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Gays ficam sem opção em Santos.

O poder de consumo dos homossexuais vem crescendo consideravelmente. Essa tendência pode ser observada com o volume de dinheiro que circula nos municípios que promovem eventos que levam a bandeira da causa gay. No entanto, ainda há muita resistência da própria iniciativa privada em investir dinheiro e associar suas marcas a este estilo de vida. A afirmação é de Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia, longe dele ter lido a matéria da jornalista Patrícia Diguê, de A Tribuna de Santos, intitulada "Santos falha em mercado para público GLS", no último domingo.

No texto inicial, Patrícia faz a seguinte constatação: "Santos não está preparada para lucrar com o pink money (dinheiro cor-de-rosa), porque oferece raras opções de lazer e entretenimento para este segmento, que, conforme pesquisas, gasta mais que os heterossexuais". Ainda de acordo com a matéria, "Santos é vista, pelos próprios gays, como uma cidade conservadora, que não tolera estabelecimentos voltados para os homossexuais. Quando surge um bar novo, a vizinhança faz de tudo para fechar".

Há um sentimento unânime sobre Santos, que tem se caracterizado como um dos municipios mais aprazíveis do Brasil. Depois das primeiras notícias sobre a recuperação parcial da balneabilidade das suas praias (no início dos anos 90), da construção da segunda pista da Rodovia dos Imigrantes, da recuperação do seu centro histórico e da reurbanização da orla marítima, e agora com as excelentes perspectivas anunciadas pelo Programa Onda Limpa da Sabesp (que ligará e tratará 95% dos esgotos da Baixada Santista), aumenta a cada dia o interesse das pessoas em usufruir o máximo da cidade.

Por causa do meu trabalho em São Paulo, subo e desço a Serra, diariamente. Quando justifico que moro em Santos há sempre uma exclamação de prazer: ___ nooosssa, ainda vou viver na sua cidade, mas não sei se antes ou depois da aposentadoria.

Essa intenção vale muito para uma cidade, que mantém a sua vocação turística sempre em evidência nos últimos tempos. Mas Santos revela também que ainda não está pronta para receber turistas de todas as origens. Mesmo com o mercado imobiliário vivendo um verdadeiro "boom", com a proliferação de construções em quase todos os seus bairros; a rede hoteleira ainda deixando a desejar, num evidente contraste com os seus centros comerciais, bares e restaurantes.

Retratei cenas da realidade regional, para tentar uma explicação sobre o sucesso de outros centros turísticos, num esforço comparativo. Afinal, qual o perfil do turista que visita Santos? Será que os responsáveis pelo turismo local desconhecem o fato que São Paulo, quando realiza a sua Parada do Orgulho Gay atrai cerca de 600 mil turistas, que vêm para participar da manifestação, fazer compras e se divertir nos bares, restaurantes e casas noturnas paulistas?

Na matéria de A Tribuna, a secretária de Turismo de Santos, Wânia Seixas, disse que o assunto não é recorrente na secretaria. E acredita que o poder público não tem a função de incentivar a criação de opções de lazer para o público GLS: "Acho que tem que ser algo natural. Aliás, acredito que criar locais específicos para os gays é uma forma de discriminar. Santos não é uma cidade preconceituosa, recebe qualquer tipo de pessoa".

Fica evidente que Santos está despreparada para receber qualquer tipo de pessoa. Basta observar o receptivo da cidade aos passageiros que chegam nos transatlânticos ou que chegam antes para embarcar depois nos seus cruzeiros e sonhos. Porque a própria Baixada Santista vive um momento de identificar e instrumentalizar o seu potencial turístico, conforme destaca Lúcia Maria Teixeira Furlani, presidente do Santos e Região Convention & Visitors Bureau, inclusive para desenvolver projetos para incentivar atrações mais segmentadas.

Enfim, conservadora ou preconceituosa, ao que parece, Santos não pode ficar alheia da realidade ou exilada em um armário, infeliz por não conseguir superar as suas diferenças. Até quando os gays ficarão sem opção em Santos?

Números sobre o perfil do público gay, para o planejamento estratégico, obtidos do Censo GLS, promovido pelo Instituto de Pesquisa e Cultura GLS:

18 milhões de brasileiros são gays, 10% da população;

30% é o que eles gastam a mais do que os héteros;

40% estão em SP, 14% no RJ, 8% em MG e 8% no RS;

36% são da classe A, 47% da B e 16% da C;

57% tem nível superior, 40% médio e 3% ensino fundamental.

