somente um ponto de passagem de turistas e de alguns veranistas ( o que é diferente na visão de alcindo gonçalves – vide o livro desenvolvimento economico da baixada santista). não estamos preparados e aparentemente os empresarios nao querem investir no turismo. o poder público não sabe como agir e teima em preparar “pacotes” quando na verdade deveria atuar na infraestrutura e na segurança, na saúde e outros temas que refletem direta e indiretamente no turismo.
mas sobre o carnaval… vi muitas bandas por ai, verdade que muitas antes do carnaval, mas no campo grande vi duas bandas (q frango e uma outra), uma grande no embaré, na zona noroeste(banjo qualquer coisa), no canal 6 (beco…) e além das q vc citou (ultimo gole e segura no bagre) tem o ja tradicional carnaval liberal.
além disso as tendas armadas pela prefeitura na praia, pelo o que eu vi, tentou relembrar aqueles carnavais família que os mais antigos (desculpe mas não tive como escapar) tanto gostam de relembrar…
sei lá…
não sou um grande folião, mesmo tendo porte de rei momo, não sou grande entendedor de carnaval, mas aqui em santos, quase tudo acaba em bagunça…
ps fico contende de escrever antes do que o ernesto mesmo não entendendo muito bem a colocação do thame. vc poderia criar um ex-blog, como o do cesar maia. ele não escreve mais no blog, mas manda as atualizações do dia por e-mail…
Pelo amor de Deus!!! Concordo plenamente com Sra. Célia e principalmente com Sra. Yolanda que descreveu mto bem a bandalheira que se tornou o Carnaval. Mil vezes o túmulo do samba, só prá não ter que aguentar bêbados porcalhões e arruaceiros!!!
Beijão Raul
Solange
ISSO E OTIMO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Santos sempre se vangloriou de ser uma cidade combativa, a ponto de, nos anos 60 e 70, ser chamada de “cidade vermelha”.
Mas, os “combatentes” envelheceram e boa parte deles aplicou tal comportamento na defesa do “contra”. Lembro até mesmo que em uma eleição passada, a simples apresentação de ideias novas para modernização da orla, por parte de um candidato a prefeito, houve grupos entrando na Justiça para impedir…..aquilo que ainda era apenas uma ideia, uma proposta.
Assim, não me surpreende que Santos tenha virado um cemitério durante o carnaval.
Ano passado estive, nesse período, na cidade. Achei até interessante as barracas com bandas e marchinhas instaladas em várias praias, mas, nem de muito longe substituiu aquela efervescência das bandas que você citou.
Registre-se que o “entrudo” tinha até hora pra terminar: não passaria da meia-noite, claro…
A conclusão é simples, a meu ver: com o envelhecimento da população, aquele carnaval de Santos, com bandas que começavam a sair pelas ruas ainda no mês de janeiro, não voltará.
Infelizmente.
Até pelo fato de ser verdade que, nos últimos tempos, os “foliões” terem perdido completamente o respeito, agindo majoritáriamente de forma violenta e sem o intuito de se divertir apenas.
Acabou. Não volta mais.
Raul, sabe o que acontece se você não chegar na agência bancária até as 16 horas?
R: Você não entra, não paga suas contas, não faz depósito nem saques, etc., e volta sabendo que o erro foi tão somente seu, justamente por não ter chego no horário devido.
Assim, os tempos saudosos se foram, a realidade do contexto social atual é totalmente outro. Não há mais atenção aos limites, e por conseqüência não há mais o respeito, a educação, a moral, a ética, etc…, pois cada um ACHA que deve e pode fazer o que quiser, da forma que quiser, no local em que quiser, sem preocupar-se com o reflexo de suas ações a terceiros.
A parte insular de Santos, conta com pouco mais de 39 Km2. A cidade não tem mais para onde crescer. Tanto é que com a alteração na lei foram liberados os edifícios com 20, 30… andares – o que por si só causará um enorme transtorno no futuro próximo, pois terá repercussões na malha viária, no saneamento, na poluição – pois não há preocupação do legislativo e nem tão pouco do executivo com a questão. É só esperar para ver.
A isto se soma que cerca de 26% da população é de idosos, pessoas que já trabalharam muito e querem ter o direito a seguir suas vidas sem “agressões” desnecessárias, tais como as apontadas pelo colaborado Yolanda, no item 6. Onde aponta justamente os ABUSOS provocados pela falta de limite já descrito acima, e olha que não foram incluídas as repercussões do uso de drogas ilícitas, que em Santos ocorre como em praticamente todas as cidades do país.
