Brasil paga mais campanha antecipada !
Os showsmícios das centrais sindicais na comemoração do Dia do Trabalho serviram para expor ainda mais que o Brasil precisa acordar e reconstruir a credibilidade nos seus representantes políticos, partidários, comunitários, sindicais e de governos. O fato de a Força Sindical ter convidado José Serra, maior representante da oposição neste país, para o seu evento no Campo de Marte, em São Paulo, não isenta os seus organizadores e patrocinadores das práticas de improbidade administrativa e de crime eleitoral. Faz um mês e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitou evento custeado por entidade pública no ABC para lançar de novo a candidata do PT, Dilma Rousseff; sábado ele foi pela primeira vez e no último ano de seu governo, insinuar com lágrimas e cinismo, pedido de votos para a continuidade do seu projeto.
As entidades sindicais enfrentam esvaziamento político e não se atualizaram para as novas tendências do mundo. Por isso o caráter reivindicatório de melhores salários perdeu lugar faz tempo para as condições de trabalho e garantia do próprio emprego. Os sindicatos não mobilizam mais, exceto quando contam com uma estratégia política ou com o patrocínio de governos ditos populares, para erguer bandeiras mais próximas da realidade dos representantes do que dos representados. Sobra o sentimento de manipulação dos trabalhadores de todas as áreas, como foi o caso mais recente da Apeoesp – Sindicato dos Professores Estaduais de São Paulo, em que os seus dirigentes assumiram o caráter político e suspenderam a “greve” de mãos vazias, porque haviam cumprido o papel de fazer barulho contra o PSDB e o início do período de desincompatibilização de candidatos para as eleições deste ano.
E as centrais sindicais brasileiras são hoje o retrato da inércia, com um inesgotável espírito pelego, que as subordinam a governos oportunistas como os do PT, em qualquer nível. Os eventos faraônicos de primeiro de Maio, com grandes shows e sorteios de carros, imóveis, viagens, eletrônicos etc., nada mais são do que a representação artificial de uma força política que é manipulada e que no dia seguinte volta a depender dos recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador para tentar passar a idéia que assume o papel do Estado na qualificação dos jovens e trabalhadores para as oportunidades de emprego e trabalho. O déficit nesse quesito, nas estatísticas de nosso país, é tão grande que imagino fosse verdadeiras essas intenções a realidade seria outra.
Sem hipocrisia, mas fica impossível ignorar que os eventos das centrais não tiveram outra função, além do “pão e circo”, de anabolizar candidaturas a deputados, senadores, governadores e presidente da República, custeados com o dinheiro do povo brasileiro. Sim, porque nos eventos paulistas circularam candidatos do PT e de partidos aliados, ao custo de R$ 2,1 milhões, pagos pela Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Eletrobrás, BNDES e Petrobrás, à CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central e CTB. Todas as mídias noticiaram a campanha escancarada, e os lulopetistas já se utilizam das redes sociais com o contra-argumento de que uma pressão ao TSE – Tribunal Superior Eleitoral e ao Ministério Público Federal refletem movimentos da “direita” política deste país.
Ora, a sorte está lançada. Se o processo que estamos iniciando é, como presumo, sério e importante para a transformação política do Brasil, TSE e MPF reúnem todos os elementos necessários para interpretar e punir como crime eleitoral e improbidade administrativa. Por fim, para refletir sobre a confiança da sociedade nas instituições representativas, em quem vamos confiar nossas reivindicações e lutas, fora do Poder Legislativo – vereadores, deputados e senadores -, se as entidades que sempre reconhecemos independentes, nunca antes na história deste país foram tão apequenadas, servis, subalternas e desacreditadas?
Minha singela homenagem ao Dia do Trabalho ou ao Primeiro de Maio do Trabalhador passa pela avaliação de elegermos no dia 3 de outubro, um verdadeiro projeto de país, sem desfaçatez e mais abusos. Ando muito cansado da hipocrisia, demagogia, imoralidade, impunidade! Salve, Brasil, salve!
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A Bolsa Família serviu para manter em alta a popularidade do presidente Lula, durante os sete anos de seu governo, mas o pano de fundo será outro nas eleições deste ano: a capacidade de governar para todo o Brasil, inclusive com a manutenção e melhoria da rede de proteção social criada antes do atual governo federal do PT. Mas a candidata Dilma Rousseff ironiza a oposição, como se fosse proprietária de algum programa social que não teve participação, exceto do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento em que revelou a sua incapacidade gerencial. PSDB, DEM e PPS sempre condenaram e combateram o uso eleitoreiro da Bolsa Família, nunca a existência do programa que foram responsáveis pela sua idealização e execução a partir do Programa de Garantia de Renda Mínima em 1998 e a Bolsa Escola em 2001.
