Blog do Raul

Não há campo majoritário no PSDB.

Quando o PSDB foi fundado em 1988 e apresentou um manifesto escrito por Fernando Henrique, José Serra, Franco Montoro, Mário Covas, dentre outros, houve uma articulação paralela dos seus primeiros militantes para germinar sementes de democracia e o respeito pelo regime do povo, pelo povo e para o próprio povo. Então, diferente do conjunto de tendências do PT, que se identifica como "campo majoritário", no PSDB, os defensores intransigentes da democracia são majoritários. Por isso acho que as últimas movimentações partidárias, sobre o lançamento ou não da candidatura Geraldo Alckmin para a prefeitura de São Paulo, da maneira como estão exibidas, tem apenas uma vítima: o PSDB.

Jamais poderia imaginar que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) fosse tão leal, desde os seus tempos de vice-prefeito, às políticas formuladas pelo PSDB paulistano. Se o leitor quiser um breve retorno ao passado, pesquisando nos sites de busca, relembrará que Kassab não era o vice preferido pelo PSDB. Na época, ele não nos surpreendeu com a sua capacidade de domínar e articular o extinto PFL, num Estado que o seu horizonte apontava, no máximo, para a reivindicação de cargos ou a posição estratégica de vice-alguma coisa.

O PSDB "engoliu" Kassab em 2004, do mesmo modo que em 2002, para o governo do Estado, "aceitou" Cláudio Lembo. Quem se recorda das incríveis comparações feitas para justificar a escolha de Lembo, "pelas suas similaridades" com o discretíssimo vice-presidente da República de Fernando Henrique, Marco Maciel (não sei por onde!). Impossível comparar essas duas relações, diante da desenvoltura da lealdade de Kassab com os princípios de Serra. Lembo, na sua vez, fazia questão de explicitar que, com a renúncia de Geraldo Alckmin para tentar a presidência da República em 2006, estava impondo uma marca própria ao seu governo do maior Estado da federação.

As diferenças nos relacionamentos com o PFL (agora DEM), em São Paulo, resgatam também a minha lembrança do dia em que José Sarney (então presidente nacional do PDS) veio para o PMDB para ser o vice de Tancredo Neves. Alguns companheiros de travessia recordarão o nosso estado de pânico político, em 1985, na transição da ditadura para a democracia, com Sarney na mesma chapa e, "pior", no mesmo partido.

Localizado o cenário atual na história recente do país e, principalmente, no território paulista, é fundamental registrar que a democracia interna do PSDB garantiu espaços de discussão em alguns atalhos históricos, mas não impediu decisões sem uma consulta prévia à militância. Primárias ou prévias ainda não foram testadas no PSDB, porque identificado como partido de quadros ainda preserva a consideração da existência de filas de políticos, em especial para cargos executivos.

Meu receio é que a democracia interna seja interpretada apenas para valer a orientação do PSDB apresentar candidaturas próprias em todos os municípios. Reafirmo o quê já escrevi neste blog: Geraldo ou qualquer outro membro do PSDB tem todo o direito de postular a legenda para uma disputa de prefeituras.

São muitas dúvidas a nos dividir. Mas, em se tratando de divisão, como isso pode acontecer, se majoritariamente defendemos o PSDB sempre na cabeça de chapa, revelando hesitação sobre qual o nosso objetivo quando cobrados para definir alianças futuras? O que nos une atualmente? Qual o cenário, se alguém tivesse ousado abonar a ficha de Kassab para um diretório tucano, quando havia uma verdadeira lua de mel em curso?

Estamos devendo unidade!

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10 comentários em “Não há campo majoritário no PSDB.”

  1. E o que fazer?
    O Senador Arthur virgílio, chará do seu filho, propõe ao partido prévias para decidir quem será o candidato em 2010, e já se colaca no páreo. Portanto, que o PSDB consulte seus filiados na capital e decida se quer candidato próprio ou se vamos no rabo da chapa do Kassab…

    mas, e Santos, qual o cenário meu amigo Raul?!?!?

  2. Que saudades de 1.988. Mauro acho que o destino é ir mesmo no rabo da chapa do ex-secretário do Celso Pita. Agora em Santos nem cenário há.

  3. Minha opinião pessoal, o PSDB não deve deixar de concorrer no pleito para a Prefeitura da Capital. Todos os partidos que tem potencial para lançar candidatura para presidente em 2010, estão com intenção de lançar candidatos a prefeito em todos os municípios para com isso fortalecer seu candidato a Presideência, portanto reintero a necessidade de comparação já feita por mim com relação a alianças políticas e casamento. Geraldo Alckimin na cabeça!
    A situação de Santos, por ser uma cidade estratégica na região, teríamos que pensar grande, mas, o apoio político dado no segundo turno na eleição de 2004 para o Candidato João Paulo Papa, nos deixa de calça curta.
    Quando da discursão se apoiaríamos a candidata do PT ou o candidato do PMDB, apresentei proposta de neutralidade, inclusive citando no momento, a possibilidade de o PSDB ficar com dificuldade de caso viesse a participar do governo, de se preparar para esse momento, não precisou de bola de cristal par tirar essa conclusão.
    Minha proposta foi voto vencido com apenas quatro votos favorável a minha proposta, que foram eles ,o meu é clrao, o do Raul Christiano, o do Bruno Covas e de sua mãe Renata Covas, mas ainda há tempo de se pensar em lançar candidatura a Prefeitura de Santos.
    Não resta dúvida que o Papa esta fazendo um excelente governo, mais não podemos esquecer , principalmente nós do PSDB, que o apoio dado aos projetos em execução na cidade de Santos, alguns ja concluídos, como o de algumas ciclovías, foram feitos e outros serão entregues, graças ao Governador Serra, que vem investindo e muito em toda a Baixada Santista e Vale do Ribeira, principalmente na Cidade Santos. Assim fica muito mais fácil governar. Portanto volto a insistir que alianças políticas eóigual casamento, mesmo que esteje tudo bem , há sempre a possibilidade de separação.
    Com isso me sinto a vontade para novamente poder dar minha opinião, embora nsaiba que com isso estou deixando alguns descontentes, más precisamos pensar grande , prefeitura de São Paulo, Prefeitura de Santos , para com isso nos fortalecer-mos para conquistarmos em 2010, o que não poderíamos ter deixado de ganhar em 2002.
    O tabuleiro está armado e as pedras estão em movimento para os objetivos!
    Abs. tucano, MACHADO

