Blog do Raul

Política

Brasil adoece com Lula !

Estou preocupado com os últimos 11 meses do atual governo federal. Na semana passada o presidente da República, Lula da Silva, decidiu liberar obras da Petrobrás consideradas irregulares pelo TCU (Tribunal de Contas da União), com a justificativa de que atendeu a apelos de empresários, governadores e parlamentares do governo e da oposição, sem dar nomes aos bois. Um novo escândalo, porque essa atitude é um desrespeito às normas legais e às condutas moral e ética dos agentes públicos, que sempre devem agir de maneira correta e exemplar. Houve repercussão negativa de todas as mídias, mas infelizmente Lula teve uma crise de hipertensão, que, para a sorte do seu desgoverno, serviu para abafar o seu erro da semana.

A primeira atitude de um governante sério e responsável, quando uma ação dessa natureza aparece no cenário, é a suspensão dos contratos existentes e o consequente bloqueio dos recursos previstos. O Congresso Nacional desta feita agiu assim e emendou o Orçamento de 2010, definindo que os empreendimentos irregulares não poderiam ser considerados, abrindo o crédito para outras iniciativas da União. E ao que parece Lula achou irrelevantes as provas técnicas e legítimas do TCU, como superfaturamento e sobrepreço, com o seu velho hábito de passar as suas mãos sobre as cabeças dos seus que saem da linha.

Não pensem os leitores que me agrada passar a impressão de que estou urubuzando o governo Lula, ou que aposto no quanto pior melhor, a exemplo do que uma grande parte do PT sempre fez em toda a sua história. Mas acho inaceitável que o governo, a pretexto de melhorar os seus resultados na execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), resolva ignorar os pareceres, recomendações e decisão do Congresso Nacional e de toda a estrutura de fiscalização do Poder Executivo, mantendo no Orçamento de 2010, quatro obras da Petrobrás com indícios de fraudes, as refinarias Abreu e Lima (Pernambuco) e Presidente Getúlio Vargas (Paraná), o terminal de Barra do Riacho (Espírito Santo) e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

O atual governo federal vem confrontando nos últimos tempos com o TCU, os órgãos ambientais, a imprensa e os partidos de oposição (PSDB, DEM e PPS). O próprio presidente Lula não esconde mais a sua vontade de limitar e enfraquecer os papéis dessas instituições que são vitais num regime democrático, porque a coisa pública precisa estar numa vitrine transparente e a sociedade dever ter o poder de acompanhar todos os passos dos seus investimentos, ações e resultados. Autoritarismo puro, principalmente quando vimos sem maior reação do Congresso Nacional o velório e a cremação da CPI da Petrobrás.

Resta assim o péssimo exemplo, do governo Lula, de fazer vista grossa às condutas erradas, para passar a idéia falsa de que é tocador de obras e de que enfrentam dificuldades para reduzir o déficit de infra-estrutura no Brasil por culpa da oposição. Sim, porque para justificar a continuidade dos repasses de dinheiro a obras federais com problemas “miúdos” de superfaturamento e erro na prestação de serviços e de contas, Lula releva a improbidade administrativa e a impunidade como mera perseguição política. Lamento que esse assunto tenha saído das primeiras páginas dos jornais, como também lamento que o presidente Lula, com o direito assegurado de ficar doente, também não cuida da própria saúde e aumenta o risco de males maiores para ele e para a Nação.

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Sem “chaves” para a mídia !

O governo paralelo e revolucionário do PT faz uma nova tentativa de cercar o regime democrático no Brasil, investindo no que ele define como controle social da mídia, mas que configura em censura aos meios de comunicação. Ainda sem esclarecer a questão do novo decreto para o Programa Nacional de Direitos Humanos, que contém claras ameaças à liberdade de imprensa, e da polêmica de controle de mídia proposta pela Conferência Nacional de Comunicação, outra assembléia lulopetista, a 2.ª Conferência Nacional de Cultura reforça a carga pela intervenção do Estado para garantir pautas e conteúdos específicos.

Lula foi eleito conforme as regras do regime democrático, limpas e com ampla liberdade de expressão. Não teve de se submeter a critérios que não fossem os limites da legislação eleitoral, aprovados pelo Congresso Nacional e aplicados pelos tribunais eleitorais, iguais para todos os seus concorrentes. Mas ao longo de seu governo, sustentado em uma aliança política plural e republicana, que vem lhe garantindo a governabilidade no parlamento, toda vez que uma mazela é noticiada, ao invés de apurar e punir os responsáveis, adotando medidas para extirpá-la dos procedimentos, transforma a imprensa em bode expiatório.

