O retrato da violência contra passageiros na estação de Madureira, no Rio, foi uma singela representação do tratamento que alguns governantes dão ao transporte público no país. Podem parecer simbólicas as cenas de agressão a socos e chicotadas pelos agentes de controle, que atuam no local para orientar o embarque dos clientes, mas sem dúvida elas dramatizam a realidade de pessoas que viveriam praticamente isoladas e sem oportunidades de trabalho não fossem os superlotados ônibus e trens nas regiões metropolitanas brasileiras. Em contraposição, avenidas perimetrais e ruas estão atoladas de carros que poderiam ficar estacionados em bolsões nos terminais rodoviários e estações ferroviárias.
Lí muitas explicações dos responsáveis pela situação carioca, bem como opiniões de especialistas no setor de transporte. A conclusão de desumanidade é a mais óbvia, mas a falta de compromisso dos governos em ampliar e melhorar o sistema de transportes coletivos emerge com muita força. Aliás, essa timidez nos investimentos para o setor configura uma vergonha para o Brasil, que felizmente já relaciona exceções, como é o caso do Estado de São Paulo, onde é possível testemunhar o imenso canteiro de obras do Metrô na Capital e projetos específicos para as regiões metropolitanas de Santos e Campinas.
Em números globais, os investimentos devem superar a casa dos R$ 20 bilhões, prevendo a expansão do sistema sobre trilhos, com mais 240 km com qualidade de metrô; ampliação da frota de trens, com 99 unidades; reforma da frota existente da Companhia Paulista de Trens (CPTM) e do Metrô; implantação de corredores de ônibus metropolitanos e a implantação de um novo sistema de transporte, Metrô Leve (VLT) na Baixada Santista.
Estudos e pesquisas da Associação Nacional de Transporte Público confirmam que mais de 80% dos brasileiros vivem nas cidades; e 49 aglomerações urbanas, incluindo as regiões metropolitanas, reúnem pouco menos de 400 municípios (dos 5.561, no total), nos quais está concentrada perto da metade da população do país e dois terços da frota de veículos. Justamente nesse cenário perdura um modelo que privilegia automóveis e motos, que, juntos, respondem por apenas 20% das viagens urbanas, em detrimento do transporte coletivo ou não motorizado, como bicicleta ou trânsito de pedestres.
Moral desses destaques: o povo apanha nas estações e o país perde em horas produtivas e com o gasto excessivo de combustíveis nos congestionamentos, além de perdas pessoais e gastos méditos com acidentes de trânsito e destruição de equipamentos públicos. Incrivelmente há uma redução da demanda de passageiros nos indicadores de transportes públicos, um aumento na utilização de transporte clandestino e a identificação clara da falta de investimentos públicos permanentes no setor.
Vale refletir sobre a opção pelos rodízios de placas, como em São Paulo, nas principais cidades; pelas campanhas institucionais de caronas solidárias, num país que acha que resolve o problema da locomoção por iniciativas individuais, solitárias. Em todo o lugar do Mundo, que pude conhecer e experimentar, a organização e a eficiência do transporte público me causaram inveja e vergonha da nossa realidade.
Vale rechaçar a violência de agentes públicos que mostram insensibilidade com políticas públicas essenciais, como os transportes coletivos. Agora, sobre os empurrões e chicotadas, além das punições exemplares que parecem ter acontecido, isso é para um outro capítulo, o da Educação Brasileira, que merece atenção, qualidade melhor, continuidade política, sustentabilidade…
(*) Foto ilustrativa (Índia ou Paquistão) para fortalecer a imagem da necessidade de garantir transporte coletivo de qualidade e para todos. No Brasil também vamos retratar assim, se nada for feito desde já!
Que da hora…!!! Isso eh na India…??
O que veremos daqui alguns anos?Teremos medo do futuro…pois o presente já nos é tão cruel!
Quando vi a foto logo imaginei que estamos parecendo com a India.
Sorte nossa …que não.
O transporte público no Brasil reflete a nossa cultura, só quem anda de ônibus, metrô ou trem é pobre, e quem não tem dinheiro não tem dinheiro à dignidade, a direitos, etc.
O governo Serra dá exemplo ivestindo no transporte de massa.
Caro Companheiro Raul,
Qualquer ato de violência deve ser repudiado em qualquer situação. A banalização deste ato que remonta a barbárie é notória e campeia todos os nichos sociais. No caso em tela, nada justifica a atitude dos ex-funcionários na estação de Madureira/RJ e por este ato já estão respondendo na justiça criminal e civil.
No entanto, quero destacar que em relação ao transporte público, muito deve ser feito, principalmente para propiciar um transporte adequado, confortável, rápido, eficiente e salutar ao meio ambiente – mas isto seria querer demais dos políticos que compõem o cenário brasileiro atualmente (quase na sua totalidade).
Quem está preocupado com o transporte de massa, do povo ou melhor na maioria das vezes do pobre??? Somente em período eleitoral. No caso específico da malha ferroviária do Brasil, os absurdos que foram cometidos ao longo da história são inaceitáveis.
A preocupação do político hoje (de uma boa parte) é encher os bolsos. Castelo de 25 milhões, Mansão em São Paulo de 8 milhões, os 31 escândalos atuais do Congresso Nacional: conta de telefone, cota de passagens, horas extra no recesso, etc. Tudo bem, quem paga é o povo!!! Se não fosse tudo isto e muito mais, sobraria dinheiro, muito dinheiro… Estes POLÃTICOS, não usam transporte público, usam aviões, helicópteros, carros blindados… e o povo? Ah! O povo!??
