Ninguém contesta o impacto na economia da Baixada Santista e de São Paulo, se o "Superporto" Brasil, em Peruíbe, sair do papel. Há quem fique imaginando o congestionamento de navios rumando para o Litoral Sul paulista. Mas há contradições que ainda estão longe de se resolver: uma pesquisa do Ipat (Instituto do Grupo A Tribuna) mostrou o povo satisfeito com o anunciado empreendimento, mas a Folha de São Paulo colocou o bode na sala com uma denúncia sobre o descuido dos empreendedores com licenças ambientais em outros estados.
A notícia com o título "MPF quer que Eike Batista indenize Amapá", publicada domingo (21) na Folha, conta a história da sua mineradora MMX, construída no município de Pedra Branca do Amapari, Amapá, sem a aprovação prévia de licença ambiental. Isso gerou uma canetada do Ministério Público Federal, que quer o pagamento de uma indenização de US$ 35,7 milhões.
Como o grupo do empresário Eike está chegando a Peruíbe, com toda esperança do mundo, e até agora se referiu às licenças ambientais necessárias, vagamente, como providências já encaminhadas às autoridades responsáveis, o exemplo do Amapá soa mal por aqui. Afinal, com todo o alarde, o "Superporto" foi planejado para ter suas instalações e atracadouros numa ilha artificial a três quilômetros da costa, e poderá receber grandes navios de contêineres que hoje não atracam nos portos brasileiros.
Desassoreamento será coisa do passado, segundo os pais do "Superporto" de Peruíbe e também de especialistas do setor. Então, aparentemente, não haverá impacto ambiental. Mas, esse jeito evasivo, de aparência negligente com a legislação ambiental que é severa e muitas vezes inibe empreendimentos regionais, pode nos levar à interpretação que as empresas de Batista são useiras e vezeiras em gerar polêmica no campo ambiental. Na Baixada Santista enfrentarão dificuldades, se isso for confirmado.
Se o leitor deste blog quiser saber o quê vários internautas pensam dessa relação Peruíbe-Porto Brasil, vale uma visita na primeira postagem que fiz neste blog sobre o tema. Há preocupações em todos os caminhos que nos levam a Peruíbe ou que apontam outro destino para esse município ecológico e turístico. Por que até agora os empreendedores comentaram de passagem sobre o destino de um grupo de índios tupi-guarani que ainda ocupa a área, ou então sobre a reserva ambiental da Juréia, próxima ao "novo" Porto, que não impedirá o licenciamento ambiental porque entre ela e o complexo portuário se localiza a cidade de Peruíbe.
Além dessas duas áreas, é possível ficar em estado de alerta para os termos de estudos de impacto ambiental e de ajustes de conduta sócio-ambientais, que envolverão a ampliação da malha ferroviária, a estrada Peruíbe-Parelheiros na Capital, a duplicação da estrada Peruíbe-BR 116 enfim. É preciso que se diga, com todas as letras, que o comportamento empresarial "danoso" ao meio ambiente, em outras regiões do país, se for repetido aqui, pode virar o jogo.
Acho que os governantes municipais e a sociedade regional precisam de parceiros para entender e viabilizar essa trincheira de cobranças. Não sou Xiita, neste caso, mas quero engrossar as vozes dispostas. Peruíbe não pode ficar à parte dessa discussão; muito menos as lideranças políticas e empresariais regionais. Ninguém tem o direito de cochilar diante de movimentações sob algum tipo de suspeita. A região quer se desenvolver, mas não a qualquer preço!
Raul,
Importante a sua reflexão. Os tempos são outros, mas não podemos correr o risco de repetir erros. Cubatão está aí como exemplo vivo desse tipo de comportamento que voce alerta. Não podemos correr o risco de gerar riqueza a um enorme custo social. Não se pode repetir a dicotomia de Cidade rica e Povo miserável. É preciso lutar sim, por um desenvolvimento, ambientalmente e socialmente sustentável.