O número é relevante dos cerca de 407.000 habitantes, estamos falando de cerca de 106.000, isto sem considerarmos os outros segmentos nos quais muitos não concordam com a maneira desmesurada de muitos “foliões” sem limite, sobretudo as pessoas já com família constituída. Obvio que neste universo existem suas exceções.
Já em relação as cidades mencionadas Raul, tradicionais em suas festividades de rua, temos que lembrar que há INÚMEROS PROBLEMAS, sim, sobretudo de segurança, que obviamente não são amplamente divulgados para não “atrapalhar” os eventos. Além disto, temos que o Brasil de dimensões continentais, possui grandes diferenças sócio-culturais entre as regiões.
Por fim, as instituições mencionadas, cumprem seu DEVER, pois a tradição e os costumes são as primeiras fontes norteadoras do direito. Normalmente, a tradição e os costumes informam ao legislador o anseio do povo e o orientam na elaboração das leis já esperadas. Como no caso, há leis claras para coibir, devido justamente a necessidade que houve em suas elaborações para regular as relações nestas situações, devido novamente aos excessos.
Em relação ao turismo, nossa região além de possuir outras vocações, deve dizer não ao “turismo da bagunça” e se quiser, fomentar o TURISMO DE NEGÓCIOS, muito mais viável e rentável para a cidade, inclusive com a geração de empregos. E para quem gosta da bagunça sem limites, pode viajar livremente para os locais onde este comportamento é por algum motivo contemplado ao longo do período de Carnaval.
Acorda Povo Brasileiro!
Ernesto Donizete da Silva
PSDB/SANTOS
P.S.: Ao companheiro Mauro, um abraço!!! rsrsrs!!!
Olá Raul
Não sei se são os meus 60 anos recém completados que me fazem pensar assim, mas não podemos exigir de nossa querida cidade características que ela mesma deixou de ter em função das mudanças nos hábitos de nossa própria sociedade. Não me alongando muito gostaria de perguntar o porquê dá não realização mais pelos clubes dos famosos bailes de carnaval (Sírio, Inter, Ilha Porchat tinham 5 noites)? A resposta é fácil: os associados não se interessam mais. Fui do tempo em que convite para baile de carnaval era disputado a “tapa”. E as famosas matinês….. lugar que os pais e avós levavam suas crianças para iniciarem no mundo do carnaval. Por que não existem mais…. Porque o associado não quer. Ele mudou seus hábitos (meus netos foram pela primeira vez na matinê do Inter este ano e levei um susto quando fiquei sabendo que a matinê tinha acontecido no salão do restaurante). Raul, a gente poderia ficar horas escrevendo os motivos das mudanças no carnaval de Santos. As coisas mudaram… e não foi só aqui. Hoje os jovens estão em outra. No carnaval lotam lugares onde são promovidos eventos, com música eletrônica. Salvador, Recife e Olinda são exceções.
Somente como informação não foi o Beto Mansur que proibiu a realização de desfile de bandas, escolas de samba, ou qualquer outra manifestação popular pelas ruas e avenidas da orla da praia. Existe uma decisão judicial, dada, após os acontecimentos citados por você, pelo Juiz da 1 a. Vara da Fazenda, Dr. José Vitor, que proíbe qualquer manifestação popular no período do carnaval. Tanto é que as bandas citadas por vc continuam existindo, porém “paradas”.
Um abraço
Julio Eduardo
Eu ia aos bailes do Tortuga, do Clube da Orla, os 2 em Guarujá, que nem existem mais…Ia ainda ao corso de Santos, como já comentei. E depois, mais velha(com uns 18, 20 anos…) subia na segunda-feira porque o baile do Paulistano, em São Paulo, era imperdível! Era “O” baile de São Paulo, com todo mundo fantasiado e até bateria de escola de samba.Era o mais esperado e disputado da cidade.
Quando minhas filhas tinham idade de ir a bailes infantis, eu as levei ao do clube, do mesmo Paulistano, e fiquei em estado de choque ao ver que só umas poucas crianças estavam fantasiadas e todos ficavam olhando para elas pra ver os “E.T.s”. Mas agora, nesta terça-feira, fui novamente, com minha neta de 3 anos, e TODAS AS CRIANÇAS estavam fantasiadas e as músicas mais tocadas eram as marchinhas de antigamente. E a banda era ótima, e as crianças se divertiam muito c/ seus confetes, serpentinas, e comendo pipocas, etc…
Enfim, acho que pode voltar, sim, ao Carnaval de antigamente. Mas só nos clubes.