Nosso país carece de ações daqueles que mais sofrem, justamente do POVO. Numa palestra outro dia ouvi: “o pobre vota, mas o rico elege”. Assim, a culpa é do próprio povo (a maioria) que vota mal, que se cala, que abaixa a cabeça e que não se organiza socialmente para buscar seus direitos de cidadão e também daqueles que possuem esta consciência e preferem se calar para não se comprometer. Assim caminha nossa sociedade – APÃTICA, INERTE, PASSIVA.
Em relação ao rodízio, também foi outro “tiro no pé”. Recente estudo dá conta de que a maioria adquiriu outro veículo, com o final da placa diferente, assim continuam rodando todos os dias. E o que é pior, o outro carro, quando é possível passou a ser usado por outro membro da família, resultando em um aumento no número de veículos transitando e poluindo.
Para terminar, o problema não é somente do brasileiro, para quem gosta de se informar, aqui vai um link que trata do sistema japonês de transporte. É ver para crer:
http://www.videosdahora.com.br/Videos-Br/8093/como-os-japoneses-andam-de-trem-no-Japao/
Acorda Povo Brasileiro!!!
Ernesto Donizete da Silva
PSDB/SANTOS
Porque será hein?
Transporte no Brasil e uma questão estrutural calculado pela media, não pelo pico de clientes isso da uma defasagem alta na hora do pico do movimento vai dar nisso que ta dando descontrole de ambas as partes e falta de ar para respirar sem contar a poluição e o clima pede socorro
Isso e querer atender milhões de clientes com uma estrutura pela metade do tamanho que precisava ser o dobro, não e só no transporte isso que dizer que, nem crise gosta de nos que só veio dar uma olhadinha e já esta indo embora, não podemos esquecer a próxima que vem treinado, se o mundo continuar fazendo a mesma coisa
Porque isso esta no mundo inteira, fazem projetos grandiosos que terminam pequenos e o furo esta aparecendo alias e bom ficar de olho porque tem muitos furos pelo mundo afora, se não tivesse a crise atual nem existiria o sistema esta pedindo concorda e uma concordância mundial pelo bem da humanidade que respira o ar que ainda existe
O Brasil e um pais de todos precisando de muitos aeroportos portos metros ferrovias navios moradias escolas de primeira e educadores de qualidade e segurança com salário de políticos aposentados e de poucas rodovias isso não tem nada haver com cultura e falta de infra-estrutura com projetos contínuos um respeito e justiça com o povo que são os sócios do patrimônio publico que pertence a todos
Quando a população começar a ter a mesma responsabilidade das autoridades dos políticos dos empresários da alta sociedade etc. etc. etc. ai pode ter certeza que tudo será dividido entro todos
Raul, vc como morador e representante da nossa querida Baixada Santista, sabe bem do que vou falar: VLT.
a 12 anos, sim, doze anos, os governos do PSDB discutem e discutem e marcam reuniões e audiências públicas e nada.
o governador mario covas acabou com o trem com a promessa de trazer um meio de transportes moderno, rápido, não poluente e que atendesse a população. infelizmente o cancer o levou e até hoje ninguém decide nada.
o estado não consegue convencer os municípios e nem a população que o projeto que está na mesa é o melhor. e também não consegue fazer a captação dos investimentos.
a preferencia nacional pelo carro e pelas rodovias em detrimento dos transporte de massa, o ferroviário e até mesmo o aquaviário inunda nossas cidades de carros sem que o poder público seja capaz de abrir os gargalos na infraestrutura e na logística.
Raul, vou me ater apenas na da ação de violência na estação de Madureira, claro que devemos repudiar qualquer ação descontrolada de agressões, seje com quem for, porem o fato desses seguranças usarem uniformes (fardas), acreditam eles que são autoridade e que por menor que seja o tumúlto, não tem argumento, é porrada na população, só que o Estado do Rio em materia de criminalidade e narcotráfico é brincadeira e esses machões fardados se omotem e escondem-se dentro das “poderosas ” fardas.
E não só os seguranças, a nossa policia militar e civil, são uzeiros dessa praxe de covardia com a população mais humilde.
Só que quem deveria dar bons exemplos, vivem enfiados na corrupção e não tem moral para tomar atitude sobre esse tipo de ação de alguns representantes da lei, que não são a minoria.
No Brasil já nos acostumamos que o que é bom são para poucos, agora o que não presta ai sim ,fica com a maioria , que são os trabalhadores, que contribuem honestamente em benificio dos malandros de plantão.
Ohh idiota, o governo não toma conta mais dos trens não, quem toma conta é a Concessão SuperVia, o Governo do Estado só fonece os trens, que nós destruímos e o conserto, o governo Federal fornece os trilhos, então para de falar MErda e veja do que se trata. O Governo do Estado entregou em mão a administração da linha DOM PEDRO para uma empresa Capitalista, e é o nosso dever reclamarmos, aqueles guardas que porraram os clientes, foi porquê aqueles pilantras estavam prendendo a merda da porta e meteram porrada nos guardas DA SUPERVIA, não do GOVERNO, e também eles estavam se esfregando de propósito com uma mulher lá! Então VIVA aqui primeiro… 😉
vlww!!!!