A CPMF se foi. PT saudações!
Toda mídia deu muito destaque às negociações do governo Lula para prorrogar o imposto do cheque (CPMF). As opiniões foram divulgadas em doses cavalares, com prós, contras e até alguns "muito pelo contrário". Sempre se soube que o atual governo é meio competente e que negocia como um elefante numa loja de cristais. Deu no que deu: não conseguiu os votos necessários para continuar pressionando para cima a já imensa carga tributária. Quem sabe, agora, essa energia poderosa do governo e o estado de "comoção nacional" com o fim da CPMF não ajudam a pautar uma verdadeira reforma tributária?
Esse debate foi politizado e os defensores da situação governamental ficaram divididos uma hora vestidos de cordeiros e outra de lobo. A essa falta de transparência e honestidade de princípios, a resposta veio na forma de uma derrota. Acho ruim para o Brasil cheio de boas intenções, inclusive com a aventada destinação integral da arrecadação da CPMF para a saúde, como sonhava o médico Adib Jatene nos primórdios do tributo. Mas positivo para chamar os atuais governantes à responsabilidade e à eficiência administrativa, principalmente para cortar gastos públicos à exceção da saúde, educação e segurança.
Ninguém fará coro para cumprimentar vencedores nesta batalha contra o governo Lula. Se fosse o contrário, Lula e seus quejandos, teriam feito piquetes nas portas do ministério da Fazenda, do Congresso Nacional e não dariam os seus braços ao presidente da Fiesp, Paulo Skaf, por uma questão das diferenças entre o capital e o trabalho. Se vencessem, como os tucanos e democratas, haveria palco na Avenida Paulista (Capital) e também na Praça da Independência (Santos).
A CPMF se foi. O governo não terá à sua disposição em 2008, R$ 40 bilhões pululando no seu caixa, para aumentar o número de beneficiados com o Bolsa Família, continuar as suas metas radicais de superávit primário, enxertar os PAC’s isso e aquilo, ampliar a compra de vagas nas escolas particulares, exorbitar com os cartões de crédito corporativo da presidência da República, pagar emendas orçamentárias da sua base aliada, enfim, governar com lucro e não garantir a real emancipação dos nossos conterrâneos pobres.
Isso afetará os Estados mais produtivos do Brasil, como São Paulo e Minas Gerais. Mas tenho confiança total no taco dos seus comandantes, porque competência não lhes falta para sair desse gabinete de crise denominado governo Lula, com os seus aprendizes de feiticeiros.
Sou defensor intransigente do diálogo. Exercito isso em casa, onde milito e advogo minhas convicções antes de ganhar as ruas e a sociedade. Talvez, a maior lição desse processo político que acabamos de testemunhar, na plenitude da democracia representativa, é que as chances ao diálogo foram colocadas e detalhadas. Mas nunca antes na história deste país se viu um governo tão arrogante e hostil. Leiam, se ainda tiverem interesse no assunto, as opiniões dos principais líderes do governo e governistas.
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