Blog do Raul

Democracia

Reformar a Política, ou não?

Os deputados federais e senadores parecem que definitivamente assumiram como tarefa prioritária a realização da Reforma Política, que pode redefinir os cenários eleitorais dos próximos anos. Essa pretensão é uma reivindicação antiga da classe política e da sociedade brasileira, que deseja um sistema político e eleitoral mais transparente, tanto nas suas regras básicas, quanto no respaldo partidário e financeiro das candidaturas em todos os níveis. Porém, pelo que tem saído nos meios de comunicação, o encaminhamento das propostas está restrito aos parlamentares, sem canais de participação dos eleitores, como se eles fossem importantes apenas na hora de votar e ponto final.

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Um verdadeiro Partido Social-Democrata !

O novo Partido Social Democrático – PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, dificilmente será incluído entre os nanicos da política brasileira. Ele nasce em laboratório jurídico e acadêmico, com vocação de partido médio, com os mesmos objetivos executados pelo prefeito em legendas utilizadas anteriormente por ele – PL, PFL e DEM. Com um projeto político pessoal em curso, como das vezes anteriores, é claro que o prefeito emprestará o PSD a outros projetos de aliados circunstanciais, longe de ideologias e doutrinas. De outro lado, o PSDB precisa justificar a sua denominação social-democrata e não se isolar ainda mais durante os movimentos do novo abrigo de políticos em litígio com as suas legendas.

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Peão, Educação, Cidadão …

No passado a educação não fazia parte dos estudos econômicos por possuir uma influência indireta. Atualmente, com o conhecimento sendo considerado o mais importante fator de produção, a educação adquire um novo papel no desenvolvimento econômico, porque corrige desequilíbrios no funcionamento das economias de mercado, com a formação de recursos humanos em sintonia com as suas necessidades e inovações tecnológicas.

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Promessa de Salário Mínimo

Sou um defensor intransigente da coerência do homem em todos os seus atos e atitudes, principalmente na política. Tenho muito respeito e cuidado com a distância existente entre as ideias, as promessas e a consequência delas para a vida das pessoas. Já escrevi antes que faço parte da turma do “quanto melhor, melhor” e que não fico torcendo para que as coisas dêem errado apenas para atirar pedras na vidraça alheia. Mas o espetáculo da votação do novo salário mínimo revelou também a distância que há entre os discursos políticos eleitoreiros e a prática depois que esses candidatos se elegem.

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Desafios do Ano Político

Semana passada tivemos o início do ano político, com as posses dos deputados federais e senadores eleitos e reeleitos em 2010, no Congresso Nacional. O leitor deste artigo pode me questionar sobre a importância de trazer este assunto, quando o papel dos parlamentares parece restrito às emendas orçamentárias apenas para o próximo ano e os principais analistas julgam que numa legislatura de quatro anos só tem importância os primeiros doze meses. Insisto na relevância deste registro, porque os movimentos políticos ensaiados desde Brasília importam e influem sobre os rumos de nossas próprias vidas.

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A parte de cada um!

Estamos a poucos dias do final de 2010. Este ano foi dos mais agitados em função do comportamento político nacional, que trouxe expectativas renovadas no meio de sobressaltos e mentiras que sempre tentam contaminar a vida democrática com as eleições. Mas é perceptível o clima geral, entre as comemorações do Natal e do ano novo, de esperança no que está por vir.

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Bullying também na política!

Não me cheira bem essa onda de intolerância, racismo, preconceito, conflitos de interesses regionais, censura – à imprensa, livros paradidáticos e Internet, patrulhamento religioso e ideológico, desde a última campanha eleitoral de 2010. Cientistas sociais já indicavam, durante a provocação desses temas com o superficial debate sobre a legalização do aborto e o apartheid social no país, que a sociedade brasileira não estava preparada para discernir sobre esses valores devido à dependência social e às deficiências do nosso sistema educacional. Partidos e seus marqueteiros deram de ombros e mandaram seguir a linha sem um alerta mais duro contra a enxurrada de mensagens inventadas e/ou superdimensionadas nos meios virtuais na Internet.