 

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CPMF garante terceiro mandato a Lula !

Não me esqueço das piadinhas do Casseta & Planeta com o presidente FHC, a quem denominavam Viajando Henrique Cardoso. O próprio Lula soltava as suas ironias a respeito, quando era questionado e tergiversava sobre a falta de apoio do PT ao Fundef, à Lei de Responsabilidade Fiscal, à prorrogação da CPMF. Segundo levantamento feito até setembro, o agora presidente Lula comemorou a façanha de ter visitado um país a cada 10 dias, portanto, em 2007, esteve em 24 países diferentes, ficando fora do Brasil em 46 dos 268 dias do ano. Leia atentamente este texto, que você entederá o título! 

Desde que assumiu a presidência, em 2003, viajou 128 vezes para outros países, muitas vezes perdoando dívidas e "fazendo empréstimos" para países pobres. Para o professor Alcides Costa Vaz, especialista em relações internacional da Universidade de Brasília (UnB), "o aumento do número de viagens é uma consequência natural da crescente exposição do país aos processos e às estruturas internacionais e da diversificação de nossos interesses".

Hoje vivemos a perspectiva de futuro que desenhamos a partir do lançamento das bases do Plano Real, em 1994. O Brasil vem desencadeando ações que foram possíveis, graças àquele desempenho. Mas isso, quando relembrado agora, transpira como se fosse um chororô, porque nunca tivemos na história deste país uma situação tão positiva, favorável. No ano passado, quando o cenário internacional mostrava um autêntico céu de Brigadeiro, o país sob o governo Lula ainda comemorava os esforços para garantir o superávit primário, da velha agenda monetarista que encerrou os primeiros cinco anos da estabilização econômica.

O Brasil não viu a cor do dinheiro para novos investimentos nesse período. Mas anteviu, pós eleição de 2006, que o novo governo de Lula decretaria a aceleração do crescimento do país, por meio de PAC’s para tudo. Desde então, não faltam solenidades no Planalto e pelos Estados, anunciando volumosas somas para saneamento, habitação, estradas. E por onde andarão os recursos que "vieram prioritáriamente das empresas estatais e de bancos privados", conforme sempre anunciam petistas e seus aliados? Talvez na publicidade oficial do governo federal.

Então, retomo um assunto recorrente: a arrecadação de R$ 40 bilhões/ano da CPMF, se por acaso ela for mesmo prorrogada até 2011. Essa dinheirama vai abastecer a saúde, pano de fundo para o setor a que foi realmente criada, e distribuída cândidamente aos programas sociais, que são a vitamina dos votos de Lula que NÃO QUER NEM OUVIR FALAR EM TERCEIRO MANDATO (tsk, tsk).

Brasileiros pagaram R$ 435 bilhões em tributos de janeiro até setembro deste ano; só de CPMF, o imposto do cheque, foram R$ 26,9 bilhões. Nos 273 dias desse período, os cofres públicos receberam diariamente R$ 1,59 bilhão, inclusive nos finais de semana.

Durante a última semana fui questionado porque pareço radicalmente contra a prorrogação da CPMF, se isso não prejudicaria os governos do PSDB, além de alimentar a cizania do partido. Então respondo, fazendo também minhas as palavras do próprio líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Carlos Pannunzio: "Os governadores temem que se a CPMF não passar, o governo vai retaliar nos convênios e repasses para os Estados. Mas a CPMF é uma QUESTÃO DA OPOSIÇÃO E NÃO DE BANCADAS".

 

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“Apagão”, coisa do passado, que ironia !

A chancela de governo do "apagão" energético é sempre fixada nos tucanos, pelos petistas e aliados do governo Lula. Esse "prazer" não resiste a um debate, repetindo o mesmo comportamento quando eles colavam, desde o segundo turno presidencial em 1989, a pecha de "PSDB – partido em cima do muro". Então trago para a reflexão, a última decisão da Petrobrás de reduzir em cerca de 20% o volume de gás natural fornecido às companhias distribuidoras do Rio e de São Paulo, para abastecer mais as usinas térmicas e evitar novo risco de apagão. Os "mui amigos" do Brasil, Evo Morales (Bolívia) e Hugo Chávez (Venezuela) devem estar rindo à toa da "auto-suficiência" da Petrobrás e isso diz respeito a todo o povo brasileiro.

