Sou um defensor intransigente da coerência do homem em todos os seus atos e atitudes, principalmente na política. Tenho muito respeito e cuidado com a distância existente entre as ideias, as promessas e a consequência delas para a vida das pessoas. Já escrevi antes que faço parte da turma do “quanto melhor, melhor” e que não fico torcendo para que as coisas dêem errado apenas para atirar pedras na vidraça alheia. Mas o espetáculo da votação do novo salário mínimo revelou também a distância que há entre os discursos políticos eleitoreiros e a prática depois que esses candidatos se elegem.
Durante esta semana foi possível assistir com espanto o governo federal, comandado pela presidente Dilma Rousseff (PT), determinar e exigir que os deputados federais e senadores da sua base de apoio no Congresso Nacional apoiassem e votassem o valor de R$ 545,00 para o salário mínimo. No meio termo, as centrais sindicais, lideradas pelo deputado federal Paulinho da Força (PDT) e com o apoio do DEM, queriam R$ 560,00; enquanto o PSDB, mantendo a sua coerência na campanha eleitoral de José Serra, no ano passado, defendia R$ 600,00.
Ora, no passado, o PT sempre defendeu bandeiras radicais, muitas vezes apenas para marcar a sua posição política, com os números ideais oferecidos pelo Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Com certeza, se o PT estivesse na oposição ele estaria liderando a defesa de um salário mínimo de R$ 2.194,76, que segundo o Dieese é o valor que o brasileiro precisa hoje para conseguir arcar com as suas despesas básicas.
Sabemos que para a realidade econômica do Brasil, apesar da estabilidade conquistada com o Plano Real (desde Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso), o país não teria condições de pagar um salário mínimo desse nível. Mas poderia pagar os R$ 600,00 propostos pela oposição, que, graças à sua divisão em momentos importantes como esse, favoreceu o sucesso político do atual governo federal no parlamento.
O valor considerado e aprovado é de R$ 545,00, e a sua defesa foi embasada no novo comportamento do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que durante a campanha eleitoral expunha um Brasil econômico surfando na prosperidade e agora mudou o seu discurso, porque as próximas eleições para a presidência da República estão longe e percebeu que é preciso governar com escrúpulos, balizado na verdade, longe da demagogia.
Estou convencido de que o país poderia pagar um salário mínimo de R$ 600,00, com todos os cuidados e responsabilidades que um homem público precisa observar na hora em que tem a caneta da governabilidade. Lamentei, entretanto, que os deputados federais fossem tão submissos a ponto de transferir todo o poder de decisão dos próximos valores de salário mínimo, até 2015, para a presidente da República, através de decretos, sem necessitar do Congresso. Não nos venham com justificativas futuras de que o Poder Executivo engessa o Legislativo com dezenas de MPs e decretos. Isso é vergonhoso, justamente porque eles pensaram tirar de si mesmos a pressão do povo, que deve considerar o deputado a sua porta de entrada no contato e aprovação de leis que interferirão no seu futuro.
Impecável Raul! Enquanto assistia a sessão ontem minha preocupação centrava apenas na facilidade com que os governistas e os incompetentes abdicavam de suas funções!Fica sempre entalado na minha garganta todos os argumentos cabíveis para retrucar os discursos demagogos, verdadeiros estelionatos morais, e minha impotencia diante disso. Argumentou-se que estavam “garantindo”aos trabalhadores os próximos 4 anos!Num verdadeiro desprezo à nossa inteligência.Essa garantia deve ser por Lei, e não Decreto.E Lei criada e votada em plenário, por ideais suprapartidários!
E fica a incógnita Raul: que garantia? Inflação mais PIB? Inflação descaradamente maquiada? E o PIB, quem garante que vai ser superavitário até 2015?
Os tolos aplaudem e comem farelo!
Os parlamentares delegam suas funçòes ao executivo!
Resta saber deles : Câmara para quê? Economizemos então os Salários e Mordomias!Basta a caneta Presidencial!
Parabéns pelo blog, esta otimo. É incrivel ver como os PTralhas mudam de discurso antes e depois de estarem no poder. Só me pergunto, até quando iremos aguentar…
Raul….fico feliz que ainda existam pessoas com o seu carater e conhecimento, e possam perceber de longe o que é o PT….eu sou contra o PT de carteirinha e hoje eles se prevalecem de tudo.Fico indignada de ver políticos corruptos em cargos tão importante e decidindo sobre o futuro de nossa nação….eu continuo com minha indignação.
Parabéns Raul..e adorei rever você.
Um grande abraço
Cynthia
Como sempre subscrevo tudo que você falou.
Gosto da política e gosto de quem é um militante partidário engajado e coerente. Seja do PSDB, do PMDB, do PC do B, do PDT, do PSB, ou do PT.
Agora fico com pena dos sinceros e engajados militantes do PT que passaram 22 anos “bravateando” a necessidade do Salário Mínimo sueco e agora “engolem” os argumentos pífios e oportunistas dos seus líderes sobre o ganho real do novo salário de 545!
