Blog do Raul

Por qué no te callas, heim “PSDB” ?

José Serra lidera a corrida presidencial de 2010. Geraldo Alckmin, Beto Richa e Barjas Negri, respectivamente, repetem Serra em São Paulo, Curitiba e Piracicaba, nas pesquisas para as eleições municipais deste ano. Apesar disso tudo, o PSDB está numa encruzilhada, feito cachorro caído de caminhão de mudanças, porque a sua direção ainda não tomou partido da situação. Fica difícil de entender, por menor que seja a razão, o silêncio estratégico da sua direção nacional, que só aparenta papel de bombeiro e não dá um mero sinal do arco de alianças presentes e futuras do PSDB.

O PSDB nasceu há 20 anos, erguido na argumentação de que se tratava de um partido de quadros, líderes e tecnocratas nacionais e regionais. Ainda cedo, o Brasil elegeu duas vezes, Fernando Henrique Cardoso, no primeiro turno. Havia em 1995, um senso comum, de uma virada nacional com as reformas previstas no manifesto de fundação do PSDB e formatadas no projeto tucano para o país, que levou o nome de "Mãos à Obra". Toda a história conhecida, desde então, da estabilização da economia, das reformas na Educação e na Saúde, da rede de proteção social, dos investimentos do "Avança Brasil" em infra-estrutura etc, estava nesse documento detalhado, programado para execução e executado por FHC.

Mas o PSDB perdeu uma parcela importante de sua "massa" crítica, com as mortes de José Roberto Magalhães Teixeira (Grama), Sérgio Motta, José Richa, Franco Montoro e Mário Covas. E não houve interrupção nos projetos partidários para o país, porque o PSDB conta com Fernando Henrique, José Serra, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Marcello Alencar, Tasso Jereissati e Yeda Crusius, apenas para citar quem realmente lidera e comanda os ideais da social-democracia brasileira, nascida sob o lema "longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas".

Foi muito difícil para o PSDB, o comportamento de alguns de seus líderes em 2006. Ambições pessoais prevaleceram no Rio de Janeiro (com Eduardo Paes, que depois voou para o PMDB) e no Amazonas (com Arthur Virgilio). Da mesma forma a solidariedade com os tucanos ressentidos (Ciro Gomes), pelo então presidente nacional do partido, Tasso Jereissati, ao apoiar o irmão de Ciro em detrimento de Lúcio Alcântara, que era o candidato do PSDB a reeleição. E o corpo mole em Minas Gerais, por causa da condescendência de Aécio com o PT da Capital mineira? Apenas para citar algumas ocorrências, que tiraram a unidade partidária dos palanques tucanos e que reacendem para a necessidade de refletir sobre as razões de tantos erros.

Se as "ruas" forem ainda importantes para o PSDB, as pesquisas pré-eleitorais funcionam como um GPS, quando parece faltar rumo, numa "avenida" sem saída ou para não se perder mais em qualquer encruzilhada. Digo isso porque está pegando muito mal na sociedade brasileira, a falta de unidade no PSDB. Não há uma voz que uniformize o discurso partidário, uma palavra de ordem.

A Páscoa representa um momento de reflexão para o renascimento de uma esperança para o Mundo, em qualquer época. Minha sugestão é que tucanos de todas as patentes leiam atentamente os jornais e revistas da última semana, e, em memória daqueles que lamentavelmente não estão mais entre nós, parem de fazer e falar bobagens, que só servem para enfraquecer o PSDB.

É inacreditável o bate-boca público na Capital de São Paulo, quando há uma pré-candidatura do PSDB posta. Da mesma forma que é de uma infelicidade sem igual, a "volta" de Ciro Gomes "ao comando tucano", por Minas Gerais. Está nos jornais de hoje, leiam! Recortem também para refletir neste final de semana, inclusive com a sua própria família, sobre esse mar de dúvidas que assola o PSDB.

Um partido nacional está sempre pronto para eleições em todos os níveis. Muitas vezes, partidos nacionais, em função de sua política de alianças, optam pela composição política, olhando para uma perspectiva futura. Vale cobrar da direção do PSDB nacional, qual o seu arco de alianças? Qual o projeto de poder? Candidatura própria é fundamental só em São Paulo? Como fica a situação no Ceará? No Rio de Janeiro é Gabeira por antecipação? Quem se recorda da última vez que a prefeitura de Belo Horizonte foi disputada por um tucano?

Dúvidas que desconstroem o nosso PSDB…

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37 comentários em “Por qué no te callas, heim “PSDB” ?”

  1. Raul,

    Parabens pelo artigo, nada poderia ser mais claro.
    A unidade do PSDB depende de pessoas como voce.
    abraços.

  2. Helio Campos Marques

    Parabens pela lucidez ja conhecida, Raul…O exemplo mineiro eh exemplar para mostrar que nosso partido carece de grandes articuladores no geral e tem muito articulador de ambicoes pessoais…Esta na hora de nossos lideres partidarios tirarem a bunda de suas confortaveis cadeiras adquiridas atraves da luta de todos nos, e voltarem as ruas para mostrar ao Brasil que sim, temos projetos para mudar radicalmente o rumo desordenado de nosso pais. Saudades, Covas, Lara e outros.

  3. Maurilio Tadeu

    Raul,
    O PSDB transformou-se num grande partido. Portanto é até natural essas divergências. Porém, seria ideal a manutenção da essência do partido, no campo da social-democracia. Ciro Gomes de volta ao PSDB é um fato que pode ser visto como mais um momento de fazer da do partido algo voltado a um “partido de aluguél”, quando se entra e sai quando se quer. Quando fiz parte do Diretório Municipal do PSDB em Santos, atuei na Comissão de Ética. Lembro que naquela época havia a preocupação com o respeito aos ideais tucanos; nós até conseguimos excluir do Partido pessoas acusadas de infidelidade partidária por participarem de momentos eleitorais vincluados a candidatos de outros partidos. Hoje, sei que a situação é outra. Num país em que a tradição partidária não existe, o PSDB, lembro mais uma vez, uma dissidência do PMDB, diz uma coisa na teoria e exerce outra prática. Não sou o dono da verdade, mas tenho o dever de manifestar minha opinião.
    Um grande abraço e parabéns pelo artigo.

