Crianças felizes do Interior de São Paulo "invadiram" as nossas praias e viveram a experiência do primeiro contato de suas vidas com o mar. Essas imagens de hoje, fixadas na nossa memória pelas fotografias de jornais e matérias na TV, seriam repetidas todos os anos, desde que o saudoso governador Franco Montoro teve a idéia original de criar o Programa Caravanas do Conhecimento – Interior na Praia e Redescobrindo o Interior, em 1984.
Mas o programa esteve suspenso durante 14 anos, sendo relançado oficialmente em 2004, sob a coordenação geral do CEPAM (Fundação Prefeito Faria Lima) do Governo do Estado, e é realizado anualmente em duas etapas, nas férias de janeiro e julho. A partir dessa retomada, 40 mil crianças foram beneficiadas. É unânime o sentimento de comoção verdadeira por causa dessa alegria contagiante.
A experiência de entrar no mar pela primeira vez e tomar um gole de água salgada, para confirmar se é salgada mesmo, é única. Não me esqueço do dia em que realizei esse mesmo gesto, em 1968, no Gonzaga, em Santos, por ocasião de uma visita à casa de um tio. Vivia em Brotas, no centro do Estado, a mais de 200 quilômetros do mar santista. Cidinha Almeida, Carlos Roberto Sodré e o presidente do CEPAM, Felipe Soutello, parecem ter vivido a mesma história, tamanha dedicação ao sucesso continuado do Programa Caravanas do Conhecimento.
Até o dia 25 de janeiro, 8.080 crianças, entre 9 e 11 anos de idade, também vão conhecer o mar, em 13 cidades litorâneas, durante cinco dias. Monitores explicam temas essenciais e relacionados ao ambiente, como a importância das matas, a caracterização da Serra do Mar e dos rios. Já na praia, as questões do lixo, economia de água e qualidade dos recursos hídricos também ganham destaque.
"Nem dormi no ônibus, a gente veio cantando e brincando; o que eu mais queria era conhecer a praia e mergulhar no mar" – afirmação de Richard Leotero Gabriel, 10 anos, morador em Presidente Venceslau (Região do Pontal do Paranapanema), depois de mais de dez horas de viagem.
Pois é, optei por Santos, depois desse primeiro banho de mar, meu amor à primeira vista!
Caro Raul,
É fantástico ver as crianças vindas do interior sorrindo à correr rumo ao mar. O sorriso delas, a alegria, são de uma poesia sem igual. Franco Montoro foi o melhor governador tucano, até porque na época ele pertencia ao PMDB. Homem democrático, preocupado com as causas sociais, sempre evitando o uso de violência policial, ato incomum aos governantes em geral. André Franco Montoro deixou saudades. Abs.
Uma vez poeta, sempre poeta, não é, Raulzito? Com este seu comentário tão sensível sobre o mar e a folia das crianças, lembranças foram avivadas. De um tempo, há muito tempo, em que eu e meus irmãos “ganhavam” esse presente de nossos pais: ir à praia! Subíamos todos no bonde que saía do Macuco (não lembro mais qual era…) e vinha pela Alexandre Martins, a rua que descortinava aquele cenário sempre mágico: lá na ponta daquela rua, sabíamos que estava o mar. Eu sentia o cheiro do mar e isso criava um alvoroço dentro daquele bonde-camarão que não conseguia acompanhar nossa ansiedade. Esse cheiro ficou na minha memória afetiva e me alimentou durante os anos em que o cerrado foi a minha (sua e de Telminha também) morada. Quando vinha de Brasília para Santos, a primeira coisa que fazia era depositar no chão a minha mala e respirar profundamente, com os olhos fechados, embriagada de saudade e amor. Hoje, com este seu comentário, me dou conta que eu respirava uma saudade muito mais antiga, aquela que me leva de novo ao bonde-camarão. Obrigada, adorável poeta.
Pois é, Raul,
eu também não nasci em cidade de praia, mas desde criança tive contato com o mar. Minha avó tinha uma casa na Praia Grande e nós sempre íamos para lá. Não sei, portanto, qual foi meu primeiro contato com o mar.
No entanto, gostamos tanto que morei alguns anos em Santos, onde conheci a Fafí, minha atual esposa, e moramos hoje em Caraguatatuba, litoral norte do estado de São Paulo.
É muito bom mesmo morar numa cidade próxima ao mar, mesmo que não freqüentemos a praia. O iodo faz muito bem a todos nós.
Nossa fiquei surpresa em encontrar esse blog e muito me deixou feliz pois me fez recordar de uma experiência que jamais esquecerei e se o projeto interior na Praia iniciou-se em 1984 então eu fui uma das primeiras pois exatamente nesta epoca fui para São Sebastião-SP e ainda me lembro da escola onde ficamos hospedados por uma semana(só não lembro o nome da escola)da escola que eu estudava foram 2 crianças eu e minha melhor amiga da época(até hoje não sei qual foi o critério da escola em escolher eu e minha melhor amiga) mas me lembro que havia 3 cidades hospedadas la, eu era da cidade de Dracena-SP me lembro da alegria de estar pela primeira vez no litoral(pior é que eu não levei protetor solar e qdo voltei para casa tinha umas bolhas enormes nas minhas costas devido ao sol sem proteção, meu Deus qtas dores hahaha)
Sabe, até hoje procuro alguém dessa época, talves alguém que tenha uma foto desta viagem pois qdo eu fui não tinha máquina fotográfica.
Ainda volto lá para recordar essa experiência que jamais saiu da minha mente.
Desculpem ficar aqui expondo minha tão linda viagem mas foi inevitável falar disso assim que vi o texto.
Raul obrigada pelo blog e obrigada pela oportunidade, desejo para vc muito sucesso, fique com Deus.