Mas a decisão da Petrobrás não resistiu um dia, graças à uma ação judicial que impediu o racionamento. A Petrobrás não tem como atender à alta na demanda de gás e imagino que essas dificuldades aumentam agora, quando os maiores níveis hierárquicos da empresa foram subordinados ao loteamento político, abrindo um franco questionamento sobre a competência para administrar essa crise. A questão não é ideológica, mas de competência gerencial para uma decisão correta do governo.

Há um acordo entre a Petrobrás e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pelo qual a prioridade é o abastecimento das termelétricas. Tudo isso sem prazo e sem planos para terminar. Os avisos climáticos estão cada vez mais claros, a situação hidrológica por mais acordo que se faça com São Pedro é preocupante, porque diminui assombrosamente o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas. E toda vez que for necessário priorizar as usinas térmicas, faltará gás para as indústrias e os veículos. Chega de soluções meia-boca; o país não pode continuar improvisando.

A melhor prova do despreparo das autoridades do setor para lider com a gravidade da situação veio em forma de multa, em julho, no valor de R$ 84,7 milhões, da Aneel à Petrobrás, porque a estatal não elevou a oferta para as térmicas como foi pedido pela agência. A Petrobrás não tinha gás suficiente para atender às 13 usinas térmicas básicas do sistema ao mesmo tempo, caso necessário.

O amigo de Lula, Evo Morales, responsável pela instabilidade boliviana desestruturou o mercado brasileiro, forçando a Petrobrás a acelerar a exploração do gás da bacia de Santos e a se preparar para ofertar gás liquefeito de petróleo. O fantasma da escassez, conforme destaca o editorial do jornal Valor Econômico, se instalou no horizonte e o corte para Rio e São Paulo fazem parte dessa cadeia de contingências, "para a qual não há saídas milagrosas nem rápidas".

Durante o governo FHC houve um grande aumento no consumo, principalmente de eletro-domésticos. Além disso as indústrias e agronegócios puderam se modernizar renovando maquinário, devido ao câmbio favorável. Isso tudo causou um aumento no consumo de energia elétrica que não fora previsto. Os dois últimos anos do governo FHC tiveram uma das maiores ausências de chuvas das últimas décadas. Como no Brasil 90% da energia consumida provinha de hidrelétricas, o resultado foi um apagão de quatro horas, seguido por um período de racionamento de energia.

O fato é que o governo tucano, apesar de ter agido tardiamente, agiu. Rapidamente criou-se o Programa Emergencial de Aumento de energia no País, que previu a ampliação e a construção de 20 novas hidrelétricas, 41 usinas termoelétricas e a construção de 5.707 quilômetros de linhas de transmissão. Dentre outras ações.

E lá se vão cinco anos de lulo-petismo, com "apagão" rondando agora sobre a sua canga… Irônico, se não fosse trágico! 

 

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CBF dá lições de “patriotismo” !

Confesso que tenho dificuldade em distinguir o quê é mais oportunista entre propor a criação de uma CPI mista para investigar a relação "Corinthians-MSI" no dia do anúncio da Copa 2014 no Brasil, e a retirada de assinaturas dos 71 deputados federais e três senadores. Comentei antes, que a imagem histórica de Zurique só foi possível porque se tratava do futebol, uma das poucas unanimidades nacionais. Pus dúvida na repetição dessa unidade na aprovação da CPMF e, nos dias seguintes, foram observados movimentos fortes no Senado, para o imposto do cheque, e nos Estados, para privilegiar estádios e perspectivas econômicas com a Copa do Mundo.

Penso que a oposição deveria estar bem unida em relação aos propósitos do Governo Lula, sem divisões na questão da CPMF e sempre alerta e operante para repudiar a re-reeleição do presidente. Emissários do governo repetem o refrão de que ninguém está autorizado a pautar o tema "terceiro mandato", no Congresso Nacional ou em qualquer outro lugar. Claro, se o governo disse com todas as letras que a CPMF é fundamental para manter principalmente os programas compensatórios, bolsa isso e bolsa aquilo, sobrando ainda recursos para o PAC isso e PAC aquilo, re-reeleição na mesa, agora!? Isso atrapalha, porque alertaria a oposição.