Na realidade o atual governo federal, liderado pelo PT, radicaliza no cumprimento das diretrizes do Plano Real criado e executado antes por Itamar Franco e FHC, continua a rede de proteção social de FHC com o unificado programa Bolsa Família, mas no campo político fracassa em relação à democracia, porque imita ações da nova geração de ditadores bolivarianos da América Latina, tentando de todas as formas impor a censura à comunicação e desmantelar os órgãos de controle e fiscalização da gestão pública (Tribunal de Contas da União e Agências Reguladoras).

Acompanhando os últimos acontecimentos promovidos pelo lulopetismo, vale muito recordar o reconhecimento à época da passagem de comando do país, de FHC para Lula, em janeiro de 2003, que um dos méritos políticos históricos de FHC foi o de consolidar a democracia após 20 anos de governos mesclados entre a ditadura militar e o autoritarismo. Porém, logo nos primeiros anos do novo governo vimos algumas tentativas de cercear os trabalhos do Ministério Público, com uma Lei da Mordaça, e da imprensa, com a criação de um Conselho Federal de Jornalismo para redirecionar o trabalho dos jornalistas a uma afinidade com o controle social.

Com o pretexto de assegurar esse dito controle social, vestindo o manequim da transparência nos níveis de informação e da melhora dos níveis de participação da sociedade nas decisões do governo, um tsunami de conferências populares invade todas as áreas da vida brasileira. No entanto é possível verificar que essas conferências são dirigidas ideologicamente por grupos do PT numa espécie de governo paralelo patrocinado pelo Estado.

Está chegando a hora de afastar esse “cale-se”. Lamentavelmente algumas centrais sindicais, a União Nacional dos Estudantes – UNE, dentre tantas outras organizações da sociedade, patrocinadas deixaram a sua combatividade de lado para sustentar os desvairios do atual governo federal. São essas entidades e o PT que aplaudem a democracia das conferências setoriais, apenas eles.

Curiosos ou não, os resultados dessas assembléias populares sempre tendem a um modelo de “democracia” de fachada que transita para o totalitarismo, com fechaduras em praticamente tudo. O Brasil não quer liberdade a sete chaves !

(Ilustração de Paulo Arrivabene).

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Eleições com Internet, em livro !

O uso da Internet como ferramenta eleitoral no Brasil será posto a prova em 2010. Posso dizer que ficamos atrasados em relação a isso, porque tanto legisladores, quanto a Justiça Eleitoral impunham muitas restrições, talvez por causa do desconhecimento do assunto em estágio bem avançado em outras democracias no Mundo. A experiência vitoriosa de Barack Obama nos Estados Unidos tornou-se um referencial para as campanhas eleitorais e ainda há pouca bibliografia em livro com os seus exemplos. Essa foi a minha primeira justificativa para escrever “Militante Virtual – Eleições com Internet”, colecionando o novo marco legal eleitoral em nosso país, estratégias, modelos de campanhas e a vontade de usufruir de meios mais acessíveis, baratos, transparentes e eficientes para mobilizar um novo tipo de cabo eleitoral.

Fui candidato a deputado federal por São Paulo, obtendo 83 mil votos, e a prefeito de Santos, terminando a disputa no primeiro turno com 13%. Posso dizer que a organização de uma campanha na forma tradicional ou com os meios virtuais é tudo. No entanto, a vantagem de um competidor em relação ao outro na maioria das vezes se dá pela capacidade de investimento financeiro na produção de peças publicitárias, infra-estrutura de comitês e meios de transportes, além da produção dos programas de rádio e tv, contratação de lideranças sociais e de cabos eleitorais para a propagação das suas idéias ou simplesmente do seu próprio nome.

É frustrante para o objetivo de vencer ter apenas uma idéia e um violão. Com recursos suficientes apenas para atender ao básico numa campanha tradicional e com a limitação anterior imposta para o uso da Internet, os resultados foram óbvios: muita gente nem soube da existência da minha candidatura e os votos conseguidos foram insuficientes para me eleger. Por isso, na minha visão, com a Internet livre nas campanhas, as condições dos candidatos serão menos desiguais, principalmente quando você está familiarizado com antecedência das ferramentas disponíveis.

