Blog do Raul

Santos para contemplar e interagir !

Faz 20 anos que a cidade de Santos contempla os armazéns – 1 a 8 – do seu Porto, desativados e em estado gradativo de deterioração. Não faltam projetos para o uso dos mesmos, com atividades turísticas, culturais, educacionais e empresariais, a exemplo do que ocorre em Buenos Aires (Puerto Madero) e em Belém do Pará (Estação das Docas). Infelizmente parece que esse processo não sairá tão cedo do papel. Soube que o prefeito João Paulo Papa articulou todos os detalhes com a Codesp – Companhia Docas do Estado de São Paulo, proprietária dos armazéns, e já mereceu solenidades públicas de anúncio da intenção do repasse a Prefeitura, inclusive com a participação do ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, mas ficou nisso.

Semana passada almocei no Clube 22, no Centro de Santos, e não resisti fotografar a paisagem que é maravilhosa mesmo em dias nublados. A Prefeitura criou em 2003, o Programa Alegra Centro, com o objetivo principal de preservar o patrimônio histórico em conjunto com a valorização da paisagem urbana e a retomada do desenvolvimento econômico e social da área central de Santos e, consequentemente, da Cidade e região.

Muitos empresários se instalaram no Centro Histórico, aproveitando toda a infra-estrutura oferecida e as belezas que fazem desse local um cenário, obtendo incentivos fiscais por isso. Nas proximidades dos armazéns, a Petrobrás deverá iniciar obras em breve, da construção de três torres que abrigarão os seus escritórios de gestão do boom do Pré-Sal.

Na mesma área, aproveitando ruínas de casarões históricos no Valongo, o município em parceria com os governos José Serra e Lula vai iniciar as obras do cantado em prosa e verso "Museu Pelé", que se transformará numa das principais atrações turísticas de Santos e do país. Muitos outros imóveis históricos ainda deverão ser restaurados para receber atividade econômica, contribuindo com a preservação e com a atração de público.

Santos é uma paisagem pronta para receber e interagir com os seus visitantes. Não me canso de ouvir expressões de paixão e as expectativas sobre o grande salto desenvolvimentista reservado a Santos e região. Por essas razões e pensando no futuro, com parcerias e maior agilidade dos atores envolvidos, acho fundamental que a burocracia e o faz de conta não atrapalhem o que está por vir.

Quando os armazéns – 1 a 8 – estarão definitivamente disponíveis para a Prefeitura de Santos implantar o nosso Porto Valongo ? Quando você, leitor, conhecerá de perto esta cidade maravilhosa ? Enfim, um tema que pega leve, mas que deseja consequência !

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12 comentários em “Santos para contemplar e interagir !”

  1. É verdade meu amigo. Há tempos que a revitalização do Porto não era questionada. Se a Prefeitura de Santos conseguir transformar os armazéns em um espaço proveitoso, todos ganham.
    A beleza da Cidade precisa ser resgatada. Olhando seu comentário me lembrei que há um tempo havia lido uma matéria falando de o aproveitamento dos armazéns para se transformarem em hotel de luxo como em Puerto Madero, e também em espaços culturais. Tirar do estado de abandono e dar um destino inteligente é mais do que necessário.

  2. PAULO MATOS

    Raul: De fato, por que a não preservação do espaço portuário inabitado e abandonado, onde se poderia fazer uma marina, como a prometida? Na futura expansão portuária que se procure outro lugar, ora!

    A culpa da não realização destas obras maravilhosas são, é claro, é do Governo Federal, sem dúvida, frustrando os objetivos da aliança PMDB com os democratas do DEM e o governo estadual do PSDB, visionários do progresso, certo?

    Hotéis de luxo no lugar dos armazéns, construídos para os que, supõe-se, serão trazidos pelos equipamentos, não é? Bem, não é bem assim. A realidade é outra. A história não é bem essa, infelizmente. A expansão do porto está sendo traçada,mas não sei se estes projetos de desaproveitamento da área estão inclusos, pois o papel aceita tudo.

    Primeiro, é o pior lugar que existe para marinas. Nenhum porto do mundo foi revitalizado em lugar desabitado e ermo, nenhum nos fundos de uma cidade em mar poluído e em local de difícil acesso para os barcos. Um barco a vela levaria 4 horas para chegar em alto mar, dali, depois de driblar o lixo e os navios. Empresário nenhum do mundo investe por antecipação feita por alheios de um futuro brilhante para o local.

