Políticos de Santos estão de olho em 2008 e mexem no tabuleiro partidário local. Enquanto o prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB) navega em águas tranquilas, porque diga-se de passagem Santos vive um de seus melhores momentos por responsabilidade ou não do próprio prefeito, a sua reeleição e/ou sucessão tomam os bastidores e o noticiário local também. A entrada do grupo do ex-deputado federal Vicente Cascione no Democratas (DEM) é a grande surpresa, porque até ontem, à tardinha, ainda era o maior defensor do governo Lula da Silva. Segundo o vice de Papa, Antonio Carlos Silva Gonçalves, que acaba de anunciar a sua saida do DEM, o seu agora ex-partido recebeu a orientação de lançar candidato próprio nas próximas eleições.
Então, a conclusão mais simples é a possível candidatura de Cascione pelo DEM. Ironia do destino, porque justamente o DEM tem se configurado na legenda política que faz as maiores críticas ao governo federal, até recentemente vice-liderado pelo ex-deputado. Talvez a justificativa para essa mudança de opinião do ex-deputado esteja vinculada às mudanças na diretoria da Companhia Docas do Estado de São Paulo – CODESP. O diretor Arnaldo de Oliveira Barreto, então responsável pela área de Infra-Estrutura e Serviços, era o afilhado político de Cascione. Será que ele ficou magoado com o seu amigo Lula pela demissão de Barreto e agora radicalizou de lado ?
Isso é possível, mas também não está afastada a hipótese de uma mudança para o futuro. Vicente Cascione pode estar lançando o seu filho Luciano, que ocupa a diretoria estadual de Turismo do Governo Serra, a prefeito pelo DEM ou a vice-prefeito de alguém. Nessa direção, nenhuma hipótese pode ser afastada, com exceção (imagino!) de ser vice do PT pelo DEM. Seria muito antagonismo e arrojo para uma cidade como Santos.
E o PSDB local, diante desse novo movimento do Democratas ? O PSDB sinaliza que pode lançar um dos seus deputados estaduais, Paulo Alexandre Barbosa e Bruno Covas; ou o ex-deputado Edmur Mesquita. Dependendo do andar do bonde santista, uma composição PSDB-DEM é possível, o contrário é bem difícil. Mas seria muito curiosa, por exemplo, uma composição do vereador Paulo Barbosa com o ex-deputado Vicente Cascione, que já estiveram juntos no velho PDS, na visão de renovar a política com a representação dos seus filhos: Paulinho prefeito e Luciano Cascione de vice.
Esperar para ver ? Que lancem os comentários !
Com todo o respeito as personalidades em questão, todo homem deve evoluir. Durante o processo renova convicções e, muitas vezes – até por imposição de nova ordem jurídica – muda de partido. Mas palmeirense é palmeirense, santista é santista e corintiano é corintiano. E na política – pelo que eu observei – o filho honra a camisa do pai; superando-o. Assim, entre os referidos nomes, vamos ficar com o Bruno Covas que poderá superar, não ao pai, mas ao saudoso Mário Covas. Tucano nasce Tucano.
Raul, Raul, vc não perde o peso, não é?!?
Pelo o que ouvi, o pai não sai do PTB.
o Filho vai para o DEM, e tbm já visualizei uma dobradinha PSDB-DEM, pq já ouvi falar que os dois filhos já estiveram conversando…
E o que NÓS faremos?!?
PS, ouvi o bruno falar que vc vai ser candidato a vereador?!? já tem meu voto!!!
abraços
caríssimos
cada vez que abro o blog do raul levo um susto!
paulinho e cascione? tá bem!!! agora é esperar e ver vicente de carvalho sair de seu grupo estatuário e entrar mar a dentro, de perplexidade!
fala sério…
Prezado Raul, você é contra renovação na política?
Pois você mesmo, no dia que ocupar um cargo via mandato, também será renovação, não???
Além disso, não entendo a crítica ao seu próprio partido, ao tentar fazer uma aliança… você deixou de ser tucano?
Vai apoiar o Papa????
E por falar em Papa…porque você não diz que ele é o novo amigo do PT??? Com a Martaxa pra cá, com o Britão pra lá…e aí??? Ele pode fazer alianças…o resto dos políticos não???
Resposta ao Carlos Millani:
Eu diria que vc tem 50% de razão em tudo o quê expôs. Não externei uma crítica ao PSDB, porque sou favorável à candidatura própria do partido para a Prefeitura de Santos, bem como para as demais cidades da nossa região. Acredito que com uma política de alianças que favoreça o conjunto partidário, as chances de vitória serão ampliadas. Mas é duvidoso construir uma aliança com um grupo que sempre foi nosso adversário. É a soma de um lado do PSDB. E o candidato a prefeito do partido precisa agregar todas as correntes internas, justamente para ser o candidato de todos. Experimentei ser candidato de uma parte do PSDB e consegui 13% dos votos nas eleições de 2004. Somar nós com a família Cascione, com todo o respeito, vai fazer o barco pender para um lado só. Renovar é mudar, apresentar uma novidade; não o retrocesso, a recomposição com o passado. Como eu já disse no texto, Milani, será o reencontro do velho PDS. Isso é passado, ultrapassado!
Prezado Raul,
Entendo sua posição, mas por outro lado, acredito que há um pouco de preconceito da sua parte em relação ao tal filho do Cascione! Afinal, você o conhece? Você mesmo disse que ele trabalha para o governo Serra, do seu partido! Além disso, não consigo entender outra coisa: uma vez você diz que o Cascione é PT, outra diz que é do velho PDS. Pelo que me consta, o Cascione sempre disse que não acredita em partido, mas nos homens, principalmente nos homens de bem!
Acho que você tem suas preferências dentro do PSDB, mas se você acredita mesmo no seu partido, deveria apoiar qualquer um que saia da convenção, não?
Um abraço, Carlos.
Resposta ao Carlos Millani:
Esta é a minha palavra e o meu compromisso: apoiarei qualquer candidato que seja escolhido pela convenção do PSDB, bem como as suas coligações.
Parabéns pela posição e pela sinceridade! Boa sorte, no caso de uma futura candidatura! Um abraço.