Blog do Raul

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Adeus, Companheiro Biléo!

Biléo, militante indignado.

O PSDB perdeu um jovem fundador e militante: Biléo Soares ou, para muito poucos, Gilberto Celestino Brásio. Tive a alegria de conhecê-lo quando fui apresentado ao grupo de Campinas, cujas maiores expressões políticas do partido estavam representadas pelos saudosos José Roberto Magalhães Teixeira, o “Grama”, e Paulo Renato Costa Souza. Biléo, como eu, era um soldado, um militante dedicado e passional com as causas da inventada social-democracia brasileira, desde a fundação do PSDB em 1988.

52 anos de idade representa a metade da expectativa de vida do homem, como faz questão de explicar sempre, teoricamente, o governador Geraldo Alckmin, citando Platão, para quem o ensino devia durar 50 anos e somente depois de ter passado por todas as provas estaria pronto para servir à sociedade. Biléo desde a juventude misturou a busca do conhecimento com a repartição das suas ideias com figuras exponenciais da política na região de Campinas, São Paulo e o Brasil.

Formado em Direito, dessa condição extraiu o senso de justiça que o acompanhou a vida inteira. Biléo era uma pessoa doce no trato com os seus comuns, mas não conseguia controlar o vulcão guardado em seu peito quando a vitamina de uma causa exigia o posicionamento firme do militante indignado. Alguém que sabia ouvir e era bastante ouvido pelas suas experiências e convivência histórica com as atividades partidárias e a necessidade de manter as ideias sempre rejuvenescidas.

Lutou contra diferentes tipos de câncer nos últimos seis anos, mas ainda assim participou ativamente dos trabalhos na Câmara Municipal de Campinas, onde cumpria o seu segundo mandato como vereador (elegeu-se a primeira vez em 1992, cumprindo os seus compromissos até 1996; e a segunda, em 2008, até o dia da sua morte, em 6 de dezembro de 2011), que resultaram na cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) e na instauração de uma comissão processante que também pode cassar Demétrio Vilagra (PT), o sucessor na Prefeitura.

Quando soube da sua partida, por uma mensagem SMS do PSDB de São Paulo, tive a mesma reação da época em que assessorava o ministro Paulo Renato (Educação), em Brasília, no ano de 1996 e fui um dos primeiros a saber da morte do prefeito Magalhães Teixeira. Um choque semelhante, mesmo sabendo dos antecedentes de doença grave de ambos.

Não esperava que Biléo fosse vencido. Na verdade torcia para que ele saísse vitorioso também no enfrentamento dos males contra a sua saúde. Mas enxergo um privilégio dele nesse embarque precoce. Biléo foi reencontrar seus velhos amigos e companheiros – Grama, Franco Montoro, Mário Covas e Paulo Renato. Não tenho dúvida que, de onde estiver, com os exemplos que nos deixou, àqueles que mantém vivo o velho espírito militante dos tempos em que buscávamos, com muito ímpeto, a volta da democracia no Brasil, sorrirá o companheiro Biléo Soares, como no início e sempre…

Fica em paz, Companheiro!

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Ministro Haddad mente ou tergiversa?

Princípios do Ministro da Educação?

De um ministro de Estado da Educação, a sociedade sempre espera exemplos que contribuam para a melhor formação das novas gerações. Porém, esse princípio foi desviado por Fernando Haddad, logo no começo de sua campanha antecipada para a Prefeitura de São Paulo, pelo PT. Numa reunião com sindicalistas e militantes do seu partido, na região do Grande ABC, o ministro Haddad aproveitou a onda de realizações e sucesso do governo estadual do PSDB paulista, com a ampliação do número de Etecs e Fatecs (escolas técnicas e faculdades de tecnologia) do Centro Paula Souza, para se apropriar dela com a sua prancha de surfe e, ao mesmo tempo, revelar o velho truque petista da mentira, tentando ganhar uma discussão na história, com críticas gratuitas ao governo FHC.