    Maurilio Tadeu

  4. Esta preocupação reflete que o PSDB não é diferente de nada, pois como todos os outros objetivam apenas o poder e a preocupação com as pesquisas . Quem pode chegar? Ou quem tem condiçaõa de disputar? Tudo isso em detrimento ao debate político de idéias e ideais, se é que estou sendo claro. Política por aqui se faz assim há tempos, principalmente quando quem decide está acostumado ao individualismo e mal sabe distinguir essa enorme sopa de letras que são os tais partidos políticos no Brasil. Não há um partido preocupado em esclarecer suas crenças e visões sobre os problemas de todos.O importante é dizer o que se espera que o povo ouça. Então ficamos nós fingindo que sabemos enquanto os políticos fingem que governam.

  5. Oi Raul, tudo bem? Sou Vanessa Alcântara, jornalista responsável pelo Proteste Já do CQC. Queria muitíssimo falar com você antes de segunda-feira, 24, porque soubemos que a Sabesp vai realizar uma limpeza do corrégo na estrada do Alvarenga. Queremos acompanhar o trabalho. Pra isso preciso saber o horário do serviço para agendar a equipe. Você pode entrar em contato comigo pelo telefone: 7545-8194. Agradeço a atenção e um forte abraço.

    PS: Que coincidência você conhecer o Ricardo Soares. Entrei no seu blog por causa do recado que você deixou no blog dele. Aliás parabéns pelo blog. Aproveitei para dar uma lida e gostei muito.

  6. Raul
    O PSDB, já tem sua identidade política, não podemos estar a mercê de outros partidos que se aproveitam para depois querer chutar o nosso traseiro, como exemplo na cidade de São Paulo. Geraldo Alkmin deve ser o candidato natural, a prefeito,pelo PSDB, não podemos deixar espaços, concordo com voçê e lembro-me do termo “chapa pura” das palavras do saudoso Mário Covas quando se referia a ÉTICA NA POLÍTICA.
    Parbenizo, também, pelas suas palavras na reunião do PSDB de Cubatão, onde foi definida a candidatura de VAlter Pinheiro, o pré-candidato a prefeito de Cubatão, onde você disse que temos que trabalhar para consolidar a candidatura, onde os 25 pré-candidatos a vereador precisam, também, estar bem preparados para os diversos problemas que temos em nossa Cidade.

    Saudações
    Milton Camilo
    Secretário do PSDB de Cubatão

  7. Raul, realmente e vergonhoso o que estamos vendo acontecer com o nosso PSDB, faço parte como você do Diretório Estadual do PSDB, e devemos exigir postura de todos os níveis do Partido, pois teremos sim GERALDO para Prefeito, e nos outros estados, como o SERRA quer ser presidente, desse jeito, ou ele se organiza melhor ou perderemos para a desconhecida Dilma, ou ainda pelo “boca aberta” do Ciro. Será que isso que queremos para o nosso país, ou queremos um projeto de poder para solucionar os problemas do Brasil voltados a social democracia. E nos temos condições de ganhar so depende de nós;….

  8. Edgar Boturão

    Alo Raul. Forte abraço. Pois é, os tucanos estão pagando o preço do gigantismo. O partido que governou o Brasil por oito anos e governa São Paulo há 13, cresceu muito. Além disso, perdeu antigas lideranças. Surgiram outras, é verdade, mas que não possuem a mesma estatura nem a capacidade de ouvir o clamor das ruas. Preferem as benesses do poder. Em São Paulo, não há alternativa se não apoiar Alckmin. Defender o apoio a Kassab é ridículo.

  9. Raul, meu querido, você colocou muitas questões ao mesmo tempo. Acho que podemos começar pelo mais importante (e, no meu entender, o mais óbvio): se o PSDB não apresenta claramente suas propostas, se as lideranças não conseguem definir para onde o partido vai, nem porque, a gente ficará discutindo nomes para essa ou aquela eleição, com quem coligaremos ou em que palanque pegamos carona. Meu partido é social-democrata, parlamentarista e se preocupa com governança. Ou estou no partido errado?

  10. Raul, o que poderia dizer, com tantas questões apresentadas com as situações momentâneas no senário político nacional, e especificamente no que se refere,ao PSDB.
    Não consigo opnar a nível de outros Estados e muito menos a nível Nacional, com relação a posição do nosso partido ou seria par-ti-do,no sentido amplo de barganhas e interesses pessoais de alguns que se apropriaram da legenda e com isso estão confortavelmente em seus gabinetes, remando a favor de seus interesses, e esquecendo do pulsar das ruas, em benefício de todos os brasileiros.
    Digo isso, devido a decisão do Diretório Local, através da sua executiva e, ampliada com lideranças de níveis conceituados em nossa cidade, apresentaram para o Diretório, posição de apoio já no primeiro momento ao governo Papa, sendo assim, nada me resta , a não ser acatar a decisão aprovada na reunião do dia 08 do corrente mês. Ainda bem que não foi por unanimidade.Pts.

  11. lucas tavares

    Raul, a vaca está bem atolada no brejo. Os interesses pessoais (quando não financeiros) são o motor da política. O resto é blá-blá-blá. E giremos, pois, a roda da fortuna.