    Afinal, não seria melhor e mais humano revitalizar áreas lotadas de gente igualmente abandonadas como os bairros do Paquetá e Vila Nova,gente que vive em estado de miséria degradante e que poderia se tornar produtiva com incentivos de cooperativas? Ou gente atrapalha? Que parece parece, pois só querem construir em espaços livres desta espécie.

    Gente que precisa de projetos de moradia substituindo os cortiços fétidos de uma área que já foi nobre, projetos feitos as dezenas com atrasos de décadas (que desabam com a chuva), em uma área em que foram contabilizados aos milhares há décadas?

    Quer apostar que o Museu Pelé só vai sair com dinheiro público desviado de casas populares, escolas e hospitais, que nem a Copa do Mundo e as Olimpíadas, no lugar de um prédio que já foi a Câmara que, entretanto, é feita em outro local sujeito a desabamentos do morro? Não é um pessoal inteligente? Falta uma pastagem.

    Já ví este filme e não é nenhum Godard, nem Bertolucci, parece um irônico Glauber. É uma lástima, chapinha, diria o velho Maurice. O tema é bom, disse o poeta Amoreira. Mas o final é triste e melancólico, com crianças perambulando e fumando crack, distantes dos projetos factóides. Poderiam fazer muros lá e pintar tudo de cor de rosa.

    Paulo Matos, melancólico.

  3. Trabalho com restauração e Pinturas há mais de 20 anos. Pela Empresa Avenidas Conserv Ltda.Em 1991 trabalhei na recuperação do Colégio São Carlos-Interior do Estado.
    Como é gratificante atuar nesta área, que descobri-se parte da nossa história e também dos resultados obitidos. através da engenharia e arquitetura.e o mais gratificante é saber que meus avós foram os colonos destas cidades,São Carlos,Candito Mota e Assis.Meu Bisavo Giuseppi Di Stazio,Calabrez era quem colonizava as tais cidades e Franchesco Matarazzo que fornecia os alimentos e suprimentos para as tais viagens.

  4. Falar do potencial do Porto, mistura-se a riqueza de sua história com a história do Pais.
    Pela riqueza arquitetonica e de seus jardisn a Beira-Mar.Do desenvolvimento que as rodovias Anchieta e Imigrantes,ou simplesmente pelo passeio. Pelas divisas que passam diariamente por lá.Para os proximos anos acredito que os projetos em relação ao Porto em especial mereça a maior atençao.Pelo crescimento economico,turistico,cultural e artistico.aquecidos pela descoberta do Pré-Sal.Na visão da preservasção do meio ambiente na Serra do Mar.Santos tem todos os atrativos necessarios para este esperado desenvolvimento.Será muito positivo,descermos ao litoral simplesmente para almoçarmos ou jantarmos.numa viagem gratificante que poderia também ser feita via trens metropolitanos,já imaginou descermos a Serra.E Passear pelo porto de dia e de noite,frequentarmos um novo e restaurado Porto com segurança,iluminação,com boas opçÕes em restaurantes, bares,casas de shows e espetáculos.Gerando empregos e qualidade de vida.é temos muito o que aprender com esta cidade.que sempre nos recebeu calorosamente.Parabens povo de Santos e obrigado.
    Luiz Fernando Magalhães

  5. Raul, boa noite.
    Conheço os armazéns a que você se refere em Buenos Aires e alguns bons lugares do Porto de Lisboa. Mas… não conheço os armazéns 1 a 8 do Porto de Santos. Pode, isso? Outro lugar que desejo muito conhecer é o Clube 22, no Centro Histórico de Santos.
    Abraços,
    Cláudio Amaral, jornalista, em Santos desde 29/9/2008.

  6. Infelizmente, essa novela em torno dos armazens do Valongo estará longe de terminar. Isso porque, louve-se os esforços da Prefeitura, a gestão da Codesp é incapaz de se inserir dentro do MUnicípio, tornar parceira do POder Público local. Na falta de investimento, pergunto porque nenhuma autoridade da Justiça Federal foi capaz de questionar publicamente o estado de abandono e degradação que o local se tornou. Fizesse isso, a Justiça pelo meos teria garantido que a gestora do espaço cuidasse um pouco mais de seu patrimônio.