Nesse cenário, em que o Brasil discute o seu futuro, passando pela própria sucessão presidencial (é preciso ressaltar que foi o presidente da República, quem trouxe o tema sucessão para a mídia, na sua entrevista ao jornal Folha de São Paulo; seguido do ministro Mantega, que enalteceu a CPMF inclusive para os presidenciáveis do PSDB), a parceria Corinthias-MSI viraria tema na agenda nacional? É brincadeira! Há que se investigar, mas o caso é de polícia federal, ministério das Relações Exteriores, Poder Judiciário, e não de espetáculo midiático.

Com todo o respeito aos seus autores, figuras políticas distintas e sérias num Congresso vexado, mas a atuação da CBF para a retirada das assinaturas do requerimento da CPI, ainda vai ser proclamada, como nunca antes na história deste país, de PATRIÓTICA!!! Imaginem só, a movimentação do cartola Ricardo Teixeira contra a proposta, a pretexto de não causar problemas para o Brasil como sede da Copa, ainda pode resultar no desejo de alguns para que faça parte, inclusive, de uma chapa presidenciável (sic). Bata três vezes na madeira, porque não sou pitonisa.

A CBF investiu milhões nas campanhas eleitorais de candidatos a deputado e a senador, em 2002 e em 2006. Então seria "legítimo" cobrar a contrapartida da posição de não investigação parlamentar, sobre as ações da CBF e dos seus associados. Mas o discurso sobre os prejuízos para a imagem do Brasil, para confirmar 2014, justifica até o oportunismo de deputados e senadores que vão alegar que tomaram a iniciativa porque também são patriotas.

Por fim, uma sugestão aos idealizadores da CPI mista: vamos criar uma comissão permanente de fiscalização e acompanhamento do projeto Brasil 2014, para que tudo seja transparente e não sobrem mais dúvidas, por conta do exemplo recente dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro, quando tudo ficou mais caro, mas valeu porque era uma emergência! Perguntar não ofende: o TCU já aprovou as contas do Pan?

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Brasil unido pela Copa 2014, e a CPMF ?

A imagem do presidente Lula, cercado de governadores, ministros e personalidades do esporte e da cultura, em Zurique, entra para a história com a confirmação da realização da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, no Brasil. Para um populista inveterado, como Lula, no país do futebol, nunca antes na história deste país houve tamanha união em busca de um objetivo comum. De volta a Brasília ele vai descobrir que ainda não pode reproduzir essa mesma fotografia e garantir a aprovação da CPMF. Ou ele convenceu também os governadores para esse foco?

O ministro Guido Mantega ficou longe de Zurique, correndo contra o tempo para cabalar os votos que precisa e depende, no Senado, do mesmo PSDB que na Câmara dos Deputados deu de ombros aos apelos governistas. Se houvesse uma consulta aos tucanos, com certeza haveria de pronto um sonoro NÃO! ao governo petista.

Quando a CPMF foi criada para abastecer de recursos a desmilinguida saúde, não havia discurso ou palavras de convencimento aos petistas. Essa história de Lula, no seu programa semanal de rádio, dizer que uma coisa é o partido e outra a Nação, de longe é identificada como conversa para boi dormir. Infelizmente (ou felizmente para o Brasil!?), Lula sabe que esse expediente sensibiliza tucanos, porque a governabilidade sempre tem prioridade e a oposição fica para depois.

O povo não entende assim, esse comportamento de parecer responsável soa mal. Se o PSDB está na oposição, que a situação encontre mecanismos possíveis de governar e obter os recursos que precisa de outra forma. Mas o PSDB também governa e pode voltar a Brasília em 2011. Daí essa confusão "mental" do PSDB, a confundir o parlamento e expor para a sociedade a existência de dois partidos, um da Câmara e outro do Senado.

A enquete ao lado é mais clara. Enquanto Lula também corre para montar a sua fotografia de unidade em torno da CPMF, nós, cidadãos, vamos nos acumulando na única oposição!

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Lições de um pequeno “deputado” !

No meio de tantos comportamentos decepcionantes na vida pública brasileira, péssimos exemplos para os nossos filhos, e de um apelo uníssono por mudanças e pela reação da sociedade, ouvi uma voz infantil impregnada de lucidez. Sábado ao meio dia, na fila de espera de um lava-rápido em Santos, Pedro Augusto de Carvalho, 10 anos de idade, potiguar, deputado-mirim participante do Projeto Plenarinho da Câmara dos Deputados, era o entrevistado do programa "Revista da CBN" e respondia com distinta sabedoria sobre a sua experiência no mandato de apenas um dia.

