Blog do Raul

Raul

Participação política e discurso atual

A participação política em perspectiva.

 

 

 

 

 

 

O calendário eleitoral para as eleições de 15 de novembro de 2020 prevê campanha a partir de hoje (27 de setembro). Logo cedo estive numa padaria perto de casa, que frequento há quase 40 anos, e pude sentir o clima. Como participei de outras campanhas, como candidato ou militante apoiador, e sou uma figura pública na região da Baixada Santista, não passei despercebido. Não faltaram acenos e olhares de alguns fregueses, e fui abordado pela moça do caixa com a pergunta: __ Seu Raul, o senhor está no páreo?

Não, não estou no páreo, tenho outra missão, respondi a ela e faço questão de registrar aqui no blog. Na semana passada escrevi sobre impressões das campanhas que acontecem no Brasil e nos Estados Unidos, em meio à pandemia do novo coronavírus (#Covid19), justificando trocas de mensagens com amigos e companheiros de lutas comuns ao longo de uma vida inteira, desde o movimento estudantil secundarista, nos anos 1970.

É evidente que as bandeiras passadas estão consolidadas e garantindo uma participação irrestrita da população nos canais de manifestação e decisão políticas. Me refiro à democracia, que em diversas oportunidades nos últimos tempos foi posta ao risco de medidas autoritárias. Atualmente essas medidas se baseiam principalmente no preconceito social, político, doutrinário, ideológico, de gênero e raça. O que há de retrocesso nisso vale um post específico.

Mas tratando mesmo das eleições municipais, que renovarão ou darão novos mandatos a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores (entenda-se femininos também, para ser mais explicito), em todo o país, neste ano, o foco deve ser outro. Porque o elenco de expectativas do eleitorado é completamente diferente das eleições passadas, antes desse novo normal esperado pela sociedade.

O futuro em perspectiva passa a ser o maior desafio dos candidatos em suas tentativas de convencimento em busca do voto de confiança e nas urnas. No horizonte, nessa quarentena vivida a partir de meados de março no Brasil, a única perspectiva é a vacina e bem como a vacinação em massa, para permitir um novo fôlego à superação e sucesso de cada um e suas metas sonhadas. Afora isso, qual o discurso diferente de um candidato para conquistar a atenção popular?

Enquanto escrevo este texto, acompanho o movimento nas praias cariocas neste domingo. Pessoas de todas as idades, contrapondo às regras usuais para seguir os protocolos da comunidade médica e científica no enfrentamento à pandemia, circulam ou se agrupam estacionadas na areia, sem máscaras e sem cumprir a distância mínima de segurança da possibilidade de contaminação.

O Rio de Janeiro não vem se constituindo no melhor exemplo para o Brasil, também no tocante à administração pública, haja vista o histórico de seus últimos governantes do Estado e respingos nas municipalidades. Mas esse mal exemplo deve ter uma resposta, inclusive além do Rio, de modo que a sociedade brasileira como um todo se sinta representada por uma legião de dirigentes que está para ser eleita.

Um de meus temores está na polarização de um conflito pretérito entre a ciência e a religião, que atualmente se comparam ao negacionismo das mudanças climáticas e o futuro do planeta em jogo. Quando se colocam em dúvida conceitos científicos, por exemplo, não se trata da simples garantia da liberdade de opinião, mas uma visão ingênua do mundo atual. Por outro lado, qual é mesmo a expectativa da sociedade para se convencer?

Reitero que não é uma tarefa fácil hoje a apresentação como candidato vendedor de sonhos de mudanças e transformações radicais nas vidas das pessoas. O protocolo exige que as promessas estejam sincronizadas com a verdade e a bem dessa afirmação, a Justiça Eleitoral tem feito uma campanha muito assertiva nos seus alertas contra as Fake News e no incentivo à maior participação da juventude nas campanhas deste ano, com a provocação de que “nunca é cedo para fazer a diferença”.

Aposto na indicação de novos caminhos a serem percorridos, com garantias concretas de trabalho, pão, casa, saneamento básico, educação, cultura, segurança e paz para todos. O povo precisa se sentir seguro para que os resultados eleitorais de 2020 sejam os melhores e mais conectados com o valor do seu voto.

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Jogos não tão virtuais

SP inicia campanha entre professores
Entende-se por virtual o que não existe como realidade, mas sim como potencia ou faculdade. Também pode-se afirmar que o virtual é algo inexistente que provoca um efeito, que de tão próximo da verdade, sua existência acaba sendo considerada. Exemplos disso estão escancarados no cotidiano e em especial na comunicação contemporânea por conta dos usos desbragados das redes sociais. E é nesse território, que muita gente acha livre, que o virtual se confunde com a realidade, em especial para os desavisados.
Nesse contexto crescem nos últimos dias as consequências do Desafio Baleia Azul, principalmente entre crianças, adolescentes e jovens. Especialistas pontuaram que “não se pode dar tanta importância para um jogo, mas é hora de falar sobre o assunto”. As ocorrências que derivaram do exterior para o Brasil, foram graças à comunidade global, como preconizou o dito popular sobre um tal de “mundo velho, sem porteiras”.
As primeiras reações da sociedade que tem escrito coisas sem pensar nas redes, motivada pela leitura apressada e sem refletir, indicam uma transferência instantânea das responsabilidades ao sistema educacional brasileiro. Mas é prudente em demasia que se pensem e ajam de forma compartilhada com foco no papel da família, de modo basal e preventivo.
O Governo do Estado de São Paulo já reforçou em boletim extraordinário da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica, que deve servir de orientação geral para ações organizadas e gerais, sobre “o compromisso da escola e dos educadores com a diminuição da vulnerabilidade de crianças e adolescentes em situações que possam vir a comprometer a integridade física, psíquica e emocional dos estudantes”.
Há o consenso propagado pela Organização Pan-Americana da Saúde, de que “a adolescência é um período da vida marcado por mudanças, incertezas e experimentações. Uma fase rica em sonhos e aprendizados, mas também carregada de riscos e armadilhas”. Quanto mais amadurecemos parece que nos tornamos menos corajosos e destemidos. Quem consegue dormir enquanto os filhos não estão ainda em casa? Quase todos nós, porque sobra-nos as sensações de medo e insegurança pelo conhecimento das ameaças externas.
Mas a um passo da sala ou do quarto rondam perigos reais, que entraram na sua porta sem tranca. E é nesse sentido que, educadores e corresponsáveis pela geração que ainda depende da educação básica, deve reforçar as ações pedagógicas de conscientização quanto ao uso seguro da internet e temas relacionados à melhoria da convivência no ambiente escolar e na comunidade do entorno real, como o bullying, a pedofilia, a intolerância de toda ordem etc., acolhendo e conversando sempre.
O assunto Desafio Baleia Azul ocupa as mídias e ainda há uma parte de pessoas e instituições que optou por não tratar do jogo ou do tema com os filhos ou alunos, para evitar que eles se inspirem nos relatos. Buscar meios de falar dele, sem medidas extremas como a desconexão virtual e sem parecer uma nova lição de moral ou revelação dos medos que os mais maduros têm do desconhecido, deveria pautar ações de reaproximação pessoal, diálogo, diminuindo o isolamento social reinante.
Que estas reflexões nos estimulem a tratar desses jogos virtuais e de suas implicâncias na sociedade, com inteligência e respeito. Por trás da “brincadeira”, certamente estão hackers, perturbados mentais, que cultuam o mórbido e o macabro. À nossa frente, por exemplo, está uma sofrida mãe de São Carlos, minha conhecida dentre tantas mundo afora, atingida pela torpe experiência a que seu menino se permitiu.

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