Blog do Raul

Escolas que ensinam governar bem !

Dinheiro não é o problema principal e muito menos a solução para a melhoria da qualidade da Educação no Brasil. O caminho é a eficiência na gestão dos recursos, para por fim ao desperdício e à roubalheira. Nosso País precisa investir mais em capital humano e o Governo de São Paulo deu um importante passo nesse sentido, com o lançamento do Programa Escola de Gestão, em todo o Estado, que objetiva economizar milhões para reinvestir, obrigatoriamente, na Educação. Essa iniciativa merece aplauso, porque responde também às preocupações de dois grandes educadores e ex-ministros Paulo Renato Souza e Cristovam Buarque: "a Educação precisa ser vista como um investimento e não como um gasto."

As regras definidas para o uso do dinheiro público são cumpridas. O que falta é um padrão único para os seus procedimentos de compras, aplicações e utilização dos benefícios adquiridos. Isso é possível constatar nos gastos com telefonia, energia elétrica, água e materiais de consumo escolar. Com o programa Escola de Gestão, dirigentes escolares experimentaram bloqueadores de chamada nos telefones, troca de lâmpadas amarelas por outras que consomem menos energia e troca de torneiras e reformas na rede hidráulica.

A Secretaria de Estado da Educação contabiliza 5 milhões de alunos na sua rede de escolas e planeja obter economias de até R$ 100 milhões no primeiro do ano, que vai assegurar a construção de mais 40 unidades escolares de porte médio no Estado, além de disponibilizar mais recursos para a capacitação de professores e melhorias salariais e de condições de trabalho. Esses fatores são fundamentais para melhorar os níveis de aprendizado na rede pública.

Diretores, professores, alunos e a comunidade do entorno das escolas serão envolvidos nesse processo de aprendizagem administrativa e econômica para garantir outro futuro ao ensino paulista. Se mais dinheiro ou simplesmente menos despesas representam soluções, a palavra-chave é gestão, governo, competência.

Muitos leitores deste blog lembrarão com saudade dos tempos da escola pública de qualidade, nos anos 50 e 60. Representávamos um número menor de matriculados e é impossível comparar a estrutura educacional daquela época com os nossos dias, em que quase 100% das crianças de 7 a 14 anos têm uma escola para frequentar, desde o governo FHC. Houve a universalização do acesso e matrícula ao ensino e é comum observar a coexistência de escolas públicas boas e ruíns num mesmo município, às vezes num bairro em comum.

A melhoria não vai acontecer com mais discursos ufanistas ou pieguices. É preciso ação e acredito muito na capacidade da professora Maria Helena Guimarães Castro (secretária de Estado da Educação), porque o seu passado contribui muito para que o futuro da Educação seja de fato melhor para todos !

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4 comentários em “Escolas que ensinam governar bem !”

  1. As mudanças tem que acontecer na Educação , economizar na gestão e investir nos professores é primordial. Só não podemos deixar que aconteça como em algumas escolas particulares em São Paulo que passaram a gestão para cooperativas, os professores que hoje lecionam estão com a vida complicada ganham porcentagem por quantidades de alunos em classe e a qualidade de ensino deixa a desejar, professores não tem férias e nem tão pouco podem faltar pois não ganham o dia, não tem decímo terceiro.

  2. fausto ivan

    Raul, o Programa Escola de Gestão será ministrado por quem? Vejo com entusiasmo todas as iniciativas nesse sentido, da economia. Os alunos certamente sentirão diferença e serve como exemplo para que multipliquem em suas casas e comunidades. A propósito, também no quesito economia de água, não me conformo com o preço das torneiras econômicas, é muito alto. Fica a sugestão para que nosso Governador de isenção de impostos aos fabricantes dessas torneiras, bem como as privadas econômicas, pois na Europa há muito tempo é obrigatório.

  3. Mauro Haddad

    Raul,
    o problema é cultural. Saber que tem q economizar energia, todos sabem, mas a grande maioria só economiza na própria casa. Num prédio público então, o desperdício é astronômico.
    Se na iniciativa privada já é complicado, com desperdício de papel, material de escritório, xerox, tinta de impressora, luz e tantos outros, imagine no poder público onde as pessoas pensam que, por ser público, não tem dono, quando, na verdade ele mesmo é o dono.

    Porém, o Governo do Estado está de parabéns pela iniciativa.

    Abraços,

    Mauro Haddad

  4. Raul, algo de bom tem que acontecer.Porque na área pública, tudo é mais lento, do atendimento aos finalmentes. Em sua maioria, esquessem que é obrigação de fazer, e bem , certas questões, e que quando o fazem, na verdade não passa de obrigação dos governantes e do funcionalismo público de modo geral.
    Precisamos de escolas bem estruturadas e professores eficientes, que gostem de fazer o que se propuseram fazer, lecionar e bem.
    Hospitais bem equipados com bastante leitos para a população mais carente ( Povão }
    Transporte público, mais não como temos agora, onde os trabalhadores são transportados iguais sardinha enlatada.
    Respeito pelas pessoas, e não só discurso, como estamos cansados de ouvir/assistir em épocas de eleição.
    Para o povo falta as qualidades no atendimento as sua necessidades, e o povo é quem paga o desperdício e o discaso com o gasto do dinheiro público, que assistimos atônitos.
    Para mudar tudo isso que está, é preciso pulso forte, competência e vontade política.
    ê pre4ciso que quem governa, goste de gente, goste do povo, e não somente de seu voto nas urnas.

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