Yeda, política sem “teflon” !
Por muitos anos, PT e Porto Alegre eram sinônimos. Rio Grande do Sul e terra de machos também. Daí surgiu Yeda Crusius, PSDB e mulher, que desde o primeiro dia do seu governo dizia que o seu objetivo de zerar o déficit não era por uma razão contábil, mas uma decisão política para servir ao povo gaúcho. Os aliados que conseguiu para vencer as eleições em 2006 queriam outras coisas para garantir a governabilidade. Mas, felizmente (ou não, dependendo do campo de visão) faltou a Yeda, ex-ministra do planejamento e deputada federal, habilidade para impor os seus planos e programas, rejeitando o jeitão normal de fazer política no Brasil. Vitoriosa, porque não tinha rejeição, enfrenta agora a reação dos mais rejeitados.
Inflexível, "cabeça-dura", sobrou a Yeda Crusius pagar um elevado preço para tentar a superação do preconceito e do fato de que o seu PSDB sempre foi um partido nanico no Estado gaúcho. Não fazer concessões aos "aliados" significou e ainda significa concentrar as suas energias mais positivas para desmontar minas e carregar os piores estigmas, porque ela é uma das raras figuras políticas brasileiras em que o "efeito teflon" não lhe serve, curiosamente.
No último final de semana, Yeda foi alvo de denúncias que alimentam o noticiário nacional desde as brigas que teve com o seu vice-governador, com a base de sustentação na Assembléia Legislativa e com alguns membros do seu próprio governo. Hoje à tarde ela assistiu a uma manifestação de protestos na região central de Porto Alegre, composta de estudantes, servidores públicos e professores querendo o seu impeachment. Esse evento foi organizado pelo Centro de Professores do Estado, que veiculou comerciais em sete emissoras de TV durante o horário nobre e que foi acompanhado com sorrisos lulopetistas no canto das bocas.
Acontece que, em julho do ano passado, depois de provocar desgastes à governadora, uma CPI na Assembléia Legislativa gaúcha, que investigava os desvios atribuídos a Yeda e à sua equipe de governo, concluiu relatório isentando-os de qualquer responsabilidade com os fatos. Agora, a mesma oposição, liderada pelo PT, quer outra CPI, no penúltimo ano da sua gestão, quando muitos políticos acham que Yeda está derrotada e parece um gato morto.
Convivi e conheço há muitos anos a governadora Yeda Crusius. Ela tem uma história de respeito e sempre foi uma militante obstinada e franca com a mudança nos rumos do Brasil. Acho que ela vai esclarecer essa situação e se reelegerá, de modo que possa empreender um governo sem o déficit que atormentou o Rio Grande do Sul por mais de 30 anos. Também acho que ela ainda conta com uma defesa tímida por parte de seus companheiros do PSDB, até que se prove o contrário, o quê, convictamente, acredito que em breve vai transparecer !
Força, Yeda, sempre !
Yeda, política sem “teflon” ! Read More »
Está virando moda a determinação do toque de recolher para as crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade. Três cidades do Interior de São Paulo já adotaram essa medida, que é interpretada como um gesto de proteção, dado o risco e o envolvimento deles em casos de furtos, consumo de álcool e drogas, prostituição e lesões por violência de toda ordem. Mas essa questão divide opiniões, num momento em que é fundamental às três esferas de governo pautar logo a necessidade de reverter o passivo da falta de políticas públicas para a infância e a juventude. O debate ensejará duas instituições essenciais para se obter as melhores respostas e soluções – a família e a educação.
Quem não se perguntou sobre o volume do dinheiro movimentado com a crise econômica mundial, as cifras altíssimas dos saques na boca do caixa à época do mensalão em Brasília, os dólares na cueca do assessor parlamentar, as malas do pastor, os gastos com bilhetes de avião ? Exceto os funcionários da Casa da Moeda de todos os países e os tesoureiros de caixa dois de algumas campanhas eleitorais, creio que poucos conseguem imaginar o espaço que essa dinheirama ocuparia fora da sua própria carteira. Então, compartilho com os leitores habituais deste blog, um texto excepcional do jornalista Paulo Schiff, que fez esses cálculos para responder a dúvida de seu filho mais velho: "O trilhão de dólares cabe na sala ?"