  12. MANOEL PERES ESTEVES

    AMIGO RAUL O PSDB É UM PARTIDO COMPLICADO , FOI CRIADO INICIALMENTE POR EX – INTEGRANTES DA ALA DE CENTRO – ESQUERDA ( SOCIAL DEMOCRACIA E DEMOCRATAS CRISTÃOS AVANÇADOS , ESTES POUCOS E RAROS ,AQUELES MAIORIA ) , SÓ QUE APÓS , DEPOIS DE MUITA DIFICULDADE DE SE AFIRMAR NO CENÁRIO ELEITORAL , VISTO QUE HAVIA OUTRAS FIGURAS DE MAIOR EXPRESSÃO DE VOTO E/OU QUE ESTAVAM COM AS MÁQUINAS GOVERNAMENTAIS NA MÃO . CHEGOU AO PODER , COM INEGÁVEL AJUDA DE EXTRATOS EXPRESSIVOS DO PODER ECONÔMICO , QUE FINANCIOU AS CAMPANHAS COM GENEROSAS QUANTIAS DE DINHEIRO . SÓ QUE , COM A SÍNDROME DE NÃO PARALISAR , E A ÂNSIA DE CRESCER RÁPIDO , ABRIU AS PORTAS PARA EX – APOIADORES DO REGIME DOS MILITARES , A DIREITA QUE BAABA NA GOLA , QUE VÊ BOLCHEVISMO EM TUDO , E EM TODOS , AINDA MAIS ALGUMAS AVES DE RAPINA QUE MODER COM VORACIDADE OS ORÇAMENTOS PÚBLICOS . ISTO VIROU UMA CONFUSÃO DANADA . MARIO COVAS PREVIA ISTO HÁ MUITO TEMPO . HOJE O PSDB É MUITO MAIS UM PARTIDO DE DIREITA , E NÃO DE CENTRO – DIREITA , NA QUAL ATÉ ME ALINHO HOJE EM DIA . ABANDONEI TANTO AS TESES SOCIALISTAS , QUE NÃO ENTRARIA NUM PARTIDO SOCIALISTA , MESMO NUM QUE É SO NO NOME ( PSB ) , COM TODO O RESPEITO AO TRABALHO D E SEUS INTEGRANTES , NOTADAMENTE O PREFEITO DE SÃO VICENTE , QUE FOI MEU COLEGA DE FACULDADE , MARCIO FRANÇA , MAS QUE NUNCA FOI SOCIALISTA . É ISSO AÍ !!!! SUCESSO NOS SEUS INTENTOS !!! TUDO DE BOM !!!! MANOEL PERES ESTEVES

  13. Amigo Raul
    Concordo em tudo com a nossa querida amiga e companheira, Bete Cervi, que está encabeçando os comentários……É isso aí
    Abraços
    Ivan Alvim

  14. Rafael Valdivia

    Raul
    Excelente a sua lucida análise da situação atual. Como sabemos a crise é também a melhor oportunidade para mudanças. A sua referencia ao programa Mãos à Obra é a indicação segura do caminho a seguir. Exigir de nossas lideranças a formatação de sua atualização a ser por nós,base, referendada. A última tentativa foi infrutifera, pois não foi considerada essencial pela lideranças. Uma proposta de reunificação de ideais já que ideologia parece meio ultrapassada ( infelizmente).
    Grande Abraço,
    Rafael Valdivia

  15. Raul, o que embaça a análise política é a confusão entre nossos problemas e frustações pessoais com a PÓLÍTICA.
    Não é fácil mas devemos tentar um certo distanciamento para cometer menos equívocos.
    Qundo a vaca foi pro brejo?Durante o reinado de RamsésIII(1198a.C) ou com a invasão de Àtila, o Huno(séculoIII d.c) ou ainda mais recentemte com o avanço das “hordas petistas” de Lula I, o Nordestino?
    O motor da POLÍTICA são os interesses.Porque não?São os interresses dos banqueiros, dos empresários, dos rentistas e dos trabalhadores da cidade e do campo.São os interesses de classe já dizia o velho Max.
    Não podemos desprezar, mas não são funamentais os interresses das pessas que “fazem” política como os “políticos profissionais” e ou daqueles que ocupam cargos nos orgãos ou fundações públicas por indicação.Estes interresses podem ser legítimos ou não.
    E a POLÍTICA?Está aí, é só escolher um lado,ou melhor entender de que lado está.Abraço

  16. Vera Souza Dantas

    Amigo Raul, mais uma vez uma postura corajosa da sua parte, assim como pai que puxa as orelhas do filho mais querido. É por isso que admiro vc mais e mais, pois não manda recado daquilo que precisa ser dito. Simplesmente diz, como só as pessoas responsáveis e com atitude sabem fazê-lo.

  17. Luiz Paulo Neves Nunes

    Caro Raul

    Nosso partido, em alguns momentos me faz lembrar o PMDB, de quem temos DNA. Quando nos chamavam de indecisos, acusavam de ficarmos “em cima do muro”, ficava sem muitos argumentos. Certamente política envolve muita vaidade, mas quero acreditar que isso seja mais forte em outros partidos.
    Mas as vezes me engano.
    Não devemos nos envergonhar de perder uma eleição, devemos nos envergonhar de não propor as nossas propostas. Se formams um partido é porque os outros partidos não nos agradavam. Somos o que somos, se nós crescemos, temos que ter mecanismos para apurar o discurso de todos.
    Não basta querer ser Tucano, tem que ter bico.

    Prof. Luiz Paulo Neves Nunes
    PSDB – Guarujá

  18. Leandro Costa

    Olá, Raul.

    Muito bem, expressou o pensamento da maioria dos tucanos, que não sabiam como dizer ou por outro motivo não disse. Concordo com o Boturão quando diz que o PSDB esta pagando o Preço por ser um grande partido, mais temos fé que é um momento que o PSDB passa, e se deus quiser passará rápido.
    Concordo o PSDB tem por dever como partido grande lançar candidatos próprios em todos os municípios do Brasil, e lançar muitos Jovens como candidatos a vereador, só assim formaremos grandes pessoas capazes de substituir os nossos amigos que nos deixaram.