Fernando Haddad, a exemplo da então candidata a presidência da República, Dilma Rousseff, usa os palanques para afirmar que os tucanos não dão importância ao ensino técnico profissionalizante, com uma ressalva oportunista sobre as políticas dos governos de José Serra e Geraldo Alckmin, em relação à Educação para o trabalho. Segundo o ministro, “é preciso reconhecer a excelência da Paula Souza”, emendando que o governo federal pretende apoiar a autarquia estadual para ampliar o número de vagas nas Etecs e Fatecs. Ora, se está há vários anos no mesmo cargo, porque essa disposição é anunciada apenas agora, na véspera da sua desincompatibilização para a disputa eleitoral?

Assumindo um lado empreendedor sobre as experiências bem sucedidas dos governos tucanos, o ministro utiliza o ardil de acusá-los sem qualquer fundamento, falseando o exemplo de que “FHC preferia prejudicar a população a apoiar governadores e prefeitos que não fossem de partidos da base aliada”. Não tenho dúvida que essa “lembrança” agrade aos seus comuns de memória curta.

Não encontro outra explicação para essa versão fantasiosa e mentirosa, senão um artifício para tentar esconder a sua incapacidade de gestão no MEC, que, dentre tantos desacertos, o mais gritante é o fracasso sucessivo na realização do Enem. Essa catilinária frontal contra FHC é pura tergiversação, com fundo de mentira; um comportamento inadequado para alguém que pretende dirigir a maior cidade do Brasil.

O PT é useiro e vezeiro nesse expediente. E Haddad, que não conhece bem São Paulo e sabe menos de FHC, consegue logo na sua primeira experiência eleitoral concentrar em uma única figura o pior exemplo que se tem dos políticos, o descompromisso com a verdade.

Exercitando a boa memória, relembro que num determinado período do governo federal do PSDB (2001), o atual ministro era assessor da ex-prefeita petista Marta Suplicy, e hoje duvido que ele não tenha colaborado para tentar impedir que o Programa Bolsa Escola chegasse às famílias carentes do município. Mas não creio que aja mais por ignorância, do que por uma lapso de memória, quando não registra o apoio recebido de FHC pelos governos estaduais petistas do Distrito Federal (Cristovam Buarque), Acre (Jorge Viana) e Espírito Santo (Vitor Buaiz), que apenas serve para contrariar a sua esperteza.

Também não é verdade que FHC decretou a proibição da expansão do ensino técnico federal, porque mais de 100 escolas e milhares de vagas foram criadas em modalidades diferenciadas de financiamento e gestão, que o PT aproveitou para federalizar como suas iniciativas. Durante o governo FHC, portanto, as novas escolas técnicas deveriam ser criadas pela União sempre em parceria com os Estados, o setor produtivo ou entidades não-governamentais.

Enfim, o ministro Haddad começa mal a sua participação eleitoral, mentindo e tergiversando, ao mesmo tempo.

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Cubatão bem vista!

Festival “Danado de Bom” 2011

As chuvas sobre a Baixada Santista, desde o início do feriado prolongado, foram satisfatórias além da conta para as intenções da prefeita Márcia Rosa (PT), de propagar o “Festival Cubatão Danado de Bom”. Costuma-se dizer que, no Litoral, quando o mar está indisponível para banho e frequência nas praias, os bares estão disponíveis. Isso para usar esse trocadilho contra a ausência de programação na maioria dos municípios da região e pela felicidade alcançada pela prefeita com o evento cubatense deste ano, que repercutiu como a sensação de todas as mídias, tanto pela programação bem selecionada, quanto pela quantidade de público que ele levou todos os dias ao kartódromo municipal.

Os investimentos foram elevados, como exigem eventos dessa natureza, com a qualidade que ele mereceu. Mesmo sem dispor dos números conquistados na medição da mídia espontânea para o Festival, nos momentos em que me dediquei a ver a programação da TV regional e ler os jornais, posso afirmar que o sucesso passou por aqui e Cubatão saiu ganhando no mínimo cinco vezes mais o valor investido na sua organização.

A Baixada Santista recebeu milhares de turistas de outras regiões do Estado e eles também foram atingidos pelos efeitos do festival, como uma marca interessante agora no calendário oficial de eventos do Estado de São Paulo. Pode ser até que Cubatão não consiga ser considerada uma Estância Balneária, como pretende um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo, mas definitivamente está inserida no roteiro de atividades obrigatórias para os visitantes da Baixada.