“Militante Virtual – Eleições com Internet” não será uma receita para vencer eleições em um novo cenário. Mas posso dizer que corresponderá a um manual de experiências exitosas ou não com a web, servindo de base para adaptar técnicas de marketing e publicidade eleitoral em toda a rede de relacionamentos entre pessoas, ideias e votos. Com o novo livro compartilharei descobertas e reacenderei procedimentos que alimentam a interatividade entre quase todos os incluídos digitais.

Para escrever esse livro, há dois anos venho pesquisando em todas as mídias sobre o tema. Nas livrarias de Santos, São Paulo e Brasília, e em livrarias virtuais de publicações de universidades brasileiras, adquiri 65 títulos de livros sobre o uso das ferramentas da web em diversas atividades, em especial nas áreas de marketing, vendas e educação. Também salvei na memória do meu laptop 3 mil páginas de textos e referências sobre o tema, além de 600 links e cerca de 800 matérias e notas em revistas e jornais brasileiros e estrangeiros.

O livro deverá ser lançado na primeira quinzena de abril deste ano, por uma editora que será definida e anunciada brevemente.

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Deixa o “Cara” descansar ?

Os feriados da semana do Natal e da travessia para o Ano-Novo são muito bons para descansar e para recarregar as baterias, menos para uma parcela de homens públicos responsáveis diretamente pelo bem-estar das pessoas. Nos últimos anos, essa época é marcada por verdadeiras tragédias em função das chuvas cada vez mais fortes pelo desequilíbrio do clima e pelo fenômeno El Niño. Por isso é quase inimaginável que nesse plantão nacional, além das comissões municipais, estaduais e federal da Defesa Civil, os chefes maiores, prefeitos, governadores e o presidente da República, com seus respectivos secretários e ministros de infra-estrutura comandem suas competências de longe. Ou isso é uma bobagem ?

As últimas cenas de Angra dos Reis e de São Luiz do Paraitinga são chocantes, assim como foram as de Blumenau no final de 2008, além de Cunha e da própria Capital de São Paulo recentemente. Há quem prepare moções de repúdio à natureza, em função das mortes e danos provocados de maneira crescente, passando longe também de qualquer análise mais profunda do estado de desorganização urbana que o país vive, com raras exceções.

Engatinhamos ainda na solução do déficit habitacional, que indica a necessidade da construção de pelo menos 8 milhões de moradias. E são cogitadas regras mais severas para coibir a ocupação de áreas de risco e de preservação ambiental por pessoas que sonham constituir lares ou ambicionam desenvolver atividades produtivas e geradoras de renda. Tais respostas devem ser apresentadas na forma de projetos executivos de soluções, indicação de recursos orçamentários e prazos para esse fim.

O momento exige solidariedade plena dos governantes de qualquer esfera pública. As soluções não sairão da noite para o dia, mas elas precisam ser sinalizadas, com maior privilégio para o planejamento das ações e menor espaço para leniência ou complascência públicas, que derivam para lágrimas de crocodilo, demagógicas. As máquinas estatais têm o papel de acudir as suas vítimas, não importando agora a escolha errada no passado, porque a sociedade espera mudança com competência de gestão.

Então compartilho uma observação de Teodoro Gottfried Meissner, editor de Conteúdo do Fórum de Líderes Empresariais: “Lula está em férias. O Congresso Nacional está em férias. Dos 37 ministros de Lula, 23 estão em férias. Brasília está às moscas. Não é necessariamente uma má notícia”, para complementar com a informação de que o presidente da República, em férias na Base Naval de Aratu, em Salvador (BA) (visto pelas lentes de Márcio Fernandes, da Agência Estado, carregando uma caixa de isopor que ilustra este post), pediu ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que acompanhasse de perto a situação em Angra dos Reis e na Baixada Fluminense.

Geddel continua na Bahia, em sua casa de praia, no litoral norte de Salvador, descansando.

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Feliz 2010 !

Estou muito otimista em relação às perspectivas do novo ano. Em primeiro lugar para a Baixada Santista, que já recebe os primeiros sinais do interesse de investidores privados, com os anúncios das descobertas de petróleo e gás na Bacia de Santos e da atenção que o governo do Estado vem dando à infra-estrutura regional. Segundo porque vamos entrar num ano eleitoral e nessa situação as expectativas de mudanças são sempre maiores, embora a credibilidade da classe política brasileira esteja muito crítica. Quando você reflete sobre a renovação da esperança, tem em mente aquilo que não conseguiu até agora, para atender às suas necessidades pessoais ou coletivas e que acabam interferindo na vida de todas as pessoas. Mas não estou otimista apenas porque há motivos concretos econômicos ou político-eleitorais no cenário do Brasil.

