Blog do Raul

Golfo do México x Bacia de Santos

A catástrofe ambiental provocada pelo vazamento de óleo no Golfo do México apavora Barack Obama, que não consegue controlar essa situação, e todos quantos residentes no continente americano pelas consequências sem precedentes mundiais. O tempo está passando e são evidentes as dificuldades da maior potência do mundo controlar o quê se passa a 1.500 metros de profundidade. Mas esse acontecimento tem caráter educativo e deveria alertar os responsáveis para ações preventivas com investimentos nas melhores opções de segurança para uma indústria que é gravemente insegura. São muito claras as lições do Golfo do México para o que está por vir da Bacia de Santos.

O primeiro passo do atual governo federal, por meio dos seus ministros e dirigentes da Agência Nacional do Petróleo e da Petrobrás, foi anunciar a descoberta das jazidas de petróleo e gás na Bacia de Santos. Esse acontecimento trouxe para o Brasil muita esperança para a sua estabilidade financeira num futuro próximo, proliferando planos de utilização desses recursos daqui para as próximas décadas. No passado recente a Petrobrás comemorava a sua auto-suficiência, e agora com o início da exploração das riquezas sob a camada do pré-sal quem se prepara para esse salto é o próprio país.

Vivemos na região metropolitana da Baixada Santista, inserida no Litoral Paulista, que já recebe os primeiros sinais da anunciada prosperidade, mas que pouco ainda sabe do ônus dessa movimentação presente e futura. Todas as análises indicam para o aproveitamento dos dividendos da exploração e comercialização dos volumes prováveis sob a camada do pré-sal e para as medidas essenciais da convivência com o novo mundo técnico e industrial dos produtos da descoberta.

Estima-se que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhões de metros cúbicos de gás e óleo. Para essa extração, ainda perdura uma grande polêmica sobre a tecnologia que será utilizada e sobre os recursos técnicos para retirar o óleo de camadas tão profundas. O campo de Tupi, como exemplo, está a 300 quilômetros do litoral, a uma profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal. Portanto, a 7.500 metros além das jazidas do Golfo do México.

Essa é mais uma preocupação para o debate econômico do Brasil, que hoje discute no Congresso Nacional o sistema de partilha e a utilização dos seus recursos financeiros, mas ainda não possui um planejamento compartilhado com as cidades litorâneas para a expansão urbana com a previsão de infra-estrutura que assegure a qualidade de vida da população e programas continuados de qualificação de mão de obra que indica para a contratação de pelo menos 240 mil técnicos, sem falar das demais cadeias produtivas e de prestação de serviços.

Uma longa e importante entrevista do biólogo marinho americano Richard Steiner, ao caderno “Aliás” do jornal O Estado de São Paulo deste final de semana, contribui muito para os cuidados que o Brasil deve ter na hipótese de um acidente, como a explosão da plataforma da British Petroleum ou BP, no Golfo do México, há dois meses: “Antes de furar a camada pré-sal, que se pense em tudo. Do funcionamento das travas hidráulicas ao custo oculto do petróleo”. Enfim, um tema na contramão da busca de alternativas energéticas, das mudanças climáticas e de vidas saudáveis, num mundo que poderia se recuperar com maior foco na sustentabilidade e em harmonia com a natureza.

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6 comentários em “Golfo do México x Bacia de Santos”

  1. Ernesto Donizete da Silva

    Indubitavelmente, a situação da maior catástrofe ambiental dos E.U.A., provocado na Plataforma da BP no Golfo do México é fruto de GANÂNCIA!

    Em entrevistas concedidas a BBC, foi possível verificar que ocorreu uma falha de um equipamento de segurança, conhecido como Blow Out Preventer (BOP). Este fica posicionado na cabeça do poço para garantir a segurança no caso de vazamentos.

    A tragédia foi anunciada com antecedência, no entanto, como preferiram ignorar o BOP, ocorreu a explosão, na qual morreram 11 pessoas e o tremendo vazamento que ocorre há dois meses. Somente em agosto o problema será resolvido com a ativação de outro mecanismo.

    Milhões de litros de petróleo bruto, continuarão jorrando para o mar, e causando inúmeros acidentes ambientais, que vai da mortandade de peixes a poluição das praias ao longo da costa americana.

    E isto tudo, num poço, cuja exploração ocorre a tão somente 1,5 Km, “pertinho” se comparado aos 6,0 ou 7.0 Km da localização dos poços da camada pré-sal brasileira. Sendo assim, realmente temos que pensar no passivo ambiental e nos reais custos, pois os acidentes podem ocorrer.

    No entanto, cabe ressaltar que existe tecnologia para evitar os acidentes, desde que a ambição por lucros não façam com que os “responsáveis” deixem de agir, como ocorreu no caso do Golfo do México.

    Assim sendo, o Governo Federal, deve adotar as medidas e providências com base sobretudo, no princípio da prevenção, norteador das legislações atinentes a matéria, para realizar a extração com segurança e responsabilidade. Poupando vidas e assegurando a manutenção da sustentabilidade ambiental.

    Acorda Povo Brasileiro!!!

    Ernesto Donizete da Silva
    PSDB/SANTOS

  2. A campanha da Fraternidade abordou um tema que tratava do dinheiro como um “deus”: “Não podemos servir a Deus e ao dinheiro”.
    Parece que a campanha, na lógica, fracassou.
    Talvez tenha prosperado o discurso que eles costumam divulgar nas suas análises, de que o líder que apoiam é socialista, enquanto pessoas como José Serra é capitalista, no sentido pejorativo e preconceituoso que convence quem não se interessa em usar um neurônio sequer para questionar essas ondas de dominação de massas.

    Esse jogo de palavras sempre é utilizado nessas campanhas aparentemente inocentes.
    Porém, nunca antes um presidente conseguira substituir a fé e a caridade pela adoração ao dinheiro como Lula fez.
    Estimulou a formação de uma sociedade que topa tudo por dinheiro, qualquer trocado, e que não se importa com a agressão aos outros valores, nem mesmo se interessa pela ausência do Estado nos serviços essenciais, como saúde, educação, segurança, infra-estrutura.
    Outra peça de terrorismo eleitoral, a expressão “privataria”, cabe mais ao atual governo, que criou o maior programa de privatização da educação,o PROUNI.
    Sem críticas, mas que é privatização não há como contestar.
    Outro fato importante é o favorecimento aos Planos de Saúde que, inclusive, tem facilitado o acesso de muita gente em planos de baixa qualidade, mas que acaba disfarçando o abandono na saúde pública.
    Privatização da Saúde escancarada.
    Tudo isso para demonstrar como a ganância cega as pessoas.
    Assim, para que desperdiçar dinheiro com energia alternativa e se preocupar com as futuras gerações se o presidente está prometendo fortunas no nosso bolso?

  3. Raul,
    Esperamos que esse acidente ambiental sirva de alerta na exploração do pré-sal.
    A ganancia dos americanos, ocasionou a morte do Sadam, e tudo em função do petróleo.
    O castigo não veio a cavalo; e sim a jato.
    b..f..to!

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