No ano passado fui à apresentação da encenação dos “Caminhos da Independência”, no Jardim Casqueiro, e naquela ocasião elogiei a capacidade de organização de eventos pela área cultural do município. Comentei inclusive neste espaço, a associação do talento dos nossos atores com a infraestrutura destinada àquela apresentação ao ar livre, um espetáculo e tanto.

Esses acontecimentos são importantes para valorizar a produção cultural e artística regionais. A Baixada Santista está no olho do furacão, quando se revelam as evidências do crescimento econômico que será proporcionado com a exploração do petróleo e gás na Bacia de Santos. Tudo vem evoluindo de maneira muito rápida e ainda vamos pagar o preço da desatenção com o planejamento, a exemplo do que tivemos quando o Pólo Industrial começou a se instalar em Cubatão nos anos 50. As ocupações foram aleatórias e sem qualquer preocupação com o meio ambiente e com a sustentabilidade das novas plantas e destinações, e pagamos caro por isso.

Estamos ainda muito longe de atingir o melhor estágio de desenvolvimento em sintonia com a melhoria da qualidade de vida para todos. Ao mesmo tempo em que Cubatão se destacou no feriado pela sua grandiosa capacidade de organização de eventos profissionais, os resultados apresentados do IBGE – Censo 2010 – serviram de ducha de água fria para nos alertar que ainda há muito a fazer pelo povo.

Alegria é bom, mas o bem estar do povo cubatense precisa ser inserido com destaque maior na próxima década. Os governantes desta cidade, de hoje e do futuro não podem perder de vista essa constatação, aparentemente óbvia, mas vital para sorrir mais amanhã, sem culpa!

Foto: Jordana Lima Duarte (Jornal Povo de Cubatão).

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Rocinha desprivatizada !

Estado resgata Rocinha

O Rio de Janeiro continua o seu projeto de UPP – Unidade de Polícia Pacificadora, com a secretaria estadual de Segurança Pública, e agora retoma para o Estado a Favela da Rocinha, para construir um ambiente de paz para os moradores locais. Esse resgate de área dominada por traficantes e milicianos (ex-policiais e paramilitares) funciona para garantir a entrada de serviços públicos essenciais como luz, água, limpeza pública e obras de saneamento básico, mas, a exemplo de reocupações anteriores, os moradores da Rocinha comemoram o feito, mas desacreditam nas respostas imediatas dos poderes públicos.

Toda mídia divulgou de maneira espetacular a vitória do Estado contra o Paraestado do crime organizado. A presença constante da polícia, a partir da ação da UPP, busca trazer ganhos além da área de segurança pública e, apesar das primeiras reações de descrédito, a intenção é justamente para ampliar a confiança do cidadão e das empresas que trabalham e investem no Rio de Janeiro, com vistas aos grandes eventos globais no Brasil – a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.

O governador Sérgio Cabral está feliz da vida com o sucesso de mais essa operação de reestatização da comunidade. Os desafios agora são grandes para atender com importantes obras de infraestrutura e de melhorias nas condições sociais da população e na segurança dos moradores e turistas potenciais. Mas a sociedade brasileira espera respostas mais contundentes, não só no Rio de Janeiro como em diversos outros lugares do país, que enfrentam os mesmos problemas.

A reestatização da Rocinha vem predominando no noticiário e isso ajuda no sucesso do modelo de UPP’s, que envolve efetivo de policiais mais experientes, o auxílio do BOPE – Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio e até das Forças Armadas, em alguns casos. Mais uma página da história de insegurança da comunidade é virada, mas como lidar com a desconfiança em um país que tão próximo de grandiosos eventos ainda apresenta resultados tão negativos em questões básicas e fundamentais para os cidadãos?

Lí no jornal “Folha de São Paulo” sobre os moradores, que desacreditam do papel que o Estado e com o pronto atendimento das suas instituições legais. No mesmo jornal, a cientista social Silvia Ramos perguntou em artigo: __ Será que o Rio vai aprender a integrar sua favela à cidade?