No meio da discussão da proposta de reajuste de aposentadorias da Previdência Social (MP 475/09) do atual governo federal do PT emerge a impressão de que eles continuam insistindo numa divisão de classes. A falta de consenso entre os parlamentares no Congresso Nacional, muito dos quais preocupados em aparecer melhor na fita, ora defendendo índices que superam bastante os limites que os lulopetistas agora chamam de "responsáveis", ora aproveitando a deixa de outros projetos como do novo marco regulatório da exploração do petróleo e gás para comprometer receitas estimadas do futuro para a Previdência, alimentam a insatisfação de praticamente todos os quase 26 milhões de aposentados. Logo começo a introduzir no debate nacional, uma oportuna proposta de reforma que recebi de Zoé Moncorvo, uma empresária e estudiosa do assunto.
A natureza vem respondendo com muita fúria aos ataques dos homens e máquinas ao longo dos últimos anos. O tempo quase sempre instável, as fortes chuvas, a irregularidade das marés e as enchentes que vêm afetando a vida das cidades brasileiras acendem logo uma luz vermelha. Infelizmente é comum ver governantes assumindo a impotência diante das soluções possíveis, limitando-se ao recolhimento de vítimas das chamadas áreas de risco para alojamentos precários, projetos habitacionais emergenciais e, no caso do Rio de Janeiro, na última semana, para os cemitérios cariocas.
Essa greve promovida pela Apeoesp – sindicato dos professores do Estado de São Paulo é política e, segundo a sua presidente Maria Izabel Azevedo Noronha, ela é política mas “não é partidária”. De bate-pronto é possível observar o contrário, quando a própria dirigente e os líderes sindicais de várias categorias ligados ao PT, reverberam que os atos públicos na Praça da República, na Avenida Paulista e no portão de entrada do Palácio dos Bandeirantes servem para tentar “quebrar a espinha dorsal desse partido (PSDB) e desse governador (José Serra)”. Fora esse mantra radical, que recheia os discursos nos caminhões de som e nas faixas e cartazes que decoram esse movimento de natureza partidária, 9,9 pessoas em cada 10 consultadas ignoram as suas propostas para os educadores e para a Educação.
Com a descoberta de mais uma quantidade de arquivos secretos do DEOPS – Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo, no prédio Palácio da Polícia, no Centro de Santos, novas informações subsidiarão a história política regional e do próprio país. Esses documentos contêm informações sobre as atividades de muitas pessoas, das mais variadas áreas de atuação regional, obtidas por meio de relatórios de policiais e civis infiltrados nas principais atividades e eventos sociais, sindicais e políticos da Baixada Santista. A surpresa veio com o período da perseguição dos passos da militância, após a anistia política em 1979, quando o país vivia ainda no governo militar a chamada “Abertura” e a diminuição dos atos repressivos.
Faz dois meses que o Brasil assistiu pela TV a mais um capítulo da farra da corrupção, com imagens do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda, pegando um pacote de dinheiro. Naquela ocasião, o presidente Lula, habituado a passar a mão sobre a cabeça dos seus aliados, justificando sempre como se fosse um mal menor, não distinguiu Arruda deles e disse que “imagens não falam por si”. Desde então o noticiário vinha apresentando um espetáculo degradante de justificativas estapafúrdias sobre aquelas imagens, quando nos surpreendemos positivamente com a prisão de um governador em pleno mandato.
O governo paralelo e revolucionário do PT faz uma nova tentativa de cercar o regime democrático no Brasil, investindo no que ele define como controle social da mídia, mas que configura em censura aos meios de comunicação. Ainda sem esclarecer a questão do novo decreto para o Programa Nacional de Direitos Humanos, que contém claras ameaças à liberdade de imprensa, e da polêmica de controle de mídia proposta pela Conferência Nacional de Comunicação, outra assembléia lulopetista, a 2.ª Conferência Nacional de Cultura reforça a carga pela intervenção do Estado para garantir pautas e conteúdos específicos.
Os discursos triunfalistas de Lula e do PT podem configurar um perigo nacional. Se nos últimos tempos batemos na tecla da incompetência do atual governo federal em executar as centenas de obras anunciadas nos palanques do PAC, pelo comportamento de integrantes do MST – Movimento dos "Trabalhadores Rurais" Sem Terra no interior de São Paulo, destruindo pés de laranja em protesto pela reforma agrária na região, é possível concluir que nem tudo na história deste país vai bem como a propaganda oficial alardeia e massifica. O MST é um braço ativo do PT, assim como a UNE e a maioria das centrais sindicais. Se o MST está no jogo e ainda demonstra a sua insatisfação, mesmo com o tratamento dócil recebido do governo e do Congresso Nacional, que recentemente arquivou CPI que investigaria os seus repasses financeiros do lulopetismo, parece que os setores produtivos deste país continuam premiados com o fio da navalha.