Se depender do PSDB, chega de CPMF !
Está decidido: os senadores tucanos repetirão os votos contrários dos deputados federais do partido, em relação à PEC do governo Lula, que quer prorrogar a CPMF até 2011. O gesto do PSDB, de dar ouvidos aos mensageiros do governo, para tentar mudanças, inclusive resgatando o objetivo original do imposto do cheque, de financiar a Saúde, causou o descontentamento de simpatizantes do partido e de cidadãos cansados de tanta espoliação. A CPMF nasceu no governo FHC, numa época de crise fiscal. Se realmente for rejeitada, a Reforma Tributária terá finalmente a sua vez.
O governo federal em nenhum momento hesitou em reservar recursos para garantir o superávit primário, e voluntariamente deixou de investir nas suas obrigações essenciais – educação, saúde, saneamento, habitação, infra-estrutura. Os ventos favoráveis da economia mundial foram desdenhados pelo lulo-petismo, que não tinha outra visão senão a de ficar alimentando o assistencialismo, com as políticas compensatórias do PT e dos seus aliados. Aliás, políticas eleitoreiras, porque não emancipam os cidadãos dependentes das bolsas isso e aquilo, mas servem para alimentar o sonho da re-reeleição presidencial.
Leio sempre as seções de cartas dos jornais e revistas, e os leitores davam o seu veredito: chega de impostos, chega de CPMF. Ou então: que o PSDB não deveria estar conivente com o governo na aprovação de um imposto cuja arrecadação chega bem parcial ao seu verdadeiro objetivo.
Relembro a declaração da cientista social Lourdes Sola, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, sobre as diferenças entre a comunicação do PSDB e do PT: o PSDB tem vergonha de propagandear os seus feitos e um medo danado de ser confundido com um partido de direita. O PT, que é especialista em se apropriar dos feitos dos outros, espertamente, cobra do PSDB coerência e o compromisso com a governabilidade.
É muito difícil conciliar política e escrúpulos. Talvez por isso o PSDB mostre, algumas vezes, tanta condescendência com o PT e o governo Lula. O povo brasileiro é mais importante que tudo. Quem me conhece sabe que este não é um mero exercício de retórica. Também não configura num gesto do tipo "para não dizer que não falei de novo" contrariamente a CPMF. Registro, conscientemente, que a recíproca não será verdadeira.
Valeu muito a decisão política da Comissão Executiva Estadual do PSDB-SP, de revelar à direção nacional do partido, que esperava dos senadores, a mesma postura dos seus deputados federais.
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