Blog do Raul

Partido que forma opinião.

Há uma comemoração surda com os "desencontros" de opinião das principais lideranças do PSDB´, na última semana. Leio com frequência os comentários dos leitores nos jornais e blogs. Percebi uma torcida favorável ao insucesso tucano nas eleições municipais deste ano, porque há uma expectativa nítida pela divisão do seu campo político. Contudo, imagino na condição de dirigente e seguidor da orientação que o partido deve definir candidaturas a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores na maioria dos municípios brasileiros, que a precipitação de nomes ou de projetos pessoais sem uma discussão interna e estratégica, daremos os argumentos que os nossos opositores precisam.

Colecionei na mídia, pérolas de alguns líderes do PSDB, que nada acrescentam ao debate interno. Se o PSDB é um partido de quadros, que forma opinião, porque essa insistência de levar à opinião pública posições indefinidas e menores? Um partido com Fernando Henrique, José Serra, Aécio Neves, Tasso Jereissati, Geraldo Alckmin, Marconi Perilo, Teotônio Vilela, Yeda Crusius, Arthur Virgílio e que já teve Franco Montoro, Mário Covas, José Richa, Afonso Arinos, Magalhães Teixeira, Sérgio Motta, não pode se apequenar.

Em 2007 registramos disputas interessantes em diversas regiões do Estado. Em jogo, o poder local com vistas ao projeto de consolidar forças para reconquistar a presidência da República em 2010. Veja o caso da Capital paulista, razão dos debates acirrados que me estimulam retornar ao tema, após o texto "Imponderáveis candidaturas tucanas?": o DEM (ex-PFL) está alinhado ao PSDB desde 1994, com a primeira eleição vitoriosa de Fernando Henrique. Com ele, em 2004, alcançamos uma vitória histórica sob a liderança de José Serra, após cinco tentativas frustradas (1985, 1988, 1992, 1996 e 2000).

É fundamental destacar que Serra sucedeu Marta Suplicy (PT), vencendo-a com o gosto de ter superado as máquinas da prefeitura de SP e do governo Lula. Convocado em seguida para assumir a candidatura e vencer a eleição para governador do Estado, Serra imprimiu um estilo nunca havido no regime democrático, da convivência harmônica e parceira, entre Estado e Prefeitura.

Mesmo com a saída de Serra do município, não houve descontinuidade das políticas desenhadas pelo PSDB. Aliás, o PSDB continua governando a Capital; mas agora há a necessidade de uma renovação desses compromissos e o PSDB também dispõe de um nome de peso, como é do conhecimento de todos: Geraldo Alckmin.

Acontece que a eleição de São Paulo sinaliza para outros municípios do Estado e para o país. Nesse contexto está delineada a estratégia do partido que forma opinião, desde a sua fundação, há quase 20 anos.

Houve um tempo nessa história, que cheguei a refletir sobre a união do PSDB com o PT. Nossas principais lideranças tiveram a mesma origem, nos movimentos sociais, acadêmicos e trabalhistas; conviveram inclusive no MDB, porque não recompor velhas concepções, apesar de reconhecer as nossas divergências básicas em relação ao PT, na concepção do Estado, da democracia e no trato das políticas sociais.

Nossa unidade com o PFL (agora DEM) teve uma razão estratégica em 1994, para ampliar a força política em estados onde o PSDB era mais frágil, quando não inexistia. Em 1998 repetimos a dose e as vitórias, tanto federal como no Estado de São Paulo. Em 2002 optamos por outro caminho e já adiamos o projeto de reconquistar a presidência da República duas vezes.

São Paulo não é um caso isolado. Em nenhum momento houve uma ação que retirasse o direito de Geraldo Alckmin pleitear sua candidatura a prefeito. Não há contradição e nenhum risco à aliança com Gilberto Kassab. Acho apenas que o PSDB precisa discutir esse caso de maior repercussão e outros, como Santos, por exemplo, onde João Paulo Tavares Papa (PMDB) governa bem e com o nosso partido.

Não temos apenas um direito, o de errar!

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8 comentários em “Partido que forma opinião.”