Felizmente superamos em parte a crise econômica mundial por causa das bases do Plano Real e das medidas complementares adotadas pelo atual governo. Porém ainda há milhares de famílias brasileiras que amargam o desemprego de seus entres sem ver uma solução de curto prazo, apesar dos sinais emitidos principalmente pelos anúncios de empregos da Petrobrás, suas subsidiárias e prestadores de serviços em geral.

No entanto há caminhos a percorrer, principalmente com qualificação para esses futuros empregos. Ou imediatamente na área da construção civil, que já absorve milhares de trabalhadores nas obras habitacionais, de saneamento, duplicação de estradas, ampliação de vias urbanas e do Porto de Santos.

O grande problema a ser transposto é o da baixíssima execução do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC que, num balanço divulgado recentemente, indica que das cerca de 12.500 obras anunciadas pelo atual governo federal, 1.530 foram concluídas. Pouco mais de 10%. Sabemos que reverter isso não acontecerá da noite para o dia e a minha confiança estremece ao saber que o presidente da República, Lula da Silva, deseja realizar uma reunião em janeiro para discutir com os ministros da área econômica a ampliação de investimentos no país em 2010 e que entre os assuntos em pauta está uma segunda edição do PAC ou PAC 2, como os governistas já propagandeiam, sem ter cumprido 90% da primeira.

Por outro lado, o governador José Serra comentou recentemente a sua preocupação com o baixo valor atribuído à importância do planejamento, quando muitas cidades experimentaram e agonizam devido ao crescimento urbano desordenado. Ele se referia especificamente às perspectivas sonhadas pelas cidades que receberão dividendos das ditas descobertas no Pré-Sal, que carecem de se preparar para o que virá.

Logo, a iniciativa dos municípios de aprovar os seus orçamentos para o próximo ano, prevendo intervenções públicas em infra-estrutura, mostra que um sinal amarelo está intermitente sobre a prioridade do planejamento urbano, dados os péssimos exemplos de outras regiões que sofreram muito com o desenvolvimento desordenado.

Por fim, a travessia segura para o futuro se dará com a escolha de propostas e nomes políticos para todos os níveis de representação democrática no país, do deputado estadual ao presidente da República. Vejo que a sociedade dispõe hoje de todas as ferramentas necessárias para interferir e participar mais desse processo eleitoral, razão pela qual acredito que fará as melhores escolhas, porque é a sua opção concretizar um futuro otimista. Feliz 2010 !

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Mais programas de aceleração da campanha ?

O balanço do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento (sic) indica que das cerca de 12.500 obras anunciadas pelo atual governo federal, 1.530 foram concluídas. Pouco mais de 10%. Isso é uma demonstração de que falta gerência ao lulopetismo e essa é justamente a qualidade que os seus marqueteiros querem emplacar na candidata do PT, Dilma Rousseff. Mas como isso pode dar certo num país que têm urgências ante as perspectivas da exploração das descobertas de petróleo e gás no Pré-Sal, e dos bons sinais da economia brasileira para 2010 ?

Relembro que o governo Lula festejou nos últimos dias o registro de superávit primário recorde, ignorando o baixo desempenho do propagandeado PAC. Esse esforço forçado de economia de recursos para pagar os juros da dívida pública só tem sido possível graças às sobras de dinheiro em caixa, da ineficiência na execução dos investimentos em obras anunciados Brasil afora nos palanques da candidata do PT a presidência da República.

Como se pode ver, os resultados estão muito aquém das expectativas do país em melhorar a sua infra-estrutura para conviver com as próximas etapas desenvolvimentistas. O governador José Serra comentou recentemente a sua preocupação com o baixo valor atribuído à importância do planejamento, quando muitas cidades experimentaram e agonizam devido ao crescimento urbano desordenado. Ele se referia especificamente às perspectivas sonhadas pelas cidades que receberão dividendos das ditas descobertas no Pré-Sal, que carecem de se preparar para o que virá em decorrência disso.

Nesse cenário caberia ao PAC, que na verdade é uma apropriação do Programa Avança Brasil do governo FHC, oferecer suporte às necessidades de obras de infra-estrutura nos Estados e municípios, além da melhoria das condições dos portos, aeroportos, ferrovias e estradas federais. Mas o desempenho figura como mais um engodo nacional, quando é preciso ter ações concretas além da propaganda estatal.