Reclamou de início, pelo fato de ter acordado muito cedo para se vestir com terno de criança e tomar posse na Câmara. Logo a apresentadora da CBN, Tânia Morales e alguns ouvintes por e-mails e telefonemas, comentaram que isso ocorre na vez das crianças, porque os deputados de verdade chegam mais tarde quando não se ausentam do plenário em momentos importantes.

O projeto Plenarinhowww.plenarinho.gov.br – é uma escola infantil para estimular a formação de novos cidadãos mais conscientes dos seus direitos e deveres. Crianças de todo o Brasil, estudantes como o Pedro Augusto, tem a oportunidade de viver o quê é o trabalho de um deputado. Em São Paulo, a experiência também obtém muito sucesso na Assembléia Legislativa e é conhecida por Parlamento Jovem.

Mas Pedro Augusto não teve censura para nos tocar com os seus comentários, sobre democracia, papel dos deputados, projetos úteis, gosto pela política. Confessou que pelos corredores do Congresso Nacional cruzou parlamentares envolvidos em escândalos e quis saber os porquês. Por essa razão disse que temia pelo fim da democracia em nosso país, porque com tantos maus exemplos o regime poderia mudar.

Durante a participação no Plenarinho, as deputadas-crianças apresentam projetos de leis, como se fosse um trabalho de final de curso; Pedro Augusto elaborou proposta para assegurar às crianças que vivem em orfanatos, prioridade de matrícula em escolas públicas. No seu caso, o projeto tomou forma para valer, porque o cantor-deputado Frank Aguiar (PTB-SP) se inspirou na idéia do deputado-mirim do Rio Grande do Norte e propôs o estabelecimento de prioridade da matrícula em escola pública de crianças e jovens na faixa etária de 0 (zero) a 17 anos, residentes em abrigos, orfanatos ou instituições assistenciais.

O menino elogiou a iniciativa do deputado, que no seu modo de ver melhorou a sua idéia. Para Pedro Augusto, os deputados apresentam muitos projetos inúteis e justificou sua opinião mais ou menos assim: "Se os deputados se colocassem um pouco no lugar da gente, quem sabe eles poderiam propor projetos que serviriam mais para as pessoas".

A máxima de Pedro Augusto, deixo para o fim: "Política do jeito que os políticos gostam de praticar eu não gosto; gosto mesmo da política do jeito que eles dizem que é possível fazer!" Criança sábia, realmente é uma pena que isso não acontece! 

 

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Qual o impacto do “Superporto” de Peruíbe ?

Ninguém contesta o impacto na economia da Baixada Santista e de São Paulo, se o "Superporto" Brasil, em Peruíbe, sair do papel. Há quem fique imaginando o congestionamento de navios rumando para o Litoral Sul paulista. Mas há contradições que ainda estão longe de se resolver: uma pesquisa do Ipat (Instituto do Grupo A Tribuna) mostrou o povo satisfeito com o anunciado empreendimento, mas a Folha de São Paulo colocou o bode na sala com uma denúncia sobre o descuido dos empreendedores com licenças ambientais em outros estados.

A notícia com o título "MPF quer que Eike Batista indenize Amapá", publicada domingo (21) na Folha, conta a história da sua mineradora MMX, construída no município de Pedra Branca do Amapari, Amapá, sem a aprovação prévia de licença ambiental. Isso gerou uma canetada do Ministério Público Federal, que quer o pagamento de uma indenização de US$ 35,7 milhões.

Como o grupo do empresário Eike está chegando a Peruíbe, com toda esperança do mundo, e até agora se referiu às licenças ambientais necessárias, vagamente, como providências já encaminhadas às autoridades responsáveis, o exemplo do Amapá soa mal por aqui. Afinal, com todo o alarde, o "Superporto" foi planejado para ter suas instalações e atracadouros numa ilha artificial a três quilômetros da costa, e poderá receber grandes navios de contêineres que hoje não atracam nos portos brasileiros.

Desassoreamento será coisa do passado, segundo os pais do "Superporto" de Peruíbe e também de especialistas do setor. Então, aparentemente, não haverá impacto ambiental. Mas, esse jeito evasivo, de aparência negligente com a legislação ambiental que é severa e muitas vezes inibe empreendimentos regionais, pode nos levar à interpretação que as empresas de Batista são useiras e vezeiras em gerar polêmica no campo ambiental. Na Baixada Santista enfrentarão dificuldades, se isso for confirmado.

