Blog do Raul

Conversa cega do PT não merece crédito !

Vasculhei os sites de notícias, para tentar ler mais sobre o "furo de jornalismo" de Paulo Henrique Amorim, que aceitou plantação de informações da liderança do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo sobre o uso de cartões corporativos no governo Serra. Incrível, mas nem o próprio portal IG, que hospeda o seu Conversa Afiada, lhe deu crédito no espaço Último Segundo. O factóide do dia teve respostas de Aloysio Nunes Ferreira (secretário-Chefe da Casa Civil) e do líder do PSDB na Câmara dos Deputados, deputado Antonio Carlos Pannunzio, enquanto em Brasília, os lulopetistas tiveram que refazer o pedido de CPI da Tapióca, porque, na pressa de abafar a oposição, rasuraram o documento original e voltam a recolher as assinaturas a partir de segunda-feira.

Ontem postei o texto "CPI da Tapióca e dos saques também" e o blog recebeu alguns comentários favoráveis e contrários. A vereadora Cassandra Maroni (PT-Santos) trouxe a informação difundida pelo "contraponto da imprensa nacional", Paulo Henrique Amorim, que o governo Serra também patrocina saques vultosos por meio de cartões corporativos estaduais.

Com a mesma ânsia de justificar "um erro por outro erro", um internauta do PCdoB sugeriu que eu visitasse e lesse matéria publicada no site do seu partido, intitulada "Governo explica cartões, apóia CPI e esvazia ofensiva da oposição", com ênfase para as declarações da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) de que "não há uma única investigação do TCU que constate grave irregularidade no uso dos cartões.." e que, "mesmo o cartão tendo sido criado durante o governo FHC, foi´só a partir de 2003, quando Lula assume o governo que o uso dos cartões – que dão mais transparência aos gastos governamentais – passou a ser levado a sério".

Nessa mesma matéria, reproduzida pela maioria dos jornais e portais no dia de ontem, Dilma Rousseff sugeriu que "esta mesma transparência seja estendida a governos estaduais e municípios".

Na página virtual da Assembléia Legislativa encontrei a resposta do secretário-chefe da Casa Civil do governo paulista, Aloysio Nunes Ferreira, após o fim da cerimônia de instalação do ano legislativo, que "os cartões corporativos utilizados pelo Executivo não podem ser usados para despesas aleatórias, ou pessoais, apesar de ser possível fazer saque em dinheiro. Os cartões, afirmou ele, não são de crédito, são distribuídos a funcionários administrativos, através de cadastro, para pagamentos de despesas oficiais e nenhum secretário de Estado tem acesso a ele".

Especificamente sobre os saques de 44,5% do total gasto com os cartões pelo governo estadual, Aloysio disse que 90% dos cerca de R$ 40 milhões são empregados em vale transporte, diárias de funcionários em serviço e conserto e compra de peças para viaturas. "O controle dos saques em dinheiro é feito através da correspondente apresentação de notas fiscais".

O atual líder do PSDB, deputado Pannunzio, foi ainda mais enfático: "Não existe cartão corporativo no Governo do Estado de São Paulo. O que existe é um sistema eletrônico para a realização de despesas do dia-a-dia e não vemos motivos para investigar a utilização desse sistema, uma vez que não há notícias de utilização do mesmo para farras em free-shops, compra de aparelhos de ginástica ou promoção de churrascadas. Além disso, para todas as operações é obrigatória a apresentação de notas fiscais que ficam à disposição do Tribunal de Contas do Estado, sendo que as transações são registradas no Cedeu (Sistema de Gerenciamento Orçamentário), que é público, ao contrário dos cartões corporativos do governo federal".

Com base nessas informações, busquei o antônimo de Conversa Afiada e a expressão mais próxima, para responder ao lulopetismo, é Conversa Cega, despropositada, fiada!

PARA A MEMÓRIA DA SITUAÇÃO FEDERAL

(Blog do Josias – "Cartão paga gasto irregular até em viagem de Lula" – 04h46 de 07/02/2008):

"Em 2 de maio de 2003, Lula, que assumira a presidência havia cinco meses, visitou os municípios paulistas de Ribeirão Preto e Sertãozinho. Inaugurou uma termelétrica e compareceu a uma feira agrícola. Para organizar a viagem, o Planalto enviara às duas cidades um "escalão avançado" – agentes de segurança e equipe de apoio técnico. Hospedaram-se em dois hotéis."

"Descobriu-se o seguinte: com cartão de crédito do Planalto, um funcionário pagou R$ 3.030 por 22 diárias de pessoas que não constavam da lista de integrantes da comitiva oficial. Financiou também R$ 1.475 em diárias que excederam ao período de permanência de alguns dos membros de comitiva que preparou a visita de Lula."

"Constatou-se, de resto, um indício de superfaturamento. Em 2003, o cartão de crédito do Planalto deixou no hotel que abrigou a comitiva precursora em Sertãozinho, R$ 23.830. Num levantamento feito em 2006, verificou-se que, quatro anos depois, o mesmo hotel cobrava preços bem mais módicos. A mesma comitiva custaria ao erário R$ 10.208. Ou seja, a presidência pode ter desembolsado R$ 13.622 além do necessário."