O interessante dessa história é a sensibilidade política de Lula. Percebendo que o PAC não tem consequência após o lançamento de pedras fundamentais e que o discurso do governo social-eleitoral não cola sozinho, chega a notícia que o atual presidente da República marcou para a primeira quinzena de janeiro uma reunião com os ministros da área econômica para discutir “a ampliação de investimentos no país em 2010” e que entre os assuntos a serem debatidos está uma segunda edição do PAC ou PAC 2.

Ora, se a primeira edição ainda não aconteceu plenamente, como começar uma segunda no último ano do governo ? É de se concluir que essa reunião do lulopetismo não servirá para esclarecer a Nação sobre a estratégia de como e quando fazer acontecer, mas certamente funcionará como briefing para as agências de publicidade do governo federal executarem mais propaganda, que só podem ter caráter enganoso e de aceleração da campanha da candidata do PT.

Nada contra a propaganda, principalmente quando ela é fundamentada em realizações e melhorias de fato. Como disse o senador Arthur Virgílio, no caso do jeito do PT governar o PAC, mais gerência e menos propaganda faria bem ao Brasil.

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Para onde vamos ?

O Governo Lula está festejando o registro de superávit primário recorde, com uma estratégia de divulgação que explicita um desavergonhado auto-elogio pelos seus "esforços de economizar recursos para pagar os juros da dívida pública". Quer parecer competente na gestão econômica do país, mas na verdade quando anuncia sobra de dinheiro em caixa, isso acontece porque é incompetente na execução dos investimentos anunciados Brasil afora nos palanques da candidata do PT a presidência da República. Como prevalecem sempre as primeiras notícias e imagens tuteladas por Lula, o povo ainda não consegue perceber que o PAC é para inglês ver, que os programas sociais consomem parcialmente os recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, que o "minha casa, minha vida" está aquém da grande meta de 1 milhão de casas, que os serviços públicos de saúde e educação se mostram insuficientes na oferta e na qualidade.

Como não consegue governar acumula dinheiro na contabilidade do governo e, por consequência, justifica o seu "esforço" fiscal. Também faz parte da estratégia de marketing do lulopetismo propagandear que o Brasil terá mais isso e aquilo como "nunca antes na história deste país", que o Orçamento da União aprovado nesta semana dará cabo a mais uma parte significativa dos "séculos de atraso herdados" pelo PT e que somente uma continuação desse governo fará justiça social etc.

O mesmo governo Lula que não foi capaz de aproveitar a bonança do cenário internacional em 2005, 2006 e meados de 2007, com certeza vai entrar para a história como o governo da tunga política. Outro dia relembrava os discursos favoráveis aos aposentados e pensionistas, quando estavam na oposição, comparando com o passa-moleque aplicado agora no Congresso Nacional, ajudado pelas centrais sindicais que repetem o discurso da compreensão do Brasil recebido por Lula e aceitam passivamente essa enganação.

De janeiro a novembro, o resultado primário atinge R$ 38,2 bilhões, R$ 4,5 bilhões abaixo da meta reduzida de R$ 42,7 bilhões prevista para 2009. Os lulopetistas justificam que ao longo do ano reduziram essas metas para "aumentar os gastos públicos e estimular a economia, afetada pela crise internacional". Ora, então vem daí a justificativa meramente contábil para a tão baixa execução do PAC ? A manipulação dos números de investimentos em infra-estrutura, que apropria recursos dos Estados e Municípios, pelo andar da carruagem indica que o Brasil pode estar no rumo de se transformar no maior canteiro de obras paradas "nunca antes visto na história deste país".

Então, se o Brasil não "causar" como na propaganda do "país para todos", com certeza sobrará, além de mais recursos para continuar radicalizando no superávit, ataques à oposição, aos tribunais de contas e à "imprensa tucana". Os lulopetistas dizem quem não tem culpa de construir pontes que ligam o nada a lugar nenhum, e isso vai custar caro no futuro. Quem sabe a comparação, que faz parte do desafio-mantra deles, comece entre a competência de governar infra-estrutura do Brasil e de São Paulo… 

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Social-Eleitoral !

O PSDB sempre se saiu melhor governando do que fazendo propaganda dos seus feitos. Essa é uma das principais explicações para a perda da paternidade de programas estruturantes do país, como o Plano Real de Estabilização Econômica, o Avança Brasil e a Rede de Proteção Social, para citar os principais, que segundo estudos divulgados pela pesquisadora Lourdes Sola indicam que essas realizações podem ser facilmente apropriadas pelo lulopetismo porque os tucanos acham que não é importante comunicar. Pior que isso, além da apropriação dessas ações, o PT é useiro e vezeiro em manipular e mentir dados estatísticos, transformando-os em uma verdade absoluta pela massificação da sua propaganda enganosa.