Eu amei ter ido e brincado bastante, como há muito não fazia…e c/ a minha Manu!
Pô, Raul, não é bem assim. Eles fizeram o que tem que ser feito, interiorizaram o turismo, deram vez a ZN discriminada. Dá um tempo, agora que estamos livres daquele Beto que não gostava de povo. Inimigo do povo sem aquela ironia de Ibsen – que na peça com esse título (“O inimigo do Povo”)mostra um jornalista saudado como salvador quando descobre a poluição de uma estação de águas, o que logo o leva para a desgraça quando percebem os efeitos que esta descoberta provocaria em termos econômicos, estes sim os principais! Pense na maravilhosa dragagem do porto, que ao lado das vantagens econômicas levantará algumas milhares de toneladas de poluentes, até do Ais Giorgius…
OS GORILAS INDELÉVEIS DE NUREMBERG
Paulo Matos (*)
“Confiar a fanáticos a busca da verdade é o mesmo é o mesmo que entregar o galinheiro aos cuidados da raposa”. Foi o que disse o general do Exército Maynard Santa Rosa, em suposta carta postada na Internet, condenando a Comissão da Verdade do Governo Federal, no Programa de Direitos Humanos – como escreve o jornal.
A proposta é punir torturadores da Ditadura, criminosos comuns. Por que proteger torturadores, general? A busca da verdade é “fanatismo”? O brigadeiro Burnier, que queria que o Capitão Sérgio matasse cem mil brasileiros, foi um dos torturadores – diz seu filho.
Escreve Marcelo Rubens Paiva, que teve o pai torturado e assassinado pelos militares, em 1971: “Argentina, Espanha, Portugal, Chile, a anistia a militares envolvidos em crimes contra a humanidade foi revista. Há interesse para uma democracia em purificar o passado. Por que abrigar torturadores?”
“Por que não colocá-los num banco de réus, um Tribunal de Nuremberg? Por que não limpar a fama da corporação?”. Mas não, ostentam o codinome “gorilas”. Estaria gravado indelevelmente?
Passei muitos carnavais acompanhando corsos em Santos e em São Vicente.
Penso Raul, que a atitude em 1997 foi a de “matar o doente ao invés de dar o remédio”!.
Ora, isso é um perigoso precendente. Não teríamos mais jogos na Vila Belmiro, p.ex.?
Toda aglomeração humana exige cuidados especiais e policiamento espeícifo para eventos.
Acabar com essa manifestação popular emobrece a Cultura Santista, pois eu, como Paulistana, ia a corso lá e não havia aqui, em SP!
Temos que lidar, aparentemente com alguns pontos principais:
1- A Organização do evento, quando muito bem feita, minimiza os problemas e o índice de diversão supera pequenos incidentes.
2- Pessoas da orla reclamarem do barulho é demais! Provavelmente são pessoas amargas que implicam com qualquer coisa, de um jeito ou de outro. Viajem ou coloquem janela anti-ruído. O homem, enquanto animal social, tem que conviver com o que gosta e o que não gosta, pois não existe democracia se não houver o respeito de que “o direito de um termina onde começa o do outro”!
3-A EDUCAÇÃO Raul! As pessoas saudosistas do meu tempo sabem, e muito bem, que não havia espaço para violencia e agressão! As pessoas simplesmente queriam a diversão sadia.
Talvez seja o caso de se proibir a venda de bebida alcoólica por ambulantes no trajeto!
Aos poucos vamos perdendo todas as coisas que marcaram nossa juventude. Ou porque meia dúzia de marginais violentos não são contidos, ou porque pessoas de mau humor com a vida não sabem sentir prazer ou aceitar que existe vida fora de seus casulos!
Abraços
Lis
O Lucas Tavares foi perfeito no seu comentário, disse pouco e falou tudo, absolutamente tudo…!
“zzzzzzzzzzzzzzzzz – o provincianismo dorme e faz dormir”…! Absolutamente perfeito.
Minha cidade envelheceu, virou terra de aposentados, está e continua provincianíssima, por isso virou o “túmulo do samba”, lamentavelmente. Cadê a juventude da cidade que já teve o segundo Carnaval do Brasil, que já foi mais jovial, que já foi mais alegre, heim, cadê…!