Blog do Raul

Esportes

Encanta Santos FC !

A nova geração de meninos da Vila Belmiro contagia o Brasil pela exuberância do futebol com a camisa do Santos Futebol Clube e pela alegria adolescente nos gramados após cada gol. Hoje, quando o Santo André marcou primeiro, estava me confraternizando com amigos no Heinz Bar em Santos e percebia o desalento em muitas mesas vizinhas à minha. Diga-se de passagem que alguns corintianos vibraram com esse gol, mas desde antes do início da partida havia um grito de campeão guardado no peito de cada um, mesmo sabendo que o campeonato paulista será decidido em dois jogos.

O Santos teve pela frente um adversário que também impôs respeito ao longo da disputa para dividir as atenções nesse confronto. Exceto os corintianos, que representam uma parcela ínfima da população santista, não se percebe uma cidade dividida em relação ao objetivo do título de campeão. Isso ficou ainda mais claro no segundo tempo do jogo, que devolveu as coisas aos devidos lugares, com a virada do Santos e o placar final de 3 a 1.

Esta é a segunda vez que falo de esporte neste espaço. A primeira foi quando assisti pela TV o futebol feminino brasileiro, na seleção comandada pela Marta. Isso acontece hoje por conta do momento atual do futebol brasileiro, prestes a embarcar para a África do Sul e disputar outra Copa do Mundo, com elevados índices na expectativa da torcida pelo hexacampeonato. E os preparativos para essa disputa passam pelo desempenho do Santos, principalmente pelo grau de atenção e de envolvimento que a equipe atual vem despertando em torcedores mais aficionados ou simplesmente nos caronas da programação esportiva, acordados pela graça dos meninos-gol.

Conheço vários torcedores de outros clubes que já mudaram de preferência na torcida. No passado essa atitude de mudar de camisa de time de futebol era “grave”. Mas muita gente está convencida e inclusive se utilizam dos argumentos da letra de “Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas, que relata sobre a preferência de metamorfosear, de mudar de idéia e de posição, do “que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Peço que reflitam, então, sobre torcer para outro clube, como uma atitude menos grave do que esquecer idéias e compromissos que interferem muito mais na vida das pessoas, dos cidadãos e do próprio país.

Relação com o clube para mim tem a ver com o coração, com um novo amor. Penso assim agora, porque sempre estive do mesmo lado político, ideológico e eleitoral, por exemplo. Minha descendência espanhola em nada influenciou a minha opção anterior de torcida. Influenciado pelo meu saudoso pai, a torcer pelo Palestra (Sociedade Esportiva Palmeiras), clube que tenho a maior de todas as simpatias desde criança, acho mais honesto confessar a quem possa interessar que sou um daqueles que não conseguiu resistir ao futebol espetáculo dos meninos Neymar, Ganso, André, Wesley, Robinho e todos os outros.

Com frequência vou ao estádio da Vila Belmiro assistir às partidas e não escondo a minha comoção durante os 90 minutos das partidas. Quase infartei na disputa recente de Santos e Palmeiras. Solitário no meio de uma torcida forte, aguerrida e sofrida pela derrota ao Palmeiras, atravessei a dimensão daquele momento para me refugiar no Twitter e revelar a minha “contrição”. Ainda bem que sobrevivi para relembrar que esses conflitos vinham desde os tempos de Pelé, Dudu, Ademir da Guia.

No início dos anos 70, quando cheguei a Santos, vindo do interior de São Paulo (Brotas), frequentava a Vila, inclusive nos horários de treinamento do Santos, durante as minhas férias de trabalho. Confesso que a emoção era semelhante diante do meu campo de visão atual, mais maduro, sabendo escolher pelas minhas próprias convicções. Creio que a partir de agora, com a clareza da minha torcida convicta por dois clubes, Palmeiras no sangue e Santos no coração, nada mais oportuno que aproveitar este momento para difundir uma palavra de ordem, como sempre fiz nos momentos políticos decisivos de nosso país, para que a CBF e o atual técnico Dunga da seleção brasileira, também mudem de opinião, convocando do Santos, além do Robinho, Neymar e Ganso! Pronto, falei!