  1. Luciano Araujo

    ushsuahauhsuhsuhasuhsauhsauhu, gostaria eu ,membro filiado , (conselheiro da JPSDB-CUBATÃO) de tecer alguns comentarios. Mesmo não exemplificando pormenorizado em equivalencia equitativa os assuntos DEM,PMDB (futuros e passados) tentarei utilizar-me da militancia e de seu blog como cidadão internalta, não dando a resposta aos "opositores" ,mas sim dando uma opinião quanto a uma saída. Adoraria ter essas perólas , com seus valores inestimavéis e estimavéis, como não tenho ,insisto lendo o que posto e aprofundando meus desconhecimentos políticos ,com isso não os passarei como integrante do conselho(JSDB),"por que?" ,por pequenez me abstenho a me igualar e por cautela a responder que por ques existem ,e não são imporquecaveis nem seus delirios indecifraveis irresolutiveis , cada qual tem suas caracteristicas próprias e de humanidade apolítica será que conheceram estas personalidades?Será que são personalidades a altura? Sim e Não. Não vejo sintonia regional com o estado , mas mesmo assim vejo uma militancia fidelizada, tal qual grande sua pequenez o ser, mesmo assim insisto em um embate hierarquico, justo e video conferido , um embate TUCANO. Mas sem prolongar minhas discusões , sou Cubatense , e não tenho laços interregionais, politicamente falando e se o tivesse trataria novamente com este laço para só assim poder evoluir POLITICAMENTE meu espaço como um tucano.

    . , sucessivamente até o prazo interpartidario, hierarquico correspondente sem perspectivas substitutivas inacordadas tacita ou expressa, com fundamentação lógica e de reparo no tocante a disturbios ,para que assim possamos, evoluirmos políticamente.LU.

     

  2. Luciano Araujo

    errata: antes de "sucessivamente" . > , > > .> etecaetera, descarta-se o ponto , portanto:. > , > > .> etecaetera,

    meus caracteres estão sendo omitidos , desconsiderem.LU.

  3. Caro Raul, vc está com sorte hoje. Escrevi um comentário sapecando seu texto. Mas esqueci de por a verificação e perdi tudo. Não vou escrever de novo , deixa para próxima.

    Abra o bico tucano!

    Abraço

  4. Paulão/Jabaquara

    Prezado amigo Raul,
    muito bem colocado este tema, temos que discutir muito a sucessaçao paulista, como o PSDB vai explicar para a opinião publica que podera não ter candidato a prefeito na maior cidade do pais, se nós não tivermos o 45 no horario gratuito, saira prejudicado todos candidatos a prefeito da grande são são paulo que não tem horario na televisão, que a candidatura Kassab é natural, todo mundo sabe, mas dai querer que o PSDB não tenha candidatura propria, isso é inadmissivel, nós temos o melhor e o melhor para São Paulo é Geraldo Alckimin
    Abraços;
    Paulão

  5. Raul, o psdb de Santos, não pode aceitar ser rabo de tubarão com o potencial que tem, e nós sabemos que tem. No mínimo aceitaremos ser cabeça de sardinha.
    Quando você diz que estamos no governo, discordo. Temos alguns cargos nesse governo, e para um partido do gabarito, e a própia história do psdb é muito pouco, para aceitar-mos que estamos de fato no governo local.
    No caso de São Paulo como em todos os municípios, estou plenamente de acôrdo com a Executiva Estadual. Deveremos lançar candidatos a Prefeito.
    Alianças políticas são como casamentos, sabemos como começamos más não como terminaremos.
    Importante é procurar continuar amigos. No caso do casamento ; para manter a união e obter-mos o apoio dos filhos.
    Na política, para defender-mos os reais interesses do nosso povo.
    Abraço, do amigo Machado.

  6. Milton Flávio

    Raul,
    Acompanho com atenção suas manifestações.Da mesma forma aprendo muito lendo os comentários dos companheiros que não se ausentam nesta hora. Sinto falta dos antigos que já se foram.Com êles muitas das dúvidas que hoje atormentam os tucanos não mais existiriam.Não podendo ouvi-los contento-me ouvindo, se não a voz rouca das ruas, pelo menos a de companheiros que tem pouco espaço para se posicionar. Nesta hora o melhor que fazemos é ouvir com muita atenção.Deixando os dois ouvidos abertos.Os dois para que não sejamos parciais e possamos errar na decisão tomada.

  7. Luciano Araujo

    Raul ,parece que paulão quer ver psdb e vice dem mas que governe a camara pois nem um nem outro faria nada pelo menos nos primeiros dois anos ,será que algum vereador faria? talvez seje melhor opinar em seu diretório ,se ele tiver organização suficiente para entender que propaganda não traz politica e sim voto, espero que a nova lei eleitoral da fidelidade não interfira na renuncia(rsrsrsr) LU.

  8. Eu não entendo de estratégia política, mas a população está extremamente satisfeita com o prefeito Papa,e, talvez, a de São Paulo, com o prefeito Kassab.
    Será que o PSDB seria perdoado se colocasse em risco suas reeleições?
    Será que esse é o momento de se preocupar com projetos pessoais,sem priorizar o interesse da população? Quem é esclarecido percebe isso.

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