Blog do Raul

Baixada, difícil de ir e vir.

Em função do acidente, na Anchieta, a pista chegou a ser completamente interditada.
Está cada vez pior sair e chegar aqui na Baixada Santista. Faço isso com regularidade desde 1981, quando fui trabalhar em São Paulo. Durante quase 15 anos fiz isso de ônibus, da ponte rodoviária, porque não conseguia conciliar os meus horários com os fretados. Sempre trabalhei em horários incomuns. E quando havia apenas uma pista da Imigrantes, dependendo do período do ano, gastava de quatro a cinco horas somente com a estrada, como passageiro. A partir do momento em que passei a usar o meu próprio carro me privilegiei do conhecimento de todas as rotas alternativas para sair e chegar à nossa região.

Quando a segunda pista da Imigrantes ficou pronta, apesar de todos os alertas feitos em relação às obras viárias complementares nos municípios da região, o caos se instalou em nossas vidas de viajantes.

Ficou muito mais rápido o deslocamento entre São Paulo e a Baixada e vice-versa, mas os gargalos nos acessos a São Vicente, Cubatão, Santos e Guarujá são um horror. Quando há um acidente ou então quando se verifica o período de safras e movimentações maiores de caminhões no Porto de Santos, Cubatão e Guarujá, somos impedidos de chegar em casa. Uma sensação de descaso, porque somos obrigados a buscar alternativas inseguras. As rotas alternativas nas duas marginais da Anchieta, por exemplo, são descuidadas, principalmente a Avenida Bandeirantes, que liga o Saboó e a ponte do Rio Casqueiro. Segunda-feira (23 de abril) fugi por ali, quando do acidente com a carreta na Anchieta. Mas na altura da Vila dos Pescadores havia outro caminhão tombado e fui surpreendido. Daí não há como superar o empecilho, a não ser retornando, tomando a Avenida Nossa Senhora de Fátima e de lá saindo por São Vicente pela Imigrantes.

Nesse trânsito busco informações nas emissoras de rádio local. Tarefa inglória, porque as emissoras regionais não produzem programas de trânsito com toda a movimentação atual. Então a informação não se dá por esse meio. Busco no twitter, o perfil da Ecovias, atualmente online e interativo. “Converso” muito com eles, perguntando sobre problemas com o trânsito e até informando sobre túneis apagados e acúmulo de lixo nas margens, principalmente pedras, porque os informativos/paineis eletrônicos se resumem a dizer acidente no km tal, trânsito lento no acesso genérico a tal município ou chegada a São Paulo.

Isso não é vida. Chego a pensar em me concentrar totalmente aqui, produzindo via Internet, mas ainda há necessidade de reuniões presenciais e infelizmente do stress das estradas.

Se os prefeitos da região não adotarem saídas metropolitanas, para resolver os gargalos em cada uma das suas entradas, não haverá um motorista isento de um stress doentio. Tenho um GPS no meu cérebro. Mas as dificuldades com o excesso de veículos aumentam os nossos riscos no trânsito, ou melhor, na falta de trânsito, nos congestionamentos irremediáveis. Isso é urgente, e já se falam em aumentar o número de acessos à região pela Estrada de Parelheiros, Itanhaém, ou com a terceira pista da Imigrantes. Não sei, mas não me cabe falar do sonho da volta dos trens de passageiros ou de voltar aos ônibus da ponte ou fretados. Não sou masoquista. Quero ter a qualidade de vida completa na Baixada Santista e as soluções estão mercê de quem decide, em todas as esferas de governo. Cada um pode fazer um pouco. Quero viver de maneira saudável, segura e ter a minha integridade física preservada! E não tenho dúvida que esse é o desejo de todos quantos precisam buscar oportunidades melhores além daqui.

Foto: jornal ‘A Tribuna’ de Santos.

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1 comentário em “Baixada, difícil de ir e vir.”

  1. Desenvolvimento com políticas ambientais sustentáveis, não são coisas antagônicas. Qualquer pessoa com um mínimo de noções culturais sabe que investimentos em transporte, saneamento básico, urbanismo e infra-estrutura só trazem o progresso por onde passam. Os fatos refletem isto, o atual rodoanel sul não permite ligações periféricas secundárias em seu contorno, e que atravessa inúmeros mananciais, e o futuro norte estão levando em conta estas importantíssimas questões. Com todo respeito, acreditar que o único caminho viável é deixarmos do jeito que está, é no mínimo falta de informação.
    Dentre as obras do PAC, uma que deveria estar incluída e ser priorizada é ligação rodo ferroviária Parelheiros–Itanhaém, uma vez que o porto de Santos ultrapassou seu limite de saturação com filas de navios em de mais de 60 unidades, das quais podem ser avistados da Vila Caiçara em Praia Grande, além de que a Via Anchieta por ser a única via de descida permitida para ônibus e caminhões tem registrados congestionamentos e acidentes graves semanalmente, como este de hoje 22/02/2013 em que uma trompa d’agua na baixada paulista deixou o sistema Anchieta / Imigrantes em colapso, e o transito só foi restabelecido na madrugada do dia 24 seguinte, e em épocas de escoamento de safras também a Dom Domenico Rangoni (Piaçaguera–Guarujá) se torna congestionada diariamente, ao contrário da Manoel da Nóbrega, onde somente se fica com problemas em épocas pontuais na passagem de ano, ao porto de Santos, e os futuros portos de Itanhaém / Peruíbe.
    Acredito também, como munícipe, que a estrada mitigaria as condições de estagnação que as cidades vivem, com ruas sem pavimentação, ocupação desordenada do solo, entre outras. Uma ligação da cidade com a região sul da capital traria muitos benefícios, fornecendo mais opções, melhorar a qualidade de vida dos moradores da capital e baixada. Muitas pessoas voltariam a fixar na cidade, inclusive eu. A cidade poderia nos dar mais retorno frente aos impostos que pagamos. Investimentos em Parques Temáticos, Porto, Aeroporto, Ferrovia ligando com a existente, enfim muitos projetos que alavancariam a região como um todo, bem como o desenvolvimento global de toda a região.
    Enquanto outras cidades turísticas litorâneas avançam principalmente no norte fluminense, Itanhaem, Mongaguá e Peruíbe se voltam ás primitivas cidades sazonais caiçaras sem interesse em desenvolvimento e com metas e avanços financeiros presentes apenas nas mãos de alguns.
    Já passou á hora de ver nossa geração e de nossos filhos se enraizarem na região com bons empregos e educação ao invés de tentar uma melhor condição social em São Paulo, pois Santos também já ultrapassou o limite de saturação.
    Com relação Parelheiros, esta região rural situada ao sul do município de São Paulo, a região que possui uma carência de saneamento básico, ajudaria enormemente uma fiscalização, urbanização e preservação dos seus mananciais.
    Sinto que o potencial destas cidades não são utilizados, com foco noutros que beneficiam uma minoria retrógrada. Não vejo senão, o apoio irresponsável e egoísta aos interesses escusos.

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