Normalmente debato ideias e projetos de governo, sem qualquer preocupação com as comparações entre os governos FHC e Lula, como pretendem os petistas para considerar que massacrarão com as suas diferenças. Acho que esse momento de luta política dependerá muito mais da forma com que as principais ideias para o Brasil serão transmitidas, enfatizando as suas perspectivas para o futuro a partir de janeiro de 2011, quando um outro governo sucederá o de Lula.

No último programa do PT nas emissoras de rádio e televisão houve o pré-lançamento da ideia de um projeto denominado "Consolidação das Leis Sociais". É evidente que as primeiras informações dessa esperteza estruturam um discurso de campanha, com o pretexto de imitar Getúlio Vargas celebrizado pela iniciativa da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas na década de 30. E em se tratando de comunicação mais eficiente com as pessoas acho excelente a idéia da CLS que, por outro lado e sem razões eleitorais, coincide com uma proposta que sempre defendi para a criação de mecanismos institucionais que regulem mais claramente e proíbam a descontinuidade de políticas públicas bem sucedidas.

Os avanços educacionais no período do governo FHC funcionam como um exemplo dessa natureza, por causa da interrupção ou da deformação de muitas das suas iniciativas pelo governo do PT. Mas fora isso, a CLS apropria a Rede de Proteção Social do PSDB, que originou do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, cuja validade expira em 2010 e ainda não teve uma decisão do atual governo e do Congresso Nacional sobre a sua prorrogação ou para a definição de novas fontes de financiamento de seus programas sociais hoje capitaneados pelo Bolsa Família.

A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) é autora de um Projeto de Emenda Constitucional que institui uma "Lei de Responsabilidade Social" com a finalidade de estabelecer metas macrossociais, de modo a permitir que o país construa uma política de assistência eficaz e determinante nas três esferas de governo, que também não vem sendo considerado seriamente no Congresso.

Vale mais para o PT o impacto da sua propaganda exorbitante, para esconder os antecedentes estruturantes da atual estabilidade econômica, do nauseabundo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento e de todas as vertentes do Bolsa Família. Mas o governo do PT não se cansa de vociferar os resultados de hoje como suas conquistas, tentando aplicar no Parlamento a tática de um divisorde águas que fortaleça para a sociedade a ideia de que somente eles tiveram preocupações sociais.

É preciso dizer que o PT mente desbragadamente quando afirma que a ascensão social foi "insignificante" no governo do PSDB. A proporção de pobres na população brasileira caiu de 42% para 33% entre a primeira metade dos anos 90 e o ano 2000. A de indigentes (pessoas em situação de extrema pobreza) passou de 20% para 14% no mesmo período, como mostra o portal http://pautaemponto.blogspot.com/ que faz referência ao livro "A Era do Real", que traz um balanço das realizações da gestão tucana.

Nos anos Lula, o Brasil continua sendo apenas o 75.o melhor país do mundo para se viver, segundo o ranking de desenvolvimento humano da ONU. De acordo com esse levantamento, o Brasil ainda permanece entre os dez países mais desiguais no mundo. Então, que embalagem o lulopetismo pretende para esse discurso político social-eleitoral ?

Qual a resposta para os 28 milhões de aposentados, dos quais 8 milhões, que ganham mais do que o salário mínimo, insistem em receber reajuste salarial acrescido da proposta governamental de dar ganho real de acordo com a evolução do PIB e relativamente acima da inflação ?

As chances do Brasil ter um governo que corresponda mais ao futuro, diante das perspectivas que estão se abrindo no campo econômico e que poderia levar o seu povo à emancipação social, como menor grau de dependência do Estado, me preocupam. Justamente porque o Estado precisa ser melhor acionado para gerar mais empregos, renda familiar e oportunidades da vida, com educação e saúde de melhor qualidade.

Além de tudo isso é preciso limpar a área da corrupçào, das mazelas administrativas e, sem hipocrisia, pautar o debate da competência e de maior seriedade e honestidade no trato da coisa pública. O social-eleitoral perde força, quando os programas passam a ser avaliados e mostram resultados emancipatórios. Para esse debate comparativo o PT está despreparado.

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O destino de Serra e Aécio !