Se o leitor deste blog quiser saber o quê vários internautas pensam dessa relação Peruíbe-Porto Brasil, vale uma visita na primeira postagem que fiz neste blog sobre o tema. Há preocupações em todos os caminhos que nos levam a Peruíbe ou que apontam outro destino para esse município ecológico e turístico. Por que até agora os empreendedores comentaram de passagem sobre o destino de um grupo de índios tupi-guarani que ainda ocupa a área, ou então sobre a reserva ambiental da Juréia, próxima ao "novo" Porto, que não impedirá o licenciamento ambiental porque entre ela e o complexo portuário se localiza a cidade de Peruíbe.

Além dessas duas áreas, é possível ficar em estado de alerta para os termos de estudos de impacto ambiental e de ajustes de conduta sócio-ambientais, que envolverão a ampliação da malha ferroviária, a estrada Peruíbe-Parelheiros na Capital, a duplicação da estrada Peruíbe-BR 116 enfim. É preciso que se diga, com todas as letras, que o comportamento empresarial "danoso" ao meio ambiente, em outras regiões do país, se for repetido aqui, pode virar o jogo.

Acho que os governantes municipais e a sociedade regional precisam de parceiros para entender e viabilizar essa trincheira de cobranças. Não sou Xiita, neste caso, mas quero engrossar as vozes dispostas. Peruíbe não pode ficar à parte dessa discussão; muito menos as lideranças políticas e empresariais regionais. Ninguém tem o direito de cochilar diante de movimentações sob algum tipo de suspeita. A região quer se desenvolver, mas não a qualquer preço! 

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A incrível história da “Tríplice Aliança” em Santos

O jogo não é realizado às claras, mas a população santista está percebendo as mudanças de comportamento em alguns dos seus políticos mais conhecidos. Alguém poderia imaginar num mesmo palanque, Telma de Souza, Beto Mansur e Vicente Cascione ? Notas na imprensa, analistas na porta do Café Carioca do Centro e até as estátuas dos leões na praia do Gonzaga comentam a pesquisa mais recente da Enfoque Comunicação/Jornal do Boqueirão, em que a ex-deputada federal do PT aparece em segundo lugar, nove pontos atrás do primeiro colocado, o atual prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB). Nos últimos doze anos, Telma sempre saiu na frente e com o tríplo da intenção de votos dos seus adversários mais próximos.

Há muitos leitores deste blog que não vivem na região de Santos. Mas sempre que me encontram perguntam sobre Telma, antes de qualquer outro nome. Afinal ela teve o seu momento político na cidade, graças principalmente à revolução promovida na saúde pelo seu secretário e médico David Capistrano Filho.

Ronda sobre essa história, o deputado federal Beto Mansur (PP), que foi o responsável pela derrota de Telma três vezes consecutivas. Duas vencidas por ele mesmo e uma pelo seu ex-vice, Papa. Apesar disso, surgiu pesquisa, Telma liderava com folga.

E Cascione ? Vicente Cascione disputou a sua primeira eleição e perdeu para David Capistrano, em 1992. Todo mundo sabe em Santos que ele não dá importância para os partidos. Nessa eleição, ele concorreu pelo PDS. Mas em 1994 conseguiu o seu primeiro mandato de deputado federal pelo PTB; em 1998, perdeu. Em 2002, no PSB, retornou ao Congresso Nacional, como deputado federal. Antes de tomar posse, retornara ao PTB. Em 2006, não conseguiu se reeleger.

O leitor quer saber onde uma história liga outra ? TentareI explicar, resumindo o quê escreveu o jornalista Jairo Sérgio, do Jornal do Boqueirão, sobre conversas atribuídas a Telma pelos quatro cantos da Cidade, da vontade de ter o apoio de Beto. Isso porque Beto que apoiou Papa agora estaria livre e desimpedido, porque "rompeu" com o prefeito e havia se reaproximado de Cascione, que reconciliou com Telma no governo Lula.

O quê motiva a união deles e enseja a formação de tal "Tríplice Aliança" ? Possivelmente o resultado da última pesquisa da Enfoque (entre 29 de setembro e 3 de outubro). Para os leitores de fora, merece destaque a informação que a Enfoque é empresa de comunicação que faz pesquisas e que mais acerta os seus resultados eleitorais na região. Conhecendo esse prestígio estatístico, embora a pouco menos de um ano das eleições municipais, a soma dos três pode ser igual a um candidato ou candidata a prefeitura de Santos.