    Grande Abraço

    Leandro

    PSDB Guarujá

  19. Carlos de Brito

    Olá Raul!
    Tá difícil…muito difícil. Você se lembra da tua matéria sobre as prévias nos EUA, onde você a abordava como sinalizadora para as nossas eleções? Pois bem, eu te dizia que não valia a comparação. Eu citei o fato de um senador, americano, em duzentos anos de história,ter mudado de partido. Ora, Raul, vamos aos fatos aquí em terras Tupiniquis: Lula da Silva beijando a mão de Jader Barbalho; Delfhim Neto dando orientação na economia do governo Lula/PT sendo convidado para ser ministro, não aceitou; Ciro Gomes passou a campanha desmoralizando o Lula e, em seguida assume um ministério com barba e tudo.
    Raul, ouvi que o PSDB está se unindo com o PT em várias (26 +/-)cidades em São Paulo. Que o Ciro Gomes tem pouco caráter já se sabe. E Aécio, Sarney e, etc…etc…etc. Vou parando por aqui.
    Peço licença ao Stanislaw Ponte Preta mas, a nossa politica é “O samba do criolo doido”. Sem preconceito, pois naquela época não existia o politicamente correto.
    Raul um Abraço!
    São Paulo;
    BRITO.

  20. Paulo Matos

    Raul, desculpe o oportunismo, mas é hora de falar de coisas da história e do futuro. Nós vamos fazer um resgate cultural e político recente, mas importante, nos 40 anos de 1968 – para o que estamos convidando os santistas daquele tempo e que subiram ou não a serra após viver intensamente este ano, como estudantes, sindicalistas ou organizadores. Para chamá-los é que estamos fazendo esta divulgação. O evento que fará o registro cultural e político dos 40 anos de 1968 será no dia 4 de abril as 19 horas, na sala Princesa Isabel da Câmara Municipal de Santos. A promoção é do vereador Ademir Pestana (PSB) e o evento trará militantes e personalidades da época. Pretende não apenas formar o “Movimento Coletivo 68”, mas coordenar a elaboração de uma obra literária sobre aqueles momentos do Brasil, do mundo e da cidade a partir de seus integrantes. Informações no gabinete de Pestana (fone 32194833) ou pelo e-mail [email protected]. Estão sendo convidados não apenas os sindicatos, mas os estudantes – em especial das faculdades de jornalismo para fazer o registro do episódio. O momento histórico exige a participação e investigação sobre o que foi esta explosão social e mundial do final dos anos 60. Apareçam.

    Paulo Matos, jornalista
    [email protected]

  21. Caro Raul, os dirigentes do PSDB nacional devem ficar atentos ao arco de alianças COM OBJETIVOS COMUNS AO POVO, e eu e as torcidas futebolísticas unidas estamos percebendo “arcos” de alianças para um Brasil regional e não nacional.

  22. RUY NOGUEIRA

    Parabens pela Nobre atitude e Mui Digna Coragem !

    O PSDB , de tempos para cá, ficou “paquidérmico”, lento , burocrático, sem nenhum foco…

    Enquanto isto , a oposiçao e atual situaçao , “nada de braçada” nos escandalos, corrupçao, liderando todas as pesquisas , alcançando indices inatingiveis para quem estampa as manchetes politico – policias mais imundas de todos os tempos…

    E o PSDB, dorme em berço esplendido, sem nenuhma atitude ou estrategia politica capaz de uma derrocada nesta sordida e imunda situaçao.

    Parabens novamente por levantar esta bandeira e quem ,sabe , acordar os membros do Partido que dormem à sombra enqianto à luz do dia tudo vai muito mal…

    Abraços,
    RUY N.

  23. Evandro Losacco

    Raul,

    Muito oportuno as suas colocações, eu concordo com vc sobre essa “autofagia” do nosso Partido. Essa radicalização em São Paulo e o oportunismo mineiro estão destruindo o PSDB por dentro, o que os nossos inimigos externos não conseguiram os nossos “companheiros” estão conseguindo. Precisamos urgentemente organizar um grupo que pense na unidade política do PSDB e não de tucanos que usam a imprensa para impor a sua opinião sobre o rumo que o Partido deve seguir, desqualificando (via imprensa) aqueles que pensam diferente. Esse filme nós já vimos no PMDB e nos cabe evitar que a história se repita. À luta tucanos de bom senso !!! O Brasil espera muito de nós.

  24. Maria Emilia

    Raul
    Cheguei ontem de Maceió e só agora abri seu blog. Parabéns pelo seu artigo, vc colocou o que todos estamos pensando e sentindo, mas será que teremos resposta?
    Bjs

  25. Raul, Muito Bom Dia !!!!

    como sempre vc com sua fala calma diz de maneira fácil algo que incomoda a todas as pessoas que militam no (e pelo ideário)do PSDB
    não vou repetir literalmente o que um figura da alta cupula petista disse mas vale lembrar a ideia expressa por ela quando coloca de maneira clara que a “união” do psdb com o pt em Minas é boa para eles (do pt), já que tudo que for ruim para o Serra é bom para eles (do pt.
    quem disse isso: José Dirceu

  26. Rogélio Barcheti

    Raul:
    Realmente coragem é o principal atributo de qualquer liderança de visão…É bom ter companheiros como você, farol, apontando caminhos com a clareza que muitos tem no coração , mas que nem todos têm a ousadia de pôr em pratos limpos…

  27. Walter Feldman

    Cumprimentando o companheiro tucano, quero solicitar-lhe a compreensão e a paciência para a leitura desta posição que aqui expresso:

    A decisão do PSDB nas eleições municipais de São Paulo está no centro das atenções de todos quantos se interessam pela vida política. Para nós, militantes do partido o calendário eleitoral coloca um dilema que devemos enfrentar imbuídos de um profundo senso de responsabilidade para com os paulistanos: apoiar a manutenção da aliança PSDB / DEM, ou marchar com Geraldo Alckmin.

    O ponto de partida da reflexão para a qual eu convido o coletivo partidário consiste em identificar claramente qual a questão proposta ao eleitorado em disputas onde um dos contendores pretende a reeleição; uma questão relativamente nova no País, mas que está no centro das campanhas como essa em que estaremos engajados daqui a pouco.

    A questão é a seguinte: Gilberto Kassab é um bom prefeito e, por isso, nossa aliança deve continuar? Ou pelo contrário, o juízo sobre seu desempenho faz com que queiramos que ele saia? Tudo o mais é, do ponto de vista da grande massa do eleitorado, secundário.