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Herança de Lula…

O presidente Lula disse que não deixará uma “herança maldita” para a presidente eleita Dilma Rousseff como a que recebeu em seu primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. De pronto essa declaração é injusta com FHC, que a meu ver deixou como herança para todos nós brasileiros a estabilidade econômica, os primeiros passos organizados de uma rede de proteção social que se notabilizou com a Bolsa Escola, direcionamentos claros e eficientes nas áreas da Educação e Saúde, além da consolidação do Estado Democrático que garantiu a eleição livre e limpa de Lula em 2002. Dilma receberá um país num ambiente de risco de inflação em alta, sem contar o déficit público e os desafios da execução do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC-2, da melhoria da qualidade da Educação e dos serviços na área da saúde.

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Brasis à flor da pele !

Discordo da forma com que a estudante de direito Mayara Petruso se expressou, sobre o povo nordestino brasileiro, logo após a eleição de Dilma Rousseff. Ela não foi a única, guardadas as proporções preconceituosas, a manifestar a sua contrariedade com esse fato, mas acho importante levar em conta que, durante a campanha eleitoral deste ano, o presidente Lula e o PT radicalizaram em acentuar brasis – na divisão de classes sociais, regiões, escolaridade e por aí afora.

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Educação não é tudo… (?)

Poucos minutos antes do encerramento da votação, nas eleições deste ano, escrevi este texto para revelar as minhas primeiras impressões da campanha que ora encerrava. Os leitores sabem que concorri a uma vaga de deputado federal pelo PSDB, que fiz uma campanha como candidato temático da Educação e que consegui convencer apenas 31.468 eleitores. Porém, não vou culpar o tema pelo insucesso eleitoral, se bem que na hora do voto outros argumentos justificaram outras escolhas.

Nas ruas, durante os últimos 60 dias, a grande maioria dos eleitores pareceu mais preocupada com a disputa para a presidência da República, indiferente com a composição do próximo Congresso Nacional, que é a trincheira do povo perante os rumos políticos do país. Jamais escondi a minha preocupação com a possibilidade de vitória do lulopetismo no primeiro turno, que significaria a prorrogação do atraso político que ninguém quer, mas que timidamente reage para impedir que aconteça.

Hoje pela manhã, minha filha enviou um SMS enquanto estava em aula, preocupada comigo e justificando que não havia ligado de São Paulo porque “não sabia o que falar” para o seu pai, numa hora difícil da derrota. Minimizei, tranquilizando-a, e acho que exagerei. Disse que não ficaria bem na foto no Congresso Nacional ao lado do Tiririca e de outros sem qualificação.

Entenda que concorri a mais essa eleição para deputado, justamente porque ainda acredito na chance de limpar o Parlamento, com os mesmos ideais democráticos que sempre nortearam a minha militância social, política e partidária. Queria me eleger, mas, do lado de fora do Congresso, espero que os deputados federais e senadores eleitos e reeleitos iniciem uma discussão dentro e fora do seu âmbito, sobre reformas política, partidária e eleitoral reclamadas há muitos anos pela sociedade e pelas próprias instituições.

O espaço reservado ao debate temático ainda é muito restrito e menosprezado no atual sistema político. Não só pelas limitações dos meios de comunicação, exceto a Internet que neste ano protagonizou um grande avanço, mas também pela estratégia dos partidos políticos que optaram investir em nomes do cenário artístico, cultural e esportivo, que se respaldam apenas nas celebridades e não nas ideias para o país.

É preciso focalizar a divisão do Estado em distritos, ampliando o caráter de mobilização de lideranças regionais e a importância da segmentação das suas propostas, que fortaleçam a representação e as potencialidades durante o próximo mandato. A Baixada Santista, por exemplo, alvo da expectativa econômica e social, por causa dos anúncios de descobertas de gás e petróleo na Bacia de Santos, não aprofundou a discussão sobre os investimentos necessários e qual a atenção destinada à formação técnica de jovens e trabalhadores atuais para as novas demandas dos cerca de 50 mil empregos a serem criados.

O tema da minha campanha “Educação é tudo” motivou que eu fosse convidado a raras palestras em escolas e universidades. Fiquei pasmo com o desinteresse regional, enquanto o tema fragmentado estava incluído genericamente por outros concorrentes ou não ao mesmo cargo, quando deveria ser tratado como uma urgência para o país e, pela sua importância, motivar o envolvimento das pessoas em função da sua conexão com o futuro.

A campanha deste ano não priorizou temas e optou pelo atalho dos elevados custos, que tornam a disputa mais desigual. Participei com a consciência de um semeador. Estou confiante de que um dia os resultados frutificarão, apesar de contrariado com a atual posição predominante na política, do jeito como ela valoriza as ideias, que Educação ainda não é tudo!

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