"Somando-se o custeio da estadia de pessoas estranhas à comitiva, as diárias excedentes e o valor que extrapolou os preços de mercado, chega-se a um gasto supostamente irregular de R$ 18.127. Para complicar, verificou-se que todas as 76 notas fiscais emitidas pelo hotel de Sertãozinho foram "calçadas". Na via levada aos arquivos do Planalto, o valor da diária é R$ 125. Na segunda via, grudada ao talonário da hospedaria, o valor é outro: R$ 15,00."

"As informações constam de um relatório do Tribunal de Contas da União. Integra processo aberto pelo TCU em 2006, sob o número 007.512. O texto encontra-se anexado ao inquérito do Ministério Público. Começa na folha 41 dos autos. Vai até a página 77. O blog obteve cópia do documento. Assinado pelos auditores André Gerardo Carneiro de Oliveira e Maurício Lopes Casado Jr., o "relatório de auditoria" do TCU é uma das peças de resistência do inquérito."

"O documento contém o resultado da terceira fiscalização realizada pelo tribunal na contabilidade dos cartões de crédito do Planalto. Nas duas auditorias anteriores, o tribunal ocupara-se de aspectos formais. Nesta, examinou a "regularidade" das notas fiscais levadas aos aos arquivos do Planalto."

"Escarafuncharam-se notas emitidas de setembro de 2002, quando a presidência, ainda sob FHC, começou a utilizar cartões de crédito, a julho de 2005. Todas as impropriedades apontadas pelos auditores referem-se aos primeiros dois anos e meio da gestão Lula."

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5 comentários em “Conversa cega do PT não merece crédito !”

  1. Raul, muito bem.
    Nada como um blog escrito por um jornalista…

    No port de ontem eu fui o primeiro a perguntar sobre os cartões do governo do estado de são paulo, e tbm não li, vi ou ouvi mais nada solbre eles.

    Agora, é preciso mandar a coluna do josias, que eu reproduzi em partes no meu blog para a cassandra e para a ministra candidata…

    TAPIOCA NELES!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    http://o-corneteiro.blogspot.com
    http://juventudetucanabs.blogspot.com

  2. Amigo Raul .

    Muito obrigado por sua resposta a respeito dos cartoes do estado de sao paulo… Pena q a nossa querida vereadora do P.T. aqui de santos nao comentou hoje ainda , estava muito curioso para ouvir a falacia do dia de nossa querida vereadora .

    abraços .

    helio.

  3. Ernesto Donizete da Silva

    É, Raul, “tapioca neles” – seria bom, se a tapioca não fôssemos nós (povo brasileiro)!

    Os factóides criados pelo Governo Federal funcionam como uma cortina de fumaça lançada para tentar retirar o foco dos abusos cometidos pelos “cartões corruptivos” do Inácio. Assim, é “(P)ara os (T)ontos” negarem os seus próprios atos que ferem os princípios da moralidade e da impessoalidade do administrador público.

    No estilo do “homem forte do governo” – a Ministra Dilma, categoricamente, asseverou que os cartões seriam retirados dos ministros em respeito aos princípios constitucionais acima mencionados e embasou sua assertiva com uma fala pomposa e até com fundamento lógico.

    No entanto, decorridas poucas horas, já nos jornais televisivos noturnos, a história já havia sido alterada – passamos de uma proibição para uma recomendação, ou seja, os ministros vão continuar a utilizar os seus cartões, também pudera, não é mesmo!!! Acredito que a afirmação era apenas (P)ara os (T)ontos serem ludibriados, mas não deu certo.

    Assim, Raul, é mais um descompasso governamental – como muitas das falácias já propaladas pelo Governo Federal, quando mais um escândalo vem à tona. E o que é pior, o PT está SONEGANDO informações que envolvem alguns milhões, retirando-as inclusive do site da CGU, sob a alegação de ser uma questão de segurança nacional, da sociedade, e do Estado… Mais uma história (P)ara os (T)ontos acreditarem… Zombam da coletividade.

    Dinheiro Público é do POVO. E todo gasto do erário deve ser muito bem explicado. Não é a toa que temos a maior arrecadação tributária do mundo. O mal deste país, é sem dúvida alguma, a CORRUPÇÃO que campeia a passos largos pelas esferas do poder!

    Outrossim, temos que ressaltar a reação do povo, do inconformismo, da indignação, do descontentamento de ver que o NOSSO DINHEIRO é gasto como se fosse lixo. Esta cobrança é sadia, queira Deus que se torne uma constante. Onde houver, CRIMES administrativos que sejam devidamente apurados – e isto serve (P)ara (T)odos!!!

    Ernesto Donizete da Silva
    PSDB/SANTOS

  4. Pois é Raul, o PT. esta parecendo cego no meio de um tiroteio.
    Mais incrível é a incapacidade da oposição de alveja-los na môsca, deixando muitas das vezes as pessoas em dúvida , ou alguns membros dos que se dizem oposição são lôbos camuflados de cordeiros.
    Digo isso porque é um esc?andalo atrás do outro, e nada se apura de fato e tão pouco os culpados são punidos. Eta Brasil. Não temos tufão, furacão terremoto, mais em compensação vivemos num grande mar de lama de corupção.
    Abs.

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