    O lançamento da candidatura Alckmin para vir a ocupar o lugar que hoje é do Prefeito Kassab exige que formulemos, ato contínuo, perante os 9 milhões de eleitores da cidade um juízo de tal maneira crítico da atual gestão que convença à maioria deles a interrompê-la e, ao mesmo tempo, uma proposta alternativa, baseada nessa mesma crítica, aos rumos que vêm sendo trilhados pela Prefeitura.

    Lembremo-nos de nossa campanha eleitoral de 2004, quando enfrentamos a prefeita Marta Suplicy sob o comando de José Serra. Mais do que o choque de duas personalidades, inevitável numa campanha de massa onde a mídia tem um papel determinante, aplicamo-nos a desconstruir a gestão petista aos olhos do paulistano: da taxa do lixo aos túneis, das escolas de lata à falta de remédios na rede de saúde, nada nos escapou. É crucial que se tenha em mente que nossa oposição a Marta Suplicy não foi improvisada as vésperas das eleições. Nossa valorosa bancada de vereadores, durante toda a legislatura anterior, manteve a gestão petista sob fogo cerrado, no Plenário da Câmara e na rua. Assim, nossa candidatura majoritária inscreveu-se numa linha de coerência rigorosa com a conduta mantida pelo partido em todos os momentos que a antecederam.

    A situação de hoje nada tem em comum com aquela que vivemos em 2004.

    No município de São Paulo o PSDB é governo. O governo é do PSDB, esse é um fato iniludível. Um governo compartilhado com o DEM, o PV e o PPS e o PDT como tem sido desde seu início com José Serra. Uma aliança firmada as claras, hoje sob a liderança de Kassab, com presença hegemônica do PSDB. Digo hegemônica em vários sentidos. Pelo número de postos que ocupamos no secretariado, nas Sub-Prefeituras, nos segundo e terceiro escalões. Pela relevância das funções idem. Façam as contas do número de paulistanos que têm hoje aspectos importantes de suas vidas quotidianas gerenciadas por Sub-Prefeitos do PSDB! São nossas as Secretarias estratégicas na gestão municipal: Governo, Finanças, Coordenação de Sub-Prefeituras, Planejamento, Negócios Jurídicos, Comunicação. Na área social, Saúde, Educação, Esportes, Turismo, Participação e Parceria, Assistência Social, e, logo mais, Trabalho são geridos por militantes do Partido. O líder do Governo na Câmara Municipal é vereador do PSDB, ex-presidente do nosso Partido.

    Mas a hegemonia tucana a que me refiro não diz respeito apenas a postos e pessoas. Acontece que através dos postos que ocupam, essas pessoas tem tido a oportunidade ímpar, conquistada com muita luta e muito voto, de pôr em prática nossas idéias. Quem já trabalhou, como eu trabalhei, na administração ao lado de Serra sabe que uma de suas características mais marcantes – no que, aliás, ele se aproxima singularmente de Mario Covas – é rigor no cumprimento de seus compromissos com o povo. Enquanto esteve na prefeitura, Serra governou de olho no nosso Programa de Governo. Pois bem, Kassab não se afastou um só milímetro desse programa. Cada item de seu balanço de governo evoca as reuniões de trabalho que Serra promoveu, desde o primeiro dia, para implementar o programa com que nós nos apresentáramos perante o eleitorado. Até mesmo uma grande marca pessoal da gestão Kassab, a Cidade Limpa, nada mais foi se não a radicalização da luta de Serra contra a publicidade ilegal.

    Pois bem : em nome de quais valores, princípios, interesses vamos agora jogar para o ar uma aliança política sob a égide da qual foi possível realizar uma obra administrativa da qual só temos motivo para nos orgulhar e que vem sendo extremamente bem avaliada pela população paulistana?

    Até agora a fragilidade dos fundamentos daquela que poderia vir a ser a plataforma política da candidatura própria é insuficiente. Melhor dizendo : sua ressonância se esgota num ambiente puramente partidário. Podem entusiasmar uma platéia de correligionários, mas tenho fundadas dúvidas sobre sua capacidade de engajar um diálogo de fundo entre o PSDB, de um lado, e de outro o imenso contingente de eleitores da cidade.

    Afinal, que tipo de comoção poderia despertar no espírito do paulistano médio o argumento das virtudes mercadológicas do uso do número 45 pelo candidato majoritário para efeito da eleição de uma bancada de vereadores? Teria o eleitorado paulistano – refiro-me sempre aos seus grandes números – interesse maior em dar a Prefeitura de São Paulo ao PSDB apenas para nos favorecer com um ponto de apoio seguro para eleições futuras? Há quem, entre os nossos, eleve o tom e diga que ter candidatura própria é uma questão de princípio partidário. Ora, candidatura própria é sempre desejável. Com elas nosso partido se robustece, com a legitimidade que vem do sufrágio universal. Por outro lado, elas permitem que nossos militantes possam traduzir na prática das administrações e do parlamento o ideário social-democrata brasileiro. Mas é forçoso reconhecer, e a vivência cotidiana da política nos ensina desde cedo, que esta é uma escolha que se situa no terreno da tática eleitoral, sujeita as contingências da política.

    No momento em que este modesto texto está sendo lido, inúmeros companheiros nossos estão avaliando os prós e os contras de lançar candidatos próprios nas eleições municipais, ou aliar-se a uma candidatura majoritária de outros partidos. O exemplo mais visível vem de Minas Gerais. Lá nosso Governador Aécio Neves, um dos maiores líderes de nossa legenda, discute a formação de uma chapa comum do PSDB com o PT, encabeçada por um terceiro partido, para disputar a prefeitura de Belo Horizonte. Ele age assim em busca de um apaziguamento de espíritos favorável à execução de um programa para a Capital, respaldado por ampla maioria popular. Estaria Aécio liquidando o partido mineiro, descumprindo um pretenso “princípio partidário”? Creio, pelo contrário, que com sua iniciativa ele põe em prática o princípio – esse sim, incontornável – do modo tucano de fazer política, que é o de colocar o interesse geral acima do interesse partidário.