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O preço dos Jogos no Rio !

Cobrar a transparência dos investimentos previstos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, não é um argumento para diminuir o papel do Brasil, como disse o presidente Lula. Muito menos uma reação dos opositores ao sucesso dessa conquista histórica, que pertence a todos nós. Lula e o PT, que sempre foram acostumados a vaiar até o hino nacional em solenidades de governos que não faziam parte, chegam a pensar que somos iguais a eles e que num momento como esse nos consumiríamos como "invejosos" e "apostadores do quanto pior melhor".

Da mesma forma que o Brasil foi espetacular na apresentação técnica da candidatura do Rio e que o presidente Lula foi impecável em sua defesa treinada e contida, chegou a hora do país também oferecer um exemplo educativo desde o início dos trabalhos necessários para que a Cidade Maravilhosa esteja pronta para sediar os Jogos, sem a mínima suspeita de corrupção.

O governador José Serra escreveu que a tarefa não será trivial: "Exigirá formar um comitê organizador ampliado e de grande competência e recorrer ao que existe de melhor em matéria de planejamento urbano, no Brasil e no mundo. Fazer projetos sensatos, longe da megalomania, do desperdício e dos sobrepreços." E em relação aos recursos, que o governo Lula está "garantindo" que não faltarão para as Olimpíadas, Serra sugere a formação de um fundo baseado em nossas exportações de petróleo, em especial do pré-sal, se até lá já for extraído: "Esse fundo temporário seria constituído em moeda estrangeira, para financiar despesas realizadas nessa moeda. É uma idéia a ser discutida para além de interesses partidários, eleitorais ou regionalistas".

Muitos analistas comentaram que os Jogos Olímpicos são um compromisso internacional irrevogável. A partir de agora os esforços para que dêem certo não pertencem unicamente ao Rio de Janeiro, porque esse evento mobilizará o Brasil inteiro na formação de novos atletas, para torná-lo competitivo e, quem sabe, num horizonte de 10 anos, transformá-lo numa verdadeira potência olímpica. Jamais podemos esquecer que o esporte é também um dos fatores essenciais para a inclusão social e manutenção de crianças e adolescentes nas escolas.

Esse processo, a meu ver, deve multiplicar os esforços pela educação, pois quase a totalidade dos novos atletas sairá das escolas brasileiras. Mais do que nunca, as escolas vão precisar de motivação e apoio dos governos em todas as esferas e Estados, para formar uma grande rede pelo esporte e com solidariedade. Aliás, esse objetivo reforça a necessidade de emprestarmos aquele mesmo conceito mobilizador de Obama nas eleições americanas: "Sim, nós podemos!"

Num momento como esse é importante refletir sobre a descontinuidade de políticas públicas bem sucedidas, como o Programa Esporte Solidário, criado durante o governo FHC. Naquela ocasião, o presidente da República determinou o cumprimento do artigo 217 da Constituição Federal, que dispõe o dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um. Assim, país afora, o ministério dos Esportes passou a executar ações para melhorar a infra-estrutura e os equipamentos para a prática esportiva, incentivando a construção de ginásios e quadras poliesportivas em áreas carentes, bem como nas escolas públicas em parceria com o MEC – Ministério da Educação.

Por isso reafirmo que as Olimpíadas no Rio demandas ações em todo o território nacional, não se restringindo à infra-estrutura da própria Cidade-Sede dos jogos. Mas não vamos deixar que esse acontecimento, nunca antes realizado na história da América do Sul, se apequene como na exposta incompetência do atual governo em executar o seu PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, de obras, com tantos contratos e execuções irregulares, segundo relatórios do TCU – Tribunal de Contas da União, que já desaprovou condutas à época dos Jogos Panamericanos.

Sim, nós podemos preservar a imagem do país, planejando todas as etapas executivas para as Olimpíadas, para evitar aditamentos de contratos, revisões orçamentárias, verbas extraordinárias e emergenciais, superfaturamentos, desperdícios, furtos, corrupção. A felicidade geral da Nação tem um preço que não se paga assim !

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