Não faltam ações isoladas no Rio e em outros municípios do país para atender a essa integração, além de resolver as suas necessidades sociais, principalmente com emprego e geração de renda, e na reassunção do papel de Estado apropriado nos últimos 30 anos pelo tráfico. Como atender a uma comunidade que até agora era “privilegiada” com a quitação dos seus aluguéis e a compensação de renda com os filhos adolescentes, que recebiam em média pró-labores de R$ 2 mil/mês? Bastarão as bolsas federais mínimas para essas famílias?

A desprivatização da Rocinha impõe decisões e melhorias com políticas públicas específicas para a Educação, Saúde, moradia e geração de renda. E essa tarefa, de caráter sustentável, permanente, não caberá somente ao governo do Estado do Rio, mas também a Prefeitura e ao Governo Federal. Do contrário, o retrocesso é iminente.

Ilustração: foto de Cleber Júnior (Agência O Globo).

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“Fico” do Príncipe Neymar.

Neymar é um astro do Século 21

Outro dia escrevi no Facebook sobre a minha felicidade em ter testemunhado, no futebol, em Santos, das arquibancadas do estádio na Vila Belmiro, as jogadas maravilhosas de Pelé, Ademir da Guia, Dudu, Ronaldo Fenômeno, Robinho e, ultimamente, Neymar. Em minha opinião, esses são os melhores jogadores de futebol do mundo, mas Neymar vem impressionando, como nunca!

O seu futebol é alegre e contagia a formação de novos torcedores para o Santos Futebol Clube e para o esporte que sempre foi a maior paixão nacional. Eu mesmo nasci torcendo pelo Palmeiras, motivado pelo meu saudoso pai, e hoje não tenho constrangimento de revelar a minha opção como Palmeirense-Santista. Creio que essa é uma tendência de todos quantos admiram a melhor prática do futebol, além da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.

No caso do Neymar, a satisfação é dupla, na medida em que ele está nas duas principais frentes do esporte: no Santos e na Seleção, com um voto ainda mais a seu favor, quando decidiu permanecer no país até a Copa do Mundo em 2014.

A diretoria atual do clube, presidida pelo Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, figura como avalista dessa decisão acertada para os próximos dois anos. Neymar não pertence ao Brasil, mas ao futebol do Mundo, e longe de entrar no mérito dos custos dessa opção para o clube, é inegável que o Santos ganhará bastante com a sua permanência talentosa e física no seu time principal.

Vale muito a pena observar também a forma com que o Rei Pelé se manifesta sobre Neymar. Rei diz que não existe nenhum jogador brasileiro no patamar do atacante santista e afirma que votaria nele para melhor do mundo. Opiniões referendadas, do ponto de vista do marketing esportivo, por José Carlos Brunoro, para quem Neymar é um fenômeno “um pouco diferente, em função das redes sociais. Virou global sem ter de ir para a Europa. Seus gols e dribles rodam o mundo pelo Youtube”.

Assim são os novos ídolos, muitos deles produzidos como uma marca e às vezes com existência efêmera. A diferença entre o Neymar e os outros ídolos nessa condição, é que a sua carreira é pautada pelo planejamento estratégico, afinado com os novos tempos em rede, mas Neymar alia à nova marca que nos proporciona na história do futebol brasileiro, a habilidade de um craque do século 21. Paulo Wolff comenta que o sucesso publicitário de Neymar é ampliado pela escassez de ídolos esportivos no Brasil, que preencham os requisitos necessários para ter a imagem explorada: “Os números que rodeiam o garoto eram impensáveis tempos atrás. Deste jeito, o céu é o limite”.

Enfim, para não dizer que não falei de futebol neste espaço de ideias políticas, econômicas e sociais, escrever sobre Neymar é valorizar este espaço para o comportamento humano, de uma alegria que não pertence apenas aos torcedores santistas, apesar de o “fico” de Neymar se sustentar no que ele próprio chamou de “escolhas que se fazem na vida”.

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Mais saúde, Brasil !

Doença de Lula põe saúde na pauta.

O mundo foi surpreendido com a notícia do câncer de laringe no ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como era de se esperar, a reação do povo brasileiro, solidário por natureza, foi de comoção e torcida pela melhora na saúde de Lula. Por outro lado, os meios de comunicação e as mídias sociais passaram a explorar o assunto com o fato de o ex-presidente ser atendido no melhor hospital particular do país, o Sírio Libanês, em São Paulo, e não nos hospitais públicos, que ele havia dito que estavam perto da perfeição quando estava na direção do país.