    Há também o argumento das pesquisas de intenção de voto. Ainda que tais pesquisas em hora distante do calor da campanha devam ser vistas com cautela, o certo é que o ex-governador aparece em primeiro lugar. É natural que assim seja: Geraldo Alckmin goza de um merecido prestígio junto aos eleitores de São Paulo, por sua trajetória política, pela qualidade de seu governo, pelo eco que ficou de uma campanha presidencial recente.

    Entretanto, o fator pesquisa não pode ser erigido em critério absoluto, capaz de afastar toda e qualquer consideração e de justificar quebra de compromissos, sob pena de descambar para o oportunismo. Se assim fosse, o candidato do PSDB nas últimas eleições para presidente não teria sido Geraldo Alckmin, e sim Jose Serra.

    A pesquisa de hoje poderia ser invocada como razão impositiva para o campo político que erige o PT como adversário principal – admitindo-se como sincera a afirmação nesse sentido dos companheiros que advogam a candidatura. Alckmin a todo custo – caso a hipótese de reeleição de Kassab se afigurasse como inviável. Entretanto não é esse o caso. Nossa administração é bem avaliada: os índices de ótimo e bom da gestão superam em muito o das intenções de voto no Prefeito. A candidata Marta Suplicy, com toda a força do PT, seu renome pessoal, a proximidade com Lula, patina em torno dos 25%, abaixo do seu resultado no primeiro turno de 2004. E as projeções de segundo turno mostram Kassab perto de Marta, o que com certeza aponta para sua provável vitória caso se estabeleça uma real dinâmica unitária entre as forças políticas hoje coligadas na gestão municipal.

    É isso, no fundo, o que está hoje em jogo quando se discute o tema das candidaturas Alckmin e Aliança: a ruptura de uma dinâmica unitária que, mais do que ter sido vitoriosa nas eleições de 2004 , tem sido o motor das mudanças que a atual gestão Serra-Kassab imprimiu à cidade. Ela foi capaz de inovar nas práticas políticas, acabou com o loteamento da máquina administrativa em feudos eleitorais, reconquistou o crédito e a credibilidade da Prefeitura, trouxe uma cultura de respeito à lei na relação entre os munícipes, iniciou programas de ação que têm trazido benefícios reais e palpáveis aos cidadãos. Mais ainda: rompemos o dilema malufismo-petismo que há muitos anos aprisionou a cidade, gravando o seu futuro com uma hipoteca que parecia irresgatável. Essa ruptura traz de volta a São Paulo um cenário de incertezas.

    Não exagero quando falo em ruptura: a candidatura Alckmin será, pela força das coisas e pelo fragor do embate de dois contendores que disputam o mesmo eleitorado, e pelo seu objetivo último que é conquistar o posto de Prefeito Municipal, uma candidatura de oposição a Kassab. Teremos uma situação surrealista: um candidato do PSDB que não defende a gestão do PSDB, como estaria implícito no nosso dever de prestar contas ao eleitorado do mandato exercido em nome dele. Temo que o povo nos cobre um preço alto pelo nosso oposicionismo de última hora. Sem partidos fortes e atuantes a democracia fenece. As ambições pessoais e as rivalidades de grupos muitas vezes condicionam os movimentos da política. Fortalecer nosso partido é hoje, mais do que nunca , deixar de olhar somente para nós próprios e divisar o horizonte do interesse da maioria.

    Walter Feldman

  28. Fausto Ivan

    Esse é o Raul que eu conheço. Parabéns por desnudar essa situação e se posicionar. Também é preciso Raul, dizer que desde 94 quando da eleição de Fernando Henrique, nunca mais nos posicionamos sobre o PARLAMENTARISMO, bandeira máxima de nossos estatutos. Agora, que triste ver Valter Feldmann, meu amigo de tantas lutas, defender a candidatura de Kassab. Já esqueceu Feldmann do que aconteceu na Assembléia Legislativa quando tomamos um belo chapéu do PFL? O Kassab está tão bonzinho com o PSDB não é? Como dizia Ulisses Guimarães: Bonzinho e besta começa com B. Quem acredita que, se Kassab for eleito manterá todos os quadros do PSDB na Prefeitura? Para com isso. E nossa direção deveria ter a dignidade de entregar todos os cargos ocupados. Será que o DEM dará conta? Decisão pela candidatura própria já, é um imperativo. O resto é firula. Prá isso existe 1º. e 2º turno.
    Abraço Raul, abraço Feldmann e demais companheiros.
    fausto ivan

  29. Já que tem a carta do Wlater Feldman , colo a do Tião Farias. Abç.

    Quem defende o PSDB?

    TIÃO FARIAS

    Os mais velhos sabem como foi difícil conquistar a democracia no Brasil.
    Após quase cinco séculos como colônia, império e república, só em 1988 o
    país inscreveu em sua Constituição, com todas as letras, o estado
    democrático de direito. O que tivemos antes foram apenas breves períodos de frágeis franquias democráticas, como nos anos JK. Na Carta de 88, ao
    contrário, estão presentes quase todos os pressupostos de uma organização
    social e política modernas. A partir dela garantimos direitos individuais,
    coletivos e difusos de valor inestimável. Por exemplo, o relevante papel do Ministério Público, o defensor da cidadania. E muitos outros avanços, como os códigos de defesa da criança e do adolescente, do consumidor e dos
    idosos, e todo um aparato jurídico voltado para a preservação ambiental. A
    Constituição de 88 é a certidão de nascimento da democracia brasileira.

    Conquistada a democracia, é obrigação de todos defendê-la, praticá-la e
    aperfeiçoa-la. Nesse quadro assume papel crucial o fortalecimento dos
    partidos políticos. Muitos deles nestes vinte anos ficaram pelo meio do
    caminho, por não terem conseguido afirmar-se. Sobrevivem, e se revigoram
    pleito a pleito, os que pautam sua ação por seus compromissos programáticos, pela coerência e pela coragem de manter suas posições, principalmente na adversidade.