Se o leitor não teve acesso a esse resultado de pesquisa, observe os seus números: Papa (PMDB), 19,0%; Telma (PT), 10,5%; Beto Mansur (PP), 3,0% e Cascione (PTB), 1,5%. Nunca antes na história de Santos alguém poderia imaginar os três num mesmo palanque, e com um mesmo objetivo: derrotar Papa.

O custo político está na alteração da biografia de cada um: Cascione, que sempre foi anti-PT, virou vice-líder do governo do presidente Lula (PT); Beto, que se identificava com os mesmos propósitos de Cascione de anti-PT, rompeu com o ex-deputado nos discursos pela cidade e região no primeiro governo do PT, mas agora resgatou a identidade, porque o seu partido, PP, faz parte da base de sustentação de Lula. E Telma ? A combinação de Telma merece um parágrafo exclusivo:

Telma sonha voltar para a Prefeitura, adora ser chamada de prefeita e sabe que, hoje, sem o apoio dos dois, perderá a quinta eleição municipal. Mas isso também tem um custo político: Ela é a primeira suplente do PT na Câmara dos Deputados, mas não esconde o seu esforço de se legitimar na "Tríplice Aliança": na quinta-feira (25), vai lançar, com a chancela do seu instituto de estudos, um prêmio para universitários, durante palestra de DELFIM NETO !

Delfim Neto é o convidado especial de Telma, quem diria !? Da própria Telma de Souza, que mandou publicar informe publicitário nos jornais da região com um enorme NÃO PERCAM !!!  

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Mendes Thame continua presidente do PSDB-SP

A Convenção Estadual do PSDB-SP realizada neste domingo manteve o deputado federal Antonio Carlos de Mendes Thame na sua presidência. Por volta do meio-dia, o governador José Serra e o ex-governador Geraldo Alckmin chegaram juntos na Assembléia Legislativa, local do evento, discursaram e conversaram com os tucanos de todo o Estado. Cerca de 1500 delegados votaram para a definição do novo Diretório Estadual. Thame disse que assume multi-tarefas na véspera das eleições municipais de 2008 e que não haverá tucano pensando pequeno.

O governador José Serra conclamou a unidade como caminho para a vitória do partido nas eleições de 2010: "O PSDB unido vai ganhar as eleições de 2010. O PSDB unido vai continuar dando a sua contribuição para a vida melhor dos municípios e, se Deus quiser, haverá de voltar a dar sua contribuição para nosso país".

Geraldo Alckmin falou na mesma direção: "O Brasil só tem a ganhar com a união do PSDB".

Mendes Thame, da região de Piracicaba, que substituiu o deputado estadual Sidney Beraldo, agora efetivado para os dois próximos anos, enfatizou que um partido aberto para a militância e para a sociedade cresce com uma orientação segura. Nesse sentido expôs as principais linhas de conduta no seu novo mandato como o principal dirigente do PSDB paulista: "Vamos Organizar e fortalecer a legenda; orientar os diretórios a apresentar candidaturas próprias em todos os 645 municípios paulistas; dar continuidade ao trabalho responsável pelo grande desempenho nas eleições de 2006, que resultou na conquista do maior número de mandatos da história do PSDB, porque completou chapas de candidatos em todos os níveis".

A Convenção teve uma grande característica interiorana, com o destaque para o interesse geral no sentido de manter e conquistar novas prefeituras, bem como ampliar o número de vereadores. Por decisão consensual, entre as lideranças estaduais do partido, foi assegurada uma forte presença de prefeitos e vereadores tucanos no Diretório Estadual e na Comissão Executiva Estadual eleita no final da tarde.

Conheça os nomes dos novos dirigentes:

Presidente: Antonio Carlos de Mendes Thame

1.º Vice-Presidente: será escolhido representante da Bancada de Deputados Estaduais (*)

2.º Vice-Presidente: Antônio Duarte Nogueira Júnior

3.º Vice-Presidente: Luiz Takashi Katsutani

Secretário-Geral: Antonio Cesar Gontijo de Abreu

Secretário-Adjunto: Rogélio Barchetti Urrea

Tesoureiro: Marcos Antonio Monteiro

Tesoureiro-Adjunto:  Evandro Luiz Losacco

Líder da Bancada: Maria Lúcia Amary

Vogal: William Boss Woo

Vogal: será escolhido representante da Bancada de Deputados Estaduais (*)

Vogal: Barjas Negri

Vogal: Gilberto Tanos Natalini

Vogal: Kowa Iha

Vogal: Alberto Pereira Mourão

Vogal: Raul Christiano

Vogal: Antonio de Pádua Perosa

Vogal: será escolhido representante da Grande São Paulo (*)

As vagas cujos representantes ainda serão definidos pelos Deputados Estaduais (02) e pelas lideranças políticas da Grande São Paulo (01), serão definidas com os nomes na próxima quinta-feira (25), durante a continuidade da reunião com os 105 membros do Diretório Estadual, na sede do partido na Capital (Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 4435 – Jardim Paulista). Outras informações, ligue: (11) 3885 0045.