Longe de fazer coro com as opiniões mais exaltadas, de ironia crítica de uma legião de pessoas indignadas com a qualidade atual da saúde pública no Brasil, o momento é mesmo oportuno para se discutir ações concretas para a melhoria do sistema financiado com recursos do SUS – Sistema Único de Saúde. Lula incentivou Barack Obama a implantar um SUS nos Estados Unidos, para a saúde custar mais barato e universalizar a sua qualidade e atendimento, durante o 9º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em Olinda, no ano de 2006, mas cortou orçamento do mesmo entre 2003 e 2009, subtraindo-lhes R$ 17,6 bilhões.

Também nesta semana, a ONU – Organização das Nações Unidas divulgou os resultados do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano para 2011, apontando a perda de velocidade na melhoria das condições de vida do povo brasileiro. Dentre os quesitos avaliados, apesar dos pesares, saúde e renda estão acima da média global, mas a Educação aparece como o mais vergonhoso, porque o número médio de anos de estudo do brasileiro aparece estacionado em 7,2 anos, menos que o período de ensino fundamental completo.

Conforme os cálculos das Nações Unidas, nesse ritmo, o Brasil precisará de 31 anos para alcançar as condições educacionais de países onde se estudam em média 12,6 anos. Diante disso, é possível afirmar sem exagero que a atual geração está com o seu futuro comprometido para o pior, porque amargará o atraso em relação às novas perspectivas de desenvolvimento econômico e social do país, sem condições de receber a qualificação necessária para os melhores empregos e oportunidades de trabalho e renda.

Só que, na saúde, o retrato brasileiro nada influi para melhorar os índices mundiais do país. Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, tendo como base a qualidade da saúde pública oferecida aos seus cidadãos, o Brasil foi classificado em 125º no ranking mundial entre 191 países. Nessa lista, o país perde para a Bósnia e Líbano, se igualando ao Egito; refletindo e comprovando as suas péssimas condições pelas filas dos ambulatórios e hospitais públicos nas quais se acotovelam os que precisam de cuidados médicos.

O ex-secretário de Estado e ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, tem afirmado que o “problema da saúde no país não é a ausência de recursos de alta tecnologia ou profissionais competentes, porque isso nós temos. O nosso desafio é oferecer o acesso à saúde principalmente às populações de baixa renda.

O Brasil precisa ter estratégias de médio e longo prazo dos seus governos para resolver essas marcas negativas, que não são meramente estatísticas, mas que revelam a desatenção com todo o seu povo. Não há justificativa para os governos descontinuarem políticas públicas bem sucedidas, em Educação e Saúde, por exemplo, tendo em vista que o maior prejudicado – o povo pobre – não terá outra opção na vida sua e dos seus familiares, além das bolsas de míseros reais para enfrentar desafios que exigem muito mais de cada um.

Esse país desigual é que precisa de um jeito de governar mais responsável, sem ôba, ôbas. A melhor sorte do ex-presidente Lula, nesse momento em que a sua condição de saúde exige cuidados maiores, não é a mesma para o resto do país, que ele infelizmente não conseguiu consertar, além do discurso. O Brasil quer mais que tudo isso!

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Colorindo de PT.

O PT marca posse da coisa pública.

Durante uma polêmica política sobre o uso e abuso de tintas vermelhas nas paredes das escolas do município de Cubatão, pelo atual governo do PT na Prefeitura, a prefeita Márcia Rosa ironizou o fato com um escapismo, dizendo que daqui a pouco a oposição local vai “proibi-la de plantar rosas na Cidade”. Achei debochada a sua manifestação, porque os vereadores apenas cobram o cumprimento da Lei Orgânica, que determina que as cores oficiais do município sejam o verde e o branco. E, além do mais, o quê falta aos fiscalizadores da aplicação da Constituição Federal para agir contra o aparelhamento do Estado e favoravelmente aos princípios da moralidade, da probidade e da impessoalidade?