    Quando o PSDB foi fundado, em junho de 1988, faltavam pouco mais de três
    meses para a eleição municipal daquele ano. O partido lançou a candidatura
    de Franco Montoro, que ficou doente e foi substituído por José Serra. Foi
    eleita Luiza Erundina, em turno único – uma surpresa, pois o favorito até
    quinze dias antes do pleito era Paulo Maluf. Quatro anos depois, o PSDB
    lançou Fábio Feldman – e nova derrota, com a eleição de Maluf. Mais quatro
    anos, em 1996, e já com Mario Covas governador, o candidato a prefeito era
    de novo José Serra, igualmente derrotado, desta vez por Celso Pitta. Em
    2000, com Covas em segundo mandato, o derrotado foi o seu vice, Geraldo
    Alckmin – e, a vitoriosa, Marta Suplicy. Só em 2004, em sua terceira
    postulação, José Serra elegeu-se prefeito, marcando assim a primeira vitória do PSDB em pleito municipal após cinco tentativas e 16 anos na fila.

    Isso demonstra, e hoje podemos avaliar melhor, que o PSDB acertou ao
    perseverar. Quem concorre em eleições só pode esperar um de dois
    resultados – ganhar ou perder. O PSDB perdeu quatro seguidas mas, enquanto
    isso, afirmou-se como partido e foi aos poucos conquistando a preferência do eleitorado. Na mesma época Covas perdeu a eleição de 1989 para presidente da República e a de 1990 para governador do Estado.

    Às vésperas de comemorar o seu vigésimo aniversário de fundação, o PSDB é a maior força política de São Paulo, a ponto de o atual governador, José
    Serra, ter sido eleito, a menos de dois anos, já no primeiro turno. Os
    tucanos paulistas e paulistanos podem se orgulhar de haver construído um
    partido forte, identificado com as aspirações da maioria dos brasileiros que aqui vivem.

    A história do PSDB na capital paulista demonstra que a trajetória do partido foi forjada em cima de quatro derrotas para os seus principais adversários – o malufismo e o petismo -, mas que agiu corretamente ao se apresentar, sempre, com candidatura própria. Foi essa persistência na adversidade que permitiu ao partido construir a sua identidade. Ganhar ou perder é do jogo democrático. Correr riscos calculados também faz parte da estratégia política de médio e longo prazos. Contrariamente, omitir-se, esconder-se do eleitor, é negar a afirmação, é faltar à responsabilidade.

    Por isso creio que age corretamente o comando nacional do DEM quando insiste na candidatura do prefeito Gilberto Kassab. Este pleito representa a primeira grande oportunidade do ex-PFL de conhecer o seu verdadeiro tamanho em São Paulo. Aliado a vários partidos – inclusive o PSDB – em diferentes eleições, o DEM sempre esteve a reboque de seus parceiros. Talvez tenha chegado a hora de exibir o seu próprio cacife eleitoral. Se a decisão partidária for a de concorrer com Kassab, o DEM estará iniciando em São Paulo a mesma trajetória, que pode ser longa, cumprida há vinte anos pelo PSDB e por todos os partidos que correram riscos, ganharam ou perderam, mas se consolidaram como representantes de parcelas do eleitorado.

    Nada contra coligações. No pleito municipal do próximo dia 5 de outubro
    certamente estaremos lado a lado com nossos aliados. O que não me parece
    razoável é que o PSDB o faça em posição de inferioridade. Seria negar a sua história e abdicar da sua densidade política, frustrando seus eleitores.

    Tive o privilégio de, durante muitos anos, acompanhar de perto a trajetória de Mario Covas. Aprendi com ele que, na política como na vida, o conceito de honestidade vai muito além do simples “não roubar”. Covas sempre defendeu o fortalecimento dos partidos, a começar pelo seu. Fez da coerência a marca da sua conduta. E, da defesa do bem comum a primeira das prioridades, mesmo em detrimento da vida pessoal e de suas eventuais preferências. Ouço muito a expressão “que falta faz o Covas”, e concordo com ela. Hoje, em meio as discussões sobre a próxima eleição municipal na capital, o PSDB sente falta de quem o defenda, a começar pelos que deveriam ter a obrigação de fazê-lo.

    Eventuais divergências internas são até saudáveis, mas sinto falta, na atual discussão sobre candidatura, de uma ação clara e firme da direção
    partidária. À falta dessa posição, ganham destaque na imprensa declarações
    esparsas de tucanos a pregar uma inusitada ausência de candidatura própria, hipótese nunca imaginada antes, nem mesmo nos tempos de derrota certa. Vejo, consternado, o meu partido sangrar em público justamente no momento em que vende saúde. Noto, nesse movimento, a intenção deliberada de alguns de sabotar a candidatura de Geraldo Alckmin, nosso candidato natural – e, não por acaso, líder em todas as pesquisas de intenção de voto. Em compensação observo nas bases partidárias, na militância que já sofreu muito, e que constituem a verdadeira força do PSDB, o mesmo vigor de sempre e o mesmo orgulho de quem aprendeu as lições do passado. Ainda bem.

    Tião Farias é vereador em São Paulo pelo PSDB.
    Caro(a) amigo(a)

    Encaminho para seu conhecimento artigo sobre a sucessão municipal. Originalmente o texto seria destinado ao jornal Folha de S.Paulo, mas por uma limitação de espaço deveria ser reduzido. Dada a importância do tema, acredito que é melhor envia-lo na íntegra aos companheiros e companheiras tucanos para reflexão. Um abraço,

  30. Raul, me solidarizo com o que escreveu Tião Farias, apresentado a nós, pelo Galini.
    Gostaria muito que em Santos também tivéssemos candidatura própria e de preferência Chapa Pura, como em 2004.
    Continuo aguardando posição que deverá ser tomada pelo Diretório Regional do PSDB.
    Enquanto isso só resta lamentar.