O próximo passo é apresentar uma dessas estatísticas que vão demonstrar que esse salário mínimo supre as necessidades básicas do DIEESE…
Caro Raul,
Não temos muito a dizer ao considerar o valor do salário apresentado pelo DIEESE = R$.2.194,76; pois este deveria ser o mínimo para que se pudesse viver com dignidade a pessoa humana – como disposto na Constituição Federal.
No entanto, sou favorável sim, a um salário mínimo bem maior e sabe como: ACABANDO COM A CORRUPÇÃO PANDÉMICA em todas as esferas de poder institucionalizadas.
Se não houvesse tantas falcatruas, tantos desvios, tantas “comissões” nos contratos de obras, serviços e seus aditamentos, se houvesse uma tradição socio cultural de uma ação política ética e moral a situação seria outra; pois não haveriam tantos “criminosos do colarinho branco” por aí a desviar dinheiro público em suas contas no exterior, ou na lavagem de dinheiro dentro do nosso pobre, mas rico Brasil!.
Já passou da hora do nosso pacato e inerte povo, fruto de um sistema colonial escravocrata, de um estado novo e de uma ditadura militar, REAPRENDER a se organizar socialmente, de maneira proativa, de reivindicar nas formas estabelecidas em lei.
Fica aqui o exemplo dado no Egito! Parabéns! É disto que estamos precisando em nosso amado país!
Acorda Povo Brasileiro!
Ernesto Donizete da Silva
PSDB/SANTOS
Admiro muito seu trabalho!
Concordo plenamente.
Além da incoerência acho que tem outra coisa que não esta sendo analisada: o governo federal passa a resolver a questão a partir do ano que vem com uma boa e simples canetada – decreto presidencial…isso é bastante preocupante vindo de um governo centralizador, hoje é o salário mínimo e amanhã o que será?…
Concordo com você.
Totalmente incoerente, bastou estar no poder para mudarem de posicao.
Se não me engano, os nossos nobres representantes foram eleitos para trabalhar pelo bem da nação, não é isso? Ou eu estou equivocado?
Ontem à noite, 21 de fevereiro, assistindo à sessão do Congresso Nacional, fiquei imaginando o que, lá no céu, os três juntinhos, mal acreditando nas palavras que ouviam, estariam pensando Marx, Engels e Luis Carlos Prestes, ao escutar o pronunciamento da Senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B pelo Estado do Amazonas.(Sic).
Aliás muito bem rebatido pelo Senador Roberto Requião.
Acredito que este assunto precise ser analisado não pelo viés “politiqueiro”. Realmente o Brasil está numa situação econômica e desenvolvimentista melhor e isso justifica um aumento no salário mínimo. Por outro lado, não se pode endividar novamente o país por irresponsabilidade. Como dizem no popular, “não adianta colocar a carroça na frente dos bois”. Ou seja, uma coisa de cada vez. Claro que algumas medidas políticas deveriam ser tomadas para a melhora da situação da população, como a reforma fiscal, por exemplo. O problema maior, assim vejo, é a mentira dos políticos perante o povo. A situação querendo se justificar e negando que disse o que disse meses atrás e a oposição sustentando uma posição que talvez não seja boa para o país somente para dizer que é oposição. Agora, o grande problema mesmo foi o decreto presidencial para definir o salário mínimo. Este é um assunto muito delicado para ser decidido por uma pessoa.
Eu gostaria de entender o que está acontecendo.
Algumas pessoas sabem que desde que o PT chegou ao poder tudo virou farra.
A gastança dos companheiros, a banalização da corrupção o lucro absurdo do setor privado usando dinheiro público.
Lula comprou “expertise” com nosso dinheiro?
o Grupo Votorantim teve, em 2010, um lucro rigorosamente igual ao valor da venda do seu banco para o Lula: R$ 4,9 bilhões.
Que coincidência!
Quanto nos custou a reportagem sobre bolinha de papel?
Quantas reportagens se diluem nos noticiários sobre fraudes, superfaturamentos, privilégios às empresas companheiras, e muito mais, tudo abafado para atender a pauta do governo, ou seja, restringir-se às notícias favoráveis?
Resultado, a propaganda mentirosa sobre o País Maravilha está sendo desmascarada e ninguém questiona, ninguém cobra explicações.
Ninguém acha estranho um governo apresentar um cenário de prosperidade, como você muito bem definiu, iludir a população com uma suposta fortuna do pré-sal e, de repente, tem que cortar gastos justamente do trabalhador mais pobre e dos aposentados?
Comunidade aberta no Orkut em defesa do nome de FERNANDO HENRIQUE para Presidente do Novo PSDB:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=112395390
Prêmio Nobel para FHC.
Se tivéssemos uma divulgação honesta sobre os índices da economia, nossa população saberia que quem saiu do zero ou de situações negativas, como as perdas do salário mínimo, e fez esses índices dispararem, junto à estabilização da economia, controle da inflação e os programas sociais foi o governo de Fernando Henrique.
Não precisa dar nome pra não irritar seu antecessor, mas o sucesso do Plano Real só se concretizou com o PSDB no poder.
Se fosse o outro, na época, teria acabado com tudo, simplesmente porque sempre foi contra.
Conquistar uns pontinhos a mais num processo que já estava em andamento não serve como comparação.
http://sabervencer.blogspot.com/2010/10/historico-do-salario-minimo-no-brasil.html
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