O anúncio da desistência da pré-candidatura a Presidência da República, pelo governador Aécio Neves (PSDB-MG), não precipita nada na estratégia do partido em relação à definição do seu nome para 2010. Neste domingo o Instituto Datafolha revelou novos números de pesquisa realizada após o programa de televisão do PT, que "atormentou" até alguns tucanos pela eficiência da comunicação dos lulopetistas, mas reforçou a liderança do nome do governador José Serra, com 37% (14% na frente de Dilma Rousseff). Esse resultado pareceu óbvio para todos, porém o destino de Aécio no processo eleitoral do ano que vem está gerando todo tipo de comentário, principalmente de quem torce pela divisão do PSDB e por uma suposta oposição de Minas Gerais a uma candidatura tucana que não seja de lá.

Já escrevi que entendo as razões do governador José Serra em não colocar o bloco na rua antes do tempo. No comando de São Paulo ele considera que há ainda muitas urgências administrativas que ele deseja consolidar como titular do cargo de governador. Acompanho a sua desenvoltura como testemunha das ações de governo, tanto como membro da sua equipe, quanto como dirigente do partido na comissão executiva estadual, atualmente empenhado na identificação e formação de chapas de candidatos a deputados estaduais e federais em todo Estado.

Por outro lado, essa "indefinição" do PSDB perturba mais os seus adversários que o próprio partido, porque o seu arco de alianças partidárias para 2010 está definido com muita antecedência e não é motivo de dúvida para quem analisa o cenário político nacional. Com o PSDB seguirão DEM, PPS e boa parcela do PMDB, apesar da influência exercida pelo presidente Lula em seus quadros mais autênticos (sic) José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá etc.

Como fundador e militante do PSDB lamento que as instâncias de participação de todos os seus filiados no processo decisório ainda são limitadas. Nunca alimentei qualquer expectativa de que a escolha do presidenciável tucano para as próximas eleições acontecesse por meio de prévias ou primárias internas ou ampliadas. Luto por isso internamente, mas ainda há um longo caminho até obter esse amadurecimento e a consolidação da democracia interna, que conseguimos incluir no primeiro esboço dos seus estatutos e ainda não aconteceu. Mesmo assim, o PSDB nasceu como um partido de quadros e para as disputas de cargos majoritários sempre observou o entendimento entre os seus líderes maiores, como Franco Montoro, Fernando Henrique, Mário Covas, José Richa, Pimenta da Veiga, Tasso Jereissatti, José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin.

O candidato da vez é José Serra e não tenho dúvidas de que ele anunciará a sua disposição antes da Convenção Nacional no mês de junho. As pesquisas reconhecem essa condição e o governador Aécio Neves apenas convergiu, com o seu anúncio de servir ao seu Estado e ao país transferindo a sua chama política para outra direção. Ele tem o tempo que quiser para decidir, sem a aflição que acomete a imprensa e o lulopetismo, sobre as definições do PSDB.

Também não será a militância tucana que irá decidir o futuro de Aécio, bem como o seu próximo desafio partidário. Acho que há urgências maiores que o anúncio de Serra e de Aécio para 2010, como por exemplo a possível candidatura de Tasso ao governo do Ceará, Firmino Filho no Piauí, Álvaro Dias ou Beto Richa no Paraná, Luiz Paulo Velloso Lucas no Espírito Santos, Yeda Crusius no Rio Grande do Sul. Esses palanques são fundamentais para a campanha do PSDB no ano que vem, justamente porque servirão para ascender novas lideranças tucanas para o futuro próximo.

Agora, se você quer saber mesmo a minha opinião sobre a melhor chapa para liderar a aliança PSDB, DEM, PPS e boa parte do PMDB, não hesito dizer que ficarei muito feliz em votar José Serra Presidente, Aécio Neves Vice-Presidente, que representam de fato a unidade pelo Brasil!

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A “vantagem” da corrupção !

Na teoria da comunicação e na experiência da minha própria vida, sempre compreendi algumas mensagens em escala, como a de que uma imagem vale mais do que mil palavras. Que um governo considerado ético é aquele que não rouba e não deixa roubar. Ou que, em relação ao espírito de solidariedade, um erro não induz nem justifica a conivência com outro erro ou com o ato infringente de norma ética ou legal. Mas, nos últimos anos, a inversão de valores é tamanha que fico pensando se terei sucesso na pregação do que sempre aprendi e entendi como o melhor para viver em dignidade.