  31. Ernesto Vivona

    Pra quem não leu, acho oportuno transcrever aqui o editorial da Folha.

    São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008
    Folha de São Paulo – Editorial

    Caciquismo tucano

    NÃO É apenas na opinião pública que vai diminuindo a tolerância ao caciquismo na política. A pesquisa Datafolha publicada no domingo, acerca da disputa para a Prefeitura de São Paulo, mostrou que a fidelidade partidária é um valor disseminado na sociedade.A certa altura do questionário, o pesquisador perguntava ao entrevistado qual seria a melhor decisão para o governador José Serra: apoiar Geraldo Alckmin, seu correligionário do PSDB, ou o prefeito Gilberto Kassab (DEM), vice do próprio Serra na chapa que venceu a eleição municipal de 2004? Seis em cada dez eleitores consultados escolheram a primeira opção.A proporção cresce quanto mais jovem é o eleitor -na faixa de 16 a 24 anos, chega a 68%. Fica acima da média no largo espectro de renda familiar até dez salários mínimos, que abrange quase 70% da amostra, e só cai no segmento de renda acima desse patamar.Enquanto o eleitorado se mostra francamente favorável à disciplina partidária, o PSDB se entrega a uma guerra interna sem precedentes, com vistas à eleição paulistana. Na polarização cerrada entre os grupos de dois caciques -Serra e Alckmin-, sacrifica-se a idéia de partido que se consolida no eleitorado. Não existe um controle partidário capaz de submeter e mediar o interesse das lideranças em conflito.O caminho seria simples, baseado em duas perguntas: o PSDB deve ter candidatura própria à prefeitura paulistana? Quem deve ser o postulante do partido, seja em caso de vôo solo, seja numa aliança? Mas o partido que se gaba de ser moderno e reformista cultiva internamente um modo arcaico, desgastado, de fazer política.

  32. Carlos de Brito

    Olá Raul!

    Eu já comemtei aqui sobre as alianças ou o nome que se queira dar promiscuidade política. Mas, como o pessoal está colando, eu também vou colar.
    Pois bem. Para que não leu, vai abaixo, matéria da Eliane Cantanhêde.

    A vocação da derrota

    A gente não pode nem dar um pulo ali em Washington porque, quando volta, encontra tudo de pernas para o ar na politicagem nacional e os tucanos trocando bofetadas em praça pública.
    José Serra era o candidato natural do PSDB Ã Presidência e estava em primeiro lugar nas pesquisas em 2006, mas quem levou a candidatura foi Geraldo Alckmin. Assim como Alckmin não ajudou Serra na eleição de 2002, Serra também lavou as mãos para Alckmin em 2006. Todos os tucanos perderam juntos tanto em 2002 quanto em 2006. Mas não aprenderam nada.
    Agora, Alckmin é o candidato natural do PSDB Ã Prefeitura de São Paulo e está na dianteira das pesquisas, mas o partido não consegue responder em consenso se é melhor ir com um nome próprio para a disputa, ou garantir uma aliança com o DEM para a eleição que realmente interessa: a presidencial, em 2010.
    No andar da carruagem, Alckmin e o atual prefeito, Gilberto Kassab, do DEM, vão disputar um contra o outro no primeiro turno, enquanto a petista Marta Suplicy corre lépida e fagueira em faixa própria –e com o PT unido.
    Serra anda no inferno astral, com o PSDB rachado dentro de São Paulo e acossado pela divisão nacional, em que parecem todos, mineiros à frente, contra São Paulo. Leia-se: contra o meio São Paulo serrista.
    Ou seja, Serra enfrenta Alckmin dentro de casa e, fora, dá de cara com Aécio Neves, em aliança com o PT em Minas e com Tasso Jereissati, Sérgio Guerra e parte dos governadores –além do próprio Alckmin, claro– no resto do país.
    Aliás, registre-se a crescente desenvoltura de Aécio e a aparente submersão de Serra no cenário nacional. Um dá entrevistas, viaja, desfila com petistas e até namora misses. O outro parece imobilizado nessa teia Alckmin-Kassab.
    Se não perderem a eleição na principal capital, o que passa a ser possível, os tucanos já entrarão em 2009 e 2010 cheios de cicatrizes e sequelas internas que só se aprofundam desde 2002.
    Enquanto isso, Lula tem a popularidade que tem, a máquina do governo, o Bolsa Família, o PAC. Pode ir de Dilma Rousseff, pode ir como uma porta e mesmo assim será forte, muito forte, na sua sucessão.
    Barack Obama e Hillary Clinton deveriam vir até o Brasil para observar os tucanos e fazer o oposto do que eles fazem. Ninguém como eles é tão craque em perder eleições, inclusive eleições tidas como ganhas.

    Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Participou intensamente da cobertura do choque entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, em setembro de 2006.E-mail: [email protected]

    Um Abraço Raul!
    São Paulo.

    BRITO.

  33. JOÃO BATA

    Ola SRs.Politicos, Jornalistas e escritores do Blog.

    Meu nome é João Bata sou um Jovem empresario do ramo artistico, e gostaria de contar com o apoio de voces, caso tenham algum projeto desse ramo, tenho 22 anos, moro no interior de São Paulo. Acompanho todos os shows das duplas que eu sou Empresario. Atualmente..A dupla Jovem Fabinho & Rodolfo, e João Marcelo & Juliano. Conto com o apoio de voces. Email/MSN: [email protected] .

    Abraços

  34. Quem foi Mario Covas?
    Ele saniou o Estado?
    Por que temos uma divida de 130 Bilhões
    sendo que estamos estagnados a anos por causa do PMDB e do PSDB
    Montoro era bom de aposentadoria
    Fernando Henrique fala que deveriamos fazer algo para o Brasil, mas esqueceu de dar baixa na sua aposentadoria de pólitico cassado pela ditadura(mas ele nem era politico na época)
    Pelo amor de Deus , morra PSDB
    O Brasil não aquenta mais carregar nas costas esta esquerda intelectual que não sabe o que é iniciativa privada

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