  7. Sou amante e apaixonado pelo velo centro a anos. em 2004, quando fui candidato propunha o fortalecimento do turismo temático em nossa cidade: arquitetônico, histórico, cultural, ecológico e até o portuário…
    fala-se muito em desenvolvimento do turismo, mas nada se faz… e o Paulo Matos, quem diria, não deixa de ter razão em parte de seus comentários…

    minha opinião completa é impublicável (estou aprendendo, velho amigo… estou aprendendo…)

    sempre que vem alguém de fora em casa quero levar para andar de bonde. minha esposa fala q eu poderia ser o guia… a história da nossa cidade é única… se confunde com a do estado de são paulo e com a do país, mas infelizmente os santistas não a conhece…

    quando comprei minha máquina fotográfica, minha primeira saída para fotografar foi lá… bolsa do café, rua xv, porto, praça mauá, prefeitura, case de josé bonifácio, frontaria azuleijada, casarão do valongo, santuário, estação, casa de pedra (no porto), associação comercial e seus 3 pés de café, phanteon dos andradas (“A sã política é filha da razão e da moral”), conjunto do carmo, alfandega, prédio dos correios, casa do trem bélico, outeiro de santa catarina…

    conheço puerto madero, o original. alguns técnicos alegam que o projeto para a área do 1 ao 8 é inviavel… não tem como fazer um mergulhão lá… vai saber… mas alguma coisa precisa ser feita. caso contrário nossa história pode ruir com nossas paredes, telhados e muros…

  8. o terraço do clube 22 é magnífico… pena q são poucos aqueles que podem conhecer… estive lá uma única vez e fiquei devidamente embasbacado…

  9. Há pouco mais de uma década a situação do Centro era dramática. Sentia vergonha e vontade de chorar, porque eu lembrava dos passeios com meus pais, quando o comércio tinha vida e as praças eram recantos agradáveis.
    Mas temos que reconhecer que a revitalização do Centro transformou a cidade.
    Recebi uma prima que mora na Alemanha e senti orgulho quando ouvi tantos elogios ao Centro Histórico.
    Quem diria?
    O Centro tem vida noturna e nossos filhos podem frequentar sem medo.
    Quem poderia imaginar isso há uns quinze anos?
    Os eventos culturais e os grandes espetáculos, que se tornaram possíveis com a restauração dos magníficos teatros, justificam o reconhecimento ao trabalho do Secretário de Cultura que conquistou para a cidade de Santos a condição de segunda melhor do país em gestão cultural.
    Há outros eventos importantes, menos badalados, mas que agregam valor ao centro, como os que são promovidos pela CPFL e nas igrejas.
    Há de se ter uma visão além dos prédios e fachadas reformadas, além do turismo e da diversão. Podemos pensar no ser humano que está ali, há tanto tempo invisível, desassistido e abandonado, mas que agora tem uma aproximação com o outro lado da cidade.
    Não temos apenas uma “Operação Belezura”, temos ações concretas que oferecem oportunidades de mudanças até na mentalidade da população, pois essas atrações turísticas e culturais nos aproximam da população daquele local e nos permite um olhar diferente.
    Quem sabe até contribui para que eles nos enxerguem de maneira diferente, que despertem o interesse em fazer parte desse contexto e até mudar de vida, buscando se inserir profissionalmente e se integrando com pessoas de outros bairros nas atividades da comunidade local.
    Depende de nós, prestigiando, conquistando a confiança e o respeito dos moradores e fazendo a diferença.

  10. Andre Monteiro de Fazio

    Raul, boa noite,
    Coordenei este projeto! Abs…
    André

  11. Luiz Moncorvo

    Bom amigo Raul
    Tenho acompanhado este assunto e já dava como certa a transferência para a PMS. Já tinha até sido assinado. Não é? Ou não foi?
    Sempre imaginei lá teatro, cinema, restaurantes, bares e espaço para shows.
    Quantos paulistanos viriam passar algumas horas aqui para disfrutar estes espaço? Quanto viria de receita para a cidade e os cidadãos?
    quanto dinheiro se perde com discussões improdutivas e cheias de ideologias? Até quando seremos assim?
    Quantas pessoas poderiam estar empregadas agora?
    Abraços do amigo
    Luiz Moncorvo

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