Acho inaceitável a mais recente afirmação do presidente Lula, quando comentou o flagrante do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), recebendo um bolo de dinheiro com vídeo e áudio, de que "a imagem não fala por si". Não fosse esse mais um ato que não é isolado sob o seu governo, Lula vem pregando um tratamento político para cada desvio de conduta dos homens públicos neste país, justificando que o Brasil vive uma onda de denuncismo, julgamentos apressados e criminalização pela imprensa e pelos canais competentes (TCU, TCE’s, MP’s) de fiscalização e controle sobre a aplicação de dinheiro público.

Lí um artigo de JR Guzzo na última página da revista Veja, no último final de semana, que faz uma excelente reflexão sobre o estado de institucionalização da bandalheira nos últimos sete anos, graças à complacência do presidente da República, que deveria ser o primeiro a explicitar os melhores exemplos para a Nação. Guzzo enfatiza que "há muito tempo, na verdade, a divulgação de um escândalo deixou de inibir outro; ser pego em flagrante é a última de suas preocupações".

Ele pinça vários acontecimentos desse período lulopetista, de responsabilidade do governo e da oposição, protegidos sob a inspiração no que ele chama de "evangelho de Lula e se sustenta que ninguém é culpado de nada". Os ministros do governo Lula entoam esse mantra e diminuem a responsabilidade dos mensaleiros com as chagas na imagem do PT: "Até agora não temos nenhuma dessas pessoas julgada e condenada, por isso acho absolutamente normal que elas exerçam os seus direitos políticos", conforme Dilma Rousseff na convenção do partido.

Ou então sobre as declarações de Juca Ferreira, ministro da Cultura, de que "a imprensa é paga para mentir" e, portanto, ninguém deve acreditar no que ouve, vê ou lê nos meios de comunicação. Isso é muito ruim para a educação de um povo, que se sente cada vez menor diante dos mais espertos que pode sobreviver apenas se levar vantagem em quase tudo…

Qual a vantagem da ética sobre esse mar de lama, se os julgamentos tendem a respostas políticas ao invés de revelar a verdade ou decisões isentas ? Na semana passada o STF decidiu aceitar a denúncia contra o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), e o novo ministro José Antonio Dias Toffoli votou contra, deixando no ar a interpretação de que um voto favorável derrubaria a tese do "eu não sabia", que ele construiu para isentar Lula.

Mas essa tese valeu antes para considerar o presidente inocente no processo do mensalão que exonerou ministros e afastou deputados do PT e da sua base aliada em 2006. O próprio senador Eduardo Azeredo disse que a sua situação é muito semelhante, mas o tratamento foi desigual e Lula não recebeu nenhum inquérito. Um erro justificaria o outro nesse caso ? A sociedade brasileira é obrigada a aceitar a compensação das falhas, se as provas forem fabricadas ou as imagens e indícios não falarem por si ?

A jornalista Mary Zaidan escreveu artigo com o título de "Pesos e Medidas", para comentar a condenação da ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (PSB), obrigada a pagar R$ 353 mil aos cofres paulistanos por ter publicado em 1989, anúncios sobre a greve de ônibus na cidade. Nesse caso, Erundina não se meteu em falcatruas para encher seu bolso, não inventou operações escusas de precatórios, não fez acordos com empreiteiros, não desviou grana para caixa 2 de campanha.

Hoje o deputado federal cassado José Dirceu (PT), ao voltar ao comando do partido, disse que o povo sabe diferenciar corrupção de caixa 2. Lula disse na semana passada que o povo brasileiro sabe que a solução para mudar esse cenário passa por uma reforma política; iniciativa que sempre surge como o remédio para todos os males e que não teve consenso nas últimas quatro legislaturas do Congresso Nacional.

O povo sabe, o povo quer. Daqui a pouco sobrará para o povo a responsabilidade pela impunidade e pelas teses esdrúxulas dos governantes de plantão, às vésperas de uma eleição importante em 2010. Até quando os direitos serão desiguais para todos ? Quais as razões, como bem reflete Mary Zaidan, para a defesa insana do senador José Sarney por Lula ? Porque os produtores do dossiê antitucano na campanha de 2006 continuam fora da cadeia ? E o publicitário Duda Mendonça que relatou ao vivo e a cores que recebera dólares não declarados em uma conta no exterior para quitar dividas do PT com o seu trabalho em campanha ?

A "vantagem" da corrupção não pode diminuir a expectativa de quem faz muito para mostrar a diferença. Comecemos por impedir que se nivelem todos os políticos por baixo. Ainda há tempo de refletir e construir as nossas melhores escolhas ! Não somos avestruzes !

A “vantagem” da corrupção ! Read More »