Não sei se o momento tem a ver com a mudança de posição da lua, mas as últimas informações vindas de Brasília são de lascar a nossa dignidade: primeiro, o palavreado do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), relator do processo contra o seu colega deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), dono daquele já famoso castelo mineiro, ao revelar que vai preservá-lo e "que se lixe a opinião pública". Segundo, o arquivamento, pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, da ação contra os petistas Delúbio Soares e José Genoíno; benefício estendido também ao publicitário Marcos Valério. Lixemo-nos todos com esse espetáculo de arrogância e hipocrisia, sem um cara-pintada para protestar, porque UNE, CUT e MST estão na conta do lulopetismo.
Em busca de uma agenda positiva, que remova o Congresso Nacional do atoleiro em que se encontra, o tema Reforma Política ressurgiu entre os parlamentares, sem qualquer link com a sociedade ou com as suas entidades representativas. Recentemente uma pesquisa divulgada pela Folha indicava o desprezo da juventude pela vida partidária e um dos ítens mais festejados pelos partidos da base lulopetista é o voto em lista, que apenas serve para legitimar a força dos burocratas partidários, que aceitam filiações em massa e podem conduzir os partidos como balcões de negócios ou como meras siglas de aluguel, não se importando com esse descrédito. Acho inaceitável essa manobra, produzida logo após as confissões de Fernando Gabeira, Eduardo Suplicy e do presidente Lula da Silva, sobre o uso dos seus bilhetes de aviação por terceiros, a exemplo da grande maioria parlamentar em Brasília.
Não tem a solução dos problemas, mas a resposta fácil está sempre na ponta da língua do presidente Lula. Alguém já esqueceu o tratamento que ele deu à crise econômica mundial, quando a chamou de "marolinha" ? E agora, quando todo mundo vigia os espirros à sua volta, com medo da "gripe suína", o mesmo Lula minimiza com uma informação que interessa ao Mundo: "o país tem remédios para enfrentar a situação". Confesso que estou mais tranquilo com essa informação do preparo antecipado da saúde pública nacional (sic).
Há 100 anos, dia 28 de abril de 1909, entrava em operação a primeira linha de bondes elétricos na Baixada Santista, num trajeto que ligava Santos a São Vicente. Desde 1971 eles não fazem parte da paisagem santista, exceto a linha turística que em 2000 voltou a circular pelas ruas do Centro de Santos, desde a Praça Mauá para uma viagem ao passado histórico da cidade. Pela vontade política do governador José Serra a região pode reconquistar um outro meio de transporte ferroviário, o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, refazendo o itinerário Santos-São Vicente, para depois estender a Cubatão e o Litoral Sul. Durante as comemorações do centenário, na próxima quarta-feira (28), um novo livro do jornalista e escritor Sérgio Willians, intitulado "Bondes de Santos", conta a história romanceada de uma família que sonha com a volta dos bondes.
Para conhecer mais sobre o livro de Sérgio Willians, "Bondes de Santos", visite o site
O retrato da violência contra passageiros na estação de Madureira, no Rio, foi uma singela representação do tratamento que alguns governantes dão ao transporte público no país. Podem parecer simbólicas as cenas de agressão a socos e chicotadas pelos agentes de controle, que atuam no local para orientar o embarque dos clientes, mas sem dúvida elas dramatizam a realidade de pessoas que viveriam praticamente isoladas e sem oportunidades de trabalho não fossem os superlotados ônibus e trens nas regiões metropolitanas brasileiras. Em contraposição, avenidas perimetrais e ruas estão atoladas de carros que poderiam ficar estacionados em bolsões nos terminais rodoviários e estações ferroviárias.