O PT está acima da lei? Há um conforto ou sensação de impunidade, apenas porque o presidente da República do PT nomeou a maioria dos atuais ministros do Supremo Tribunal Federal? Nos últimos dias, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu punir o PSDB, cassando-lhe o direito de expor as suas ideias em programas e comerciais de rádio e TV durante o próximo ano, condenando-o pela interpretação do uso eleitoral desse horário político como campanha antecipada de José Serra em 2010.

Ora, como concluem os mesmos ministros em relação à transformação dos atos de anúncio de obras do PAC em comício, dois anos antes e durante 2010, com recursos públicos e opinião política e eleitoral do então presidente Lula? Acho inaceitável o uso de dois pesos e duas medidas.

O PT tem mania de se usar os espaços públicos para personificar as suas marcas. No governo federal, a mulher de Lula, dona Marisa Letícia, decorou os jardins do Palácio da Alvorada com um canteiro de flores vermelhas construído em formato de estrela. Aparentemente, um pequeno gesto doméstico e de abuso da família do ex-presidente, que se apossou de espaço público, importante também pelo fato de que é uma área tombada por representar o paisagismo desenhado por Burle Marx quando da construção da residência oficial dos presidentes da República.

Em Cubatão, o espírito do PT é o mesmo, identificado com os maus exemplos gerais do partido, repete a apropriação partidária do que pertence a todo o povo daquela cidade. Além de usar o vermelho nas pinturas de prédios públicos, pintou de vermelho as faixas de segurança das ruas e avenidas, a fachada do portal de um parque público em reformas (Parque Anilinas) e, incrivelmente, os ônibus das linhas municipais tiveram, além do vermelho, a identificação do prefixo dos veículos, iniciando com o número 13.

Esses fatos não são uma provocação política, partidária ou anedota. É o retrato do abuso de poder. Não me cabe julgar, além de registrar essas observações, mas é preciso registrar e alertar que as atitudes desses governantes vão muito além das pinturas, jardins, prefixos partidários. Desde o início do governo Lula, em 2003, o país vem mergulhando na maior crise moral da história da República, uma vez que se apossam de todos os órgãos públicos, estatais, verbas públicas, cargos e posições da máquina administrativa. Em Brasília ou em Cubatão há indícios de que os petistas avançam sobre as leis para ameaçar, intimidar e perseguir, por meio de dossiês ilegais e todo tipo de constrangimento, os líderes da oposição.

Em 2008, o PT aproveitou em Cubatão a mesma estratégia que deu certo para a primeira eleição da Presidência da República em 2002. O PT venceu com um discurso comprometido em florescer uma cidade rica e cinzenta, deixando bem clara a sua independência em relação a todas as lideranças políticas que um dia ocuparam a gestão da Prefeitura cubatense. No nível nacional defendeu a renovação publicamente e estabeleceu alianças bastante conservadoras privadamente.

Estamos a um ano das eleições municipais. E a três anos das eleições presidenciais. O sentimento de frustração com o descumprimento de promessas mudancistas tem sentido educativo, pelo imperativo de provocar a população à reflexão sobre o comportamento dos políticos, duvidando que não sejam todos “farinha do mesmo saco”.

A Câmara de Vereadores de Cubatão e o Congresso Nacional precisam ter posicionamento independente e responsável. Não é possível aceitar o oportunismo, a apropriação indébita e a negação de valores fundamentais de uma República de cidadãos.

Nunca é demais clamar com um alerta: reaja Brasil!

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Enem, entre as boas notícias.

Exame Nacional em 2011, boa notícia.

Registro a minha satisfação ao constatar que o Enem – Exame Nacional do Ensino Médio foi realizado no último fim de semana de maneira tranqüila, quase exemplar como na época em que foi criado e bem sucedido no governo FHC. Em todas as mídias, durante o domingo (23), era possível reconhecer que as provas aconteceram sem sobressaltos, porque desta vez o MEC – Ministério da Educação foi feliz na gestão, executada pelo consórcio formado pelo Cesp/UnB – Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília e pelos serviços especializados da Fundação Cesgranrio, reocupando o espaço reservado às boas notícias.