  4. Amigo Raul

    Não ser cabeça de chapa na maior cidade do país, me parece uma aventura que um partido como o PSDB, não deve e não pode se aventurar.

    Um partido que quer e precisa retomar o comando do país, precisa mostar aos seus partidários que Unidade só é possível ser construida, com a luta pelo votos nas ruas do nosso imenso território, mas especialmente no maior colégio eleitoral do país.

    Vamos à luta companheiros e um grande abraço a todos.

    Boranga

  5. Como assim Prévias? Prévias para Presidente se permanecerem mais de um postulante ao cargo. Pelo que sei o PSDB só tem um postulante ao posto de alcaide paulistano. Vão inventar prévias interpartidárias agora?
    Ainda não teve um que conseguiu me fazer entender porque o nosso pré-candidato que lidera as pesquisas deve abrir mão para os DEMos. Discursinho combinado é: de olho no futuro (2010). Tá bom, se a tucanada não apoiar os DEMos agora eles vão apoiar o o PT em 2010. Ou quem sabe lancem o Cesar Maia com grande possibilidades….
    O que eu quero ver é se explicar para o nosso eleitor. Já esatva complicado, porque nos elegeram para ser oposição e não somos direito. Agora indicam que nos querem a frente da prefeitura e alguns querem refugar. Vai ser complicado.
    Abç. Raul
    http://www.galoescroto.blogspot.com

  6. Carlos de Brito

    Olá Raul!

    Prévia em São Paulo?
    Só pode ser provocação da tua parte. Talvez para causar discussão sobre a matéria.
    Raul, a primeira e última prévia, que eu me lembro de ter participado para escolha de candidato, e olha que sou fundador do MDB/PMDB/PSDB e, não fundamos o MUP porque este transmudou-se em PSDB. Raul caso esteja enganado sobre prévias, no partido, me perdoa deve ser a idade.
    A pévia que me refiro é aquela entre Edmur x Lara. O Laino também concorria.
    O Lara havia abandonado o Partido há 8 (oito) anos, e você sabe muito bem disso, pois você havia engavetado o pedido de desligamento do Lara. Você era o Secretário do Partido e o Lara voltou pedindo a refiliação e querendo ser candidato a Prefeito da Santos.
    Muito bem,todos viram no que deu; renuncia, recurso prá cá, recurso pra lá, ameaça de intervenção e… perdemos a eleição.
    Não sou contra prévias, elas são formas Democráticas de escolhas (sem trocadilhos com o DEM). Mas, em São Paulo?
    Raul, você sabe, estou morando em São Paulo e tenho acompanhado a administração Kassab. Realmente ele tem sido leal ao Serra. Inclusive mantendo os secretários do Serra. Independente disso ele tem feito um bom trabalho. Mas,não dá para deixar de lançar canditado na cabeça. Nós temos o Alckmin como candidato natural mas se ele não quiser, ou por outro motivo qualquer, nada impede que se lançe outro candidato, mas sempre na Cabeça de Chapa.
    Ao contrário será brincadeira. Esse tempo já passou.
    Um Abraço.
    Brito

    PS.
    Raul,lembrei-me agora da prévia de Cubatão. Mas dela eu participei apenas como teu cabo eleitoral e te aconselhava a deixar Cubatão com os Cubatenses.
    Outro Abraço.
    Brito

  7. Oi Raul,

    Você disse que o PSDB é um partido de quadros, pois bem, digo que isso tem prós e contras e a parte ruim disso é que as prévias podem ser perigosas demais para esses “quadros”. Em Mauá, por exemplo, o PSDB vai realizar um prévia teatral apenas para dizer a imprensa que o candidato tucano é legítimo, mas a verdade é que o candidato já está escolhido com ou sem as prévias e duvido muito que mudem de candidato se o resultado for negativo para o diretório mauaense.

    Adoro o PSDB, sou social-democrata de coração, mas esses pequenos detalhes frustra qualque militante.

    Um grande abraço.

  8. milton de souza camilo

    Raul
    O PFL, hoje democratas, sempre viveu na aba do PSDB, não devemos baixar a cabeça e ficar submisso a outros partidos, temos que fortalecer o PSDB, NÃO PODEMOS PERDER A NOSSA IDENTIDADE POLÍTICA, TEMOS QUE ESTAR SEMPRE EM EVIDENCIA) e ter o nosso candidato Geraldo Alckmin como prefeito de São Paulo e retorno ao Palácio dos Bandeirantes.(VAMOS LEVANTAR ESTA BANDEIRA)
    Geraldo: Prefeito de São Paulo
    Pinheiro: Prefeito de Cubatão

    Milton Camilo

  9. Lucas Tavares

    Raul, você está que nem o Chacrinha: veio para confundir, não para explicar.

    Afinal de contas, o que você defende: Kassab ou Geraldo?

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