As chuvas sobre a Baixada Santista, desde o início do feriado prolongado, foram satisfatórias além da conta para as intenções da prefeita Márcia Rosa (PT), de propagar o “Festival Cubatão Danado de Bom”. Costuma-se dizer que, no Litoral, quando o mar está indisponível para banho e frequência nas praias, os bares estão disponíveis. Isso para usar esse trocadilho contra a ausência de programação na maioria dos municípios da região e pela felicidade alcançada pela prefeita com o evento cubatense deste ano, que repercutiu como a sensação de todas as mídias, tanto pela programação bem selecionada, quanto pela quantidade de público que ele levou todos os dias ao kartódromo municipal.
Os investimentos foram elevados, como exigem eventos dessa natureza, com a qualidade que ele mereceu. Mesmo sem dispor dos números conquistados na medição da mídia espontânea para o Festival, nos momentos em que me dediquei a ver a programação da TV regional e ler os jornais, posso afirmar que o sucesso passou por aqui e Cubatão saiu ganhando no mínimo cinco vezes mais o valor investido na sua organização.
A Baixada Santista recebeu milhares de turistas de outras regiões do Estado e eles também foram atingidos pelos efeitos do festival, como uma marca interessante agora no calendário oficial de eventos do Estado de São Paulo. Pode ser até que Cubatão não consiga ser considerada uma Estância Balneária, como pretende um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo, mas definitivamente está inserida no roteiro de atividades obrigatórias para os visitantes da Baixada.
No ano passado fui à apresentação da encenação dos “Caminhos da Independência”, no Jardim Casqueiro, e naquela ocasião elogiei a capacidade de organização de eventos pela área cultural do município. Comentei inclusive neste espaço, a associação do talento dos nossos atores com a infraestrutura destinada àquela apresentação ao ar livre, um espetáculo e tanto.
Esses acontecimentos são importantes para valorizar a produção cultural e artística regionais. A Baixada Santista está no olho do furacão, quando se revelam as evidências do crescimento econômico que será proporcionado com a exploração do petróleo e gás na Bacia de Santos. Tudo vem evoluindo de maneira muito rápida e ainda vamos pagar o preço da desatenção com o planejamento, a exemplo do que tivemos quando o Pólo Industrial começou a se instalar em Cubatão nos anos 50. As ocupações foram aleatórias e sem qualquer preocupação com o meio ambiente e com a sustentabilidade das novas plantas e destinações, e pagamos caro por isso.
Estamos ainda muito longe de atingir o melhor estágio de desenvolvimento em sintonia com a melhoria da qualidade de vida para todos. Ao mesmo tempo em que Cubatão se destacou no feriado pela sua grandiosa capacidade de organização de eventos profissionais, os resultados apresentados do IBGE – Censo 2010 – serviram de ducha de água fria para nos alertar que ainda há muito a fazer pelo povo.
Alegria é bom, mas o bem estar do povo cubatense precisa ser inserido com destaque maior na próxima década. Os governantes desta cidade, de hoje e do futuro não podem perder de vista essa constatação, aparentemente óbvia, mas vital para sorrir mais amanhã, sem culpa!
Foto: Jordana Lima Duarte (Jornal Povo de Cubatão).