Normalmente esse espaço é muito inferior, se comparado com os acontecimentos durante o governo Lula, do vazamento de provas, erros de impressão e edição de cadernos, desqualificação de empresas coordenadoras, insegurança institucional, universidades descredenciando o uso das notas do exame, prejuízos vultosos para os estudantes, as famílias, o MEC e o país. Neste ano, os incidentes foram os normais por ocasião de grandes concursos: estudantes atrasados, alguma confusão com o lugar da aplicação das provas, uso indevido de celulares, abstenção de mais de um milhão de inscritos.

Cerca de 5,4 milhões de estudantes estavam inscritos, cada um com o seu sonho e objetivo traçado, numa época em que a crença nos rumos da Educação no Brasil ainda continua em baixa.

Quero acreditar que os erros espetaculares no Enem (já relacionados), que comprometeram a credibilidade do MEC e do Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, serviram para os acertos e a tranqüilidade. Isso não quer dizer que devemos esquecer as necessárias mudanças para tornar esse acontecimento educacional uma prática ainda mais bem sucedida.

Li nas redes sociais, a opinião de governistas lulodilmaPTistas, comemorando o feito deste ano, com a mesma arrogância dos tempos em que o presidente Lula não reconhecia a reincidência de erros, atribuindo à imprensa (ou PIG – Partido da Imprensa Golpista, como caricatura dos atuais representantes de esquerda festiva) como responsável pela identificação ou criação de notícias sobre os insucessos passados.

Sei que o ministro Fernando Haddad e o Inep apostaram alto nesse resultado positivo, que a meu ver teve a concentração de competências e esforços da Fundação Cesgranrio, bem sucedida em edições de muitos anos atrás. Não vou promover o fato do sucesso, como se fosse o teste de fogo do atual ministro da Educação, que neste momento está bastante preocupado com a sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo pelo PT, ou que a influência da presidente Dilma Rousseff foi determinante para os cuidados maiores.

Já escrevi em outra oportunidade sobre a opinião de especialistas educacionais e do ex-ministro Paulo Renato Souza, que foi o responsável pela implantação do Enem, criado em 1998, de que a origem da maioria dos problemas do exame nacional estava na mudança do caráter do mesmo. Ele foi concebido para aferir a habilidade e a competência que os jovens deveriam ter no final do ensino médio, porém o governo federal, a partir de Lula, tentou transformar o exame em vestibular nacional, como num estalar de dedos, sem adotar as devidas medidas preventivas para tanto.

Ao final de 2002, o Enem já tinha uma base de dois milhões de alunos; agora conta com quase três vezes mais estudantes inscritos. Pelo que se observa, importa menos a habilidade e a competência da juventude diante da qualidade do ensino oferecido, para seduzir aos milhares em direção à habilitação para as bolsas do ProUni ou para o ingresso nas universidades.

Por fim, confesso que, quando o tema é Educação, reduzo a zero as preocupações de natureza ideológica e partidária. Políticas bem sucedidas para o setor não devem ser descontinuadas. Aposto e quero que dêem certo, porque assim vamos ter um país melhor de fato, com valores privilegiados e uma Nação caminhando sem sustos. Acredito que o ex-ministro Paulo Renato, a quem tive a honra e o orgulho de assessorar no MEC de 1995 a 2002, onde quer que esteja, deve estar feliz com essa percepção e este registro singular.

O seu idealizado Enem está voltando às origens, pelo menos em se tratando da sua organização e aspectos operacionais, da boa notícia. Salve, Educação do Brasil!

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Capital humano nas redes sociais!

Capital Humano em rede.

A criação de uma plataforma para discussão de temas importantes do presente e do futuro para a Capital de São Paulo, com o portal “Sua Metrópole” – http://www.suametropole.com.br – revela o espírito inovador no modo de fazer política partidária no país. Recordo que ouvi essa intenção de FHC, num evento partidário logo após o fim do seu mandato na presidência da República, em 2003, alertando militantes e dirigentes do PSDB para o uso da Internet no conceito de redes e horizontes mais largos.

Com muito atraso, melhor do que nunca, o PSDB vem construindo a sua militância virtual. Nas eleições de 2010, quando Xico Graziano coordenou os grupos de discussão na plataforma “Proposta Serra”, observamos a primeira reação favorável da sociedade, inclusive despartidarizada, no debate de ideias por um Brasil melhor.