 

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Juros na mesma e ninguém protesta ?

Fui conferir o alerta do leitor Betão, que postou um comentário na matéria sobre o "Porto de Peruíbe", no início da tarde de hoje, a respeito da decisão do Banco Central de manter a taxa de juros nos atuais 11,25%. Para o meu "espanto" também, nenhum político da situação ou da oposição prestaram atenção nisso, acho que estão mais preocupados em inocentar os seus pares, tirar casquinhas da CPMF e da nova licença-gestante, sem falar das teses filosóficas sobre a fidelidade partidária. Curioso, ainda, é o presidente Lula, que, numa longa entrevista domingo passado na Folha de São Paulo, disse que não era hora de interromper o processo de queda dos juros. O "desrespeito" do Banco Central prejudica a economia do país.

Realmente estamos vivendo num país sem agenda política, econômica e social. Se houver vozes contrárias a essa afirmativa, resta-me argumentar contra a mais tênue possibilidade de existir a tal agenda, porque não há coordenação das ações; sem contar discursos e práticas caminhando cada um por si. Esse cenário de desgoverno desequilibra, mas não justifica a omissão dos protestantes de plantão. Alguém precisa estar mais conectado com a realidade, porque isso aqui não é uma segunda vida. Estamos todos na mesma dimensão.

A decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), de manter a taxa Selic (juros) em 11,25% ao ano pelas próximas seis semanas, afeta a nossa economia. E esse freio não era usado há dois anos. O argumento do BC foi na direção que tinham medo de gerar a inflação dos preços dos alimentos e demais produtos para o consumidor. A lógica econômica indica o contrário.

É bonito cobrar uma política de novos e maiores investimentos no país. Mas a taxa Selic é quem regula o custo do acesso ao dinheiro. Do jeito que está há uma inibição natural em investir, para gerar mais produção e consumo. Dinheiro caro, quando é captado pelo empresariado brasileiro no mercado financeiro, é repassado em doses maiores para o consumidor, deflagrando um ciclo que leva mesmo à estagnação.

Betão fica sem razão quando escreve que houve consenso na conivência com essa atitude do BC. Ele tem razão quando reflete sobre quem cala consente. Mas não foi o caso da Fiesp (Federação das Indústrias no Estado de São Paulo), da CNI (Confederação Nacional da Indústria), da Federação do Comércio de São Paulo e do Rio, de alguns banqueiros privados, da Força Sindical e do vice-Presidente da República, José de Alencar.

Paulo Skaf (Fiesp) disse: "Mais uma vez nos decepcionamos com a falta de entendimento da realidade demonstrada pelo Copom. Isso custa caro ao setor produtivo e à sociedade brasileira".

Armando Monteiro (CNI) disse: "A decisão é frustrante e danosa à indústria. O aumento da inflação dos últimos meses ocorreu por pressões pontuais e não de forma disseminada, sem ameaçar, portanto, o cumprimento da meta de inflação, de 4,5% ao ano".

Abram Szajman (Fecomércio) disse: "O Brasil precisa de investimentos para crescer e eles não virão enquanto a taxa de juros não convergir para um patamar civilizado, de um dígito".

Paulinho Pereira da Silva (Força Sindical) disse: "Mantendo os juros básicos num patamar proibitivo, o governo sinaliza com um cenário impróprio para o setor produtivo, gerador de novos postos de trabalho".

José Alencar (vice-presidente da República) disse: "É preciso acelerar a queda dos juros no país. Quando nós chegamos, a taxa era de 25%. Hoje, é de 11,25%. Porém pode cair mais, porque do ponto de vista real está muito acima da média do mundo, dos 40 países que têm banco central e que usam a taxa básica como instrumento de política monetária".

Partidos e líderes políticos no Congresso Nacional: até a postagem desta opinião, nada disseram!

 

 

Juros na mesma e ninguém protesta ? Read More »