Parabens pela contribuição que voce vem dando a Baixada.
Toninho Oliveira
Muito bom Raul. Porém devemos ampliar a discussão. O mundo todo discute a Amazonia, pois é considerada o pulmão do mundo. O Parque Estadual da Serra do Mar e o Mosaico de Unidades de Conservação da Juréia são o pulmão do Sudeste. E esta discussão não pode ser pela imprensa.
PS: a profundidade a 3 km da costa é 10 metros e não comportaria os grandes navios sem dragagem, oppps!!! Dragagem em mar aberto?
Peruibe briga com o Ibama porque a obra de fixação da foz do rio preto, feita para possibilitar a construção de uma obra conhecida como prédio redondo derrubou o muro de contenção. Imagine o que acontecerá com a construção de um dique de 3 km e a dragagem em alto mar?!
A ligação da Ilha Porchat ao continente acabou com as praias de S Vicente. Isso pra falar em obras que já produziram impactos.
PS1: Xico Graziano pediu, na reunião do CONSEMA, a formação de um grupo de trabalho para analisar o projeto… Qual projeto? da Veja ou da Tribuna? Porque da EBX ninguém conhece.
PS2: Pesquisa da Tribuna – Você prefere ser rico com saúde ou pobre doente? Garanto 100% de respostas para rico com saúde.
Raul; Cf. conversamos na Conveção, não deixe de mandar matérias para o site psdbbauru.org.br.
Abraços.
Ladeira
Raul,
Há também um estudo da CNT (Confederação Nacional do Transporte), sugerindo Praia Grande como local ideal para receber o terceiro grande aeroporto de São Paulo, para desafogar Congonhas e Cumbica.
Será que esse povo conhece o sistema Anchieta Imigrantes, prá desenvolverem tantos projetos para o litoral sul?
Como essas cargas e pessoas serão escoadas?
Notícia ruim no blog do Josias de Souza:
A cúpula do PSDB dissociou-se de sua base. Três generais da legenda -Tasso Jereissati, Sérgio Guerra e Arthur Virgílio- almoçam nesta quinta-feira com o minsitro Guido Mantega (Fazenda). Iniciam a negociação de um armistício com o governo num instante em que a maioria dos “soldados” da legenda engatilha os seus votos para disparar contra a emenda da CPMF.
Raul
Estou de pleno acordo com você, e com o comentário do Toninho de Oliveira, que sintetiza um problema grave (já vivenciado neste litoral paulista…dos impactos da riqueza imediatista gerando favelizações e outras formas de misérias),a discussão torna-se extremamente necessária
a um planejamento sócio-econômico realista e profícuo.
Ivan Alvim
raul,e se o empreendimento tiver como parceiro o ex homem forte do governo e agora o mais poderoso lobista?
Além da inveja reinante nos meios políticos aqui de Itanhaém, há ainda aqueles que já se esqueceram do Parque da X…, etc, etc, etc…Sempre quando alguém precisa de uma forcinha política para aparecer mais do que deve sempre há um empreendimento desses sendo lançados e não vão faltar padrinhos …aquele eu que fiz e tudo o mais.
Na verdade é que com ou sem porto continua faltando ao litoral sul é seriedade política e mais trabalho.
As soluções estão aí para quem quiser ver e nem seria preciso um super porto, bastava que tivessemos bons governantes como diz o filósofo : “A sordidez política é a mãe de todas as misérias”
Olá, Raul.
Não sei se você recebeu meu e-mail, portanto gostaria de registrar meus parabéns pela sua nomeação no Instituto Histórico e Geográfico de Santos. A classe de jornalistas estará muito bem representada!
Um abraço,
Leonardo
QUE SEJA BEM VINDO O PORTO AQUI EM PERUIBE
AOS AMBIENTALISTAS: SALVEM A FLORESTA AMAZONICA, ESTÃ SENDO TRANSFERIDA PARA OS AMERICANOS / EUROPEUS A OLHO NÚ
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