FHC falava sobre sair do “nós com nós” e partir para a extensão do partido junto de todos os segmentos da sociedade. As estruturas partidárias são viciadas num modelo cartorial, onde prevalecem dirigentes resistentes em abrir a legenda à participação geral, talvez com receio de perder o controle da máquina política. No PSDB essas diferenças começam a ser corrigidas.

“Sua Metrópole” surge impulsionada pelo passo decisivo do PSDB-SP com a aprovação das prévias para escolher os seus candidatos a prefeitos, nos municípios onde tiver mais de um pretendente. E considero bastante feliz a análise do presidente FHC, nesse momento, ao sintetizar o papel das redes sociais nesse novo contexto e de olho no capital humano das grandes comunidades urbanas: as redes sociais são capazes de aumentar a participação da sociedade, ampliando o debate. Isso gerará forças suficientes para influir nos setores e locais onde as decisões são tomadas.

Captei isso com a câmera de vídeo do meu celular: FHC Democracia 2.0

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Nova abertura dos Portos.

Porto de Santos. Porta para globalização.

Acredito que muitos não leram a notícia de que o Porto de Santos, o maior da América Latina, perderá movimentação de grãos produzidos pelo Norte do país, porque grandes investimentos públicos e privados nos portos de Santarém e Belém (PA) e Itaqui (MA) podem contribuir para isso nas safras de milho e soja de 2012 e 2013, principalmente. Daí por diante não significa que Santos perderá a sua importância estratégica para a economia nacional. Outros produtos de exportação, por essa via, vão exigir investimentos significativos em modernização nas suas operações, em lugar da espetacularização permanente do atual governo federal lulodilmapetista.

Toda perda é lamentada, mas qual a justificativa de um País com as dimensões continentais do Brasil, para viver esse atraso econômico com os custos na competitividade do mercado do agronegócio? A resposta está na ponta da língua: falta de planejamento para desafogar as demandas e incapacidade de cumprir o que embalou publicitariamente com a marca de um Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, muito aquém das anunciadas execuções de obras de infraestrutura.

São Paulo perderá em parte com a redução dessas movimentações portuárias em Santos, de um tipo de comoditie que serve para exigir a contínua manutenção das estradas que cortam o Estado, mas é óbvio que o Brasil poderia ter acelerado essa alternativa de investir no Norte, quando a região se tornou uma zona produtora e deparou com a ausência de infraestrutura de transporte. O quê acontece com países “distraídos” com os movimentos econômicos? Desenvolvimento desigual, desperdício e fracasso.O desenvolvimento tupiniquim vive à base do improviso. E de pensar que a abertura dos Portos às Nações Amigas foi assinada pelo então príncipe regente dom João VI em 1808, representando o primeiro passo do Brasil rumo à globalização. Não radicalizarei a ponto de dizer que desde então pouco se fez, mas posso afirmar que o momento econômico seria melhor capitalizado se os investimentos acontecessem no ritmo da evolução do nosso país.

Lendo a matéria, deste domingo (16) no jornal “Folha de São Paulo”, com o título “Saída pelo Norte vira nova opção ao porto de Santos”, é impossível não reconhecer o atraso da visão nacional para a solução dos problemas e alternativas econômicas. Recentemente, o ex-governador José Serra escreveu que, “no que diz respeito aos interesses do país, o problema principal é a incapacidade do governo federal de fazer as coisas direito e com rapidez em qualquer modelo”. No ritmo atual é possível que os portos do Norte não estejam devidamente preparados para as safras cotejadas.

A falta de infraestrutura é a responsável pelo custo de transporte do Brasil entre a lavoura e o porto, considerado um dos mais altos do mundo, sem falar na ineficiência. Com essa nova direção de projetos do chamado “arco Norte”, que prevêem a criação de corredores de exportação, construção e ampliação de terminais portuários, os custos logísticos do pais logo se aproximarão dos seus dois principais concorrentes, Argentina e EUA, em relação ao mercado europeu.

Concluo, convicto de que o Brasil precisa ter um governo que pense e execute políticas de crescimento econômico que beneficiem o país por inteiro, com maior pressa e precisão.

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